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Sexta-feira, 20/12/2002
Gastronomia em 2002

Julio Daio Borges




Digestivo nº 113 >>> A gastronomia em 2002 foi, mais uma vez, o reino dos renomados chefs. Às vezes parece, na grande mídia, que não existe "vida gastronômica" longe das panelas, dos temperos e dos banquetes daqueles que assinam os pratos mais cobiçados do Brasil. E não é só em São Paulo, no Rio também. Neste ano, eles voltaram a se pavonear no Boa Mesa 2002, que mais parecia uma feira de utilidades domésticas (UD). Compensaram, no entanto, as aulas, as demonstrações e os workshops. Alex Atala, o revolucionário tatuado e ruivo, ex-DJ e ex-pintor de paredes, foi capa da Veja em São Paulo. Embora, logicamente, a comida do D.O.M. (Deus Ótimo e Máximo) seja para isso mesmo e muito mais. Sérgio Arno consolidou seus negócios com a fábrica de massas (La Pasta Gialla), a atuação de seu buffet e as franquias de sua rede de rotisserias e restaurantes. Ainda assim, o rebelde filho do presidente da Arno, afirma que não se fica rico cozinhando. Mais discreto, fazendo uma intervenção ou outra na associação de alta gastronomia (Abaga) que ajudou a fundar, esteve Christophe Besse no comando do All Seasons. Também simples e muito prestativa, Leila Pires inaugurou o Restaurante do Instituto, no Tomie Othake, que não tem mais aqueles preços convidativos de antes, mas que continua impecável. E lá do Rio, Maria Victoria de Oliveira dirige o Montagu, com seu marido Rodrigo Leal, enquanto se envolve com eventos e vai se afirmando com estrela que desponta. Fora do universo dos superstars, indo de um extremo a outro, os fundadores do Fogo de Chão vêm construindo um império respeitável, só que na surdina, e nos Estados Unidos. O Bolinha segue firme e forte, nas mãos dos descendentes de seu fundador, e o Dalmo Bárbaro, sob a administração da viúva. O Govinda reinaugurou sua sede, com loja e muita festa, e o Da Fiorella reabriu suas portas em Moema. Veteranos como o Folha de Uva, Andy Beebys (do CBB) e o Compagnia Marinara deram passos importantes em 2002 mas sempre mantendo o low-profile. E se é verdade que os melhores perfumes estão nos menores frascos, o Crêpe de France, o Felix Bistrot e o Rainha do Norte estão aí para confirmar. Os japoneses marcaram presença com o Tegoshi e o Hiro, e a pizza, que não poderia faltar, com O Pedaço da Pizza. A explosão gastronômica certamente não corresponde a uma população de bolsos vazios e cintos apertados - portanto, 2003 deve ser de ajuste, mais que de crescimento.
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>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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