Em parceria com o Portal dos Livreiros, lançamos esta série de entrevistas com os Livreiros do Portal. Sempre foi o nosso desejo - desde que o Portal começou -, revelar esse profissional que faz a oxigenação do mercado, recuperando e fazendo circular obras que, de outra forma, seriam descartadas (muitas delas fora de catálogo).
Esperamos que você aproveite esta Entrevista e prestigie o Livreiro Hipatia Alexandrina, neste momento tão delicado do mercado e do livro, no Brasil e no mundo.
1. Conte um pouco da história sua loja e/ou do seu acervo. Como começou, há quanto tempo, qual era a motivação inicial etc.
Sou Luthero Maynard, jornalista profissional, 79 anos. Com a aposentadoria, decidi iniciar um negócio para complementar minha renda mensal. Mantive uma coluna sobre livros durante décadas em vários jornais e revistas de São Paulo, por isso escolhi o livro como objeto de uma nova atividade.
2. Conte um pouco da sua história pessoal. Qual sua formação, seu histórico profissional. Como chegou até o mercado livreiro?
Como jornalista trabalhei nos principais veículos de imprensa de São Paulo (Jornal da Tarde, O Estado de S.Paulo, Folha da Tarde, Pasquim SP, Diário do Comércio e Indústria, Shopping News, Diário Popular); em revistas (História Viva, Realidade, Educação, Ensino Superior, Almanaque Abril, Nova, Chiques & Famosos, Cláudia e outras). Durante décadas mantive coluna sobre livros e autores e, daí, cheguei ao mercado livreiro.
4. Como é seu histórico de vendas online? Tem site? Trabalha com mídias sociais? Participou (ou participa) de marketplaces (como o Portal dos Livreiros)? Se participa de mais de um, como avalia cada um deles?
Não tenho site, estou pensando em criar um, mas preciso encontrar um profissional que possa fazer esse trabalho. Trabalho exclusivamente com o Portal dos Livreiros e com a Estante Virtual. Estou satisfeito com ambos. Com o Portal também vendo pelo Mercado Livre, que considero abaixo de regular, é complicado, confuso (retira livros por "contrariar" as regras, depois reconhece que fez besteira e por aí vai).
5. Como vê as transformações do mercado livreiro (desde os antigos sebos até o e-commerce)? Se passou por mudanças, quais foram e como se adaptou a elas?
Já comecei no e-commerce.
6. E o leitor? Acha que ele mudou muito? Ou não mudou tanto? No seu comércio, você trabalha com um perfil de consumidor específico (ou acha isso bobagem)? Como imagina o leitor do futuro?
Trabalho desde 2013 e não vejo mudanças no leitor. Também não tenho um público específico. Infelizmente, o leitor é vítima do desmonte do ensino público brasileiro iniciado durante a ditadura militar. Hoje, temos um analfabeto fascista cuidando da educação, o que piora a situação. Vejo, por exemplo (no meu caso) que literatura é o item menos procurado.
7. E a leitura? Mudou muito? E o livro eletrônico? E a leitura no celular e em outros aparelhos? Acha que é uma ameaça ao livro de papel? Isso te preocupa (ou acha besteira essa preocupação)?
Acredito que o livro eletrônico está ganhando um espaço muito grande e acho que representa um risco para o livro de papel. O leitor dos meios eletrônicos me parece extremamente superficial e seus interesses não vão além de assuntos profissionais e mesmo assim sem maior profundidade.
8. Do que você tem na sua loja e/ou no seu acervo, o que você indica para quem está nos lendo? Alguma coisa em especial? Alguma edição rara? Algum livro difícil de encontrar?
Tenho livros raros, mas a procura é mínima. Para quem nos lê, recomendo os grandes escritores de língua portuguesa, mas não acredito que sejam procurados, a não ser para vestibulares. Um povo que elegeu para a presidência um político orgulhoso da própria ignorância, preso ao obscurantismo religioso e ideológico dos mais primários, não vai se interessar pela produção artística e literária do país.
9. Como você faz a aquisição de obras para o seu acervo (ou sua loja)? São livros de família? Adquire de pessoas físicas? Compra de editoras ou distribuidores? (Ou nenhuma das anteriores?)
Adquiro o livro de particulares, não sei como fazer compras em editoras ou distribuidoras, gostaria de receber informações a respeito.
10. Qual mensagem você deixaria para quem está nos lendo? Qual é a importância dos livros e da leitura num momento como este? E do comércio de livros? Enfim, qual é a importância do trabalho do livreiro hoje?
Chegamos à situação de acentuar a importância da palavra escrita, da leitura, da educação, da cultura. Nesse contexto, o papel relevante do comércio livreiro em todas as suas formas é vital para o desenvolvimento do pensamento crítico da sociedade e para conter a ignorância e o obscurantismo em voga.
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Em parceria com o Portal dos Livreiros, lançamos esta série de entrevistas com os Livreiros do Portal. Sempre foi o nosso desejo - desde que o Portal começou -, revelar esse profissional que faz a oxigenação do mercado, recuperando e fazendo circular obras que, de outra forma, seriam descartadas (muitas delas fora de catálogo).
Esperamos que você aproveite esta Entrevista e prestigie o Livreiro Franklin Costa, neste momento tão delicado do mercado e do Livro, no Brasil e no mundo.
1. Conte um pouco da história sua loja e/ou do seu acervo. Como começou, há quanto tempo, qual era a motivação inicial etc.
Há muito tempo, tenho especial apreço pelos livros, pelo conhecimento, como artista que sou, bem como pessoa humana; já tive muitos livros mas, só há pouco tempo - quatro ou cinco anos -, comecei a comercializar, motivado pelo desejo de fazer circular e renovar o acervo, vendo o crescimento do interesse do público em geral pela leitura, pelos livros!
2. Conte um pouco da sua história pessoal. Qual sua formação, seu histórico profissional. Como chegou até o mercado livreiro?
Sou artista independente, escrevo e publico literatura de cordel, sou musicista e pintor artístico; cheguei no mercado livreiro por estar muito próximo de sebos e livrarias, distribuindo cordéis; terminei por me incorporar ao negócio.
3. Qual é a sua relação com o livro? Sempre leu, ou lê pouco, lia mais, pretende ler ainda bastante? Poderia citar autores de sua predileção?
Sempre li bastante; sem predileção por autores específicos, os escritores clássicos universais, romances mediúnicos e literatura deste gênero sempre tiveram minha preferência, bem como teatro e livros de arte.
4. Como é seu histórico de vendas online? Tem site? Trabalha com mídias sociais? Participou (ou participa) de marketplaces (como o Portal dos Livreiros)? Se participa de mais de um, como avalia cada um deles?
Trabalho com mídias sociais mas não tenho site; no que se refere aos marketplaces, atualmente estou satisfeito com o Portal dos Livreiros somente.
5. Como vê as transformações do mercado livreiro (desde os antigos sebos até o e-commerce)? Se passou por mudanças, quais foram e como se adaptou a elas?
Sem sombra de dúvida, as transformações foram muito satisfatórias para o mercado livreiro e a adaptação inevitável e estimulante.
6. E o leitor? Acha que ele mudou muito? Ou não mudou tanto? No seu comércio, você trabalha com um perfil de consumidor específico (ou acha isso bobagem)? Como imagina o leitor do futuro?
Não creio que o perfil do leitor mudou muito; talvez o que tenha mudado é a quantidade de leitores: esta, sim, aumentou - o que me faz trabalhar sem um perfil específico de público. O leitor do futuro imagino mais atuante e dinâmico.
7. E a leitura? Mudou muito? E o livro eletrônico? E a leitura no celular e em outros aparelhos? Acha que é uma ameaça ao livro de papel? Isso te preocupa (ou acha besteira essa preocupação)?
Isso não me preocupa justo por não achar que seja uma ameaça; pelo contrário, penso que, de alguma forma, esses formatos irão valorizar o livro de papel.
8. Do que você tem na sua loja e/ou no seu acervo, o que você indica para quem está nos lendo? Alguma coisa em especial? Alguma edição rara? Algum livro difícil de encontrar?
Em especial indico Como ouvir e entender música, de Aaron Copland; um excelente exercício de leitura, com audição do conteúdo que o autor indica, principalmente para quem não é músico. Tenho pouca coisa mas, em breve, estarei ampliando o acervo.
9. Como você faz a aquisição de obras para o seu acervo (ou sua loja)? São livros de família? Adquire de pessoas físicas? Compra de editoras ou distribuidores? (Ou nenhuma das anteriores?)
Adquiro de pessoas físicas e distribuidores.
10. Qual mensagem você deixaria para quem está nos lendo? Qual é a importância dos livros e da leitura num momento como este? E do comércio de livros? Enfim, qual é a importância do trabalho do livreiro hoje?
A importância dos livros hoje é a mesma que veio crescendo com o decorrer da História da sociedade através dos temos. Em um momento como este, essa importância se amplia, as oportunidades se dilatam, oportunidades de nos tornamos pessoas melhores, através da aquisição do conhecimento proporcionado pelos livros. E esta é a importância do trabalho do livreiro hoje: ele distribui conhecimento através dos livros que oferece ao público leitor.
Em parceria com o Portal dos Livreiros, lançamos esta série de entrevistas com os Livreiros do Portal. Sempre foi o nosso desejo - desde que o Portal começou -, revelar esse profissional que faz a oxigenação do mercado, recuperando e fazendo circular obras que, de outra forma, seriam descartadas (muitas delas fora de catálogo).
Esperamos que você aproveite esta Entrevista e prestigie o Livreiro Cleudo Lima, neste momento tão delicado do mercado e do livro, no Brasil e no mundo.
1. Conte um pouco da história sua loja e/ou do seu acervo. Como começou, há quanto tempo, qual era a motivação inicial etc.
Eu colecionava gibis, principalmente do personagem de faroeste chamado Tex entre 2005 e 2007. Eu participava de um grupo de discussão sobre o personagem e negociava lá as revistas repetidas e comprava pra completar a coleção. Acabei descobrindo formas de vender pela internet.
Minha coleção já dispunha de mais de 800 gibis. Então, por falta de espaço e um pouco por mudança de interesse, me cadastrei em alguns portais para vender a coleção no varejo. Fiz cadastros em Estante Virtual, Livronauta, Mercado Livre, OLX e depois no Portal dos Livreiros.
A experiência deu certo, consegui vender quase toda a coleção (restam 50 gibis) e então resolvi ampliar o acervo e vender o meu acervo pessoal de livros, cerca de 100. A margem sobre os livros é bem melhor, então resolvi me concentrar em livros. Aí passei a adquirir livros (com o objetivo de revenda) em sebos, bienais, vendas promocionais em shoppings etc.
2. Conte um pouco da sua história pessoal. Qual sua formação, seu histórico profissional. Como chegou até o mercado livreiro?
Eu sou de família pobre do interior do Estado do Ceará. A única forma de mudar de patamar e padrão de vida é por meio dos estudos. Então, me dediquei ao colégio, depois faculdade, e minha formação foi em Ciências Contábeis. Preparei-me para concursos públicos e hoje sou servidor público concursado há mais de 26 anos. Esse fato me fez gostar muito de ler.
Considero o desembolso com livros um investimento em conhecimento e por isso eu disponho de muitos livros, inicialmente com acervo de leitura e depois, pela experiência adquirida, para a venda pela internet, que se tornou um hobby e uma renda extra. Os que compro para leitura consigo recuperar parte do valor, vendendo como "seminovo" nos diversos portais. Mas hoje, como já mencionei, compro também para revenda.
3. Qual é a sua relação com o livro? Sempre leu, ou lê pouco, lia mais, pretende ler ainda bastante? Poderia citar autores de sua predileção?
Minha relação com o livro é o que descrevi na resposta anterior, é um investimento em conhecimento e ampliação de horizontes. Foi por meio de leitura e gosto pela escrita que consegui uma boa formação.
Minhas leituras preferidas são mais técnicas, menos literárias. Gosto das áreas de Administração, Economia, Negócios, Finanças Pessoais e Mercado Financeiro. O meu acervo tem muito dessas áreas. Hoje sou investidor e gosto de me aprofundar nesses assuntos.
4. Como é seu histórico de vendas online? Tem site? Trabalha com mídias sociais? Participou (ou participa) de marketplaces (como o Portal dos Livreiros)? Se participa de mais de um, como avalia cada um deles?
Eu vendo pela internet desde 2007. Já vendi por vários portais como anteriormente citado. A experiência começou em um grupo de discussão no Yahoo. Depois conheci a Estante Virtual e lá é que tenho mais tempo de venda. Mas ampliei para outros portais e hoje vendo no Portal dos Livreiros, no Mercado Livre (inclusive por meio da Integração).
O Portal do Livreiros tem evoluído muito nos últimos meses, tem disponibilizado planos baratos com grande acervo e recentemente implementou essa Integração com Mercado Livre.
No Mercado Livre, os custos, porém, são altos. Recebo muitas mensagens de interessados reclamando do alto valor do frete. Isso inibe as vendas.
O Estante Virtual tem boas tarifas, por ser vendedor de longa data ainda disponho de um plano sem mensalidades e pago 11% sobre as vendas. Lá tem um sistema de notas para o vendedor que facilita o fechamento de novas vendas. E o público é bem amplo, gerando mais visualizações e mais vendas.
O Portal dos Livreiros vem melhorando nesse quesito, mas ainda não alcançou o Estante (pelo menos, não no meu caso).
Não sou tão assíduo nas redes sociais, embora tenha Facebook, Instagram e Twitter.
Há pelo menos um ano, escrevo em um blog sobre investimentos, mercado financeiro, bolsa etc. O nome do blog é Economia de Palito. Bem direcionado para o nicho que eu costumo explorar na venda de livros. Até porque, para escrevermos, precisamos antes estudar - e são esses assuntos que, no momento, têm me interessado.
5. Como vê as transformações do mercado livreiro (desde os antigos sebos até o e-commerce)? Se passou por mudanças, quais foram e como se adaptou a elas?
Acho que o surgimento de marketplaces como Amazon, Magazine Luiza, e outros portais acabou pulverizando bastante as vendas.
No início, os portais aceitavam a modalidade de depósito em conta. Depois, migraram para os meios de pagamento. Já trabalhei (ou trabalho) com vários deles, como Moip, PayPal, PagSeguro, PayU, MercadoPago etc. Adapto-me bem a mudanças tecnológicas e isso não é um problema. Em alguns casos, aumentam os custos, pois temos que pagar 5% para o meio de pagamento, somado às tarifas dos sites. Corrói um pouco a margem, mas dá pra ganhar algo.
Outra mudança foi com a postagem. Antes, os Correios dificultavam o uso da modalidade Impresso para pessoa física. Mas isso está superado, não tenho mais problemas com isso.
6. E o leitor? Acha que ele mudou muito? Ou não mudou tanto? No seu comércio, você trabalha com um perfil de consumidor específico (ou acha isso bobagem)? Como imagina o leitor do futuro?
O perfil de leitor que busco com minhas vendas são como eu: gosta de ler por prazer, para manter-se informado e para um constante aprendizado. Os leitores dos livros nos quais me especializo não têm o preço como definidor da compra. Até pagam mais pela disponibilidade do título, muitas vezes esgotado nas livrarias. Eu gosto de me concentrar nesses nichos, pois a margem é maior.
7. E a leitura? Mudou muito? E o livro eletrônico? E a leitura no celular e em outros aparelhos? Acha que é uma ameaça ao livro de papel? Isso te preocupa (ou acha besteira essa preocupação)?
O leitor do futuro migrará aos poucos para a versão digital dos livros, mas ainda terá espaço para o formato tradicional. Não vejo a substituição definitiva do livro papel. Ainda teremos mercado para o livro tradicional por um longo período.
Mas a internet transforma a forma como lemos. A gente não consegue mais se concentrar em uma leitura linear por muito tempo. Os hiperlinks da internet, que nos permitem pular de um assunto a outro, está transformando o modo como nos informarmos. E textos longos acabam incomodando esse novo perfil de leitor.
Eu costumo ler um livro com um tablet ou smartphone ao lado. E sempre interrompo a leitura para alguma pesquisa ou aprofundamento de algum tópico. A leitura não é mais linear e de única fonte (como antes).
Esses não são raros, podem ser encontrados nas livrarias. Mas tenho outros na área de Administração, Gestão e Negócios que não são tão fáceis de encontrar. Meu acervo é pequeno, entre 400 e 500 itens, às vezes mais, às vezes menos.
9. Como você faz a aquisição de obras para o seu acervo (ou sua loja)? São livros de família? Adquire de pessoas físicas? Compra de editoras ou distribuidores? (Ou nenhuma das anteriores?)
Eu compro em sebos locais, em estandes promocionais nos shoppings, em bienais de livro e também por meio de consultorias financeiras, como Empiricus, Inversa e Suno, que lançam títulos exclusivos para assinantes das suas newsletters sobre investimento. Eu sou assinante de algumas dessas casas, pois tenho estudado sobre investimentos e independência financeira.
10. Qual mensagem você deixaria para quem está nos lendo? Qual é a importância dos livros e da leitura num momento como este? E do comércio de livros? Enfim, qual é a importância do trabalho do livreiro hoje?
A leitura e o aprofundamento é que nos faz aprender de forma consistente. Vivemos numa época hiperconectada que desaprendeu a ler e, consequentemente, a escrever também.
Os livros são uma fonte inesgotável e confiável de conhecimento. Na era das fake news, precisamos ter fontes confiáveis para nos amparar, pois a internet é um meio de se informar, mas há muita informação falsificada, adulterada e de fonte duvidosa. Os livros são mais verdadeiros, confiáveis e melhor fonte de aprendizado.
O papel do livreiro é permitir que outras pessoas acessem livros que, de outra forma, não estariam disponíveis. Muitos deles já fora de catálogo. O livreiro torna o livro vivo, móvel, útil, reutilizável.
O comércio de livros ainda tem espaço para crescer, pois há um contingente grande de leitores em busca de informações, de conhecimento e de fontes confiáveis para tomar suas decisões, investir e viver.
Para ir além
Acesse a Loja ou a Newsletter de Cleudo Lima no Portal dos Livreiros.
Em parceria com o Portal dos Livreiros, lançamos esta série de entrevistas com os Livreiros do Portal. Sempre foi o nosso desejo - desde que o Portal começou -, revelar esse profissional que faz a oxigenação do mercado, recuperando e fazendo circular obras que, de outra forma, seriam descartadas (muitas delas fora de catálogo).
Esperamos que você aproveite esta Entrevista e prestigie o Livreiro Diogo Salles, neste momento tão delicado do mercado e do Livro, no Brasil e no mundo.
1. Conte um pouco da história sua loja e/ou do seu acervo. Como começou, há quanto tempo, qual era a motivação inicial etc.
Sou autor de dois livros de charges, sendo o primeiro independente. Quando recebi os exemplares do segundo de volta da editora, resolvi criar um canal de venda direta.
2. Conte um pouco da sua história pessoal. Qual sua formação, seu histórico profissional. Como chegou até o mercado livreiro?
Sou formado em publicidade, trabalhei em agência, depois trabalhei 15 anos no jornalismo e hoje, após uma pós-graduação, trabalho com educacão interdisciplinar. Leio muito sobre política, história, filosofia, biografias, educação (nos últimos tempos), música, futebol...
Cheguei ao mercado livreiro procurando pela internet, e através da compra de livros usados.
3. Qual é a sua relação com o livro? Sempre leu, ou lê pouco, lia mais, pretende ler ainda bastante? Poderia citar autores de sua predileção?
Eu era um leitor esporádico ate os anos 90, lia os romances do John Grisham e livros sobre assuntos que me interessavam (futebol, biografias, música etc).
De 20 anos pra cá, aumentei bastante a minha leitura, mas 90% do que leio é não-ficção. Devo ler cerca de 30 livros por ano.
4. Como é seu histórico de vendas online? Tem site? Trabalha com mídias sociais? Participou (ou participa) de marketplaces (como o Portal dos Livreiros)? Se participa de mais de um, como avalia cada um deles?
Não participo de nada, nem de redes sociais.
5. Como vê as transformações do mercado livreiro (desde os antigos sebos até o e-commerce)? Se passou por mudanças, quais foram e como se adaptou a elas?
Eu gosto dos sebos, acho que deveria haver mais, até por causa da queda do modelo de megastores. Livrarias de bairro também precisam crescer, e vendas online, também (se conseguirem enfrentar a Amazon).
Acho que o mercado livreiro está perdido. Não estão sabendo encontrar os leitores, se comunicar com eles, saber seus gostos etc. E os que mais conseguem isso é porque contratam uma empresa que usa os dados dos usuários para target ads, uma prática pra lá de discutível.
6. E o leitor? Acha que ele mudou muito? Ou não mudou tanto? No seu comércio, você trabalha com um perfil de consumidor específico (ou acha isso bobagem)? Como imagina o leitor do futuro?
Acho que sempre houve interesse pela leitura e hoje ela está mais acessivel a um publico maior. O problema é como rivalizar com celulares, redes sociais etc.
Talvez a quarentena mude essa percepção e o livro seja uma das "fugas" contra o tédio e uma oportunidade para reflexão (torço muito por isso, mas temo estar sendo um pouco ingênuo).
7. E a leitura? Mudou muito? E o livro eletrônico? E a leitura no celular e em outros aparelhos? Acha que é uma ameaça ao livro de papel? Isso te preocupa (ou acha besteira essa preocupação)?
Leitura em aparelhos, acho menos confortável. Não tenho Kindle, mas leio ensaios acadêmicos e papers em PDF no iPad.
No celular, não leio de jeito nenhum. Odeio telas pequenas que obriguem o leitor a dar zoom na pagina e mover a tela lateralmente.
8. Do que você tem na sua loja e/ou no seu acervo, o que você indica para quem está nos lendo? Alguma coisa em especial? Alguma edição rara? Algum livro difícil de encontrar?
Indico a (re)leitura de 1984 e Admirável Mundo Novo, leituras que nos permitem traçar linhas paralelas com os tempos atuais. Recomendo também Sapiens, do Harari. Quanto a edições especiais, essa nova edição especial do 1984 parece maravilhosa.
9. Como você faz a aquisição de obras para o seu acervo (ou sua loja)? São livros de família? Adquire de pessoas físicas? Compra de editoras ou distribuidores? (Ou nenhuma das anteriores?)
São livros meus mesmo. Sou vendedor dos livros que lancei.
10. Qual mensagem você deixaria para quem está nos lendo? Qual é a importância dos livros e da leitura num momento como este? E do comércio de livros? Enfim, qual é a importância do trabalho do livreiro hoje?
Fundamental não só agora, mas sempre. E, mesmo com a crise, abre-se a oportunidade para novos modelos de negócio. O desafio não é mais saber o que fazer com a Cultura e com a Saraiva. Elas já eram. O desafio é, repito: Como enfrentar a Amazon?