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Quarta-feira, 28/6/2006
Torcendo pelo Brasil na Copa
+ de 3900 Acessos
+ 4 Comentário(s)


Ilustra by Tartaruga Feliz

O Conde Afonso Celso, autor do famoso Por que me ufano de meu País, dizia que "em matéria de amor à pátria, como em carinho filial, que se peque por excesso, nunca por deficiência".

Pois bem, para aplicar a máxima do Conde a esses tempos de Copa do Mundo - que é o período em que o brasileiro mais se lembra que é brasileiro - podemos contar com o apoio de indústrias e prestadores de serviços.

Para começar o dia, você precisa ter na sua mesa o Salsichão da Copa, lançado por uma empresa de embutidos de nome alemão. Cada fatia tem o desenho, digamos, rupestre, de uma figura humana chutando uma bola. Duas delas são suficientes para rechear um dos Pães da Copa, cuja produção o sindicato dos panificadores vem divulgando. Pães esverdeados e amarelados com a ajuda de muito espinafre, milho, abacaxi, kiwi. Enfim, feitos com qualquer combinação de itens comestíveis com as cores da bandeira, independente do sabor e do bom senso.

Não havendo restrições alimentares, acrescente um pouco de maionese da Copa. Há três sabores para escolher, mas é claro que como patriota você vai optar pela versão molho vinagrete (é isso mesmo: maionese sabor vinagrete), que o fabricante considera como símbolo do Brasil. Para os traidores há ainda maionese sabor carne, representando a Alemanha e sabor queijo, para a colônia italiana. Os outros países não são importantes.

Para beber, escolha entre o Iogurte da Copa, o Achocolatado da Copa ou, se seu estômago agüentar logo assim no desjejum, por uma Coca-Cola da Copa. A Coca-Cola continua preta, mas a embalagem é redonda. O achocolatado ainda é marrom, mas vem acondicionado em uma imitação de taça dourada. O iogurte pode até ser vermelho, mas a embalagem é verde e amarela e ainda traz curiosidades sobre futebol.

Ah, é lógico que você não vai me colocar na mesa uma toalha qualquer, quando está à sua disposição a Toalha da Copa. Custa quase oitenta reais, mas tem bandeirinhas e é daquela marca que a Tônia Carrero anunciava fazendo biquinho.

Devidamente alimentado, é hora de se produzir para assistir aos jogos do dia. Comece se lavando com o sabonete líquido esfoliante Lima-Limão e finalize o banho com a loção bifásica hidratante remineralizante de Carambola e Erva doce (Carambola com Erva Doce! Tudo bem, podia ser pior, como Ovo com Arruda). Se você é obsessivo compulsivo por limpeza, use também o gel anti-séptico de Aloe Vera com vitamina E, que possui bolinhas verdes e amarelas para a higiene das mãos e mata 99% dos germes. E não fique pensando no 1% que não morre nem assim. Outra opção é um sabonete infantil que tem como ícone um ursinho: na versão aveia e óleo de amêndoas ele aparece assistindo os jogos pela TV e "comendo pipoca com sua avó". Pobre urso.

Depois, aplique duas gotas do Hexa, o Perfume da Copa com "cheiro de Brasil". Eu que sou maldosa penso em muitas coisas que me lembram cheiro de Brasil, mas o fabricante do perfume em questão diz que se trata de um "cítrico floral refrescante frutal musk madeira". Ainda por cima é unissex e tem "notas de frutas, folhas verdes aromáticas e lavanda".

Se você é mulher ou mesmo homem e lhe piacce, pinte os lábios, olhos e bochechas com a Maquiagem da Copa, que são lápis que vão "transformar os brasileiros nos torcedores mais bonitos do campeonato". Para os cabelos, tem um hair stylist que pinta mechas com as cores que você já sabe. Ele também tem uma máquina que bola uns desenhos com temas patrióticos e que são pintados com jatos de tintas nas suas unhas.

Quando terminar de se montar, procure pela casa onde anda o Rex, aquele seu cão espada. Provavelmente ao ver você assim ele estará assustado, tentando cavar um túnel para fugir de casa. Agarre-o pelo rabo e lhe informe que ele também tem que assumir seu amor pelo País. Afinal, "o seu cãozinho já tem visual garantido para acompanhar ao seu lado a Copa do Mundo". Isso também com tinta para os pelos e esmalte para as unhas.

O jogo já vai começar e a parafernália para a ocasião dispensa apresentação. Apitos, cornetinhas, cornetões. Rojões, cerveja, pipoca e tremoço. Bandeirinha não pode faltar. E se você cansar de abaná-la porque o gol demora para sair, não se aperte. Apele para a Mão de Cera da Copa. A "atração diferente e inusitada" segura o lindo pendão da esperança para você poder roer suas unhas coloridas em paz.


Postado por Adriana Carvalho
Em 28/6/2006 às 08h53

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
28/6/2006
10h15min
Pra ser sincero, não consigo me empolgar com a seleção; durante os jogos eu me sinto um pária. Não consigo nem comemorar os gols direito. Não dá pra ligar a televisão, nem sair na rua, nem nada, sem topar com a cara do Ronaldo, do Parreira, do Kaká, do Robinho... antes de começar a Copa eu já estava de saco cheio!
[Leia outros Comentários de Paulo Osrevni]
28/6/2006
11h56min
Esse "hexagero" de produtos ridículos com inspiração verde-e-amarela cansa. Salsichão da Copa? Perfume do Hexa? Tô fora!
[Leia outros Comentários de Cassia]
28/6/2006
15h40min
Legal, Drica, isso me deixou mais tranquilo, tava pensando que só eu via esse exagero todo e achava anormal! Beijo
[Leia outros Comentários de Kibão]
28/6/2006
20h53min
Faz muita diferença o apelo dos Ronaldos esponjas de dinheiro, ou do Bob Sponja? Não seremos também bombardeados pelo Novo Super-Hómi, Homem Aranha, Cars ou Speedy Racer? Bem, eu também estou tentando não ser tragado pelas ondas verde-amarelo que inundaram as ruas. Tentei trabalhar, mas quando ví que todos estavam tããão preocupados com a seleção do Japão, aproveitei para relaxar. E aí, o governo aprovou a escolha do padrão japonês de TV digital, abafada pela torcida lobbista de nossas democráticas emissoras... "fachhh párrrti", né? Mas também estou curtindo a empolgação do meu filho, colecionando figurinhas, maravilhado com a bandeira da Arábia Saudita (que tem uma espada e umas letras legais)... trocando com os amigos, jogando bafo e turbinando seus conhecimentos geográficos. "Tôôôgo??!" Hmmm... não conheço, filho. Acho que deve ficar na África...!
[Leia outros Comentários de Dani Amadei]
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