Um motor na civilização em crise - 2 | Cultura Transversal em Tempo de Mutação, blog de Edvaldo Pereira Lima

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Domingo, 2/8/2015
Um motor na civilização em crise - 2
Edvaldo Pereira Lima
+ de 2700 Acessos

Olhar rebelde no Brasil

Desde lá atrás na infância paulistana dos anos 1960, o engenheiro brasileiro Carlos César Sóos era um sonhador inveterado, ouvindo da mãe de vez em quando, filho, desce da lua! O pedido da mãe tornou-se impossível de atender quando pela primeira vez o ser humano pousou na dita cuja propriamente, Neil Armstrong e Buzz Aldrin representando toda a espécie no memorável voo da Apollo 11 em julho de 1969.
- Fiquei todo arrepiado ao ver aquelas imagens não muito nítidas, em preto e branco, na nossa televisão Astron. Passei dias imaginando como deveria ser a vida naquele mundo e para muito além dele. Minha admiração foi tanta que aprendi inglês em um ano. Escrevi à NASA pedindo fotos dos astronautas das missões à Lua. Recebi várias delas, três assinadas de próprio punho.
Se a mãe chamava à realidade, o pai apontava um horizonte de caminho possível, no difícil equilíbrio entre a fantasia e a realização. Filho de imigrantes húngaros, Miguel Sóos, apesar de pouca escolaridade formal, admirava imensamente o espírito empreendedor do intelecto humano. Particularmente era interessado em inventos de todos os tipos.
- Filho, seja inventor e cientista!
O estímulo de Miguel não era convencional, daqueles que você pode esperar de qualquer pai fissurado em tecnologia dura e que projeta no seu herdeiro, talvez, o sonho que não pôde realizar. A fala de Miguel tinha um diferencial:

- Quando você for cientista, procure unir ciência e espiritualidade. A ciência tem que ser guiada por cientistas que creem em Deus.
As palavras do pai desciam como melodia harmoniosa pelos ouvidos do menino sonhador:
- Eu ficava deitado à noite sobre a laje da cozinha da minha casa, no bairro Cidade Antônio Estêvão de Carvalho, na Zona Leste de São Paulo, olhando as estrelas. Pedia a Deus que me tornasse um cientista que contribuísse para construir uma ciência ligada a Ele. Nem fazia ideia do que pedia, na verdade, mas pedia de coração, porque gostava muito do meu pai, sabia que ele queria o melhor para mim.
A paixão do garoto pelo infinito aumentou. Passou a estudar tudo o que podia sobre o cosmo, viagens espaciais, ufologia, paranormalidade e física.
- A fascinação pelo não convencional se tornava cada vez mais forte, permanente e influente na minha visão de mundo.

Isso. Visão de mundo. Todos nós temos, consciente ou inconscientemente, um modo de perceber a realidade, conhece-la e com ela agir. Precisamos disso para sobreviver. Se não conhecemos o ambiente à nossa volta, se não traduzimos direito o que significa para nós, se não classificamos se é amigo ou hostil, podemos nos dar mal. O complexo disso tudo é que essa visão resulta dos condicionamentos culturais que recebemos. Existe no nível individual, assim como no plano coletivo dos grupos sociais, na civilização como um todo. A nossa visão de mundo individual resulta da nossa experiência pessoal, assim como dos condicionamentos que recebemos de fora.

Na plataforma mais sofisticada do conhecimento de alto nível, os mega-canais de reprodução, expressão e tentativa de entendimento da realidade que o homem desenvolveu - a arte, a filosofia, a religião, a tradição nativa, a ciência - também acabam configurando suas respectivas visões de mundo. Essas se constroem a partir de modelos de concepção da realidade que terminam por se constituírem em verdades que podem imperar durante muito tempo sobre uma cultura, um povo, formatando o modo como enxergamos a realidade. Mesmo na ciência.
Nela, os modelos mentais que moldam a percepção do cientista são chamados de paradigmas. Os paradigmas predominantes na ciência acabam influenciando toda a sociedade, pelo prestígio e poder que esse campo do conhecimento conquistou na civilização contemporânea. As verdades de um modo predominante de ciência acabam se impondo, arrogantemente, sobre todas as esferas da atividade humana. O problema é que essas verdades podem ser relativas, equivocadas, limitadas e finitas. Pior, podem produzir efeitos nefastos que só com o tempo vamos descobrir, às vezes por causa de sofrimentos e tragédias terríveis que se tornam indefensáveis.

Quando o jovem César Sóos decide fazer engenharia de minas, respondendo à sua vocação onde transitam igualmente o sonhador e o realizador prático, encontra no seu curso na Universidade de São Paulo os paradigmas científicos convencionais. Isto é, as ciências, a partir da mãe de todas elas, a física, estabelecem a verdade de que a realidade é material, objetiva, palpável, mensurável, compreensível pela lógica comum do racionalismo. Apoiada num aproveitamento estreito do filósofo francês René Descartes, que dá origem ao cartesianismo - a abordagem exclusivamente mental rasa da realidade -, simbolizada na sua premissa popularizada de penso, logo existo, essa ciência construída tendo a física clássica coo grande referência é também mecanicista e reducionista. Ou seja, para tentar entender o real, compara tudo a uma máquina.
Essa verdade é que faz a medicina alopática convencional, por exemplo, ver o corpo humano puramente como uma máquina, desprezando a influência dos aspectos subjetivos - a emoção, a atitude mental - do indivíduo sobre seu estado de saúde ou doença. É igualmente isso que faz se estudar o cosmos como se fosse um gigantesco relógio mecânico. Ao mesmo tempo, aliada da escola filosófica do positivismo, essa ciência absorve a verdade de que a Natureza está a serviço do homem e portanto se justifica que seja explorada, aproveitada e condicionada, sem o mínimo respeito aos seus ciclos orgânicos de renovação, sem consideração para com a finitude de determinados recursos. Somos ignorantes da complexidade funcional de muitos dos fenômenos naturais, exatamente porque os paradigmas das ciências conservadoras são demasiadamente míopes, embaçados por lentes que foram preparadas para ver a parte e o concreto, mas são incapazes de captar o lado subjetivo e a dinâmica criativa da Vida.

Essa é a verdade, em síntese, que o jovem César encontrou na sua formação. Felizmente para sua consciência, a avalanche condicionadora da academia convencional não destruiu a vocação sonhadora, muito menos o olhar rebelde.
- Eu estudava para encontrar erros nas teorias convencionais. Tinha anseio por uma teoria mais abrangente e cósmica da ciência.

Ao contrário do discurso convencional que prega uma visão linear e simplista da realidade, onde tudo ocorre de maneira lógica, a vida real orgânica não é nada simples, mas sim complexa. Muitos fatores objetivos e subjetivos combinam-se para as coisas acontecerem, de um modo magistralmente criativo, nas vidas de todos nós. Surpresas acontecem e as de impacto profundo podem causar reviravoltas estonteantes.

- No terceiro ano de faculdade, em agosto de 1983 fui assistir a um simpósio que discutia o tema da Demonologia, no Hilton Hotel, em São Paulo. O assunto muito me intrigava.
No evento, organizado sob o prisma da Trilogia Analítica, um novo campo de conhecimento fundado pelo pensador brasileiro Norberto Keppe, César conheceu a revolucionária proposta da inversão da física, um olhar distorcido que o pesquisador localizou no coração fundamental dessa ciência-mãe em 1977. O olhar vesgo, para Keppe, vem direcionando equivocada, perigosa e limitadamente todo o trabalho da ciência desde as bases estabelecidas pelo idolatrado e reverenciado diácono dessa igreja também repleta de dogmas - mesmo que aparentemente ilustrados - em que se transformou a ciência clássica, Sir Isaac Newton.
- Essa consciência da descoberta da inversão pelo doutor Keppe transformou completamente a minha vida. A partir desses dois dias de simpósio, não fui mais o mesmo. Por alguma razão inexplicável era como seu eu tivesse colocado óculos na minha mente que me permitiam enxergar o que a grande maioria não conseguia: o mundo estava completamente de pernas para o ar! É como se agora eu visse a imagem da realidade em um grande espelho de reflexão perfeita. Percebi que o mundo sensorial era como a imagem deste espelho e não haveria forma de convencer ninguém da inversão através de dados. Somente seria possível isso através de um despertar interior!

CONTINUA


Postado por Edvaldo Pereira Lima
Em 2/8/2015 às 16h12

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