A revista Bizz | Guilherme Werneck

busca | avançada
52268 visitas/dia
1,7 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Livro 'Autismo: Novo Guia' promete transformar a visão sobre o TEA
>>> Dose Dupla: Malize e Dora Sanches nos 90 anos do Teatro Rival Petrobras nesta quinta (3/10)
>>> Com disco de poesia, Mel Duarte realiza espetáculo na Vila Itororó neste sábado
>>> Teatro Positivo recebe o show de humor com Paulinho Mixaria
>>> Com premiação em dinheiro, Slam do Corpo realiza edição especial em SP
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
Colunistas
Últimos Posts
>>> Stuhlberger no NomadCast
>>> Marcos Lisboa no Market Makers (2024)
>>> Sergey Brin, do Google, sobre A.I.
>>> Waack sobre a cadeirada
>>> Sultans of Swing por Luiz Caldas
>>> Musk, Moraes e Marçal
>>> Bernstein tocando (e regendo) o 17º de Mozart
>>> Andrej Karpathy no No Priors
>>> Economia da Atenção por João Cezar de Castro Rocha
>>> Pablo Marçal por João Cezar de Castro Rocha
Últimos Posts
>>> O jardim da maldade
>>> Cortando despesas
>>> O mais longo dos dias, 80 anos do Dia D
>>> Paes Loureiro, poesia é quando a linguagem sonha
>>> O Cachorro e a maleta
>>> A ESTAGIÁRIA
>>> A insanidade tem regras
>>> Uma coisa não é a outra
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Raul Gil e sua usina de cantores
>>> Filme em família
>>> O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> 7 destaques do cinema brasileiro em 2005
>>> Contos Gauchescos chega ao cinema
>>> De Sir Ney a Sai Ney
>>> Qual é o seu departamento?
>>> A Garota do Livro: uma resenha
>>> Eleições na quinta série
Mais Recentes
>>> Eu Moro Aqui de Beatriz Monteiro da Cunha pela Evoluir (2007)
>>> O Que é Indústria Cultural - Coleção Primeiros Passos-8 de Teixeira Coelho pela Brasiliense (1981)
>>> Newton e a Gravitação - Coleção Caminhos da Ciência de Steve Parker pela Scipione (2010)
>>> Avaliação Econômica de Projetos de Cristovam Buarque pela Gem Atlas (1984)
>>> As Faces da Física Volume Único de Wilson Carrron e Osvaldo Guimarães pela Moderna (2006)
>>> Uma Fonte. A História Da Água Na Terra de Strauss pela Melhoramentos (2024)
>>> O Que São Multinacionais - Coleção Primeiros Passos - 26 de Bernardo Kucinski pela Brasiliense (1981)
>>> Tempo de Manga Tempo de Amor - Col Tempo de Amor de Ivana Versiani pela Ao Livro Técnico
>>> Doidão de José Mauro de pela Melhoramentos (1973)
>>> Metodologia Científica de Lino Rampazzo pela Siciliano (2001)
>>> Seu Nome é Jesus de Max Lucado pela Mundo Cristão (2012)
>>> Branca de Neve e Rosa Vermelha e Outras Histórias ( Contos de Grimm) de Contos de Grimm ( Adap.) Walcyr Carrasco pela Manole (2010)
>>> O Que São Intelectuais - Coleção Primeiros Passos - 29 de Horácio Gonzalez pela Brasiliense (1981)
>>> Coleção Monteiro Lobato - 12 Volumes de 15 - faltam: vol: 7, 8 e 9 de Monteiro Lobato pela Circulo do Livro (1986)
>>> Falência e Recuperação de Moacyr Lobato pela Moacyr Lobato (2007)
>>> Novos Nº 4 - Ler é Aprender de Mario de Andrade pela Martins
>>> Cavaleiro das Trevas Iii - a Raça Superior de Frank Miller e Outros pela Panini Comics
>>> Deus e o Diabo Disseram Não de Douglas Alberto Ferraz Filho pela Autor (2015)
>>> O Que é Cultura-coleção Primeiros Passos-110 de José Luiz dos Santos pela Brasiliense (2007)
>>> Ensino Religioso - Aspectos Legal e Curricular de Sergio R a Junqueira Rosa L T Correa Angela M R Ho pela Paulinas (2007)
>>> Brincar e Jogar Atividades Com Materias de Baixo Custo de Diversos Autores pela Mediação (2011)
>>> O Que é Ecologia - Coleção Primeiros Passos - 116 de Antônio Lago e Outro pela Brasiliense (1989)
>>> 12 Segredos Simples da Felicidade no Trabalho de Glenn Van Ekeren pela Cultrix (2001)
>>> Dumbo At Bat - Vol 8 de Walt Disney pela Walt Disney
>>> Decifrando o Símbolo Perdido - um Guia para o Livro de Sérgio Pereira Couto pela Bibliomania (2009)
ENSAIOS

Segunda-feira, 14/11/2005
A revista Bizz
Guilherme Werneck
+ de 22400 Acessos
+ 1 Comentário(s)

Em 1985, o Brasil estava fervilhando com a redemocratização. Uma nova juventude rompia com os estereótipos forjados nos 20 anos de Ditadura Militar (1964-1985). A oposição entre engajados e alienados, entre caretas e malucos-beleza, já não fazia sentido. Havia uma vontade de ser plural, de estar mais conectado com o mundo. Essa geração tinha vontade, mas faltava a ela muita, mas muita informação.

Na música, a criação da revista Bizz, nesse ano, foi fundamental para dar voz e começar a preencher as lacunas culturais dessa geração.

Agora, a moçada que obtém suas informações sobre música direto na internet, lendo sites, blogs e baixando música pode ter um gostinho do que representou a Bizz de 1985 até 2001 com o lançamento de toda a coleção da revista em CD ROM, à venda nas bancas de jornal.

São as 192 edições da Bizz, mais os especiais e as músicas que vinham de brinde na revista. É um mundo de fotos, reportagens, entrevistas e críticas. A navegação é fácil, é possível ver as páginas da revista no formato original, que podem ser lidas com uma ferramenta de zoom. Os textos também podem ser vistos em janelas separadas e copiados e colados em um editor de texto, o que facilita o seu uso para pesquisas.

Para encontrar reportagens específicas ou determinados autores ou artistas, há um mecanismo de busca fácil de usar.

Mas o que encanta mesmo no CD-ROM da Bizz é poder voltar no tempo e tentar entender a importância que ela teve durante os anos 80, como foi atropelada por suas próprias idiossincrasias na década de 90 e, depois, pelas revistas estrangeiras e pela internet, que colaboraram para o seu fim, em 2001.

Começo pelos anos 80, quando eu era garoto, a Bizz foi a primeira revista que colecionei, esperando ansiosamente a sua chegada às bancas a cada mês.

Na primeira metade da década, faltavam livros e revistas de música conectados ao presente. O acesso às produções culturais era difícil e caro. Só quem era muito rico, conhecia bons contrabandistas ou havia vivido fora do País conseguia comprar os discos que apontavam novos caminhos na música.

Por outro lado, a informação circulava em pequenos guetos no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Brasília e em Porto Alegre. A partir de 1982, com o sucesso nacional da Blitz, uma nova geração roqueira passava por cima dos formalismos e experimentalismos da refinada MPB para, mesmo sem saber tocar direito, pegar suas guitarras Gianini e fazer barulho.

Nesse contexto, a Bizz colocava em palavras os sons que só se ouviam nas primeiras rádios de rock: na pioneira Fluminense FM, a Maldita, lá no Rio, e, a partir de dezembro de 1985, na 89 FM, de São Paulo.

A graça dessa primeira dentição da Bizz é que a revista era roqueira, sim, mas também era pop. O que a diferenciava de outras revistas que martelavam o binômio heavy metal e rock progressivo até a náusea ou embarcavam naquele papo furado do instrumentista virtuose.

Na Bizz cabia desde Gilberto Gil até Madonna, que foi capa da segunda edição da revista. O rock brasileiro, que fazia muito sucesso, conseguia dividir as capas com os estrangeiros. RPM e Paralamas foram os primeiros roqueiros daqui a dividir espaço com Bruce Springsteen, Tears For Fears e Sting.

Na revista entrava o pop rasgado, que tocava em todas as rádios, mas também os sons que vinham dos porões das grandes cidades brasileiras, o rock inglês oitentista e toda sorte de dinossauros.

Pouco depois de lançada a revista, houve o Plano Cruzado, no governo Sarney (1985-90). Essa época ficou marcada pelos produtos com ágio e pelas filas para comprar carne, mas, para o mercado de discos, o cruzado foi excelente. Os bolachões estavam baratos e as gravadoras passaram a investir pesado no lançamento do rock nacional. Bandas menos vendedoras, como Plebe Rude e Inocentes, por exemplo, conseguiam gravar os mini-LPs, coisa que só emplacou nessa época. E estrangeiros como os Smiths tinham singles lançados por aqui.

A Bizz, que tinha um time invejável de jornalistas de música, que acabou exportando para outras mídias, como jornais, TV e revistas, acompanhava empolgada essa ebulição.

E, como quase ninguém tinha acesso às revistas estrangeiras, reciclava as informações dos famosos semanários ingleses como Melody Maker e o New Musical Express, e de revistas como a Rolling Stone, na caradura, para o bem do leitor brasileiro. Logo no começo dos anos 90, há a abertura das importações no Brasil, no governo do presidente Fernando Collor.

A Bizz, então, começa a ter de concorrer com as revistas estrangeiras, que passam a aparecer nas bancas com mais facilidade, e também com a televisão. A MTV Brasil entra no ar em 1990, exibindo muitos clipes e produzindo um bom jornalismo musical.

A revista continua afinada com o presente, mas ganha contornos um pouco mais radicais. Para quem não lembra, os anos 90 começam ruidosos e roqueiros. O grunge do Nirvana explode, e a Bizz embarca nessa viagem roqueira.

Essa também é uma fase em que a revista começa a destratar muitos os artistas brasileiros que cultivou nos primeiros anos. Fica menos pop, mais intransigente e faz alguns inimigos, o que, no fundo, faz bem.

Nos anos 90, a Bizz também é a primeira a dar voz à cena eletrônica e também a perceber o crescimento do hip-hop.

Mas a popularização da internet e a facilidade de encontrar informações e músicas de graça, a partir da segunda metade dos anos 90, sela o fim da aventura da Bizz, ainda que a revista continue sendo referência de boas reportagens e resenhas.

Ter toda essa história à mão para consultar é obrigatório para quem é fã de música pop.

Para ir além

Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pelo autor. Publicado originalmente no caderno "Link", do jornal O Estado de S.Paulo, em 24 de outubro de 2005.


Guilherme Werneck
São Paulo, 14/11/2005
Mais Guilherme Werneck
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
19/5/2006
14h35min
Tenho os 150 volumes da Bizz, pois eu era assinante. Ainda leio a Bizz. Adoro. Abraços do ex-assinante.
[Leia outros Comentários de Florencio Paim]
COMENTE ESTE TEXTO
Nome:
E-mail:
Blog/Twitter:
* o Digestivo Cultural se reserva o direito de ignorar Comentários que se utilizem de linguagem chula, difamatória ou ilegal;

** mensagens com tamanho superior a 1000 toques, sem identificação ou postadas por e-mails inválidos serão igualmente descartadas;

*** tampouco serão admitidos os 10 tipos de Comentador de Forum.

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Nortons 2000. 0: Star Atlas and Reference Handbook
Ian Ridpath
Longman Scientific & Technical
(1989)



A Volta ao Mundo em 80 Dias
Júlio Verne
Melhoramentos
(2005)



Rilke Shake
Angélica Freitas
7 Letras
(2007)



Revista Móbile 06
Revista Móbile
Sem



Cascata de Sonhos
Antonio da Silveira e Oliveira
Rk
(1986)



Rivalidades e Solidariedades no Movimento Operário
Isabel Bilhão
Edipucrs
(1999)



O Estranho Caso Do Doutor Jekyll E Do Senhor Hyde
Robert Louis Stevenson
Landmark
(2008)



A Bíblia em Cordel 46
Maria Áurea A. Marques
Contexto
(1991)
+ frete grátis



Airgear oh great 05
Airgear oh great
Panini Comics



As Etapas do Pensamento Sociológico
Raymond Aron
Martins Fontes
(1990)





busca | avançada
52268 visitas/dia
1,7 milhão/mês