Digestivo nº 262 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
63685 visitas/dia
1,7 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Banda Star Beatles sobe ao palco do Hard Rock Cafe Florianópolis
>>> Estão abertas inscrições para cursos, vivência e residência artística no Teatro do Incêndio
>>> Nas férias, Festival ALLEGRIA reúne atrações gratuitas de teatro musical e circo na capital
>>> Lacerdine Galeria agita no dia 12/7 a programação com a Festa Julinarte, banda de forró de rabeca e
>>> Festival exibe curtas-metragens online com acesso livre
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> A dobra do sentido, a poesia de Montserrat Rodés
>>> Literatura e caricatura promovendo encontros
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
Colunistas
Últimos Posts
>>> O coach de Sam Altman, da OpenAI
>>> Andrej Karpathy na AI Startup School (2025)
>>> Uma história da OpenAI (2025)
>>> Sallouti e a história do BTG (2025)
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
>>> Behind the Tech com Sam Altman (2019)
>>> Sergey Brin, do Google, no All-In
Últimos Posts
>>> Política, soft power e jazz
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Pagando promessas na terra do sol
>>> Como escrever bem — parte 2
>>> Amores & Arte de Amar, de Ovídio
>>> Reflexões para um mundo em crise
>>> Porque ela pode, de Bridie Clark
>>> Vanguarda e Ditadura Militar
>>> A profecia de Os Demônios
>>> Para entender Paulo Coelho
>>> A letargia crítica na feira do vale-tudo da arte
>>> Jonny Ken do migre.me, no MitA
Mais Recentes
>>> A Viajante Do Tempo (serie outlander) de Diana Gabaldon pela Rocco (2004)
>>> Mentes Perigosas - O Psicopata Mora Ao Lado de Ana Beatriz Barbosa Silva pela Fontanar (2008)
>>> Leonardo da Vinci Artistas Famosos Uma Introdução à Vida e Obra de Leonardo da Vinci de Antony Mason pela Callis (2012)
>>> Correio Feminino de Clarice Lispector pela Rocco (2006)
>>> A Raiva (4º reimpressão - capa dura) de Blandina Franco - Jose Carlos Lollo pela Pequena Zahar (2019)
>>> Os Meninos Adormecidos de Anthony Passeron pela Fósforo (2024)
>>> A Ocupação de Julián Fuks pela Companhia Das Letras (2019)
>>> Mas em que Mundo tu Vive? de José Falero pela Todavia (2021)
>>> A Filha Única de Guadalupe Nettel pela Todavia (2022)
>>> A Jornada de Felicia de William Trevor pela Biblioteca Azul (2014)
>>> O Castelo de Minha Mãe de Marcel Pagnol pela Pontes (1995)
>>> Segunda Casa de Rachel Cusk pela Todavia (2022)
>>> Louco Por Hqs (8º impressão - com suplemento de atividades) de Tânia Alexandre Martinelli - Quanta Estúdio pela Do Brasil (2019)
>>> Livro Geografia Geral E Do Brasil: Espaço Geográfico E Globalização de Eustáquio De Sene, João Carlos Moreira pela Scipione (1999)
>>> Cinema E Psicanalise - Filmes Que Curam - Vol 3 de Christian Ingo Lenz Dunker pela Nversos (2015)
>>> Machado de Assis e a Escravidão de Gustavo Bernardo, Joachim Michael pela Annablume (2010)
>>> Quem da Pátria sai, a si Mesmo Escapa de Daniela Meirelles Escobari pela Escuta (2009)
>>> O espirito na arte e na ciencia (capa dura) de Jung pela Vozes (1985)
>>> Mãos de Cavalo de Daniel Galera pela Companhia Das Letras (2006)
>>> Barba Ensopada de Sangue de Daniel Galera pela Companhia Das Letras (2012)
>>> Dificuldades De Aprendizagem de Nora Salgado Ana Maria Spinosa pela Grupo Cultural (2009)
>>> Cordilheira de Daniel Galera pela Companhia Das Letras (2008)
>>> O Pequeno Principe Em Cordel de Antoine de Saint Exupéry; Olegário Alfredo (o Mestre Gain) pela Penninha Ediçoes (2020)
>>> Pais e Filhos de Ivan Turgueniev pela Companhia Das Letras (2021)
>>> 3.000 Questões de Fonoaudiologia para Passar em Concursos de Raimundo Nonato Azevedo Carioca pela Odontomidia (2008)
DIGESTIVOS

Sexta-feira, 20/1/2006
Digestivo nº 262
Julio Daio Borges
+ de 4100 Acessos
+ 2 Comentário(s)




Música >>> Long Haired Child
Envolto numa aura de mistério quase até o final do ano passado, Devendra Banhart só podia ser encontrado – em português – no universo dos podcasts. Guilherme Werneck foi o primeiro; seguido, em Portugal, por Edgard Costa. Só, muito depois, veio o Estadão (com uma daquelas matérias “de divulgação”, feito release, bem mastigadinhas...). A primeira audição do cantor e compositor provoca uma estranheza ímpar. Afinal, Devendra tem uma voz envolvente (isso ainda existe?), canta em vários idiomas com desenvoltura e liquefaz gêneros sem que possamos identificar suas fontes de inspiração. Seu único defeito – grave – é gostar demais de Caetano Veloso. Mas, por Cripple Crow, lançado nos Estados Unidos no ano passado, está perdoado. Como sabe qualquer vendedor de discos no Tio Sam (isso ainda existe?), Devendra Banhart se situa numa faixa perdida entre os anos 60 e 70. Veio da mesma espaçonave através da qual desembarcaram, no começo – quando ainda eram bons –, Lenny Kravitz (Let Love Rule, 1989) e Black Crowes (Shake Your Money Maker, 1990). Outra referência, talvez possível, seja o poliglota Manu Chao – mas Devendra não é nem tão chato, nem tão enjoativo a longo prazo. Nem tão pop (espera-se). Reza a lenda que ele viveu na Venezuela e que andava meio perdido, com seu violão, pelas ruas de São Francisco, quando foi “descoberto” por uma gravadora (isso ainda existe?). O pessoal da YGR, que o lançou, trata-o com reverência e considera-o – isso ainda existe? – um artista. (Eu sei que você não acredita, mas vai acreditar quando escutar.) Devendra Banhart é quase ingênuo em expor-se tanto em seus álbuns. Seus discos “transpiram”. São relíquias de um tempo pré-majors do disco... Que ele pule então esse capítulo; saltando logo para o iTunes. E que cure, no processo, o autor de "Leãozinho". [Comente esta Nota]
>>> Devendra Banhart
 



Literatura >>> Metafilosofia e ficção
O que esperar da autobiografia de um filósofo? Tirando Santo Agostinho, que inaugurou o gênero – e ainda de lambuja “inventou” a psicologia – com suas Confissões, e Bertrand Russell, com sua alentada obra homônima em três volumes, ninguém sabe o que esperar de uma biografia filosófica. Mas ela floresceu, como gênero, justamente... no século da biografia, o XX. (A moda de falar de si não começou na internet.) O fato é que, recentemente, Colin McGinn arriscou-se na aventura, com A construção de um filósofo, pela Record, em 2005. Os títulos dos capítulos são inspiradores, abordando, por exemplo, a intimidante filosofia da linguagem de Wittgenstein, e outros temas tão ou mais elevados. A quarta capa ostenta o elogio de Stephen (deve ser “Steven”) Pinker e o apoio do – depois vamos saber – “amigo” Oliver Sacks. E, realmente, McGinn começa bem, revelando seus dilemas entre a psicologia e a filosofia, explorando sua relação tensa com Oxford e transformando argumentos cabeludos, como o da existência do mundo exterior, em palavras simples, fáceis de processar. Acontece, porém, que a vida pessoal de McGinn é muito árida em termos de relacionamentos e, por mais que nos interessemos por filosofia, ficamos esperando de aconteça alguma coisa. Logo nas primeiras páginas, ele deixa sugerida a sua homossexualidade, mas... mesmo assim... Parece que para compensar, no final, McGinn cai na frivolidade e precisa falar – embora não haja nenhum interesse filosófico nisso – que conheceu, numa festa, Brad Pitt e sua então esposa Jennifer Aniston. O que há de instigante, numa existência filosófica, provavelmente está lá, mas Colin McGinn podia ter falado mais de si e, ao mesmo tempo, nos poupado de seu momento Contigo. [Comente esta Nota]
>>> A construção de um filósofo - Colin McGinn - 266 págs. - Record
 



Gastronomia >>> O Conselheiro também come fast-food
O hambúrguer sobreviveu a Super Size Me, o documentário de Morgan Spurlock? Parece que não incólume. O McDonald’s, principal alvo do documentarista norte-americano, diz que não, que nada mudou, mas lançou logo um cardápio de saladas e divulgou a tão exigida tabela de calorias nas lojas. Algumas andaram fechando, por exemplo, em São Paulo e algumas outras – do Burger King – andaram abrindo. (Na Itália, o Mac perdeu a guerra para uma... padaria.) É antiga a disputa entre as duas cadeias de sanduíche, nos Estados Unidos, por menos calorias e por uma dieta mais saudável. Saudável? Já por estas bandas, Sergio Arno, o chef que virou franquia, andou colocando sua assinatura no General Prime Burger. Não deixa de ser hambúrguer, mas entra na categoria “luxo” – pelo exotismo e só. Ou nem isso: qualquer coisa que queria ser tendência hoje em dia, no Brasil, deixa de lado a – outrora na moda – palavra “trend” e adota rapidamente o termo “prime”. Já reparou? “All you need is love”... (A propaganda: no rádio e na televisão.) Mas... na contracorrente do sanduíche de mainstream, está o (ou “a”) Engenharia do Hambúrguer. O nome assusta um pouco. O que pensar? Cheeseburger com ISO 9000? Alfaces recolhidas, para o cheese-salada, na base da ISO 14000, a certificação ambiental? Fordismo? Taylorismo? Linha de montagem de sanduíches? Nada disso. Apenas uma lanchonete singela, como nos velhos tempos, no bairro do Campo Belo. Lembrando, talvez – antes da consagração –, a incipiente rede Stop Dog (que de “dog” não tinha nada), nos anos 90. Ou o Chicohamburguer, na avenida Ibirapuera, nos anos 80 e antes. A Engenharia do Hambúrguer está lá, low-profile. O dono deve ser engenheiro... Soa como uma boa justificativa. Que o engenheiro hamburguês, então, mantenha a mesma discrição, acertando no marketing tanto quanto acerta no nome da hamburgueria. [Comente esta Nota]
>>> Engenharia do Hambúrguer - Rua Pascal, nº 968 - Campo Belo - Tel. 5042-0307
 

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
19/1/2006
15h30min
Uma boa sugestão de autobiografia filosófica é o livro "Confissões de um Filósofo", de Bryan Magee, editado no Brasil pela Martins Fontes. Foi um dos livros que lí com vontade duas vezes em menos de um ano.
[Leia outros Comentários de Fabiano Caruso]
21/1/2006
12h27min
As vezes leio e releio certas matérias e fico pensando na capacidade humana de criticar obras musicais. Existe bom gosto e mau gosto, existe "a gosto do freguês"... Não sei bem onde certas opiniões querem chegar. Mas continuarei lendo até compreender melhor.
[Leia outros Comentários de Clovis Ribeiro]

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




A Cabeça Cortada de Dona Justa
Rosa Amanda Strausz (dedicatória da Autora)
Rocco
(2022)



Livro Religião O Céu e o Inferno Ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo
Allan Kardec
Lake
(1999)



Despertando para Sonhar e Poeira de Estrelas
Eduardo Bakr
Nova Fronteira
(2005)



Genealogias
Elisabeth Roudinesco
Relume Dumará
(1995)



O que há de estanho em mim 545
Gayle Forman
Arqueiro
(2016)



Livro Ardente Paciência
Antonio Skarmeta
Circo das Letras



Ponto de Origem
Nancy Osa
Nemo
(2016)



Modernização dos Portos
Carlos Tavares de Oliveira 4ª Edição
Aduaneiras/anhanguera
(2007)



Tempestade de Guerra
Victoria Aveyard
Seguinte
(2019)



Pt na Encruzilhada: Social-democracia, Demagogia Ou Revolução
Denis L Rosenfield
Leitura XXI
(2002)





busca | avançada
63685 visitas/dia
1,7 milhão/mês