Digestivo nº 463 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

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DIGESTIVOS

Quinta-feira, 27/5/2010
Digestivo nº 463
Julio Daio Borges
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Internet >>> O começo do fim do Facebook?
O establishment da internet nunca gostou muito do fato de o Facebook ser "fechado". Afinal, a Web cresceu como uma "plataforma aberta", favorável a novos entrantes, propícia à inovação etc. Enquanto o Facebook era menor que o MySpace — na década passada —, tudo não passava de uma questão de gosto. Acontece que o Facebook cresceu, ultrapassou o próprio Google em audiência, e sua iniciativa do Open Graph ameaça tomar de assalto a própria Web. E o Facebook está na mão de Mark Zuckerberg, um adolescente crescido, bilionário aos 25, que não tem exatamente um histórico de "boas práticas". Em Accidental Billionaires — que está virando filme —, Ben Mezrich conta que Zuckerberg praticamente roubou a ideia do Facebook do site Harvard Connection — enquanto era seu desenvolvedor —, e que também passou a perna em seu sócio investidor, por coincidência um brasileiro de nascimento, Eduardo Saverin (entre outras coisas). O último capítulo dessa história de 400 milhões de usuários — além do Open Graph, anunciado com estardalhaço — é um verdadeiro manifesto, que Jason Calacanis escreveu, há duas semanas, pedindo "boicote" ao Facebook. Calacanis — dono do Mahalo e empreendedor showman — solicita ao grande público que não deixe sua privacidade e seus dados na mão do Facebook (porque o site já demonstrou que não os respeita). Em paralelo, Calacanis aconselha às empresas de internet que não construam modelos de negócio dependentes do Facebook, porque, como no caso recente do Zynga, a rede social de Zuckerberg pode mudar as regras do jogo a qualquer momento, elevando seus custos e afetando suas margens negativamente. Calacanis reserva até insultos ao mesmo Mark Zuckerberg, a quem chama de "criança", acusa de sofrer da "síndrome de Asperger" (um autismo leve, que deixa a vítima desprovida de sentimentos éticos), culminando com a pecha de "ditador terceiro-mundista". As preocupações de Calacanis com o futuro da internet — que lembram as de Jonathan Zittrain, em relação às "plataformas fechadas" de Steve Jobs — parecem fazer sentido. Mas a questão, daqui pra frente, é se o establishment da mesma internet vai aderir ao manifesto. Mike "TechCrunch" Arrington — que, a propósito, descontinuou suas iniciativas com Calacanis — já frisou que, tirando os formadores de opinião, o resto da Web não parece se incomodar com a "tirania" do Facebook, apoiando, inclusive, seu crescimento. No Brasil, os internautas ainda estão em lua de mel com a rede social que substituiu o Orkut na preferência nacional, mas já podem imaginar que, ao contrário do Google, o Facebook não estará disposto a ouvir suas demandas... [2 Comentário(s)]
>>> The Big Game, Zuckerberg and Overplaying your Hand
 



Música >>> Maria Bethânia em Amor Festa Devoção
Maria Bethânia talvez seja uma das últimas sobreviventes de sua geração. Gal Costa, a comparação mais frequente, pendurou as chuteiras ainda nos anos 90, num exílio que começou em Trancoso, e cujo melhor fruto, para a humanidade, foi a pousada Estrela D'Água. Caetano Veloso, o irmão, se desencaminhou, antes ou depois de Paula Lavigne, não se sabe ao certo se pelo desbunde dos anos 90 ou se pela decrepitude musical dos anos 00. Gilberto Gil foi brilhante no Acústico (1994), depois flertou com a "ciência", aceitou o MinC (2003), voltou para a internet, mas só agora tenta se reencontrar num novo "acústico" (com o filho). Saindo dos Doces Bárbaros, Chico Buarque preferiu ser escritor, ainda que não tenha sido bom em nada (nas décadas passadas), e Roberto Carlos chamou mais a atenção por tirar um livro de circulação, apreendê-lo e sugerir queimá-lo, revivendo a censura (e a ditadura). Nesse cenário musical de terra arrasada, Maria Bethânia se mantém criativa, inquieta, aprendendo a conviver com a independência, gravando non-stop e mantendo uma rotina de shows que desafia Mick Jagger e as leis da física. Para completar, sua nova turnê, "Amor Festa Devoção", tem sido um sucesso de público (que, apesar de não entender tudo conceitualmente, termina embevecido pela força, que nunca seca, da artista). Com o cenário de Bia Lessa — que acertou bem mais que na Flip; e que se relançou no teatro em Curitiba —, Bethânia destila o vozeirão em quase 40 (sim, quarenta) números, entre dois atos e uma porção de rosas vermelhas. Sua presença cênica não encontra equivalentes nas novas gerações e sua capacidade de amarrar repertório & roteiro — além da performance — deixa as "cantorinhas" de agora — que não podem sair nem na rua sem um produtor — no chinelo (ainda que Bethânia dispense os calçados). Reabilita até Zezé Di Camargo & Luciano, que musicalmente só funcionam em cinema, sem falar nas apostas que faz em Vander Lee ("Estrela") e Vanessa da Mata ("Ê Senhora"), e nas que continua fazendo em Adriana Calcanhotto ("Tua") e Chico César & Paulinho Moska ("Saudade"). Não faltam, obviamente, clássicos em sua voz, como "Explode Coração" e "Ronda", e outros que ela, para variar, recria, como "Serenata do Adeus" (Vinicius), "Não Identificado" (Caetano) e "Vida" (Chico Buarque). Tudo isso entremeado pelo repertório de Encanteira (2009), seu último registro em estúdio, dando força ao igualmente longevo Paulo César Pinheiro e valorizando o universo das modas de viola, que, possivelmente, nunca tinham recebido tanta atenção da MPB. Aliás, Jaime Alem, seu maestro e arranjador, soube desconstruir a orquestra de Maricotinha, recriando tudo, harmonicamente, com sua musa. Maria Bethânia é, hoje, uma verdadeira embaixada da música brasileira; e esse show é, no mínimo, imperdível, para quem ama o nosso cancioneiro. Que Bethânia viva (e produza) tanto quanto Dona Canô! [2 Comentário(s)]
>>> Amor Festa Devoção
 



Além do Mais >>> O mundo pós-PC: uma visão de Steve Jobs, segundo Charlie Stross
A "computação na nuvem" não aconteceu direito no Brasil, porque o País ainda passa pela revolução do PC e, com novo impulso do governo, da chamada "inclusão digital". Mas, nos Estados Unidos, já se fala em uma era "pós-PC". Desde o advento da internet, na verdade. Acontece que o notebook não foi o substituto do desktop, nem o netbook será. Mas o iPad, o iPhone e seus concorrentes ameaçam ser. Segundo Charlie Stross — um escritor inglês que vive na Escócia — vamos, num prazo de 5 anos (enquanto o Wi-Fi evolui em capacidade, e o 4G), trocar nossas conexões via cabo, como trocamos nossas conexões via modem, pela internet que chega pelo ar, direto no tablet, esteja o usuário onde estiver. Nossos dados não vão mais ficar armazenados localmente — nos nossos HDs —, mas na chamada "nuvem", com back-ups automáticos e updates de software — "in the background" —, sem vírus (se o ecossistema da Apple, e do Mac, prevalecer). Ainda segundo Stross, Steve Jobs assiste, preocupado, ao fim da era do PC, que está se transformando em commodity: todo mundo que poderia ter, já tem; os preços vêm caindo vertiginosamente, assim como as margens; e as vendas para o Terceiro Mundo — leia-se: para nós — não vão compensar essas perdas. Stross também reconhece que a Apple é a Mercedes Benz, a Porsche ou a Ferrari dos computadores, mas Jobs não acredita que essa situação vá se sustentar no longo prazo e prefere apostar na noção de "software como serviço" (tradução: iTunes, iBooks e futuras derivações). A Apple vai se tornar a Microsoft? Charlie Stross relaciona a recente má vontade de Jobs com o Flash (ele não quer nenhum "intermediário" entre a Apple e seus consumidores), o anúncio de que o Slate, o tablet da HP, não rodará Windows 7, e a compra da Palm, pela mesma HP. Isso se não considerarmos, ainda, os esforços do rei da internet, o Google, com sua plataforma Android (para celulares), e o desenvolvimento de um tablet próprio. A Apple tem valor de mercado de 200 bilhões de dólares e o Macintosh passou dos 25 anos, Steve Jobs não quer esse legado virando pó em 2015. Contudo — segundo, mais uma vez, Stross —, a concorrência já sentiu que na floresta há fogo... [Comente esta Nota]
>>> The real reason why Steve Jobs hates Flash
 



Música >>> Duetos com Renato Russo
Com a indústria fonográfica virtualmente moribunda, era apenas questão de tempo até surgirem duetos do além-túmulo. Porque, se a programação das rádios parou no século XX, a indústria do videoclipe foi cooptada pela dos reality shows e as apresentações "ao vivo" se concentraram nas múmias ressuscitadas das décadas passadas, a indústria do disco, sem canais de distribuição e divulgação, abdicou da mesma produção, desistindo de lançar novas tendências e preferindo reembalar defuntos dos seus anos dourados. E, no universo do rock brasileiro dos anos 80, nenhuma galinha dos ovos de ouro melhor que a Legião Urbana e, na falta dessa, seu líder Renato Russo. Seria precipitado, contudo, descartar esse duetos post-mortem — musicalmente falando — apenas porque a velha indústria sofre de falta de imaginação. A imprensa, que não está muito melhor em termos de sobrevivência neste milênio, foi impiedosa. De fato, "Celeste" é o retrato de uma Marisa Monte infantilizada, pós-Tribalistas, em seis minutos de mais tatibitate. O 14 Bis, em "Mais uma Vez", poderia ter ficado só na lembrança hippie (e rural) dos anos 70 brasileiros. E Leila Pinheiro deveria poupar o mundo de sua má pronúncia em italiano, que a transformou numa fanha irreconhecível em "La Solitudine". Há, porém, bons momentos. Como Dorival Caymmi dividindo os vocais — e Renato Russo tentando alcançá-lo com galhardia — em "Só Louco". Também na casa de José Maurício Machline, uma interpretação sensível para "Esquadros", a melhor composição de Adriana Calcanhotto. Ainda, "Strani Amori" (por incrível que pareça), com uma Laura Pausini gratíssima por haverem conferido sobrevida ao seu hit no Brasil. E são OK, embora não sejam novos (nem surpreendentes): "A Cruz e a Espada", com Paulo Ricardo; e "Nada por Mim", com Herbert Vianna. Em "Cathedral Song", com Zélia Duncan, e "Change Partners", com Caetano Veloso, bastava usar a imaginação, porque são medleys ou, como se dizia, "mixagens". (O resto não fede nem cheira.) Renato Russo, tão cioso de sua imagem (ou, apenas, ególatra), provavelmente não teria aprovado a necrofilia. O fato é que os anos 90 não produziram ídolos à altura, e os anos 2000, via internet, só têm produzido iconoclastas. Esse Duetos vale pela memória — mas não pela história — de Renato Russo. [Comente esta Nota]
>>> Renato Russo Duetos
 

 
Julio Daio Borges
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