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Sexta-feira, 18/4/2003
Agora, eu era herói
Julio Daio Borges
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Digestivo nº 130 >>> Babenco não esperava, mas “Carandiru” bateu o recorde de bilheteria logo no primeiro fim de semana. E o que isso significa? Provavelmente uma curiosidade enorme pelo filme e, não podemos negar, uma “campanha” bem estruturada. É, no fundo, o que salva e o que condena a produção. Salva porque a faz viável, e legitima suas reivindicações junto à sociedade. Afinal, o longa merece ser visto pelo maior número de pessoas. Mas a inserção de “Carandiru” na lógica de mercado o condena porque, ao se transformar em produto, perde o seu grande diferencial: o choque de realidade. Assim, o espectador já se senta na cadeira sabendo que vai assistir a uma superprodução, que vendeu milhares (daqui a pouco, milhões) de ingressos, relaxa e não acredita mais em nada. O aspecto bem cuidado (por exemplo, na fotografia de Walter Carvalho) reforça essa tese. O maior presídio da América Latina (como estão repetindo a torto e a direito), de repente, se revela colorido, engraçado e até alegre. O massacre, então, converte-se em videoclipe, e em efeito cinematográfico de filme de ação hollywoodiano. Só para não ter um final feliz (uma vez que poderia: com presos tão simpáticos, tão sábios e tão “cheios de vida”). A humanização da figura do marginal (em realidade, o objetivo maior desde o livro) ultrapassa o limite do aceitável e transforma as personagens em caricatura, de um grande conto de fadas. É natural: o Brasil não absorveria o Carandiru (a casa de detenção) em toda a sua crueza, e a opção (involuntária?) de Babenco foi embalá-lo para presente. Os inquilinos do Pavilhão 9 foram finalmente admitidos em nosso círculo, como os idealizadores queriam, e em breve, com o DVD, também em nossa casa. Não é raro escutar, de alguém que acabou de sair da sessão, que faltou “realidade”. Afinal de contas, como competir, digamos, com o noticiário sensacionalista da televisão, que, outro dia, mostrou via satélite o suicídio do policial; há meses, a reconstituição do crime da garota que matou os pais; e que já rendeu um longa, por ocasião do seqüestro que terminou em morte, no Rio, o tal “Ônibus 147”. Babenco, por mais bem intencionado que esteja, chega atrasado. Ao contrário de Drauzio Varella, que com o seu “Estação Carandiru” (1999) chegou na hora certa. Nada contra a fita em si, que é imperdível, mas que, infelizmente, não vai conseguir escapar desse estigma.
>>> Carandiru
 
Julio Daio Borges
Editor
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