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Terça-feira, 13/2/2007
Meia-entrada ou meio-médico?
+ de 3800 Acessos
+ 7 Comentário(s)

No Brasil há a lei que garante meia-entrada a estudantes e maiores de 60 anos em cinemas, teatros e certos shows. Em algumas cidades, essa parcela da população também tem direito ao passe escolar, com tarifa 50% inferior à cobrada ou à gratuidade do transporte, no caso dos maiores de 60 anos. Trata-se da população inativa, ou seja, aquela que ainda não trabalha ou que já se aposentou. Portanto, nada mais justo que aliviar suas despesas mensais.

No entanto, como sempre acontece, as opiniões sobre determinado assunto não são unânimes. Assim, há quem discorde da "meia-entrada". A bonita e excelente atriz Maria Padilha mostrou sua posição sobre o tema no programa Agenda da Rede Minas, que foi ao ar na segunda semana de janeiro de 2007. Ela acha errado a meia-entrada nos eventos culturais concedida aos maiores de 60 anos e questiona: "Por que não 'meio-médico'?" Segundo ela, o governo deveria garantir atendimento médico mais acessível aos idosos e não cultura mais acessível a eles.

Ora, o atendimento médico é oferecido pelo governo nos municípios, não pela metade do preço e, sim, de graça. Todas as pessoas podem utilizar os serviços de saúde públicos, de forma preventiva ou curativa, gratuitamente, nos postos de saúde, nos hospitais, em casa (através do Programa de Saúde da Família), nas Universidades públicas. O sistema de saúde que possuímos não é o proposto na teoria, não é o ideal. Mas isso é uma outra história, mesmo lembrando que caminha para sua reformulação, sendo tema constante de reflexão na Saúde Coletiva.

Já diz a velha máxima: Mens sana in corpore sano. O que pensamos, a forma como alimentamos nosso espírito, os desafios que lançamos à nossa memória, as possibilidades que damos à nossa capacidade de criação, a liberdade que oferecemos à imaginação, tudo é saudável ao corpo. Ler um livro e assistir a um espetáculo de dança que partiu de um de seus contos, imaginar o detetive do livro policial e constatar que o ator do filme baseado no romance não é nada parecido com o que se imaginou, ouvir aquela bela trilha sonora no cinema e ir para casa cantando, encontrar antigos amigos na porta do teatro, se arrumar e se perfumar para ver o trabalho de Paulo José, como diretor ou como ator, abrir a janela, olhar como está o tempo; abrir a porta, cumprimentar o porteiro e... andar. Tudo isso é bem-estar, é saúde.

Talvez com as portas abertas para a arte, o governo possa ver, alegremente, a diminuição da procura aos consultórios médicos. Portanto, há, pelo menos, três bons motivos para a meia-entrada a maiores de 60 anos: primeiro, o valor da aposentadoria. Segundo, o fato de serem cidadãos com as mesmas necessidades de outros quaisquer e, aí, incluem-se "diversão e balé". Terceiro, eles um dia tiveram nossa idade e nós teremos a deles, isto é, o respeito à vida e o respeito ao outro independe da idade. O idoso não vai apenas ao médico e é bom que ele tenha respeito onde quer que esteja.


Postado por Juliana Galvão Marques
Em 13/2/2007 às 02h56

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01. Lobão no Roda Viva de Julio Daio Borges
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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
15/2/2007
10h25min
Esta declaração, partindo de uma artista, é bem esquisita, parece mais um tiro no próprio pé... Ela esqueceu de considerar que uma pessoa pagando "meia" pode tornar-se um ótimo divulgador de espetáculos. Essa divulgação leva muitas pessoas que pagam "inteira", a assisti-lo... Concordo plenamente que idosos não necessitam apenas de médicos, pois a cultura, em suas diversas manifestações, faz muito bem à saude.
[Leia outros Comentários de Everton Lodetti]
17/2/2007
14h11min
Essa declaração da Maria Padilha me faz achar a esquizofrenia de "O cobrador", do Rubem Fonseca, uma saída mais que natural, parodiando o personagem: "você me deve teatro, cinema, biblioteca, sanduba, sexo, saúde, alegria... você não sabe, porém você me deve, mas só me dá trabalho, este eu não quero não. E agora não quero mais meia-migalha, não, quero o todo, e vou pegá-lo à força, porque não vou ficar pagando a conta sozinho!". Este é o procedimento que os "civilizados" obrigam os enjeitados de tomar e depois mostram-se indignados com a barbárie social, aumentando assim o seu ibope!
[Leia outros Comentários de Pedro Antonio Freire]
18/2/2007
17h18min
Vejo a arte neste artigo como emprego do artista e as leis tentando dirigir o que não se consegue equacionar; esqueçamos que são idosos e pensemos que são pessoas plenas de direito, veja o quanto a meia-entrada é indigna. Ela só atende ao meio-cidadão, a meia-aposentadoria, ao meio termo da situação real. Quem sabe se os legisladores jogassem a conta a ser paga aos que governam e estabelecem justas aposentadorias por valores miseráveis, acho que é do que tratamos, as injustas aposentadorias por valores astronômicos. Estamos sendo levados a acreditar que o artista não deva defender o seu sustento, não creio; é mais fácil ver assim. Devemos desde sempre valorizar as conquistas e os artistas tanto quanto os aposentados devem defender suas posições. Falemos, pois, de meio-afeto, meia-dignidade, de se olhar no espelho, em uma certa idade, e não dar-se conta de não ter lutado, escolhido um lado, ou percebido que havia uma guerra para ser travada. Uma guerra que diz respeito a todos nós a vida toda.
[Leia outros Comentários de Carlos E. F. Oliveir]
19/2/2007
06h45min
A Maria Padilha nunca foi famosa pela inteligência, mesmo...
[Leia outros Comentários de Daniela Castilho]
19/2/2007
10h21min
"Ver de perto pra contar de certo", dito popular que me veio a cabeça quando li a matéria. Concordo que os idosos devam ter acesso a arte (e inclisive serem estimulados a isso). Mas já tiveste a oportunidade de acompanhar o atendimento oferecido a um idoso num posto de saúde? Realmente dá medo ser idoso neste país. Assuta ouvir volta e meia de minha mãe, funcionária pública aposentada: "pelo menos uma meia-entrada...". Estes cidadões trabalharam muito, contribuíram (e não só financeiramente, social e culturalmente) para o que temos hoje e sinceramente, o que eles têm de respeito? Pode parecer que não e que venho aqui defender... venho levantar a lebre: este cidadão tem a opção de pagar a meia-entrada ou pagar inteira? Infelizmente, na maioria dos casos, para eles a meia é a única opção para o acesso! Abraços.
[Leia outros Comentários de Afonso Gallindo]
19/2/2007
15h36min
A Maria Padilha é maravilhosa, né? Mesmo qdo puxa a sardinha para o seu lado. Ora, se ela já não está na casa dos 60, com certeza está pertinho, pertinho, e nada mais justo querer ter alguma segurança no futuro. Mesmo com tantas plásticas, principalmente no narizinho que a cada dia anda mais "inho", ela já atua há uns bons anos e, como deve ter trânsito livre entre os eventos culturais, nada mais justo que pense na sua (dela) saúde. Que viva mais 60 anos com essa cabecinha privilegiada que Deus lhe deu e que o cirugião plástico aprimorou. :)
[Leia outros Comentários de Andrea Augusto]
19/2/2007
18h52min
No Brasil, o estudante sofre pra conseguir comprar uma entrada nos guichês específicos que estão sempre fechados ou esgotados. É por isso que o país está cada vez mais vazio de idéias e inteligências. Em países um pouco mais sagazes, o jovem/estudante é recebido quase com beijos nos pés, porque sabem que quanto maior bagagem cultural ele adquirir, melhor produzirá no futuro.
[Leia outros Comentários de Paulo]
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