Steve Rubel, especialista em marketing digital, com 15 anos de experiência, acaba de fazer uma aposta no seu blog, o Micro Persuasion.
Steve deixou registrado, há pouco mais de dez dias, que, por volta de 2014 (daqui a seis anos portanto; eu acho que poderia ter sido cinco...), todas as formas de mídia "tangíveis" (que se possam tocar, digamos assim) estarão extintas ou em franco declínio nos Estados Unidos.
Ele não fala apenas de jornais ― hoje, uma previsão fácil de se fazer ― nem de revistas, mas, sim, de livros (Kindle 2 e afins), DVDs (oi e tchau, Blu-ray), software empacotado (estilo Microsoft) e até jogos de videogame (adeus, cartuchos, CDs, DVDs etc.).
Se alguém precisa de mais alguma prova de que a profecia de Steve Rubel se realizará, ele pergunta ao leitor: "Quando foi a última vez que você comprou um CD?". Pois é... Exatamente. Para ele, a última vez foi em 2003. Steve não compra um jornal impresso há dois anos e cancelou sua última assinatura "de papel" neste mês. "Agora, sou 100% media green".
E no Brasil? Rubel reconhece que, em outros países, pode demorar mais, porém não há como negar que se trata de um fenômeno global... Para encerrar, Steve pediu a seus leitores que votassem numa data, de quando a profecia efetivamente se cumpriria. 34% deles chamou Steve Rubel de "louco", mas os outros 63% só jogaram a profecia mais para frente no tempo...
Todas estas profecias de extinção das mídias físicas rolam há anos. É claro que no caso dos CDS isto é mais fácil de prever... Porém jornais, revistas e livros (os últimos, em especial) ainda sobreviverão por muito tempo. Apenas por serem uma fonte de informação totalmente diferente de qualquer coisa virtual... Pouquissima gente suporta ler livros na tela do computador, no seu smartphone, etc., e isso é algo que praticamente não muda, por ser simplesmente cansativo. Além de constituir outro tipo de experiência. É claro que as mídias virtuais e on-line crescerão exponencialmente nos próximos anos, não precisa ser nenhum especialista pra se dar conta disso. Mas o apocalipse do que é "físico" ainda vai demorar muito... As pessoas gostam de ter coisas, tatear coisas, colocar na estante, na prateleira... Enfim, há N questões. Abraço
Concordo com o Maurício quando ele fala da experiência do contato físico - pelo menos com mídias impressas. Até porque o contato com o computador, pelo menos pra mim, se relaciona mais com o trabalho do que com diversão. Pegar um livro para ler, folhear uma revista, escrever uma dedicatória, apesar de parecer romancear demais, não são hábitos que se perdem facilmente. Até porque são eles que nos fazem mais humanos.
Eu julgo serem os e-books e a vasta informação na cultura e em todas as áreas, disponível para todas as pessoas que se interessem, muito inovadores e maneiras ou uma formas de se democratizar a cultura para quem tem menos acesso ao dinheiro. Isso é um lugar totalmente conquistado e em forte expansão. Mas ler um livro tem um "ritual" que é impossível de se concretizar de igual forma na internet. O que não quer dizer, segundo a minha opinião, que não tenha já conquistado um novo tipo de leitor (a leitura na internet). Algo que é diferente de escolher, abrir e ler um livro. Uma coisa não rouba espaço da outra, pois são diferentes. O que poderá acontecer é a tendência ir oscilando entre uma escolha e outra, mas para já não acredito no desaparecimento quase total ou total do objecto livro.
Eu ainda compro livros e CDs, gosto do contato físico com eles e gosto da visão deles na minha prateleira... mas confesso que ando com medo de ficar parecida com o Durval, que tinha uma loja de vinil e se recusava a vender CDs, não acreditando que os vinis não seriam mais fabricados...