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Segunda-feira, 27/4/2015
Musashi e a Política
Luís Fernando Amâncio
+ de 4700 Acessos

Por Luís Fernando Amâncio

Estou lendo o livro Musashi, de Eiji Yoshikawa (1892-1962). Tem sido uma experiência bastante agradável. O livro narra, de forma romanceada, a história de Miyamoto Musashi, lendário espadachim que viveu no Japão entre 1584 e 1645. Para o leitor ocidental, o contato com a cultura nipônica é um desafio. Deve-se compreender a divisão da sociedade e o papel dos samurais (classe guerreira) no Japão daquele período, bem como não esperar o fervor romântico de uma telenovela na forma como os sentimentos amorosos são vivenciados pelos personagens.

Ainda assim, o leitor que não se intimidar com o volume de páginas será envolvido no ritmo da narrativa, que apresenta os elementos universais de uma boa aventura. E engana-se quem imagina que só de choques de espada as batalhas são compostas. Desde o princípio da trajetória de Musashi, percebe-se que a grande batalha de um guerreiro é consigo mesmo. Nesse sentido, o livro está repleto de ensinamentos do zen-budismo.

Há um interessante contexto político em Musashi. O Japão feudal vivia o princípio do Xogunato Tokugawa (1600-1868), no qual, através de inúmeras batalhas, o poder foi centralizado na cidade de Edo (atual Tóquio). O país permaneceria com o clã Tokugawa na chefia máxima militar (xoguns) até 1868, quando se iniciou a Era Meiji.

Não foi só no Japão e tampouco é algo que não continua a acontecer, mas é curioso que guerras ocorram de forma recorrente com o fim unificador. Aconteceu no Brasil, durante o Império (sobretudo no Período Regencial, 1831-1840), quando insurgentes foram combatidos, o que explica em parte nosso território continental. E costumeiramente tensões do tipo rompem no cenário internacional. Quando há discordâncias, opiniões divergentes, a violência funciona como "voto de Minerva". A guerra pacifica, pois submete os derrotados à vontade dos vencedores. Inclusive nas pequenas esferas: a palmada como instrumento pedagógico nada mais é do que a aplicação desse princípio. Na falta de acordo, o mais forte é quem está certo.

Vivemos um período bastante tumultuado no cenário político do Brasil. "Futebolizaram" nosso debate sobre política: cidadãos defendem posições e partidos como quem argumenta que seu time é melhor. Sobra paixão, mas falta respeito e disposição para ouvir quem tem opinião diferente.

Nesse cenário de tantas discordâncias, talvez apenas uma batalha, o extermínio do outro, poderia pacificar o debate. E não nos enganemos: é o que está acontecendo. Só que as armas dessa guerra não são espadas, nem lanças. As batalhas acontecem à base da disseminação de "informações" equivocadas (factoides), manipulações de dados e, sobretudo, através de muita intolerância, ódio e, sobretudo, arrogância. A cada "coxinha" e "petralha" que ouvimos por aí, presenciamos um novo capítulo de uma guerra que se constrói em cima da difamação alheia.

E com tanta exaltação, vale seguir o exemplo de Miyamoto Musashi, que se tornou o melhor espadachim do Japão com uma postura humilde de querer aprender sempre mais. Um samurai arrogante era incapaz de observar as próprias falhas e, em consequência, era alvo fácil de ser abatido.

A arrogância no debate político é igualmente danosa. Todavia, não é, necessariamente, o outro lado quem ganha: é o bom senso quem perde.


Postado por Luís Fernando Amâncio
Em 27/4/2015 às 15h09

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