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Segunda-feira, 24/8/2015
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Guilherme Carvalhal
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Uma curiosidade do mercado editorial atualmente está no lançamento de séries de livro. Obras como Harry Potter e As Crônicas de Gelo e Fogo tem como característica serem histórias que não acabam em um único livro, gerando grandes grupos de fãs que ficam à espera da próxima publicação.

É complexo compreender se esse estender das histórias obedece a questões artísticas, práticas ou simplesmente de mercado. Pela primeira, podemos pensar se essa sequência de títulos faz parte de um todo maior, estrategicamente elaborado para construir uma obra de arte maior. No segundo caso, pensa-se pela dificuldades em colocar de uma única vez um tomo de 9 mil páginas para o leitor. E no terceiro caso, essa subdivisão de séries acontece obedecendo a questões de marketing, que vai influenciando nos desfechos e deixando o leitor ávido pela próxima obra, garantindo clientes para alavancar as vendas.

Aparentemente, o que mais tem definido esse modelo de publicações em série é a questão de mercado. Obviamente que querer criar uma obra imensa e com muitas variações requer lançamentos em séries. É o caso do Senhor dos Anéis, obra que já entrou para os anais da grande literatura e é representada por vários volumes interligados. Porém, é notório que há obras que não são finalizadas apenas para manter o leitor preso e ansioso por saber qual o desfecho da história em uma obra posterior.

Basta pegar algumas das obras que figuraram recentemente entre os mais vendidos. Crepúsculo, Divergente e 50 Tons, além das obras citadas anteriormente, mostram que estender uma obra ao longo de outros títulos é uma maneira de garantir clientes. 50 Tons chegou ao ponto de recontar a mesma história sob a perspectiva de um outro personagem. Difícil crer que essa nova história foi concebida unicamente sob uma visão artística; mais parece que foi escrita para atender a um desejo do leitor.

A sociedade midiática e sua propensão a gerar ídolos colabora para esse esquema. Assim como esportistas, músicos e atores se tornam captadores de fãs, escritores também o fazem. No Brasil são poucos nesse patamar, mas nomes internacionais como Nicholas Sparks, Kiera Cass e John Green conseguem obter vendagens independentemente do livro. É um filão excelente para se publicar obras que es estendem a perder de vista.

É interessante notar também como esse modelo de publicações está intimamente ligado com TV e cinema. Da mesma maneira como nessas duas mídias é corriqueiro haver o intervalo no meio da sequência de uma obra, no livro tem ocorrido o mesmo. Se houve um tempo em que o cinema foi influenciado pela literatura, agora o movimento inverso vem ocorrendo. Há publicações atuais em que se deve questionar se o autor se propôs a fazer literatura ou roteiro de cinema (sem contar a tentação que muitos devem ficar de conseguir transformar sua obra em filme).

Esse recurso está bastante presente na literatura. Proust leva o leitor ao longo de sete livros em seu monumental Em Busca do Tempo Perdido. Machado de Assis utilizou personagens de uma obra em outra, caso do Comendador Aires e de Quincas Borba. James Joyce utilizou Stephan Dedalus, personagem de Retrato do Artista Quando Jovem, em Ulisses. Até mesmo Dom Quixote foi publicado em dois volumes. Nesses casos, é notório que o transitar de uma obra para outra segue questões estéticas.

Não há problema algum nessas histórias que se desenrolam ao longo de muitas obras. O que podemos considerar um problema é quando ocorre desonestidade intelectual do autor para com o leitor. Se uma história pode ser encerrada em um único volume, querer levá-la adiante para garantir vendas é enganar quem gosta da obra. Esse modelo se torna referencial, e quando olhamos para aquelas obras nitidamente sem qualidade e que só existem para atender a segmentos de mercado (caso das Cinderelas pornográficas que vem se multiplicado) notamos que essa é uma tendência bastante presente.

Cada vez mais vemos essa mescla entre mídias, até porque começamos a ter gerações nascidas em um ambiente altamente midiatizado chegando à vida adulta. E é óbvio que as linguagens narrativas vão cada vez mais fazer parte do trabalho literário. Talvez chegamos a um momento em que livros tenham ao final um aviso de Continua no Próximo Episódio.


Postado por Guilherme Carvalhal
Em 24/8/2015 às 13h11

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