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Domingo, 30/8/2015
É para ter medo de Virginia Woolf
Guilherme Carvalhal
+ de 3100 Acessos



Um dos filmes mais perturbadores já realizados, Quem Tem Medo de Virginia Woolf (1966) é uma obra pesada dirigida pelo então estreante Mike Nichols, baseada na peça do dramaturgo Edward Albee. É um filme de apenas quatro personagens, que com um mínimo de cenas consegue passar uma mensagem demolidora e incomodar o espectador.

O nome da peça é uma alusão a Os Três Porquinhos e à frase Quem tem medo do lobo mau? (Who's Afraid Of The Big Bad Wolf?, no original). Ele retrata a temática do filme, a de pessoas que se afrontam com presunção querendo mostrar às demais sua superioridade.

O filme começa mostrando o casal Martha (Elizabeth Taylor) e George (Richard Burton), ambos em espetacular atuação. A maneira como os dois dialogam, cheios de agressividade, desrespeito e sarcasmo, mostra o nível disfuncional da relação. Martha conta que receberão a visita do casal Nick e Honey, com quem seu pai possui contatos, durante a noite e essa presença inesperada causa desconforto em seu marido, que aceita a contragosto.

Essa primeira cena já é fundamental para o desenrolar do filme. Martha é mostrada como uma mulher controladora e obsessiva, enquanto George é submisso, apesar de em vários momentos se defender à altura dos desmandos dela. O casal é de classe média alta, levando um estilo boêmio parecido com o das histórias de F. Scott Fitzgerald. Além disso, a discrepância financeira dá a tônica: George é professor universitário em uma universidade em que o pai de Martha é diretor. O estilo de vida deles é bancado pela família rica dela e George precisa agir de maneira servil para manter seu padrão.

Quando Nick e Honey chegam, os atritos entre George e Martha começam a se tornar mais evidentes. O nível de humilhação com o qual Martha trata seu marido vai criando uma atmosfera tensa, sendo que muitas vezes ele a responde. Então surge um detalhe fundamental que se permeia ao longo da história, um filho do casal sobre o qual nenhum dos dois falam em consenso.

Se Nick e Honey no começo surgem como um casal equilibrado, aos poucos suas idiossincrasias vão aparecendo, envolvidos pela loucura dos outros dois. Assim como George, Nick também é casado com uma esposa de família rica. Já Honey passou por uma gravidez psicológica, alimentando a mesma fantasia de Martha, a de possuir um filho que não existe. Ou seja, Nick e Honey surgem como uma versão mais nova de George e Martha.

Toda a história se desenrola em uma série de jogos e discussões, no qual humilhar o outro significa sair ganhando. Cada um dos personagens vai sendo revelado aos poucos nesse embate, envolvendo flertes não com um objetivo sexual, mas de causar danos ao outro. O próprio George levanta a sugestão de jogarem um jogo, mostrando como a relação entre eles é sustentada pela necessidade de se sair vitorioso.

A existência de um filho é um ponto central da história. As informações dadas sobre George e Martha a respeito do garoto são continuamente conflitantes, deixando uma brecha se ele existe de fato ou não. Esse ponto é uma das principais ideias do filme, a das relações humanas baseadas em ilusões, não havendo de fato um elo entre as pessoas. É isso o que sustenta a relação entre George e Martha e o que acaba resvalando em Nick e Honey, uma série de interesses e fantasias, relações tão frágeis em que mentiras e quimeras servem para preenchê-las.

O diretor Mike Nichols conseguiu reproduzir nas telas uma estética muito parecida com a do teatro. O filme conta com poucos cenários, se passando majoritariamente na sala de estar da casa de Martha e George. A estrutura baseada plenamente nos diálogos e nas interações entre os personagens ressoa muito à dramaturgia.

Quem Tem Medo de Virginia Woolf? foi um filme bastante premiado, levando cinco estatuetas do Oscar, incluindo o de melhor atriz para Elizabeth Taylor. Mike Nichols iniciou uma carreira produtiva, que deixaria outros filmes conhecidos como A Primeira Noite de Um Homem e Closer — Perto Demais. E logo de cara brindou o mundo com uma obra crua sobre relações humanas e sobre sua existência.


Postado por Guilherme Carvalhal
Em 30/8/2015 às 15h48

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