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Quinta-feira, 19/5/2016
Madrugadores da Avenida Olivia Flores
Ezequiel Sena
+ de 5200 Acessos

Quando o corpo se acostuma a despertar no silêncio denso da madrugada, é praticamente impossível voltar a dormir. Se forçar, a cabeça protesta — uma dor insistente se instala. O acordar cedo, que era um tédio na juventude, agora dá lugar ao prazer. Levantar e apreciar o nascer do sol e a primeira luz no horizonte é maravilhoso.

O melhor a fazer é saltar da cama, dar um basta na preguiça, sair ao tempo e deixar os olhos abrirem os caminhos para um novo dia. São 4h55 em Vitória da Conquista, BA. Na Avenida Olívia Flores, os amigos já me esperam. Não demora muito e a pista se enche das vozes dos apressados madrugadores — tudo em nome da saúde.

Não acordar cedo para caminhar com esse pessoal é como sentir que falta algo. A caminhada perde a graça, o tempo se arrasta. Prefiro me juntar a eles.

A turma dos chamados “homens de bem” não dá moleza: anda pra valer. Percorre a pista, todo santo dia, até a curva de entrada da Universidade Estadual do Sudoeste (Uesb), num percurso de quase seis quilômetros.

Muito bom esse contato diário. É mais do que exercício — é elo. Fortalece laços, renova ânimos e espalha alegria!

Logo que o dia clareia, principia o formigueiro humano: senhores e senhoras andantes, ciclistas, velocistas de todo tipo. E lá vamos nós. De repente, surge um grupo de belas moças, como se flutuassem pela estrada. Todas bem vestidas, com malhas coloridas coladas ao corpo, desenhando com harmonia cada curva. Dá até a impressão de que as roupas foram costuradas com elas dentro — de tão bem moldadas.

É inevitável a contemplação. Com todo respeito, claro!

Feito bobos, um olha para o outro, meio sem graça, enquanto elas passam à nossa frente, rumo ao bendito final da pista.

— Viu aí? — escuto alguém perguntar, como se fosse possível não ver tamanha exuberância!

A natureza é perfeita. Mulheres bonitas carregam consigo a majestade de suas geografias naturais. Que me perdoem as feias — como escreveu Vinícius de Moraes, num tempo em que se diziam essas coisas sem pensar muito...

Esse “colírio em movimento” suaviza as batidas do coração e ajuda o sangue a circular com delicadeza pelas veias. Dizer mais o quê?

O dia já nasceu. O sol, ainda manso, já não é apenas um bocejo avermelhado por trás da serra. O verde do pasto se anima a crescer, mas, em nome do progresso, vai cedendo espaço às novas edificações.

Mais à frente, avistam-se os prédios do SESI/SENAI/IEL, da Justiça Federal, do Novo Fórum Estadual e do Ministério Público.

Outros caminhadores, também fugindo do sedentarismo, nos cumprimentam pelo caminho. É hora de a turma colocar o papo em dia. Uns tentam atrair a atenção dos parceiros com comentários diversos. Todos têm, na ponta da língua, uma visão crítica sobre o jogo do time do coração, as extravagâncias do fim de semana, as experiências vividas no trabalho — ou se ufanam das conquistas do passado.

A caminhada segue. Lá vamos nós, quando, de repente, por alguma razão que nem Deus explica, um resolve chamar o outro pelo apelido.

Pra quê? Foi a gota d’água! O grupo inteiro cai na gargalhada, numa chacota sem igual.

Apelido é assim: vira praga. Igual a erva daninha, espalha-se como água morro abaixo ou fogo morro acima. Se o sujeito fizer cara feia — coitado! — ninguém segura o riso. A pecha gruda e o condena ao fogo dos infernos. Que o Pai Poderoso tenha dó da criatura! O homem virou uma fera. Nervoso, vermelho como brasa, fez ameaças, quis brigar. Felizmente, a turma do “deixa disso” aparece e a paz volta a reinar. Resolve-se dar um basta. Mesmo porque, naquele momento, ninguém era doido de cutucar o insultado.

Ainda bem! Caminhada em grupo de amigos é assim mesmo. É como uma fenda aberta: aquilo que parece vazio, nela, pode se encher de tudo.

Ezequiel Sena é escritor e membro da Academia Conquistense de Letras


Postado por Ezequiel Sena
Em 19/5/2016 às 11h48

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