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Sexta-feira,
16/6/2017
Emprego público protege quem não precisa?
Felipe Pait
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Há diversos erros na argumentação do
artigo publicado hoje no Pasqüim.
1 - É verdade que o setor público remunera melhor que o privado trabalhadores com pouca escolaridade. Porém os trabalhadores muito qualificados, como professores universitários, recebem no serviço público menos do que no mercado de trabalho competitivo.
O quadro geral é mais complexo que isso: o judiciário oferece remunerações excessivas para alguns; e há muitos diplomados fazendo trabalhos de pouca sofisticação, recebendo mais do que o serviço vale. Isso reforça que a análise do artigo é enganosamente simplista.
2 - A estabilidade em alguns casos tem justificativas necessárias. Os exemplos mais claros são juízes - a estabilidade é indispensável para a autonomia nas decisões; e cientistas em áreas extremamente especializadas - ninguém vai investir numa carreira na qual não há mercado líquido de empregos sem garantia de estabilidade.
Tenho a impressão de que são justamente os casos em que ela é mais necessária que geram mais alvoroço entre os opositores da estabilidade. Isso enfraquece mortalmente o argumento racional que o artigo busca apresentar.
É fácil para um pesquisador numa área de interesse de massa não compreender a necessidade da estabilidade. Um pesquisador em econometria ou em engenharia da computação pode facilmente passar de um emprego universitário para outro, ou para um trabalho não acadêmico. Um especialista em história medieval, ou em geometria diferencial, precisa da estabilidade para embarcar num programa de pesquisa com duração de décadas. Um economista deveria ser capaz de compreender isso.....
Postado por Felipe Pait
Em
16/6/2017 às 10h03
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