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Terça-feira,
30/11/2021
A cor da tarja é de livre escolha
Marco Garcia
+ de 2000 Acessos
Oi, Edson. Tranquilo?
Dentro do possível, seu Douglas.
Algum problema, filho?
Os de sempre, mas tem um assunto aí consumindo as ideias.
Se quiser compartilhar, tenho tempo. Mas, antes, me serve um pretinho curto sem açúcar.
Fica em paz, seu Douglas. Vou incomodar o senhor com as minhas pirações não.
Como de costume, Edson abriu o bar às 5h30 da manhã.
Fez café, ajeitou os salgados na vitrine e conferiu os trocados do dia anterior.
Naquele momento, enquanto atendia no balcão o dono da loja de artigos religiosos, estava resignado.
Por muito pouco não ligara para o proprietário do "Vem quem quer", o bar onde trabalha, para pedir folga naquele dia.
Estava moído. A noite havia sido cansativa demais, dessas preparadas por espíritos sem luz.
Passara a madrugada numa via crucis pelos cemitérios da cidade, procurando por sua mãe, esquizofrênica.
Quando está em surto, dona Lurdes adota a alcunha "Menininha", uma mensageira espiritual com a missão de visitar túmulos e contar histórias para ninar os mortos.
Passou pelo Quarta Parada, Vila Alpina, São Luiz e, após rápida procura pelos cemitérios da Saudade e do Araçá, encontrou sua genitora no Campo Grande.
Junto ao túmulo do rapper Sabotage, toda de branco e com uma rosa vermelha na mão, ela declamava 'O Homem na Estrada', dos Racionais.
Ele sente falta dos palcos, Edson.
Terminou, mãe? Deixa o Sabota descansar. Ele dorme faz tempo.
"A gente sonha a vida inteira e só acorda no fim"... Tenha uma boa noite, Maurinho.
Agora podemos ir. Ainda tenho uma reunião com o Daime. Ele ficou de me passar as coordenadas de amanhã.
Postado por Marco Garcia
Em
30/11/2021 às 20h03
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