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Terça-feira, 19/2/2008
Por dentro do Joost: o suco da internet com a TV
Tati de Roterdã
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Que companhia senão uma inovadora, ponta de lança, colocaria uma artista de mídia, ex-psicóloga, em um departamento tradicionalmente ocupado apenas por engenheiros, teria dezessete nacionalidades diferentes em um escritório com cinqüenta pessoas e o diretor de engenharia... uma mulher linda e elegantérrima? Em quantas empresas você pode chamar o presidente pelo primeiro nome e mandar e-mails como se ele fosse um amigo qualquer?

Pego freezbee no ar a qualquer momento do dia (literalmente), estou aprendendo a jogar futebol de mesa e pensando em virar maratonista (tem três maratonistas no escritório de Leiden). Os engenheiros que trabalham no Joost, a companhia de televisão pela internet, são daquele tipo que trabalham porque amam o que fazem, e isso já é motivação suficiente para dar tudo o que têm. São, por exemplo, como os que programaram o Linux e os aplicativos chamados de open source. Os engenheiros que começaram a trabalhar aqui desde o começo da empresa vieram dessas companhias-chave do mundo internacional dos aplicativos: para os insiders, Mozilla, Apache etc.

Hoje, um fabricante de móveis apareceu com muitos sofás, um para cada departamento. Como o colega que me ajudou a escolher o sofá, para o departamento onde eu trabalho, é da Austrália, escolhemos um sofá colorido e florido. Uma tentativa de dar um ar de natureza mais quente e ensinar aos dois finlandeses do departamento que nem só de gelo vive o homem.

O outro colega na mesma sala, um francês, assiste constantemente um programa que para mim virou o símbolo do que eu imagino que seja uma televisão global, transmitida pela internet: uma plataforma onde pequenos produtores de filme e televisão possam mostrar o que fazem e ganhar dinheiro com isso. Uma chance grande de ter mais diversidade no espaço dominado pelos sitcoms americanos e programas afins.

A série que o meu colega assiste o dia inteiro é um seriado policial feito em Burkina Faso (já pensou em seguir fielmente uma série policial de Burkina Faso?). A série é uma graça! Muito mais ingênua do que os policiais americanos que estamos cansados de conhecer. Feita com tão pouco recurso que um só ator encena todos os bandidos, e retrata um mundo que eu não conhecia. A África não é só fome e guerra. A série abre com uma música simples, mas tão legal que faz o meu dia. Quem quiser (e souber falar francês), pode usar este link para abrir os programas no Joost.

Vocês acham que o fato de essa e várias outras séries, filmes e programas serem em outra língua é um empecilho? Isso vai mudar rapidinho. Um grupo de programadores da Romênia desenvolveu um programa que pode ser acoplado ao Joost e possibilita que sejam colocadas legendas. Por as legendas em português no Commissariat de Tampy, ou em qualquer língua, é só alguém se voluntariar. Ninguém no Joost tem problema com o fato de que quem fez esse programa foi um grupo de desconhecidos da Romênia. Essa é que é a idéia: existe a possibilidade de programar pequenos plugins, os widgets, para o aplicativo. Qualquer um que saiba programar um pouco pode fazer esses widgets.

No Joost tem engenheiro que anda descalço, como se estivesse indo para a praia, ou de meia, como se estivesse em casa; e tem gente que aparece no trabalho só depois das onze. Eu tenho colegas com os quais eu me comunico todos os dias sem nunca tê-los encontrado pessoalmente. Eu trabalho, fofoco e sei das coisas pelo Skype.

Com tudo isso, nunca vi gente produzir tanto e com tanta rapidez como aqui. Nunca trabalhei com tanta gente inteligente. Fiquei com o maior orgulho quando vi que a inglezinha simpática com cara de adolescente ― que de quando em quando vem para reuniões em Leiden ―, tem PhD em econometria pela Harvard (e só tem 27 anos de idade).

Com um time dessa qualidade, é possível inovar a todo o momento, mudar de rumo, pôr o mundo e a empresa de cabeça pra baixo. Coisa que eles fazem com bastante freqüência. O presidente é ex-surfista e diz, nas próprias palavras, que sabe muito bem o que significa procurar a onda certa e pegá-la no momento em que ela chega. E que, se a onda passar, sabe esperar pela próxima.

O diretor de arquivos foi guitarrista numa banda punk de alguma fama na Inglaterra dos anos 80. Dizem as más línguas que os punks daquele tempo eram garotos e meninas que, sabendo tocar apenas três acordes, não queriam fazer música, queriam é mudar o mundo. O Joost quer, de certa forma, isso também. Só que eles conhecem todos os acordes! No mais, precisa-se de uma "mentalidade punk" idealista e irreverente para poder pegar essa onda. Existem dois mercados que estão às portas de uma mudança radical por causa da internet e do constante aumento do potencial dela: um é a indústria da música e o outro é a televisão.

Um sintoma da mudança na indústria da música é o iPod e a venda de música por unidade. Isto é, se você gosta de uma música, dá para comprar só ela e não o CD inteiro por causa dela. Esse fato muda a maneira como o dinheiro é distribuído nesse mercado.

Sobre a outra indústria, a da televisão, estamos todos sendo testemunhas de uma mudança que ninguém sabe ainda exatamente onde vai dar. É como o presidente do Joost diz: estamos, todos os envolvidos na indústria da televisão, trabalhando para ver para onde ela vai, e ninguém tem a fórmula ainda. O que estamos vivendo se pode comparar ao começo da televisão, quando não existiam ainda programas feitos para aquela mídia recém-inventada.

(Joost se pronuncia "djust" porque o nome é uma brincadeira com a palavra "juice" que significa suco, em inglês. Uma dica: acompanhem o site do Joost, as surpresas ainda não terminaram!)

Nota do Editor
Tati assina também o blog sobre mídia.


Tati de Roterdã
Roterdã, 19/2/2008

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