Cego, surdo e engraçado | Adriane Pasa | Digestivo Cultural

busca | avançada
55760 visitas/dia
2,1 milhões/mês
Mais Recentes
>>> Eduardo Sued - 100 anos || Galeria Mayer Mizrahi
>>> Comédia sobre barulho estreia em meio a reação de SP à poluição sonora
>>> Festival da Linguiça de Bragança celebra mais de 110 anos de seu principal produto, em setembro
>>> Rolê Cultural do CCBB celebra o Dia do Patrimônio com visitas mediadas sobre memória e cultura
>>> Transformação, propósito, fé e inteligência emocional
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Ozzy Osbourne (1948-2025)
>>> Chegou a hora de pensar no pós-redes sociais
>>> Two roads diverged in a yellow wood
>>> A dobra do sentido, a poesia de Montserrat Rodés
>>> Literatura e caricatura promovendo encontros
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
Colunistas
Últimos Posts
>>> Tom Brown, fundador da Anthropic
>>> Beraldo e D'Avila comentam Dino e a Magnitsky
>>> Into the Void by Dirty Women
>>> André Marsiglia explica a Magnitsky
>>> Felca sobre 'adultização'
>>> Ted Chiang sobre LLMs e veganismo
>>> Glenn Greenwald sobre as sanções em curso
>>> Waack: Moraes abandona prudência
>>> Jakurski e Stuhlberger na XP (2025)
>>> As Sete Vidas de Ozzy Osbourne
Últimos Posts
>>> Jazz: música, política e liberdade
>>> Política, soft power e jazz
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Vagas Llosa no YouTube
>>> Andrej Karpathy na AI Startup School (2025)
>>> O Próximo Minuto, por Robson Pinheiro
>>> Entrevista com Spacca
>>> Charges e bastidores do Roda Viva
>>> A biblioteca de Rodrigo Gurgel
>>> O belo e o escalafobético
>>> Defesa dos Rótulos
>>> Da decepção diante do escritor
>>> Tapa na pantera e a casa do lago
Mais Recentes
>>> Livro A Vitória Da Infância de Fernando pela Ática (2007)
>>> Os Seres Vivos de Carlos Barros pela Ática (1984)
>>> Para Sempre de Kim Carpenter pela Novo Conceito (2012)
>>> Biologia Das Células Volume 1 de Gilberto Amabis Jose Mariano^martho pela Moderna (2005)
>>> Faca O Que Tem De Ser Feito de Bob Nelson pela Sextante (2006)
>>> A Lenda Do Violeiro Invejoso de Fábio Sombra pela Escarlate (2014)
>>> Vampirismo de J. Herculano Pires pela Paideia (2009)
>>> Livro High School Musical 2 Um Romance Adolescente de Disney pela Abril (2007)
>>> Problemas brasileiros - Vol. 02 de Barbosa Lessa pela Globo (1980)
>>> O Tarô Zen De Osho de Osho International Foundation pela Cultrix (2000)
>>> Almanaque do Ziraldo de Luis Saguar pela Melhoramentos (2007)
>>> Livro Sinal de Menos de Flávio Villa Lobos pela Komedi (2002)
>>> Morte E Vida De Charlie St. Cloud de Ben Sherwood pela Editora Novo Conceito (2010)
>>> As Cronicas De Narnia: A Viagem Do Peregrino Da Alvorada de C.s. Lewis pela Wmf Martins Fontes (2010)
>>> Atlas Histórico Do Paraná de Jayme Antônio Cardoso ; Cecília Maria Westphalen pela Graf (1981)
>>> Lógica e jogos lógicos de Z. P. Dienes; E. W. Golding pela Herder (1969)
>>> O Resgate Do Tigre de Colleen Houck pela Arqueiro (2013)
>>> Belo Mundo, Onde Você Está de Sally Rooney pela Companhia das Letras (2021)
>>> Livro Temas Roubados de Anchella Monte pela Sebo Vermelho (2006)
>>> A Viagem Do Tigre de Colleen Houck pela Arqueiro (2013)
>>> Gandhi - Minha vida é minha mensagem de Jason Quinn e Sachin Naggar pela Eureka (2024)
>>> O Destino Do Tigre de Colleen Houck pela Arqueiro (2014)
>>> Os Pecados E As Virtudes Capitais de Felipe Aquino pela Cleofas (2008)
>>> Revista Calafrio nº 30 - Editora D'Arte de Reinaldo de Oliveira pela D'Arte (1986)
>>> A Maldição Do Tigre de Colleen Houck pela Arqueiro (2011)
COLUNAS

Sexta-feira, 19/4/2013
Cego, surdo e engraçado
Adriane Pasa
+ de 5100 Acessos

Nunca ouvi tanta gente falando de um filme do Haneke como agora, sobre sua obra mais recente, Amour (Michael Haneke, 2012), que concorre ao Oscar deste ano e por isso até a "massa" está comentando. Eu vi e não achei tudo isso. Não é meu Haneke preferido (e ele é meu preferido, depois de David Lynch) e está longe de ser porque pra mim faltou a ousadia peculiar que o diretor sempre coloca, aquela sensação de estranhamento e dúvida que acompanha suas histórias. Vou receber uma enxurrada de críticas, mas tudo bem. O ódio é primo do amor, não? Se eu fosse mais spoiler criticaria ainda uma cena do final em que ~todo mundo se chocou~, mas não farei isso assim, de graça. Acho que as pessoas se comovem demais (ou querem parecer comovidas) com um tipo de amor convencionado, aquele que dura mil anos na tristeza ou na alegria, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, que carrega o sofrimento. A visão de amor é geralmente reduzida a duas coisas: a uma paixão avassaladora à primeira vista (que hoje está ~super~ na moda) ou à imagem daquele casal de velhinhos contemplando juntos a linha do horizonte. Tudo bem, é uma coisa linda, mas há várias outras formas de amar e de viver um grande amor, inclusive, dentro do próprio amor de muitos anos de convívio.

Tentar definir o amor é reduzi-lo, então vou parar por aí. Vou citar alguns filmes que mais me marcaram dentro deste tema e que são, para mim, histórias de amor intensas, bonitas e que fazem a gente ampliar nossa cegueira, ops, visão. Começo com o amor construído, descoberto e sensível de O Despertar de uma Paixão (John Curran, 2006), sim, sei que o nome nacional é péssimo. O nome original é The Painted Veil. Baseado no romance homônimo de William Somerset Maugham, com os excelentes Edward Norton e Naomi Watts (meus atores prediletos ) é, de longe, meu "filme de amor" preferido. É um amor que começa aristocrático, passa pela traição e depois cresce na admiração. Com uma trilha sonora de tirar o fôlego, uma história dramática em tempos de cólera, se passa em Guilin, região chinesa de Guangxi. Mostra como um contexto pode transformar o que sentimos. O mais incrível deste filme é que cada detalhe desta transformação de amor é cuidadosamente revelado em cenas e diálogos sutis, para quem observa com o coração. É de chorar três dias.

Um filme que não canso de assistir é Encontros e Desencontros (Sofia Coppola, 2003). Esta história de amor é daquelas que duram poucos dias, mas ficam eternizadas na mente. Duas pessoas solitárias que encontram uma na outra um mundo paralelo, um lugar para entregar seus desertos. Aquele amor que parece com amizade, aparentemente calmo, que a gente fica torcendo para "acontecer algo". E acontece tudo, dentro do possível.

As Pontes de Madison (Clint Eastwood, 1995), baseado num romance, é um filme sem pieguices. Poderia ser um clichê mal feito, mas é tão sincero, tão honesto, que simplesmente nos colocamos no lugar dos personagens. Uma dona de casa que mora no meio do nada e que de repente conhece um fotógrafo e ai, meu Deus. Um amor de tirar o fôlego, que dura poucos dias e é amor de decisão. Bom, e qual amor não é?

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Michel Gondry, 2004) não é um filme que me emocionou tanto, mas a ideia é fantástica e original e a história é construída de uma forma genial. Imagine se você pudesse, a partir de uma máquina, apagar de sua memória a pessoa que ama e que não ama você? Ou apagar um amor que te magoou e começar de novo sem a lembrança do passado? O casal é formado pelos atores Jim Carrey e Kate Winslet, excelentes nos papéis.

Melhor é Impossível (James L. Brooks, 1997) é um filme obrigatório. Como não amar um obsessivo-compulsivo interpretado por Jack Nicholson e que escolhe só as calçadas brancas para pisar? É o clássico da recusa do amor até que água mole em pedra dura tanto bate até que fura. E a Helen Hunt tá linda.

Sobre o amor gay, recomendo De Repente, Califórnia (Jonah Markowitz, 2007). Sincero, triste, delicado. Em meio a problemas familiares, um rapaz descobre sua sexualidade e os conflitos que vêm com ela, num cenário de praia e muito surf. É um filme que vai muito além de Brokeback Mountain.

E para tocar no reino das comédias românticas, pra ninguém dizer que eu só falo de dramas, Alguém Tem que Ceder (Nancy Meyers, 2003) é um clássico moderno deste gênero. Um roteiro impecável e atuações ótimas de Jack Nicholson e Diane Keaton, que todo mundo deveria assistir. Fala de clichês de uma forma leve e divertida.

Esses dias li um texto que dizia que o amor também nasce do encontro entre almas inquietas com o mundo a sua volta. Amores de revolução são assim, os que fazem o mundo mudar e se hoje estamos aqui, vivos e lendo coisas na internet, é porque várias destas almas inquietas se apaixonaram e prepararam o terreno pra gente. Um dia escrevo um post só sobre filmes de amor assim, "revolucionários".

E pra provar que o amor tem tudo a ver com humor, amizade e é muito mais gostoso quando a gente encontra alguém que nos faz rir, termino com esta cena memorável do filme Harry e Sally - Feitos um para o outro (Rob Reiner, 1989), que também é uma clássica comédia, em que Meg Ryan simula um orgasmo num restaurante. Se o amor não fosse cego, estaríamos perdidos.



Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pela autora. Originalmente publicado no blog Cinema Sem Blá Blá Blá.


Adriane Pasa
Curitiba, 19/4/2013

Mais Adriane Pasa
Mais Acessadas de Adriane Pasa em 2013
01. Um Lugar para Fugir Antes de Morrer - 15/5/2013
02. Cego, surdo e engraçado - 19/4/2013
03. A grama do vizinho - 23/12/2013
04. Dooois ou um? - 28/10/2013
05. A verdade somente a verdade? - 26/8/2013


* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site



Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Teatro de Cordel, Peças e Ensaios
Armindo Bião
P55
(2012)



Europe 1815-1914
Gordon A. Caing
Rinehart and Winston
(1966)



Coma e Seja Feliz
Elizabeth Somer
Thomas Nelson
(2010)



Pós Neoliberalismo
Emir Sader (organizador)
Paz e Terra
(1995)



Um homem de sorte
Nicholas Sparks
Novo Conceito
(2011)



This Crazy Vegan Life: A Prescription for an Endangered Species
Christina Pirello
HP Books
(2008)



Eleanor & Park
Rainbow Rowell
Novo Século
(2014)



Lasar Segall - Textos Depoimentos e Exposições
Museu Lasar Segall Biblioteca Jenny K. Segall
Museu Lasar Segall
(1993)



Figuras de Sombra (fáceis de fazer com as mãos)
Eduardo San Martin
Bestiário
(2023)



Livro Comportamento Adestramento Inteligente Técnicas De Adestramento e Solução de Problemas de Comportamento
Alexandre Rossi
Saraiva
(2012)





busca | avançada
55760 visitas/dia
2,1 milhões/mês