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Sexta-feira, 19/4/2013
Cego, surdo e engraçado
Adriane Pasa
+ de 5100 Acessos

Nunca ouvi tanta gente falando de um filme do Haneke como agora, sobre sua obra mais recente, Amour (Michael Haneke, 2012), que concorre ao Oscar deste ano e por isso até a "massa" está comentando. Eu vi e não achei tudo isso. Não é meu Haneke preferido (e ele é meu preferido, depois de David Lynch) e está longe de ser porque pra mim faltou a ousadia peculiar que o diretor sempre coloca, aquela sensação de estranhamento e dúvida que acompanha suas histórias. Vou receber uma enxurrada de críticas, mas tudo bem. O ódio é primo do amor, não? Se eu fosse mais spoiler criticaria ainda uma cena do final em que ~todo mundo se chocou~, mas não farei isso assim, de graça. Acho que as pessoas se comovem demais (ou querem parecer comovidas) com um tipo de amor convencionado, aquele que dura mil anos na tristeza ou na alegria, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, que carrega o sofrimento. A visão de amor é geralmente reduzida a duas coisas: a uma paixão avassaladora à primeira vista (que hoje está ~super~ na moda) ou à imagem daquele casal de velhinhos contemplando juntos a linha do horizonte. Tudo bem, é uma coisa linda, mas há várias outras formas de amar e de viver um grande amor, inclusive, dentro do próprio amor de muitos anos de convívio.

Tentar definir o amor é reduzi-lo, então vou parar por aí. Vou citar alguns filmes que mais me marcaram dentro deste tema e que são, para mim, histórias de amor intensas, bonitas e que fazem a gente ampliar nossa cegueira, ops, visão. Começo com o amor construído, descoberto e sensível de O Despertar de uma Paixão (John Curran, 2006), sim, sei que o nome nacional é péssimo. O nome original é The Painted Veil. Baseado no romance homônimo de William Somerset Maugham, com os excelentes Edward Norton e Naomi Watts (meus atores prediletos ) é, de longe, meu "filme de amor" preferido. É um amor que começa aristocrático, passa pela traição e depois cresce na admiração. Com uma trilha sonora de tirar o fôlego, uma história dramática em tempos de cólera, se passa em Guilin, região chinesa de Guangxi. Mostra como um contexto pode transformar o que sentimos. O mais incrível deste filme é que cada detalhe desta transformação de amor é cuidadosamente revelado em cenas e diálogos sutis, para quem observa com o coração. É de chorar três dias.

Um filme que não canso de assistir é Encontros e Desencontros (Sofia Coppola, 2003). Esta história de amor é daquelas que duram poucos dias, mas ficam eternizadas na mente. Duas pessoas solitárias que encontram uma na outra um mundo paralelo, um lugar para entregar seus desertos. Aquele amor que parece com amizade, aparentemente calmo, que a gente fica torcendo para "acontecer algo". E acontece tudo, dentro do possível.

As Pontes de Madison (Clint Eastwood, 1995), baseado num romance, é um filme sem pieguices. Poderia ser um clichê mal feito, mas é tão sincero, tão honesto, que simplesmente nos colocamos no lugar dos personagens. Uma dona de casa que mora no meio do nada e que de repente conhece um fotógrafo e ai, meu Deus. Um amor de tirar o fôlego, que dura poucos dias e é amor de decisão. Bom, e qual amor não é?

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Michel Gondry, 2004) não é um filme que me emocionou tanto, mas a ideia é fantástica e original e a história é construída de uma forma genial. Imagine se você pudesse, a partir de uma máquina, apagar de sua memória a pessoa que ama e que não ama você? Ou apagar um amor que te magoou e começar de novo sem a lembrança do passado? O casal é formado pelos atores Jim Carrey e Kate Winslet, excelentes nos papéis.

Melhor é Impossível (James L. Brooks, 1997) é um filme obrigatório. Como não amar um obsessivo-compulsivo interpretado por Jack Nicholson e que escolhe só as calçadas brancas para pisar? É o clássico da recusa do amor até que água mole em pedra dura tanto bate até que fura. E a Helen Hunt tá linda.

Sobre o amor gay, recomendo De Repente, Califórnia (Jonah Markowitz, 2007). Sincero, triste, delicado. Em meio a problemas familiares, um rapaz descobre sua sexualidade e os conflitos que vêm com ela, num cenário de praia e muito surf. É um filme que vai muito além de Brokeback Mountain.

E para tocar no reino das comédias românticas, pra ninguém dizer que eu só falo de dramas, Alguém Tem que Ceder (Nancy Meyers, 2003) é um clássico moderno deste gênero. Um roteiro impecável e atuações ótimas de Jack Nicholson e Diane Keaton, que todo mundo deveria assistir. Fala de clichês de uma forma leve e divertida.

Esses dias li um texto que dizia que o amor também nasce do encontro entre almas inquietas com o mundo a sua volta. Amores de revolução são assim, os que fazem o mundo mudar e se hoje estamos aqui, vivos e lendo coisas na internet, é porque várias destas almas inquietas se apaixonaram e prepararam o terreno pra gente. Um dia escrevo um post só sobre filmes de amor assim, "revolucionários".

E pra provar que o amor tem tudo a ver com humor, amizade e é muito mais gostoso quando a gente encontra alguém que nos faz rir, termino com esta cena memorável do filme Harry e Sally - Feitos um para o outro (Rob Reiner, 1989), que também é uma clássica comédia, em que Meg Ryan simula um orgasmo num restaurante. Se o amor não fosse cego, estaríamos perdidos.



Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pela autora. Originalmente publicado no blog Cinema Sem Blá Blá Blá.


Adriane Pasa
Curitiba, 19/4/2013

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