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Quinta-feira, 10/10/2002
A tirania do isolamento
Vicente Tardin
+ de 2600 Acessos

A julgar por certos spams, há um mercado constituído por empresas interessadas em impedir ou vigiar o acesso de seus funcionários à internet. Os motivos passam por produtividade (os empregados estariam se divertindo em lugar de trabalhar), consumo de banda (empregados baixando arquivos de música) ou mesmo ameaça à segurança.

A noção de que a internet atrapalha o trabalho parece mesmo ganhar força e faz com que algumas empresas que possuem intranets procurem soluções mais ou menos para a questão. É o caso de uma sugestão de pauta que o Webinsider recebeu outro dia, a respeito da série de artigos sobre intranets que tem publicado.

Para aproveitar o gancho dos artigos, disse a assessora de imprensa Luciana Ramalho que "a Amil descobriu uma forma de reduzir o acesso durante o expediente a sites não relacionados ao cotidiano profissional. A empresa lançou uma intranet e está investindo em conteúdo diferenciado, com o objetivo de atrair a atenção dos funcionários. Um dos primeiros serviços oferecidos através desse novo canal de comunicação interna da empresa são informações sobre a programação cultural das cidades onde mantém escritórios (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba). Para disponibilizar esse conteúdo, a Amil fechou uma parceria com a rede de guias de entretenimento Via Global. A idéia é incentivar a qualidade de vida dos funcionários, que podem consultar as informações sobre as opções de lazer da cidade onde trabalham e programar com antecedência o que fazer durante as horas de folga".

Luciana pergunta se "se isso não pode se transformar numa tendência, já que muitas empresas estão restringindo o que seus funcionários acessam durante o expediente. O que você acha?"

Já vou dizer o que acho, mas antes deixo a Luciana completar seu argumento. "De acordo com pesquisa divulgada em agosto deste ano pela Websense, 25% dos funcionários utilizam a internet no ambiente de trabalho para buscar e comprar coisas que não dizem respeito à sua vida profissional. Para a realização dos estudos, foram entrevistados 305 empregados e 250 gerentes de recursos humanos de companhias com até 38 mil funcionários."

Antes de responder à Luciana, perguntei ao Ricardo Saldanha, o autor dos artigos sobre intranets, sobre este tipo de movimento. Disse o Saldanha: "Acho a idéia da Amil muito boa. Demonstra que ela se conscientizou de que esse negócio de proibir acesso à internet é atitude de quem não compreendeu rigorosamente nada dos novos tempos..."

Saldanha prossegue: "Funcionário que acessa a rede para outros fins está em busca de ar, provavelmente (sempre há as exceções, claro). E tirar a internet é autoritário e burro. Monitorar os acessos "de leve" pode ser uma boa solução, para evitar excessos. Acho legítimo, mas desde que não se torne espionagem. Comparando com o uso do telefone: ninguém admite uma escuta para saber de que assunto o funcionário está falando, mas se a conta vier lá nas alturas sem motivo de trabalho, ele pode ser chamado a atenção, não?"

"Ao invés de detonar a internet", prossegue Saldanha, "que também permite que os funcionários estejam mais antenados (pesquisas também mostram que os sites de jornais e noticiários têm grande procura), o lance é mesmo montar atrativos na rede interna."

Pois eu vou mais longe um pouco do que o Ricardo Saldanha. A empresa não deve de maneira nenhuma impedir que seus funcionários acessem livremente a internet, a não ser que empregue um bando de irresponsáveis que só funcionam no cabresto. Restringir a internet é também impedir a pesquisa e a informação.

Ora, quando uma pessoa não quer trabalhar, simplesmente não vai produzir, no máximo vai fingir que está trabalhando. Passei recentemente alguns bons meses em uma empresa cujo dono era um control freak e fazia cara de ofendido ao ver um funcionário ler alguma notícia ou acessar o webmail. Para evitar este constrangimento, alguns funcionários preferiam usar o telefone ou o Notes para os assuntos particulares. ICQ era vetado, mas fiz de conta que não sabia. Mais cara feia! Entretanto muitas trocas de mensagens eram sim sobre o trabalho e poupavam ligações interurbanas. Foi um tempo que não deixou saudades neste aspecto.

Outras empresas resolvem a questão do abuso no acesso à internet de uma maneira muito mais simples e eficiente: dão um jeito de colocar as mesas ou bancadas de frente para a parede, de modo que as telas dos monitores ficam à vista de todos. Desta forma ninguém vai se sentir à vontade para acessar um site pornô ou passar tempo demais com e-mails pessoais ou lendo bobagens, pois seria injusto com o colega ao lado que está trabalhando intensamente.

Voltando às intranets: atualmente estou em outro job temporário, em uma grande empresa, que envolve redação e organização da informação. Todos os funcionários têm acesso à internet e não parecem abusar nem um pouco. Só eu, por motivos que não vêm ao caso, não tenho acesso, apenas à intranet. É esquisito, dá uma certa sensação de exílio... Pior é quando vem a necessidade de tirar uma dúvida e o impulso de pesquisar no Google ou acessar um dicionário qualquer. Do meu lado só tem um exemplar do Aurélio e mais nada, que isolamento!

Nota do Editor
Vicente Tardin é editor do Webinsider, onde este texto foi originalmente publicado.


Vicente Tardin
Rio de Janeiro, 10/10/2002

Quem leu este, também leu esse(s):
01. Paulo Maluf, Crowding Out e o fim da Democracia de Marcelo Brisac


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