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Segunda-feira, 15/7/2002
Como fomos tratados pela bíblia dos cinéfilos
Sérgio Augusto
+ de 9700 Acessos

Primeira capa do Cahiers dedicada ao cinema brasileiro (nº 214, julho-agosto de 69): nunca antes o cinema brasileiro tivera essa honra na revista

A bíblia, naturalmente, é o Cahiers du Cinéma. Ou melhor, era. O cinema e a cinefilia mudaram tanto nos últimos tempos, que nenhuma revista de cinema pode, atualmente, arvorar-se em oráculo ou sagrada escritura como nos tempos em que as únicas reais concorrentes do Cahiers eram a inglesa Sight & Sound e a também parisiense Positif. As três, por acaso, continuam aí, vivas, ainda que acossadas, e em certos segmentos preteridas por outras de igual valor (como a americana Film Comment) ou de perfil mais popular (como as várias versões de Premiere). Vivas e em contagem regressiva para um aniversário redondo: Sight & Sound surgiu em 1932 e Positif é só um ano mais nova que sua rival, o Cahiers, que festejou seu primeiro meio século de existência.

Do primeiro Cahiers a gente também não esquece. O meu primeiro foi o número 98, de agosto de 1959. Na capa, um filme de Mizoguchi, A Imperatriz Yang Kwei Fei. Encimava uma pilha de revistas na Cinemateca do Museu de Arte Moderna, aonde fora pedir informações sobre uma retrospectiva do cinema francês. Vê-lo, tocá-lo e folheá-lo foi como ver, pegar e examinar o Santo Sudário, a Bíblia de Gutenberg ou o primeiro almanaque do Globo Juvenil. Tinha apenas 17 anos e só conhecia a revista de nome e renome. Acabaria me tornando seu assinante e fidelíssimo leitor, inclusive retrospectivo, já que aos poucos consegui adquirir quase todas as edições anteriores.

Nunca fui um admirador incondicional de seus críticos. Muito aprendi e me deliciei com os artigos de François Truffaut, Jean-Luc Godard, Eric Rohmer e Jacques Rivette (ninguém da redação via mais filmes do que ele), mas os meus favoritos, na primeira fase (1951-1964), foram, mesmo, André Bazin, Jean Domarchi, Jean Douchet e André S. Labarthe. Domarchi era um marxista sui generis, que adorava Murnau e Vincente Minnelli, ecletismo que na certa dava engulhos ao stalinista Georges Sadoul, comuna jurássico, o único a não conceder a nota máxima para Cidadão Kane no legendário Conseil des Dix, o quadro de cotações da revista. Sadoul era uma anomalia na revista: um crítico sectário politicamente, cercado de "jovens turcos" apolíticos ou, no máximo, vagamente anarquistas, como Godard.

Inspiração de tantos outros quadros de cotações pelo mundo afora, o Conseil des Dix teve seus primeiros sucedâneos brasileiros na excelente Revista de Cinema, de Belo Horizonte, e no jornal carioca Correio da Manhã, no começo da década de 60. Suas estrelas e bolas pretas eram discutidas pelos nossos cinéfilos como resultados de jogos de futebol. David Neves e Mauricio Gomes Leite foram os leitores mais devotos do Cahiers que conheci – e duas provas de como a revista influenciou o Cinema Novo: como boa parte da redação do Cahiers, David e Mauricio acabariam trocando a teoria pela práxis cinematográfica. "Nós descobrimos o cinema vendo os clássicos, mas foi com a Nouvelle Vague e a leitura do Cahiers que começamos a fazer filmes", resumiu a questão Cacá Diegues, numa entrevista ao próprio Cahiers (nº 225, novembro-dezembro de 1970).

Mauricio foi o primeiro a visitar o "vaticano", ou seja, a redação da revista, então na Champs-Elysées, em 1962 ou 1963. Voltou impressionado com a afetação de Luc Moullet, um dos críticos mais excêntricos da revista, que de cara lhe perguntou "Aimez-vous Imi?". A ficha do brasileiro demorou a cair: Imi era como seu colega parisiense tratava na intimidade o filme Imitação da Vida, de Douglas Sirk. Curiosamente, Moullet fora o primeiro crítico do Cahiers a comentar uma obra do Cinema Novo: Os Cajafestes, de Ruy Guerra, cobrindo o Festival de Berlim de 1962 (só apreciou a seqüência da curra em Norma Bengell). Antes, creio, o cinema brasileiro só dera o ar de sua graça, na revista, em duas coberturas do Festival de Cannes: o de 1953, quando Bazin estimou que O Cangaceiro faria mais pela exportação do cinema brasileiro do que os profissionais contratados para esse fim, e o de 1962, quando Douchet comparou O Pagador de Promessas a Orfeu Negro, dando ampla vantagem ao filme de Anselmo Duarte, que, diga-se, só levou a Palma de Ouro porque o cahierista Truffaut muito empenhou-se por sua vitória junto aos demais jurados da mostra.

O simpático e festivaleiro David tornou-se, logo em seguida, um habitué da redação do Cahiers, quase seu mascote. Fez-se amigo do peito de Louis Marcorelles, um grandalhão entusiasta das comédias de Frank Capra e Leo McCarey, que seria o primeiro padrinho do Cinema Novo na revista. Em meados de 1962, Marcorelles atravessou o Atlântico e, depois de visitar Holywood, veio ver de perto o que os nossos cineastas em botão estavam aprontando. Conheceu Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e o resto do pessoal, assistiu a Barravento ("obra informe, um rascunho de Tabu") e considerou promissoras as estréias de Joaquim Pedro de Andrade (Couro de Gato) e Paulo César Saraceni (Arraial do Cabo). Pageado por David e por mim, até no folclórico bar da Líder ele bateu ponto, dando conta de seu séjour carioca no Cahiers 141, de março de 1963.

Àquela altura, já havíamos conhecido Truffaut, que passara alguns dias no Rio, vindo do Festival de Mar del Plata, aonde fora exibir Uma Mulher Para Dois (Jules et Jim). Ciceroneado também por David e este pobre marquês, o ex-enfant terrible do Cahiers fez um tour básico da cidade, contou histórias pitorescas da Nouvelle Vague e teve um encontro com críticos e cineclubistas na Cinemateca do MAM, registrado por Fernando Duarte (futuro diretor de fotografia de Ganga Zumba) e mediado por Ruy Guerra. Presentes, entre outros, Mauricio Gomes Leite, Octávio Bonfim e um jovem cineclubista que, anos depois, seria presidente da Embrafilme e hoje é o nosso homem na ONU: Celso Amorim.

Selada a amizade do Cinema Novo com o Cahiers e a Nouvelle Vague, fomos buscar os primeiros louros na Europa. Demos, a princípio, mais sorte na Itália e Checoslováquia, que hospedavam mostras menores e não freqüentadas por medalhões, do que na França. Ao menos no Cahiers, não começamos com o pé direito. Jean-André Fieschi esnobou Porto das Caixas, de Saraceni, e seu "caduco simbolismo formal", ao cobrir o Festival de Cannes (Cahiers, 145, junho de 1963), mas, no número seguinte, Jean-Louis Comolli encontrou qualidades notáveis em Garrincha, Alegria do Povo, de Joaquim Pedro, por ele visto na mostra de Berlim. Sorte nossa que tenha sido Marcorelles o enviado ao Festival de Sestri Levante, na Itália, o que garantiu destacado espaço na edição de setembro para uma leva de filmes brasileiros, todos elogiados, inclusive Porto das Caixas, pelo generoso crítico.

O inevitável duelo aqui armado entre Vidas Secas e Deus e o Diabo na Terra do Sol repetiu-se em Cannes 64. No Cahiers (156, junho de 1964), Nelson levou a melhor sobre Glauber. Moullet impressionou-se com Vidas Secas ("a única verdadeira revelação de Cannes") e achou Deus e o Diabo ingênua e falsamente primitivo. Melhor sorte teria Os Fuzis, de Ruy Guerra, tido por Jacques-Doniol Valcroze (Cahiers, 158, agosto-setembro de 1964) como "o filme mais cativante" exibido no Festival de Berlim. Na edição seguinte, que entrou para a história como o último Cahiers da fase amarela, Jacques Bontemps tratou com cordialidade Ganga Zumba, por ele visto na mostra de Porreta Terme: "Foi a descoberta menos triste do festival". A exemplo de Moullet, Bontemps implicou com Deus e o Diabo, mais especificamente com a maneira artificiosa como Glauber descrevia a violência e lidava com o erotismo.

No Conseil des Dix (Cahiers 171, outubro de 1965), Vidas Secas só recebeu a cotação máxima de um outsider, Jean-Louis Bory. Do pessoal da redação, apenas Fieschi e Sadoul deram três estrelas. Comolli e Bontemps sapecaram duas, e Michel Delahaye, apenas uma. Quando chegou sua vez de submeter-se ao conselho de cinema mais respeitado do planeta (Cahiers 196, dezembro de 1967), Deus e o Diabo não fez mais bonito do que o filme de Nelson: também agradou mais aos críticos convidados do que aos integrantes da revista (levou três estrelas de Delahaye e duas de Bontemps, Fieschi e Jean Narboni). Nenhum dos dois filmes foi comentado por alguém da casa. Nem sequer por um analista de peso. Michel Petris (Cahiers 172, novembro de 1965) achou Vidas Secas "passionant", mas não uma obra-prima. "Deslumbrante e maravilhosamente lírico", foi o máximo que Jacques Lévy disse de Deus e o Diabo (Cahiers 197, dezembro de 1967).

Os dois primeiros clássicos do moderno cinema brasileiro ainda cumpriam sua trajetória européia quando, em março de 1966, a bíblia nos brindou com uma chamada de capa e um laudatório suplemento de 12 páginas dedicado ao Cinema Novo. Apresentado por Marco Bellochio, fazia um histórico do movimento e culminava com uma conversa entre Glauber, Joaquim Pedro, Diegues, Leon Hirszman e Saraceni, coordenada por Gustavo Dahl e Marcorelles. Apesar de um e outro desencontro (Fieschi não falou bem de A Grande Cidade, Comolli pichou O Desafio, Serge Daney fez restrições aos brilharecos de Terra em Transe, que, por sinal, só entrou entre os dez melhores de 1968 na lista de Jacques Rivette), o namoro estava ficando sério. E mais sério ficou depois que Glauber levou O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro ao Festival de Cannes de 1969. Moullet foi o primeiro a curvar-se: "É uma obra-prima".

Antonio das Mortes (que é como Dragão da Maldade é conhecido na França) foi o filme que a redação do Cahiers escolheu para ilustrar a primeira capa em cores da revista, posta à venda em julho de 1969. A que saíra, três anos antes, com uma cena de Chappaqua, filme psicodélico execrado pela revista, fora uma imposição de Daniel Filipacchi, por uns tempos dono da revista. Além da capa, Glauber teve direito a 20 páginas de entrevista. Onze números depois, Diegues também conversaria com a redação do Cahiers, numa longa e excelente entrevista, motivada pelo lançamento de Os Herdeiros, com direito a chamada de capa. Dali em diante, ele e Glauber teriam mais vez na revista do que seus colegas. Mas o namoro acabou esfriando e praticamente foi desfeito quando um sarampão maoísta quase levou o Cahiers à falência, na primeira metade dos anos 70.

O Cahiers, afinal, se recuperou, na década de 80. Ainda bem, pois assim deu tempo de o cinema brasileiro sair da letargia em que mergulhara e reatar seu relacionamento com a revista, em novas bases. Sem padrinho. Mas com a mais dedicada madrinha que qualquer cinematografia gostaria de ter. Sylvie Pierre, bien sûr.

Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pelo autor. Originalmente publicado no jornal O Estado de S. Paulo de 5 de maio de 2001.


Sérgio Augusto
Rio de Janeiro, 15/7/2002
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