Digestivo nº 85 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

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Quarta-feira, 12/6/2002
Digestivo nº 85
Julio Daio Borges
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Imprensa >>> Normativos, descritivos e recreativos
A Cult, antes a publicação onde os acadêmicos da USP divulgavam o resumo de suas teses, depois da aquisição pela Editora 17 (gestão Daysi Bregantini), vem conquistando seu lugar ao sol das bancas de revista. Manuel da Costa Pinto, o heróico fundador, permanece na direção do periódico, mas o agente catalisador dessa “renovação” tem sido, fica claro, Luís Antônio Giron, um dos pais do legendário Caderno Fim de Semana, da Gazeta Mercantil. Giron assina, neste mês de junho, a reportagem de capa (primeira na história da Cult): “Crepúsculo dos Gramáticos”. Nela, fomenta a discussão que está na iminência de acontecer (mas que todos os lados desejam evitar): por que, de repente, os guardiões da inculta e bela saíram de cena? e por que, também de repente, fomos invadidos pelos consultores, pelos apresentadores de tevê e pelos professores de cursinho? A contenda obviamente gira em torno de duas figuras-chave: Pasquale Cipro Neto (o eterno “darling” da mídia letrada, de quem Giron colheu depoimentos) e Evanildo Cavalcante Bechara (o último bastião do português castiço, de quem se tem uma entrevista). Para completar a paisagem, há ainda a injunção dos revisores e copidesques dos grandes jornais que, graças a seus manuais de redação (num País cujo ensino público e privado anda à beira da indigência), converteram-se nos derradeiros oráculos do que é “certo” e do que é “errado”. Como se não bastassem os galicismos (seculares), os anglicismos (turbinados pela era da informática), as aberrações (vide “gerundismo”) e as arbitrariedades (vide Folha de S. Paulo, que aboliu o uso do trema), o idioma luso-português viu-se retalhado em feudos, onde os senhores têm poder de vida e de morte sobre seus vassalos. Que a intelligentsia local silencie a esse respeito, não é fato que configure propriamente uma novidade. Que a Cult traga à baila esse assunto é sinal de que, apesar dos pesares, alguém ainda se importa. [Comente esta Nota]
>>> Revista Cult
 



Música >>> Crítico não crê
Miúcha reuniu um repertório canônico nesse seu retorno ao disco: o não por acaso “Miúcha.Compositores”. Chamada exaustivamente de artista bissexta, justifica a espera ao estrear na Biscoito Fino (essa sim, a sucessora da Elenco, de Aloysio Oliveira, evocado no texto de apresentação) e ao recrutar, além da nata dos criadores, a fina flor dos instrumentistas de MPB. Não bastasse a “canja” especialíssima de João Donato (dividindo a tríade da Bossa Nova com Tom Jobim e João Gilberto), no arranjo, na regência, no piano, no trombone e na voz, contou com o violão de Guinga (que o emprestou à sua “Você, você”), também com o violão de Paulinho Jobim (que resgatou “Quando a lembrança me vem”, em meio aos papéis do pai), ainda o arranjo, a regência e o piano de Cristóvão Bastos (na “Canção inédita”, por exemplo), sem com contar o anfitrião, Francis Hime, que não poderia ficar de fora (em sua primeira e última parceria com Vinícius, “A dor a mais”). A produção fica a cargo de José Milton, que também distribuiu canções e arranjos para Helvius Vilela (em “Refém da Solidão”, de Baden e Paulo Cesar Pinheiro), Leandro Braga (em “Solidão”, de Tom e Alcides Fernandes) e Eduardo Souto Neto (em “Fox e trote”, de Guinga e Nei Lopes). Apesar da gravidade de algumas peças (como “Cor de cinza”, de Noel Rosa), “Miúcha.Compositores” é um CD alegre e ensolarado, a começar pelo amarelo da capa e pelo sorriso da primogênita do clã dos Buarque de Hollanda. A bateria, cuja discrição não se sente, de Carlos Bala, as cordas e os sopros reforçam a marca registrada da Civilização do Rio de Janeiro, na expressão (dúbia) do “brazilian jazz”, tal como o mundo a conheceu. Miúcha, que escreveu parte dessa história (não apenas por ser a mulher de João Gilberto), retoma-a em mais um capítulo, certamente à altura de todos os anteriores. [Comente esta Nota]
>>> Miúcha.Compositores - Biscoito Fino
 



Internet >>> Virtual cai na real
Passou quase em brancas nuvens, o livro de Alice Sampaio, “Amor na Internet”. Se fosse lançado na época da “febre” (ou da “bolha”), há três ou quatro anos atrás, teria se transformado em best-seller; mas não se transformou. Afinal, quem andou por chats, lá pelo fim dos anos 90, deve ter inevitavelmente cruzado com essa jornalista que caçava histórias de vida para o seu romance. Nesse aspecto, o volume cumpre sua promessa: a pesquisa de Alice Sampaio foi extensiva e ela compilou mais de 15 casos de amor (todos extrapolaram a Web para desembocar na realidade). Há desde adolescentes, em sua compulsão pelo “ficar” (potencializado pela rapidez e pela praticidade), até cinqüentões avessos à tecnologia que, sábios, fazem da internet um meio, não uma mensagem. Para enriquecer esse universo, e sua posterior análise, a autora convidou psicólogos, psiquiatras e psicanalistas para ajudá-la a entender os comportamentos e os tipos de relacionamento que a nova ferramenta proporciona. Em geral, os pontos de vista são bastante “conservadores”, no sentido de não aceitarem ou não compreenderem que os sites de encontro, as salas de bate-papo e os e-mails falham – e falham amplamente – como armas para combater a solidão e o desamor. Não confundir, porém, com uma abordagem fria e distante do problema. Alice Sampaio, por exemplo, mergulha em experiências pessoais e, ao final do trabalho, abre ela mesma o coração para dizer que o príncipe... – bem, o príncipe... – ganhou asas e voou. O que motiva a leitura das mais de trezentas páginas, contudo, talvez seja aquela índole voyeurista, a mesma que vasculha as novelas e os reality shows, atrás de quentes emoções (há várias no livro). Embora não seja “aquele tratado antropológico”, aborda essa realidade que, para muitos, é mais real do que a outra, a original: a realidade do internauta. [Comente esta Nota]
>>> Amor na Internet - Alice Sampaio - 347 págs. - Editora Record
 



Gastronomia >>> O Conselheiro também come (e bebe)
Nove entre dez donos de bares ou restaurantes apontam o livro de Percival Maricato como a bíblia para quem quer se estabelecer no setor. Não por acaso, ele tem como título justamente: “Como montar e administrar bares e restaurantes”. Lançado há mais de 3 anos (já na sua 3ª edição), quando foi concebido era o único no gênero e chegou a ser desacreditado pelos editores e até mesmo pelos amigos do autor. Maricato persistiu e se tornou o grande papa no assunto. Afinal, qual é o segredo desse volume de duzentas e poucas páginas? Em primeiro lugar, conforme frisa a introdução, ele não foi escrito por um teórico e tem uma exposição feita a partir da experiência prática do “restaurateur”. Não se preocupa em competir com tratados sobre gastronomia, tampouco pretende palestrar sobre os hábitos alimentares ou a vida noturna brasileira. Os capítulos são enxutos e suficientemente objetivos, tirando dúvidas e dando dicas para quem quer se iniciar, se firmar ou se aperfeiçoar no ramo. O trabalho está dividido em 5 grandes partes: “Para conhecer o setor”; “Como montar seu negócio”; “Administração”; “Marketing”; e “O futuro”. Maricato então percorre desde o sonho e as ilusões acerca do “métier” até os aspectos do dia-a-dia de uma casa, passando pela burocracia, pelo projeto arquitetônico, pela feitura do cardápio, pela escolha de profissionais, pela assessoria de imprensa, pelas tendências, pela propaganda – enfim, pelo que há de mais importante, indo fundo nos detalhes. Faz também uma análise de mercado, com números bastante convincentes, e traça um percurso histórico que remota à compra e venda de alimentos e bebidas há seis mil anos. Percival Maricato é o mesmo homem por trás da “Revista de Bares & Restaurantes” e seu livro, realmente, tem o que dizer, merecendo toda a fama. Ilustrativo e não muito técnico, vai atrair igualmente olhos e mãos curiosos. [Comente esta Nota]
>>> Como montar e administrar bares e restaurantes - Percival Maricato - 204 págs. - Editora Senac
 



Cinema >>> The safest room in the house
Está atualmente em voga um tipo de filme que, ao infligir torturas nas personagens, na verdade as inflige no espectador. Todo mundo conhece o gênero: ele compete com a violência da vida real; e como essa tem sido crescente, a outra, para acompanhá-la, cresce num ritmo muito mais celerado. Resultado: mesmo que a nossa capacidade de suportar (e assimilar) a violência do dia-a-dia “evolua” em progressão aritmética, no cinema, como na Lei de Malthus, nossa sensibilidade é aviltada aos trancos, em progressão geométrica ou até mesmo exponencial. É a impressão que nos passa uma produção como “Quarto do Pânico”, o novo longa de Jodie Foster. Dentre as cenas desenvolvidas com requintes de crueldade, há: um espancamento à base de botinadas; um braço que arde em chamas; um rosto golpeado a marretadas; uma menina, provavelmente diabética, ficando verde pela falta de insulina; uma mão esmigalhada graças a uma porta de aço automática. E há mais; muito mais. É, para começar, um desperdício de Jodie Foster que, quer queira quer não, debutou aos 13 anos em “Taxi Driver” (de Scorsese) e agora vive de bancar a heroína viril, exibindo apenas suas curvas siliconadas de mulher de quarenta anos. Para acompanhá-la, Kristen Stewart, uma ninfeta subliminarmente hermafrodita, cuja atuação se resume a algumas caras e bocas. Resta ainda Forest Whitaker, esse mais desperdiçado do que todos os outros juntos, depois de papéis razoavelmente relevantes com aquele do mecânico (Cyrus Cole) em “Cortina de Fumaça” (Smoke, 1995). O cenário é o dos apartamentos do West Side nova-iorquino, tão comuns em tela grande e tão raros na existência de meros mortais. A sofisticação toda não dura 15 minutos; então chega a promessa anunciada da barbárie. Se o sujeito procura sustos, aflições e uma história rasa, vai encontrar em “Quarto do Pânico”. Se, ao contrário, não é nada disso que procura, pode passar longe do cartaz que não vai perder nada. [Comente esta Nota]
>>> Panic Room
 

 
Julio Daio Borges
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