Digestivo nº 13 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

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DIGESTIVOS

Terça-feira, 12/12/2000
Digestivo nº 13
Julio Daio Borges
+ de 2400 Acessos




Internet >>> Dize-me com quem andas e eu te direi quem és
Caetano Veloso, o homem-evento, resolveu lançar um desafio à grande imprensa: concentrou todos os depoimentos e o todo material de divulgação de seu novo CD no portal Globo.com (na internet), e não vai conceder nenhuma entrevista até que se tenha cuidadosamente ouvido o seu disco Noites do Norte. Existe aí uma contradição de apelo simplesmente irresistível. Caetano se diz contra a cobertura que se faz dos "produtos" da chamada indústria cultural, porém alia-se ao conglomerado responsável pela maior pasteurização da arte e da cultura brasileiras nos últimos tempos: as Organizações Globo. É como se dissesse: eu estou usando os microfones e os alto-falantes do Império do Mal, mas eu sou contra a massificação, eu sou contra o conservadorismo, eu sou contra o corporativismo. Mais adiante, cita Joaquim Nabuco, e discorre sobre o abolicionismo, como se a escravização mental promovida por Marinhos, Bonis e Marluces não tivesse qualquer relação com a perpetuação do atraso e do subdesenvolvimento do Brasil e dos brasileiros. Caetano, no fundo, aproveita a ocasião para alvejar e desmoralizar seus desafetos, os velhos (Veja, Folha, Paulo Francis) e os novos (Nação Zumbi e Marcelo D2), tentando impor sua versão oficial dos fatos. Embora creia falar em nome de uma sociedade aviltada, fala, sim, em nome de um ego ferido: o seu. [Comente esta Nota]
>>> O jornalismo em debate
 



Imprensa >>> The dream is over, what can I say?
Vinte anos depois do assassinato de John Ono Lennon, surgem releituras do mito do working class hero. Sean Lennon vem à imprensa para dizer que seu pai, o mesmo que cantava Woman Is The Nigger Of The World, teve também seus achaques de porco machista (macho pig). Julian Lennon, por sua vez, o mesmo que nasceu de uma garrafa de uísque num sábado à noite, acusa o autor de Imagine de ter-lhe negado o amor que no fim da vida exemplarmente dedicou à humanidade. Já Paul McCartney, vítima de How Do You Sleep?, o Mother's Eyes, chama atenção para uma das grandes qualidades de John: o fato de nunca ter sido propriamente um santo. Tantas revelações e, ao mesmo tempo, tantos lugares comuns. Afinal de contas, todo grande artista coloca o melhor de si na sua arte (enquanto que todo o artista medíocre coloca o melhor de si na sua vida). Oscar Wilde escreveu isso no Retrato de Dorian Gray, acrescentando o seguinte conselho: para conviver, escolha sempre o último, jamais o primeiro. [Comente esta Nota]
>>> Playboy Magazine
 



Música >>> Quem é você que não sabe o que diz?
Nöel de Medeiros Rosa tem os seus 90 anos devidamente festejados, com o lançamento de suas obras completas, em 14 CDs, pela gravadora Velas. Fruto da persistência infatigável de Omar Jubran, o biólogo que rodou o Brasil e resgatou todas as composições e registros do Poeta da Vila, o projeto reúne, pela primeira vez, o cancioneiro do versificador mais prolífico da música popular brasileira. São 229 gravações, em 26 anos de vida, intensíssimos. (E pensar que um sujeito tão inspirado morreu pobre, e foi enterrado em cova rasa.) Embora pródigo, Noel Rosa foi o retratista mais generoso que o Rio de Janeiro dos anos 20 e 30 jamais conheceu. Observador agudo, de inteligência destilada, fez rima com as palavras mais estapafúrdias e fez samba com os malandros mais refinados. Suas letras e melodias sempre valem uma citação: "Quem foi que disse que eu era forte? Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol. O meu parceiro sempre foi o travesseiro, e eu passo um ano inteiro sem ver um raio de sol... Eu poso pros fotógrafos e distribuo autógrafos a todas as pequenas lá da praia de manhã. Um argentino disse, me vendo em Copacabana: 'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan!'" [Comente esta Nota]
>>> Noel pela primeira vez
 



Gastronomia >>> O Conselheiro também come (e bebe)
Se hoje em dia, em sociedade, o homem se distingue também por aquilo que consome, então o Empório Santa Maria é o local ideal para quem deseja sofisticar-se. A reinaugurada filial, na avenida Cidade Jardim, concentra apenas as mais finas (e caras) especiarias do mundo moderno. Estende o conceito do less is more também para o mercado; isto é, não há espaço em suas prateleiras para nada que não seja o "último grito", la creme de la creme. Se o Brasil não fosse igualmente um país de miseráveis, esfaimados, poderíamos afirmar que São Paulo atingiu o ponto ótimo, o clímax, o auge da globalização de iguarias e guloseimas. Afinal, as principais manifestações culinárias e gastronômicas do mundo ocidental têm lugar no Empório. A decoração elege o branco como a cor da neutralidade e da pureza celestial (ainda que ninfas de preto circulem na inocência e na inexperiência do primeiro emprego). Além da opção básica de empacotar e preparar os alimentos no conforto de seu lar, o cliente tem a chance inédita de degustar pratos que o próprio Empório prepara com todo o seu repertório ingredientes selecionados. Não fosse o desgosto do congelado-descongelado e o sabor aquoso dos refeições aquecidas no microondas, teríamos mais uma alternativa de restaurante. De qualquer jeito, vale a turnê, vale a boa educação, vale a água na boca, e vale o anti-miserê. [Comente esta Nota]
>>> Empório Santa Maria - Av. Cidade Jardim, 790 - Tel.: 3816-4344
 



Teatro >>> Una maniera di scrivê chi a genti escrive uguali come dice
Juó Bananére, o cronista que inventou uma língua própria, no começo do século XX, em São Paulo, foi ressuscitado pela peça Almanacco Bananére, que esteve em cartaz, em curtíssima temporada, na Funarte. Uma das manifestações mais originais da maçaroca que fundiu paulicéia com imigração italiana forjou-se através da pena de Alexandre Ribeiro Marcondes Machado, o satirista que eternizou o português-italianado, ecoado em imitações cada vez mais baratas até hoje. O espetáculo, um musical, inspirou-se em trechos de La Divina Increnca (em que o autor parodiou poemas do Romantismo) e n'As Cartas d'Abax'o Pigues (onde foram reunidas suas colaborações com a revista O Pirralho, de Oswald de Andrade). A montagem, de um amadorismo que beira o mambembe, tem seus pontos altos concentrados nas cenas da vida cotidiana da São Paulo da época. As canções, as danças e as coreografias reforçam o caráter alegre que se quis imprimir ao texto, terminando, todavia, por carnavalizá-lo em excesso. [Comente esta Nota]
>>> Funarte - Al. Nothmann, 1058 - Tel.: 3662-5177
 
>>> DIGA O SEU NOME E A CIDADE DE ONDE ESTÁ FALANDO
Marcelo Coelho, de São Paulo, em "Sobre conversas inúteis e a amizade em tempos objetivos": "Nunca fiquei amigo de ninguém sem antes termos falado mal de um conhecido comum."
 
Julio Daio Borges
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