Digestivo nº 467 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
64082 visitas/dia
2,5 milhões/mês
Mais Recentes
>>> IA 'revive' Carlos Drummond de Andrade em campanha do Rio Memórias
>>> mulheres.gráfica.política
>>> Eudóxia de Barros
>>> 100 anos de Orlando Silveira
>>> Panorama Do Choro
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
>>> Left Lovers, de Pedro Castilho: poesia-melancolia
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
Colunistas
Últimos Posts
>>> Pondé mostra sua biblioteca
>>> Daniel Ades sobre o fim de uma era (2025)
>>> Vargas Llosa mostra sua biblioteca
>>> El País homenageia Vargas Llosa
>>> William Waack sobre Vargas Llosa
>>> O Agent Development Kit (ADK) do Google
>>> 'Não poderia ser mais estúpido' (Galloway, Scott)
>>> Scott Galloway sobre as tarifas (2025)
>>> All-In sobre as tarifas
>>> Paul Krugman on tariffs (2025)
Últimos Posts
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
>>> Transforme histórias em experiências lucrativas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Pulga na praça
>>> Arquiteto de massas sonoras
>>> Irmãos Amâncio
>>> Cinema e vídeo em Cuiabá (2)
>>> A morte do disco
>>> Era uma casa nada engraçada
>>> Romário
>>> O mau legado de Paulo Francis
>>> Abraços Partidos, de Pedro Almodóvar
>>> Leituras, leitores e livros – Parte III
Mais Recentes
>>> 1001 Dúvidas De Português de José De Nicola pela Saraiva (2006)
>>> Almanhaque 1955 - Col. Almanaques do Barão de Itararé de Torelly pela Edusp (2005)
>>> Filhos do Édem de Eduardo Spohr pela Verus (2013)
>>> A Cidade E As Serras de Eça De Queirós pela Ática (2011)
>>> Atlas Geográfico. Espaço Mundial de Graça Maria Lemos Ferreira pela Moderna (2013)
>>> Mais Do Que Isso de Patrick Ness pela Novo Conceito (2016)
>>> The Good European: Nietzsche's Work Sites In Word And Image de David Farrell Krell, Donald L. Bates pela University Of Chicago Press (1999)
>>> Arquivologia de Evandro Guedes pela Alfacon (2017)
>>> Cultura e Sociedade Vol. 1 de Herbert Marcuse pela Paz E Terra (1998)
>>> Um Estudo da História de Arnold Toynbee pela Martins Fontes (1987)
>>> Cultura e Sociedade Volume 2 de Herbert Marcuse pela Paz e Terra (1998)
>>> Inferno de Dan Brown pela Arqueiro (2013)
>>> Van Gogh. Obra Completa De Pintura de Ingo F. Walther, Rainer Metzger pela Taschen (2010)
>>> New Moon de Stephenie Meyer pela Atom Books (2006)
>>> France And The Atlantic Revolution Of The Eighteenth Century, 1770-1799 de Jacques Godechot pela Free (1979)
>>> Templários: os cavaleiros de Deus de Edward Burman pela Record (1994)
>>> Box 360 - História - História E Cidadania Volume Único de Alfredo Boulos Júnior pela Ftd (2017)
>>> O Livro Das Virtudes de Willim J. Bennett pela Nova Fronteira (1995)
>>> O Declínio da Cultura Ocidental de Allan Bloom pela Best Seller (1989)
>>> The Servant: A Simple Story About The True Essence Of Leadership de James C. Hunter pela Crown Business (1998)
>>> Kit com 10 livros Charadinhas de Ciranda Cultural pela Ciranda Cultural (2024)
>>> Bel Ami de Guy De Maupassant pela Landmark (2011)
>>> Tá Todo Mundo Mal: O Livro Das Crises de Jout Jout pela Companhia Das Letras (2016)
>>> Brideshead Revisited de Evelyn Waugh pela Penguin Classic (1962)
>>> Prometo Perder de Pedro Chagas Freitas pela Verus (2017)
DIGESTIVOS

Quinta-feira, 29/7/2010
Digestivo nº 467
Julio Daio Borges
+ de 2500 Acessos




Imprensa >>> A morte do Jornal do Brasil
Foi a Piauí que, fazendo piada, primeiro localizou o "último assinante" do JB. Mas, desde o dia 13 de julho, é oficial. Nelson Tanure — que já havia matado a Gazeta Mercantil em junho de 2009 — anunciou que o Jornal do Brasil "deixará de circular em papel" (em 2010). "Deixar de circular" se tornou um eufemismo para sinalizar que um jornal deixou de existir fisicamente. Morreu. Tanure também anunciou que o JB "continua na internet", mas isso nem sempre diz muita coisa. Afinal, a Gazeta igualmente "sobreviveria" dentro do portal InvestNews — uma hipótese levantada na ocasião de sua morte —, mas até agora... (nada de ressuscitar). A Gazeta Esportiva aventurou-se com sucesso pela internet e a Tribuna da Imprensa é mantida, em formato de blog, por Hélio Fernandes. Enfim, o que é melhor: morrer dignamente, sem espasmos, ou arriscar-se entre um portal e um blogspot? O mais surpreendente, contudo, não foi nem a morte de mais um jornal (algo que já vinha sendo previsto desde a década passada) — mas, sim, as reações coligidas pelo Blog do Noblat. Na redação do mesmo JB, por exemplo, diz-se que "o clima foi de tristeza e nervosismo". Enquanto o Sindicato dos Jornalistas quer "discutir o futuro dos empregados". A redação e os sindicatos que nos perdoem, mas alguém que trabalha em jornal de papel, em pleno século XXI, ainda achar que deve ter "emprego garantido", além de ser jornalista desinformado, deveria merecer demissão por justa causa. Já a Associação Nacional de Jornais apontou, como causa mortis do JB, "equívocos empresariais". "Equívoco empresarial", se houve, foi Nelson Tanure ter adquirido a Gazeta Mercantil, que encerrou suas atividades com 200 milhões em dívidas trabalhistas, e o Jornal do Brasil, que fecha suas portas com dívidas estimadas em 100 milhões de reais. Enquanto os "homens de visão" como esse continuarem adquirindo, lançando ou inventando coisas como "jornais do futuro", outros "equívocos", como esse, terão lugar. Afinal de contas, quando será que os jornalistas vão enxergar que o problema está, justamente, nos jornais? [4 Comentário(s)]
>>> JB: apenas versão na Internet
 



Literatura >>> Alfa, o leitor eletrônico da Positivo
O mais recente "furo" em termos de notícias sobre o mercado editorial brasileiro foi dado pela IstoÉ Dinheiro que, na semana do dia 14 de julho, anunciou o lançamento do Alfa, o leitor de livros eletrônicos da Positivo Informática. Maior fabricante de computadores do Brasil, a Positivo teve um insight parecido com o de Steve Jobs: enxergou que caminhamos para um "mundo pós-PC", onde quem vai dominar serão os fabricantes de dispositivos móveis. A revista afirma que o leitor de e-books é apenas a ponta do iceberg de um movimento que prevê o lançamento de televisores, celulares e... tablets! Leitor da recente biografia não-autorizada de Jobs, Hélio Rotenberg, presidente da Positivo, reconhece que vai concorrer até com o superpoderoso iPad. Ambicioso, Rotenberg acredita que seu Alfa é mais fácil de usar que o Kindle, da Amazon, embora não ofereça conectividade Wi-Fi na primeira versão (prevista para agosto), só em 2011. A vantagem do Alfa, para as editoras brasileiras (que, até agora, fizeram cara feia para o Kindle), é que a Positivo não quer ser "dona" do formato, e promete um leitor compatível, por exemplo, com as recentíssimas iniciativas da Livraria Cultura e da Saraiva. Rotenberg, sabiamente, percebeu que, sem a adesão maciça do mercado editorial brasileiro, nenhum leitor eletrônico vai decolar no País. Que o diga o leitor da Gato Sabido, que atrai acessos, mas não vendas (proporcionalmente), já que faltam títulos. Mesmo o Kindle carece de mais títulos em português (ou seja: mesmo a gigante Amazon sofre com a retaliação de nossas editoras). A desvantagem do Alfa, no entanto, é o preço, de 750 reais (considerando-se, novamente, que o Kindle está sendo vendido por menos de 200 dólares agora). E como se não bastasse a Positivo, outro fabricante nacional, a Mix Tecnologia, também promete entrar na briga. E as nossas editoras... será que vão, finalmente, comprar a ideia do livro eletrônico? ;-) [4 Comentário(s)]
>>> O concorrente brasileiro do Kindle
 



Música >>> Amar la Trama, de Jorge Drexler
Quem assistiu às apresentações de Jorge Drexler no Brasil, naturalmente percebeu que ele era um verdadeiro músico. Se os primeiros registros em estúdio flertavam com o pop comercial, Drexler adquiriu uma nova dimensão ao compor, justamente, a trilha sonora de Diários de Motocicleta (2004, a convite do próprio Walter Salles). Levando, inclusive, o Oscar específico. Assim, este Amar la Trama é mais um degrau no crescimento de Drexler, que havia ido mais longe do que nunca em Cara B (2008), um show quase acústico que, para os nossos ouvidos, flertava com a MPB e com outros gêneros mais tradicionais de música popular espanhola e hispano-americana. Uruguaio, Drexler abraçou a causa da América Latina, incluindo o Brasil, com muito respeito, e tem sido bem-sucedido, e aceito, desde a Europa até a mesma América. Em La Trama, exercita sua prática musical no velho formato de banda, adicionando metais e sopros, e perseguindo uma sonoridade quase vintage — com semi-acústicas, slide guitars, guitarras españolas, clarinetes e trompetes (à la letreiros de Woody Allen). O CD abre com duas faixas que lançam o conceito do álbum: "Amar la trama, más que el desenlace". Preferir, mais do que a chegada, o caminho. A "travessia". Assim escreve Drexler e canta: "Estoy aquí de paso./ Yo soy un pasajero./(...) Estoy aquí si nombre/ Y sin saber mi paradero". La Trama, o disco, alterna momentos de muita alegria, de tocar em conjunto, com outros temas mais reflexivos, quiçá evocando o trio que passou por nós. A terceira faixa, mais um exemplo, é de um lirismo que indica um novo patamar (desta vez, nas letras de Drexler): "Que es lo que viste em mí?/ Que es lo que te hizo abrir así/ Tus miedos, tus piernas, tu calendario/ Las 7 puertas sagradas de tu santuário". Da terceira, pulamos para a sexta: um momento Frida (na fossa); ou Buena Vista, com Leonor Watling fazendo as vezes de Omara Portuondo (que, aliás, gravou Drexler). Outra "feliz da vida" (a sétima), e outra bluesy (a oitava). Da nona, participa Ben Sidran e, na décima, mais versos inspirados: "La noche estaba cerrada/ Y las heridas abiertas/(...) Tenía la edad aquella/ En que la certeza caduca/(...) Algo de aquel asombro/ Debió anunciarme que llegarías". Jorge Drexler, enfim, carrega o frescor, talvez ingênuo, que a música em geral perdeu, que a indústria matou e que os músicos, em sua maioria, não conseguiram reencontrar. Afinal, conforme a epígrafe do próprio encarte: "People used to make records/ as in a record of an event:/ The event of people/ playing music in a room./ Now everything is cross-marketing,/ it's about sunglasses and shoes,/ or guns or drugs, you choose" (Ani Di Franco). [Comente esta Nota]
>>> Amar la Trama
 



Artes >>> Cachalote, de Daniel Galera e Rafael Coutinho
Se alguém ainda se lembra do Amores Expressos, foi um projeto que hospedou escritores brasileiros em algumas capitais do mundo, durante um mês, com a incumbência de, posteriormente, produzir uma "história de amor" naquele cenário. Desentendimentos à parte, foram criados alguns bons diários do projeto, alguns dos romances já vieram a lume, e, de repente, alguma coisa ainda pode virar filme. O fato é que, da experiência do Amores Expressos, nasceu um novo projeto da RT/features que reúne um escritor e um artista gráfico, a fim de produzir uma história em quadrinhos (que poderá, eventualmente, ser adaptada para cinema). Cachalote, que agora sai pelo selo "quadrinístico" da Companhia das Letras, com argumento de Daniel Galera e desenhos de Rafael Coutinho, é o primeiro fruto dessa nova safra. Cachalote se compõe de cinco histórias que acontecem em vários planos, mas que, ao contrário de filmes como Short Cuts (de Robert Altman), não se entrecruzam. A do escritor esquizofrênico, por exemplo, pode até lembrar a de alguém da geração de Galera, mas as outras são altas elaborações, que não permitem identificação imediata. A melhor delas talvez seja a do vendedor da loja de ferragens, que atrai mulheres sadomasoquistas, mas que acaba se apaixonando por uma maluca autodestrutiva. Em seguida, a história do playboy abandonado à própria sorte em Paris e na Espanha (como tanta gente que foi "para a Europa" ou "pra fora", e se perdeu mais). Boa, ainda, a história do escultor, que, embora recluso, aceita um convite para atuar numa filmagem (mas que termina sem saber se foi realizada ou não). E boa, também, a do ator decadente, que está condenado a uma roda-viva de fama, eventos... e excessos perigosos. Galera, mais uma vez, exercita sua versatilidade como escritor, afinal seus textos já haviam sido adaptados para cinema e para teatro. E ganha uma nova ocupação: a de roteirista, profissional, de histórias em quadrinhos. Já os desenhos de Rafael Coutinho não deixam nada a dever à arte de seu pai, Laerte (igualmente pai dos Piratas do Tietê e de tantos outros personagens). Cachalote, enfim, lançou, com muita competência, o novo empreendimento da RT/features. Aguardamos as novas "duplas" (com mais ansiedade a que terá roteiro de Daniel Pellizzari — e que sairá pela célebre Dark Horse). [Comente esta Nota]
>>> Cachalote
 

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Mulheres Cheias de Graça
Fábio de Melo
Ediouro
(2009)



Uiramirim Contra os Demônios da Floresta; 4 Edicao
Antonio Carlos Olivieri
Atual
(1991)



Moderna Plus Matemática 1 - Paiva - Parte III
Manoel Paiva
Moderna



Venise
Cartoville
L'essentiel en un clin d'oeil



O I Ching do Amor
Guy Damian-Knight
Record



A Caixa Magica de Luiz
Rozeli Viana
Prazer de Ler



Leis Penais Especiais Anotadas
José Geraldo da Silva e Wilson Lavorenti
Millennium
(2008)



A Donzela Cristã no Seu Ornato de Virtudes
Pe. Matias de Bremscheid
Paulinas
(1945)



Iniciação Violonística
M. São Marcos
Irmãos Vitale



A Casa Negra
Stephen King e Peter Straub
Suma De Letras
(2013)





busca | avançada
64082 visitas/dia
2,5 milhões/mês