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Sexta-feira, 13/9/2002
Perturbador e cosmogônico
Julio Daio Borges
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Digestivo nº 99 >>> Quase cem anos nos separam do lançamento de "Os Sertões", de Euclides da Cunha. Um clássico perante o qual muitos dos brasileiros ainda permanecem analfabetos. Grosseiramente, é possível classificar os escritores como de síntese ou de análise, cabendo a Euclides a segunda classificação. Barroco por excelência, doente desde o nascimento, não podia compor uma obra que não fosse marcada pela exuberância e pelo exagero - como que para compensar o emprego de funcionário público, o casamento com a esposa infiel, as crises advindas da tuberculose. Sua vida não podia ter tido desfecho mais trágico e melancólico: o duelo contra o amante da mulher, Dilermando, que terminou fulminando-o. Antes que a culpa recaia sobre o assassino, por ter calado um escritor de gênio, há hoje indícios de que Euclides sofria de desequilíbrios mentais (quando resolveu partir para o enfrentamento homem a homem). Apesar de sua realização descomunal em literatura, a posteridade não o eximiu de todos os pecados. Acredita-se que os seus descendentes o tenham imitado justamente nos pontos em que sua obra mais falha: na desmedida ambição cientificista; no desejo (frustrado) de dar conta do Brasil; e no objetivo (no caso dele, atingido) de fazer frente a toda a tradição épica ocidental. Assim como Machado, pelo lado da economia e da contenção verbal, Euclides deixou um modelo que inspirou pelo menos um livro fundamental: "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa. Durante as festividades do centenário, contudo, a classe dos jornalistas foi a que mais arrolou para si os feitos euclidianos - esquecendo-se de que o autor foi também engenheiro, geógrafo, historiador, romancista e poeta. A relativa bonomia do século XX (descontando os períodos e focos bélicos) privou a humanidade de criadores viscerais como Euclides da Cunha. Afinal, se Wittgenstein tinha razão, a vida só ganha sentido perante a morte. Num tempo em que a última virou uma abstração, a primeira só poderia acabar em impostura (ainda mais no "melhor país do mundo").
>>> Euclides da Cunha
 
Julio Daio Borges
Editor
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