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Sexta-feira, 19/11/2004
Meninos, eu vi...
Julio Daio Borges
+ de 1800 Acessos




Digestivo nº 202 >>> Cícero Dias mal teve tempo de pisar na Faap e de mostrar, aos paulistanos, que o mundo começava no Recife. Soa inverossímil que o pintor falecido há poucos anos tenha sido contemporâneo dos modernistas. Em carta reproduzida na exposição, Manuel Bandeira recomenda-o a Mário de Andrade. Dias auto-exilou-se em Paris e permaneceu, junto com sua obra, encapsulado no Brasil – entre o mais evidente Marc Chagall e o parentesco, por contágio, com Frida Khalo. André Breton, se o encontrasse no México, como encontrou a Frida, provavelmente lhe diria – como disse a ela – que esse (seu) “surrealismo” era o que ele (Breton) e Dalí há tempos perseguiam. Algo como a tarja que colaram, de “realismo fantástico”, em todos os escritores inclassificáveis, de um certo período, na América Latina. A mostra na Faap, como que compactuando com a “imagem cristalizada” de Cícero Dias, restringiu-se às décadas de 20 e 30. Apenas para ficar no seu mural mais conhecido: houve formas inspiradas na elefantíase do Abaporu de Tarsila; houve referências à industrialização representada pela mesma e pelo Portinari comunista; houve o movimento e a embriaguez (ivresse) dos vanguardistas do Velho Continente; e houve um erotismo e um ar de contravenção, ambos muito sutis, que instigaram os bem-pensantes a retalhar 2,5 dos originais 15 metros. Já as cores são um show à parte. Se antecipou os pigmentos fluorescentes em pelo menos meio século, Dias se irmanou à companheira de Diego Rivera não apenas nos tons, mas numa temática que confundia sonho e realidade, um país agrário com outro em processo de modernização a fórceps. Suas aquarelas são de uma alegria quase infantil, e qualquer criança poderia em princípio se deliciar com elas (embora algumas esperneassem dentro da mesma Faap, pouco antes do fim). Num canto, um Cícero Dias idoso proferia uma conferência em videotape, para ninguém ouvir (provavelmente invocando o tradicional hábito tupiniquim de esquecer seus heróis e de, num reflexo tardio, desenterrá-los, em documentários, ainda mortos ou semivivos). Dias circulou pelos salões da capital francesa mas não encontrou o mesmo eco em seu próprio país. Atualmente, como ninguém mais sabe disso, talvez desfrute da compreensão de olhares contemporâneos: regados à estética atordoante de um Pedro Almodóvar; sobreviventes do entorpecimento sessentista à base de psicotrópicos; objeto do bombardeio televisivo e da linguagem alucinada do videoclipe.
>>> Cícero Dias | Faap
 
Julio Daio Borges
Editor
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