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Quinta-feira, 19/3/2015
UM TEMPORAL INOPORTUNO
Rodolfo Felipe Neder
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Jorge Luís Borges andava sempre elegantemente vestido e acompanhado da sua bengala que lhe abria caminho na sua cegueira. Mensalmente vinha a nossa escola de Cinema em Santa Fe e dava uma aula que demorava cerca de uma hora e meia. Ninguém dos alunos queria perder sua aula. Nesse dia do mês de junho, seria a quarta aula do ano de 1959 chovia torrencialmente. A sala de aula era um anexo, em linguagem mais coloquial era um puxadinho de uma repartição da Universidad Nacional del Litoral, onde funcionava também o Instituto de Cinema, onde eu me especializava em Direção de Fotografia. Ninguém tinha pensado que o ruído da chuva fazia no telhado de Eternit apagaria a suave, tímida e pausada voz do mestre. A aula foi quase toda preferida com todos em pé e em volta dele, no maior silencio para ouvir como ele tinha iniciado e porque a escrever El Alhep, história fantástica , que talvez seja, a mais divulgada do escritor. De repente o mestre parou, fez um breve silencio e pergunto: "Vocês não tem um microfone?" Tínhamos, só que ninguém queria sair para traze-lo e fazer a conexões. Ai foi negociado com Borges ele parava, ficava em silêncio enquanto durava a operação instala-microfone. Ele ficou estático, com o rosto levantado e apoiado na bengala, como que olha para o infinito com seus olhos fechados e pela escuridão da cegueira. Sua secretária (Ainda, a Sra. Kodama não existia na sua Vida) se aproximou e pediu para continuar. Surpreendentemente, reiniciou fazendo um breve silencio e fez uma pergunta a si mesmo agora, com sua voz amplificada e nos, acomodados em nossas carteiras "- como vocês explicariam como é a cor amarela a um cego?" , todos perplexos. A frase era para pensar ai o mestre dissertou sobre a sua experiência da cegueira em um mundo que, no final dos anos cinquenta, começava a ser dominado pela imagem como previa a revista Time, que editou um livro com as melhores imagens, a maioria da própria revista e que seria um pouco a nossa bíblia dos grandes fotógrafos da época. Hoje, isso não é mais possível, o mundo e absolutamente dominado pela imagem que nos é apresentada com diversas ferramentas. É melhor? É Pior? Em fim, não sei, e não me faço essa pergunta existencial que não leva a nada. Porem continuo sim me perguntando a grande dúvida do Mestre Borges que nos obrigava a pensar e nos deixou no ar, como explicar o amarelo a um cego? Que talvez também, não tenha resposta mas é Fantástica, como a literatura do Jorge Luís Borges.

Postado por Rodolfo Felipe Neder
Em 19/3/2015 às 11h38

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