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Sexta-feira,
18/9/2015
Eu sou a favor do impeachment, mas eu acho triste
Julio Daio Borges
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Eu acho triste que a gente tenha de arrancar uma louca, da cadeira, com camisa de força
Porque o impeachment é isso
Eu acho triste que ela não se convença de que deu errado, de que seu governo foi um desastre - e que essa pessoa seja, justamente, a presidente do Brasil
É triste você ter de convencer o supremo mandatário da Nação de que ele errou, e de que ele tem de sair - à força (porque não teve outro jeito)
O Collor foi tão triste quanto
Porque não é só a tristeza de tirar a pessoa - à força (porque ela resiste) - mas a sensação, inescapável, de que o País errou em elegê-la (e, no caso, em reelegê-la)
Erramos todos. Mesmo os que não votaram nessa pessoa
Porque falhamos em não convencer os outros. Porque falhamos em deixar a pessoa - que não deveria ganhar - ganhar
Independente de quem falhou - seja votando, seja não fazendo oposição direito, seja não fiscalizando as urnas eletrônicas -, falhamos como Nação
Quando você olha um país, de fora, e os problemas que esse país enfrenta por ter um supremo mandatário que não deveria estar lá, a quem você culpa?
Ao povo
E você, imediatamente, se pergunta:
"Por que o povo não faz nada? Por que o povo deixa? Por que o povo elegeu essa pessoa?"
É a mesma coisa - para quem nos olha de fora...
"Essa mulher é a presidente? E vocês não fazem nada? E você elegeram ela? E vocês deixaram ela ganhar? De novo?"
"Ela é péssima - mas vocês não são muito melhores que ela", um estrangeiro poderia, facilmente, argumentar
E teríamos de engolir em seco - porque é verdade
Então a gente percebe, como diz aquele expressão não muito bonita, que o buraco é bem mais embaixo
Porque a presidente e o seu impeachment são apenas um símbolo
Um símbolo, eloquente, de que o Brasil errou - e feio
Porque o PT nasceu e cresceu aqui. Essa excrescência fomos nós que parimos, como País. Os petistas não são alienígenas. Eles são humanos
E eles são brasileiros...
Olha que tristeza
E fica a ameaça - permanente - de que pode acontecer de novo
Outro PT. Com outro nome. Com outras pessoas. Com outros Lulas. Com outras Dilmas. Tudo de novo
Podemos, sim, enclausurar os criminosos na nossa prisão de segurança máxima (se é que ela existe). Mas não podemos evitar o fato de que o crime nasceu - e frutificou - no seio da nossa sociedade...
O PT é triste, mas o Brasil é tristíssimo - porque deu ensejo... ao PT!
Nós temos, sim, como trocar de presidente. Que ótimo, não é mesmo?
Mas nós não temos como trocar de País. (Quer dizer: alguns até trocam; mas não trocam, no fundo...)
E nem temos como trocar de povo. Só se nascermos de novo
Vocês já pensaram nisso?
Pensaram de verdade?
Pensaram com carinho?
Enfim: mais para dizer que eu fiquei contente que o pedido de impeachment teve a sua entrega, formal, ontem
Mas eu fiquei, igualmente, triste
Triste pelo Brasil
Triste pela gente
Para ir além
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Postado por Julio Daio Borges
Em
18/9/2015 às 12h33
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