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Domingo, 25/10/2015
Bizzzare Bowwwie
Renato Alessandro dos Santos
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Até 2012, nunca havia ouvido Ziggy Camaleão com atenção. Uma vergonha, mas ainda tenho amigos que também não deram muita bola para Bowie e, certamente, não irão para o céu, quando de uma vez por todas o compromisso se mostrar inadiável. Muitos garotos amavam só os Beatles e os Rolling Stones; outros, Led Zeppelin e Sabbath, que sem parar tocavam nos alto-falantes do 3 em 1. Bowie era para poucos.
Ultrapassei os 20 e os 30 e alguma coisa com orgulho. Chegaram os 40 e, com eles, David Bowie. Até que enfim, rapaz! Por onde andava? Com a aparição, veio uma pergunta: por que nunca havia me interessado por David Bowie? Minha dúvida virou uma dívida. Amigos que admirei na adolescência gostavam de Kiss, de Iron Maiden. Heavy Metal no cardápio. Quando fui crescendo, ajudou muito o caleidoscópio pop de três acordes que o rock'n'roll vem legando desde os 1950, criando aquelas fronteiras que colocavam pais e filhos em cantos opostos da casa: os pais na sala; os filhos dedilhando uma guitarra invisível, com riffs que vêm do fundo da alma. Hoje, pais e filhos dividem a paixão pelo rock'n'roll e ouvem os mesmos discos. Ainda bem.

Tudo ia muito bem e, de repente, fica melhor ainda: surge a internet nos 1990; pena que, infelizmente, passou a ocupar esse tempo esférico de nossas vidas. É, é uma pena, mas posso baixar a discografia completa de Bowie e, antes tarde do que nunca, ouvi-lo com atenção, fazendo o que deveria ter acontecido desde que, lá pelos 12, em 1984, os caras do Kiss começaram a fazer, quando conquistaram este vagabundo coração, pelos ouvidos. Com a idade se insinuando, pensei: não há jeito melhor de se pagar uma dívida com um artista do que conhecendo seu trabalho, ouvindo-o, estudando-o, analisando o que o homem fez no decorrer de sua vida artística entupida de excessos, de drogas, de rock'n'roll. E, rebel rebel, Bowie é o artista artista.
Aí, decerto porque sou professor, lembrei de uma questão didática envolvendo David Bowie e o aprendizado da língua inglesa, numa conversa entre pai e filho:

- Você está ouvindo música? - Não, estou aprendendo inglês. - Como assim? Você tá aí, deitadão, ouvindo música. - Nã, nã, não. Estou ouvindo David Bowie e, enquanto ouço o que ele canta, presto atenção nas letras, na construção das frases, no jeito que ele canta, que é demais, aliás. - E isso é aprender inglês? - Não é?! Há forma mais prazerosa de se aprender inglês do que esta? - Mas funciona? - Of course, my dear. - Is we, então. Toca aqui. - Is we.

O que motivou também a pagar a dívida com B.O.W.I.E. foi o texto de Alexandre Dantas no Tertúlia. Ele escreveu sobre o cinzento e suburbano Joy Division. Meu amigo lembrou que o nome original da banda de Ian Curtis foi retirado de uma música de Low, 11º álbum de Bowie. Baixei o disco e, claro, lá estava o camaleão, mas era diferente do que me acostumei a ver & ouvir quando adolescia nos 1980. Não era nada parecido com "China girl" ou "Let's dance", canções de Bowie que nunca ouvia deliberadamente e, se acontecia, era só porque não sou surdo. Sorry, Bowie, mas jamais colocaria essas duas canções no toca-disco nos 80's. Hoje, sim. Se bem que havia "Absolute begginers" e "Modern love", faixas de Bowie que nunca soaram ruins. Pensando bem, deveria mesmo era ter virado Aladdin Sane de um lado a outro no toca-discos, como um bife.

Vem o tempo, e a gente aprende, enquanto o telhado vai se cobrindo de neve.
Caetano Veloso era feio que dói quando era tropicalista; depois, quando envelheceu, continuou... feio que dói, mas, talvez, - talvez -, um pouco mais "simpático" do que era. De qualquer forma, este parágrafo não tem nenhuma importância para este texto.
Após baixar Low, quando menos percebi, estava ouvindo finalmente David Bowie pra valer. Comecei pelo primeiro disco e fui até o último, passando pelo Tin Machine e tudo. Não deu outra: pelo terceiro dia, estava interessado em ler sobre o moço que, hoje, já é um senhor. Vou à Estante Virtual e, lá, encomendo três livros sobre o gajo. Estava bom até aí.
Li sua biografia (Bowie, a biografia, de Marc Spitz) e, naquela ocasião, não gostaria por nada deste mundo que David Bowie morresse, ou mesmo que algo de ruim acontecesse a ele. Sério. Somos gente comum, é duro aceitar isso, mas o bom é que, por isso, podemos fazer fanzines e, 4 me, na minha galeria de heróis, Bowie está ali, ao lado de Buddy Holly, de Thom Yorke, do Jeff Mangum e de outros, como Kerouac, Brito Broca, los rebeldes Rimbaud e Baudelaire, além de Stephen King, de Poe, de outros ícones de que não me lembro agora. Ah: Macaulay Culkin, River Phoenix e H. D. Thoreau, também.

Escrevo tudo isso, enquanto no toca-discos toca Aladdin Sane. Uma pergunta: o que é aquela fusão de piano, sax e bateria na faixa-título, senão coisa de gênio? Eis aí o porquê de o rock'n'roll nunca morrer: gente como Bowie não deixa, além de mim ou de você, cara pálida que vê em aliens como o camaleão motivo suficiente pra estudar, história do rock adentro, a trajetória de um artista ou de uma banda. Tudo para mergulhar mais fundo. Há uma certa classe nisso.
Hoje, merecidamente, Bowie vive e permanece como uma lenda viva. Se você fosse ele, e olhasse para trás, o que veria? Mick Jagger?! Tomara que em vez do rosto de pedra talhado em xilogravura veja o que realmente importa em relação a um artista como Bowie. Isto mesmo. Afinal, esta discografia de causar inveja a qualquer outro artista, não é uma beleza?

Texto publicado no site Tertúlia (www.tertuliaonline.com.br)

Ilustrações de Ubirajara Gonçalves Filho


Postado por Renato Alessandro dos Santos
Em 25/10/2015 às 14h22

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