30 anos após De Volta Para o Futuro | Blog do Carvalhal

busca | avançada
75749 visitas/dia
2,4 milhões/mês
Mais Recentes
>>> Terreiros Nômades promove encontro entre Salloma Salomão, escolas municipais e comunidade
>>> Instrumental Sesc Brasil apresenta Filó Machado no Sesc Consolação em show gratuito
>>> Escritor e diplomata Ricardo Bernhard lança obra pela editora Reformatório
>>> Teatro Portátil chega a São Paulo gratuitamente com o espetáculo “Bichos do Brasil”
>>> Platore - Rede social para atores
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> The Piper's Call de David Gilmour (2024)
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Uma nova forma de Macarthismo?
>>> Metallica homenageando Elton John
>>> Fernando Schüler sobre a liberdade de expressão
>>> Confissões de uma jovem leitora
>>> Ray Kurzweil sobre a singularidade (2024)
Últimos Posts
>>> A insanidade tem regras
>>> Uma coisa não é a outra
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Mano Juan, de Marcos Rey
>>> Propostas discordantes no jornalismo
>>> Escritor: jovem, bonito, simpático...
>>> Dilúvio, de Gerald Thomas
>>> O assassinato e outras histórias, de Anton Tchekhov
>>> Educadores do Futuro
>>> Gerald Thomas: Cidadão do Mundo (parte III)
>>> Mondrian: a aventura espiritual da pintura
>>> A proposta libertária
>>> A recessão está chegando
Mais Recentes
>>> Um Trabalho para Zeca - As Aventuras de Joca e Zeca 2 de Rosa Rodriguez pela Vila Rica
>>> O Limpador de Chaminééééés ! - As Aventuras de Joca e Zeca 1 de Rosa Rodriguez pela Vila Rica
>>> Joca Vai oa Médico - As Aventuras de Joca e Zeca 3 de Rosa Rodriguez pela Vila Rica
>>> Joca e o Quadro Maravilhoso - As Aventuras de Joca e Zeca 5 de Rosa Rodriguez pela Vila Rica
>>> Joca e Zeca Levam Um Susto - As Aventuras de Joca e Zeca 11 de Rosa Rodriguez pela Vila Rica
>>> Bing-Bong, O Adivinho - As Aventuras de Joca e Zeca 4 de Rosa Rodriguez pela Vila Rica
>>> Joca Quer Ser Poeta - As Aventuras de Joca e Zeca 8 de Rosa Rodriguez pela Vila Rica
>>> Joca Vira Herói - As Aventuras de Joca e Zeca 10 de Rosa Rodriguez pela Vila Rica
>>> Um Maravilhoso Doutor - As Aventuras de Joca e Zeca 7 de Rosa Rodriguez pela Vila Rica
>>> Zeca Pega Uma Insolação - As Aventuras de Joca e Zeca 9 de Rosa Rodriguez pela Vila Rica
>>> O Mundo De Sofia de Jostein Gaarder pela Companhia das Letras
>>> Na Formação do Arte-Educador - uma visão contemporânea de Helio Rodrigues pela Scortecci (2023)
>>> Vanguardas da Poesia Brasileira no Século XX de Rogério Bessa pela Galo Branco (2006)
>>> Um Leão Chamado Christian de Anthony Bourke - John Rendall pela Nova Fronteira (2009)
>>> Bumtchá - O Menino Prodígio de Thoshio Katsurayama pela Telucazu (2022)
>>> O Ouro dos Dias de Roque Aloisio Weschenfelder pela do Autor (2011)
>>> O Menino que Sobreviveu de Rhiannon Navin pela Leya (2013)
>>> Mulheres do Brasil - a história não contada de Paulo Rezzutti pela Leya (2022)
>>> Garras De Grifo de Leandro Reis pela Idea (2012)
>>> Estigma de Vanessa Maranha pela Telucazu (2021)
>>> Os sentimentos - Amor, alegria, tristeza, medo ... de Malgorzata Strzalkowska pela Salvat (2011)
>>> Um Peixinho Diferente 2ª edição. de Irene de Albuquerque (ilustrações de C Barroso) pela Conquista (1989)
>>> O Peixinho que Morreu Afogado 2ª edição. de Terezinha Dias Cardoso (ilustrações Júlio Cézar P) pela Conquista (1989)
>>> Zoozona - Seguido de Marcas na noite de Mauro Gama pela A Girafa (2008)
>>> Livro Linguagem, Comunicação, ação - introdução à língua portuguesa. de Ronaldo de Oliveira Batista; Alexandre Huady pela Avercamp (2012)
BLOGS >>> Posts

Terça-feira, 10/11/2015
30 anos após De Volta Para o Futuro
Guilherme Carvalhal
+ de 3100 Acessos



Toda a série de postagens recentes em torno do filme De Volta Para o Futuro leva a pensar o que faz esse filme receber tanto espaço por parte do público. O que gera relevância a esse filme são a química existente entre Michael J. Fox e Christopher Lloyd, o roteiro misturando trama adolescente, ciência e cultura pop, a ideia da viagem no tempo menos pretensiosa que nas grandes narrativas, não utilizada para se realizar grandes mudanças no passado ou entender como será o futuro, mas para alterar pequenas circunstância na pequena cidade de Hill Valley.

É interessante situá-lo em uma fortíssima onda de filmes juvenis que começaram a ser realizados no final dos anos 1970. Se durante a contracultura e demais movimentos na onda de liberação e rebeldia foram realizados filmes focados na juventude (Hair, Os Incompreendidos, Embalos de Sábado à Noite, Juventude Transviada, Amor, Sublime Amor) mostrando de aspectos políticos sociais a vazio existencial, essa nova geração se focou em outro patamar, o de mostrar a juventude como uma fase divertida e despretensiosa, quando ainda não é preciso se preocupar com as atribulações da vida adulta.

Essa onda de filmes veio inicialmente com filmes que incluem Clube dos Cafajestes e a série Porky's, muito semelhantes a American Pie, mostrando estudantes cuja maior preocupação está com a farra do final de semana. Ao longo dos anos 1980, toda sorte de filme adolescente foi produzida, abordando todos os temas possíveis e a grande maioria de verdadeiros clichês. Nesse meio, John Hughes foi um nome ímpar, pois foi quem, através da sétima arte, melhor conseguiu retratar os adolescentes dessa época.

Também é importante lembrar que na rebaba dos movimentos das duas décadas passados o mundo se tornou menos careta. Nesse ponto, o linguajar no cinema se tornou mais aberto e muitas das barreiras existentes anteriormente caíram. Desde cenas mostrando mais do corpo (sem ser filme com a tarja de para maiores de 18 anos) até um linguajar mais chulo e abordando temas como aborto e uso de drogas (como em Picardias Estudantis), as portas estavam abertas para uma expressão menos restrita.

Por outro lado, se o mundo se tornou mais aberto ao debate de vários temas, por outro aquele modelo rebelde que se associou à juventude mudou de foco. Não há uma expressão política ou crítica, apenas rebeldia contra a chatice da escola ou as restrições familiares. Isso foi um fluxo de todo o cinema dos Estados Unidos dessa época, tornando-se mais um mero divertimento desprovido de maiores reflexões. A profundidade de Kubrick ou Coppola deu espaço para os arrasa-quarteirões de Spielberg

A década de 1990 marcou uma volta mais séria a essa abordagem juvenil. Kids e Trainspotting abordaram a questão de drogas juntamente ao vazio existencial. A diversão juvenil está associada a uma existência sem sentido, sendo filmes pesados e sem muita alegria. Apenas a série American Pie daria um viés diferente, tentando recuperar o modelo da década de 1980, e a série Harry Potter abriria novas portas, a de fantasia adolescente, sendo precedido por muitos e muitos filmes com abordagem semelhante. É justamente nesse último ponto em que De Volta Para o Futuro se enquadra, com 20 anos de antecedência: uma aventura fantástica por parte de um adolescente, com a inspiração da jornada do herói.

Jornada do herói é um tipo de história que pressupõe um jovem que após um momento de rompimento quebra seu vínculo familiar e parte para uma série de aventuras, sendo que aos poucos ele vai evoluindo como herói. No caso de De Volta Para o Futuro, o momento de rompimento é a viagem, que dá a brecha para uma série de aventuras, quando precisa confrontar o vilão Biff, salvar sua família e voltar para casa em segurança. Ou seja, é um tipo de fórmula que deu certo há 30 anos e ainda hoje conquista as pessoas.

Outro aspecto curioso do De Volta para o futuro é a ciência. Permeando todas as formas de arte desde a antiguidade, a capacidade de um cientista em produzir ideias mirabolantes sempre conquistou o imaginário, principalmente após a Revolução Industrial, quando a ciência começou a se mostrar como a arte com a qual a humanidade conseguiria controlar todo o mundo. Em obras como Frankenstein ou O Médico e o Monstro temos a figura de experimentos que acabam produzindo algum resultado inesperado.

A figura de Doc Brown encarna essa ideia, apesar de seguir pelo viés humorístico. É o cientista estabanado e meio descolado da sociedade, envolvido mais com seu trabalho do que com qualquer outra coisa. Seu aspecto baseado na figura de Einstein completa essa caracterização, sendo que ele mesmo embarca em sua jornada pessoal, a de deixar de ser racional e se tornar mais passional. O caráter ciência envolve vários conceitos fantásticos, como capacitor de fluxo, terminologias derivadas de espaço-tempo e as previsões de inovação tecnológica do ano de 2015. É algo corriqueiro dentro de diversas artes e no cinema e na TV não faltaram tentativas de adivinhar como seria a tecnologia do futuro.

A correlação de história adolescente, jornada de herói e um olhar pop sobre a ciência são algumas das fórmulas de sucesso que renderam tanto destaque para De Volta Para o Futuro. A trilogia é um apanhado de referências modernas e existentes há tempos na humanidade, reproduzidas em uma trama agradável e divertida. É um filme marcante que expressa muito sobre a época em que foi produzido e sobre as expectativas existentes em seu tempo.


Postado por Guilherme Carvalhal
Em 10/11/2015 às 14h48

Mais Blog do Carvalhal
Mais Digestivo Blogs
Ative seu Blog no Digestivo Cultural!

* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Saga a Grande História do Brasil - Volume 6
Vários Autores
Abril
(1981)



Porque Ser Judeu
Carlos Gitelman
Edição do Autor
(2005)



La Ciudad Problemas de Diseño y Estructura
D. Lewis (ed.)
Gustavo Gili
(1970)



Patent Harmonization by treaty or domestic reform
Harold C. Wegner
Mori Press



Como Elaborar Projetos de Pesquisa e Monografias
Regina Célia Veiga a Fonseca
Imprensa Oficial
(2007)



O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Federação Espírita Brasileira
(2006)



Livro Literatura Estrangeira Primeiras Estórias
João Guimarães Rosa; Alberto da Costa e Silva
Nova Fronteira
(2005)



Las raices del olivo
Courtney Miller Santo
Ediciones
(2004)



Este Livro É Gay e Hétero, e Bi, e Trans...
James Dawson
Martins Fontes
(2015)



Futuros Antropológicos
Michael Fischer
Zahar
(2011)





busca | avançada
75749 visitas/dia
2,4 milhões/mês