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Quarta-feira,
18/11/2015
Esquema Dilma opta por Russomano
Felipe Pait
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Entre um pixuleco e outro, talvez tenha passado despercebida pelo público desapercebido a fofoca política mais relevante de ontem: o governo do PT abandonou o PT nas eleições municipais do ano que vem. Pelo menos em S Paulo, a cidade mais importante, uma das poucas onde pode-se dizer que o prefeito está tentando fazer coisas úteis apesar do Partido.
Há tempo sabe-se que Dilma não aceita bem o Haddad, embora a má vontade não seja mútua. Essa é uma das razões pela qual, enquanto o governo federal distribuía empréstimos subsidiados e eliminava exigências para aventuras privadas duvidosas, a presidência vetava qualquer aceno na direção de trazer os juros dos empréstimos municipais de volta para taxas condizentes com a situação dos últimos anos. As cidades e estados com dívidas para a União pagavam taxas altas, subsidiando o gasto do Tesouro com pixulecos e negócios duvidosos. Mesmo depois de leis e acordos aprovados, o governo federal caminhava arrastando os pés e criando obstáculos burocráticos, com o objetivo de evitar que uma eventual, ainda que improvável, boa administração de estados ou municípios pudesse fazer sombra à liderança do grande timoneiro e de sua ungida. Agora o desastre já está feito - nas condições atuais, as maldades que os prefeitos fazem viverão após os mandatos; o bem será enterrado com as eleições.
Ontem os jornais noticiaram que o governo Dilma resolveu apoiar o Russomano para prefeito de S Paulo. Não com discursos - mesmo que a presidente os soubesse fazer, atualmente sua presença em palanques na capital paulista seria fatal para a popularidade do candidato apoiado. Mas da forma como sabe - com dinheiro. O secretário-executivo do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, que participava da organização das Olimpíadas do Rio de Janeiro desde 2009, foi exonerado para alojar um indicado do chefe do PRB na Câmara, Celso Russomano. A única explicação para essa troca é a expectativa de que, na pressão de acabar as obras no curto prazo de 8 meses, apareçam muitas oportunidades para desvio de verbas para os bolsos do cacique. Embora sua filiação ao PCdoB não seja de forma alguma uma garantia de honestidade ou competência, o antigo responsável era do ramo - trabalhava no Ministério desde sua fundação e participou da organização dos Jogos Panamericanos. Parece que era desafeto do prefeito do Rio, talvez por excesso de honestidade. O inexperiente substituto coloca em risco a organização dos jogos - sua colocação anterior envolvia distribuir verbas do inútil Ministério da Pesca para finalidades questionáveis, não constando em seu currículo qualquer atividade anterior.
A única esperança de evitar o desastre em S Paulo é que a população e os partidos relativamente honestos percebam logo que o candidato dos esquemas de corrupção que assolam o país, o grande inimigo da cidade portanto, é o Russomano.
Postado por Felipe Pait
Em
18/11/2015 às 11h13
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