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Terça-feira, 16/2/2016
Pssica, de Edyr Augusto
Relivaldo Pinho
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Reprodução


Janalice, Jana, diz: “Deus me abandonou. Só pode ser. Não acredito mais em nada”. Jana, uma das personagens de Pssica, novo livro de Edyr Augusto, é estuprada, raptada, vendida como escrava, vira prostitua, droga-se. O Portuga é um angolano que, em um assalto, tem a mulher esquartejada. Preá, um rato d´água, rouba embarcações com seus sádicos capangas. O prefeito, um patife, faz bacanal regado a drogas.

O cenário é a Amazônia, o interior e fronteiras do Pará. Se em uma famosa canção paraense “esse rio é minha rua”; no livro, o rio é um caminho perigoso, vaza sordidez. No Marajó, sai o búfalo, entra o povo-manada; no lugar do vaqueiro altivo, meninas famintas oferecendo sexo.

Em Caiena, “a paisagem era como em Breves. Ou subúrbios de Belém. Casas pobres. Ruas esburacadas. Umidade e chuva. Mas os carros que passam eram Renault Mégane, Citroën, Peugeot. Ainda vou ter um”. É um mundo pérfido em sua degeneração contínua. Um permanente infortúnio, uma Pssica, paira sobre ele. Uma praga que parece entoada por um destino inescapável.

Edyr Augusto sai de Belém, mas a barbárie da região não sai de suas linhas. Pssica é uma faca que entra no “bucho” de todos. Há outra região que os postais e as notícias não contemplam. Não há mais nada para ser contemplado. “Me Salva”, implora Jana, mas, como muitos nessa barca, ela nem sabe onde está. “O que fizera para merecer isso?”.

Nada. Não há justificativas morais redentoras para explicar essa existência vil. Justificativas não servem para essa escrita expressionista e, propositalmente, mundana. Pulsões determinam ações, como as linhas indomáveis que descrevem essas vidas.

“Me salva”. Não. A redenção que se ensaia no livro é também uma encenação. Jana e sua súplica poderiam ser uma alegoria contemporânea da região. “E esta terra tão grande e linda, mas sem lei, sem nada”. Essa terra pode não ser a Amazônia imaginada, mas, nesse livro, já é um paraíso perdido.


*Publicado no Le Monde Diplomatique Brasil, em outubro de 2015.


Postado por Relivaldo Pinho
Em 16/2/2016 às 21h00

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