BLOGS
>>> Posts
Sábado,
26/3/2016
Neobolcheviques e neopolpotistas
Felipe Pait
+ de 900 Acessos
Ontem vi 2 propostas de estabelecimento de ditadura bem especificadas. Uma delas é do presidente do PT, o eterno neo-bolchevique Rui Falcão, argumentando que "...quem garante a estabilidade ... é o governo Dilma" e portanto "...nosso governo precisa ter iniciativas no plano econômico e ações politicas para romper o cerco em torno dele. Afinal, não é possível que emissoras de rádio e TV, concessões de serviço público, continuem..."
Ficou claro? A garantia de estabilidade é o poder pessoal da presidente, que deve censurar a imprensa para evitar críticas. É o que se espera do defensor da volta das eleições indiretas e do senador biônico.
A outra é do neo-polpotista Vladimir Safatle, que vai mais fundo ao dizer que "O Brasil nunca foi um país. Sequer uma narrativa comum a respeito da ditadura militar fomos capazes de produzir", de onde conclui que "...a melhor maneira de Dilma paralisar seu impeachment é convocando um plebiscito para saber se a população quer que ela e este Congresso Nacional continuem".
Pensamento coerente com a defesa do líder único, e com o histórico do autor. Como ele vai mais a fundo e questiona a própria existência de nosso país, vale a pena desenhar o argumento: um povo que não marcha em compasso único não existe.
Quem exige de um povo uma "narrativa comum" é o estado totalitário. A ditadura foi um fenômeno complexo, não passível de interpretação única. Grupos e indivíduos diversos atuaram de forma diversa com objetivos diversos. Quem não é capaz de aceitar isso só se sentirá realmente à vontade numa ditadura. A única inovação é que ele deslegitimiza a própria existência do Brasil, tratamento até agora reservado, entre todas as nações do planeta, exclusivamente para Israel.
E qual a proposta do autor para a eternização do líder único? Qualquer coisa que não seja prevista na lei. No caso, um plebiscito, tendente a dar ao executivo poderes para fechar o congresso. O que acontece se a presidente convoca um plebiscito, mesmo sem ter poderes para tal, e o eleitor diz que não quer nem o executivo nem o legislativo ainda dominado pelos governistas? Fecha-se o congresso, e alguém assume todos os poderes de forma extraordinária, pelo tempo que for necessário, já que a Constituição foi invalidada mesmo... O resto podemos completar.
Lendo e aprendendo.
http://www.pt.org.br/rui-falcao-contra-o-golpe-petista-nao-foge-a-luta/
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/2016/03/1753928-um-golpe-e-nada-mais.shtml
Postado por Felipe Pait
Em
26/3/2016 às 07h38
Ative seu Blog no Digestivo Cultural!
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|