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Sexta-feira, 1/7/2016
Longe demais
Heberti Rodrigo
+ de 4300 Acessos

Antes de postar os três próximos textos, gostaria de introduzi-los com este trecho do livro A Negação da Morte, de Ernest Becker.


Há o tipo de homem que tem grande desprezo pela "imediação", que tenta cultivar sua interioridade, tenta fundamentar seu senso de valor pessoal em algo mais profundo e mais interior, criar uma distância entre si mesmo e o homem médio. Kiekegaard chama esse tipo de homem de "introvertido". É um homem um tanto mais preocupado com o que significa ser uma pessoa, ter individualidade e singularidade. Gosta da solidão e se retira periodicamente para refletir, talvez para nutrir idéias sobre o seu eu secreto, sobre o que este eu poderia ser. Este, em resumo, é o único problema verdadeiro da vida, a única preocupação humana que vale a pena: qual é o seu verdadeiro talento, seu dom secreto, sua autêntica vocação? De que maneira a pessoa é realmente ímpar, e como pode expressar essa singularidade, dedicá-la a algo que está além de si mesma? Como é que a pessoa pode tornar o seu ser interior privado, o grande mistério que ela sente e seu íntimo, suas emoções, seus anseios, e usá-los para viver mais distintamente, para enriquecer tanto a si mesmo quanto a humanidade com a qualidade característica de seu talento? Na adolescência, na maioria de nós lateja esse dilema, e o expressamos com palavras e pensamentos ou com sofrimentos e anseios sufocados. Mas, em geral, a vida nos suga atirando-nos em atividades padronizadas (...)trilhas com as quais nos conformamos, às quais nos moldamos para que possamos agradar aos outros, tornamo-nos aquilo que os outros esperam que sejamos. E em vez de trabalhar o nosso segredo interior, vamos aos poucos cobrindo-o e esquecendo-o, enquanto nos tornamos homens puramente exteriores, jogando com o sucesso padronizado, no qual caímos por acidente, por conexões familiares, por patriorismo reflexo, ou pelas simples necessidade de comer e pela ânsia de procriar.

Não estou dizendo que o "introvertido" de Kiekegaard mantém essa busca interior inteiramente viva e consciente, mas apenas que ela representa um pouco mais do que um problema vagamente consciente, do que o representado no caso do homem acomodado, tragado pelo ambiente. O introvertido de Kiekegaard sente-se um ser diferenciado do mundo, tem alguma coisa em si mesmo que o mundo não pode refletir, não pode, em sua imediação e superficialidade, apreciar; e por isso esse indivíduo se mantém um tanto afastado do mundo. Mas não demais, não inteiramente. Seria tão bom ser o eu que ele quer ser, realizar sua vocação, seu talento autêntico, mas isso é perigoso, poderia transtornar inteiramente o seu mundo. Ele é, afinal de contas, basicamente fraco, encontra-se numa posição conciliatória: não é um homem imediato, mas tampouco é um homem verdadeiro, muito embora aparente sê-lo.

Não pode ir "longe demais", porque na verdade ele não quer levar o problema de sua singularidade a qualquer confrontação total.

Extraído do livro A Negação da Morte, de Ernest Becker


Postado por Heberti Rodrigo
Em 1/7/2016 às 15h14

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