Digestivo nº 182 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

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>>> So O Amor E Real de Brian L. Weiss pela Salamandra (1996)
>>> Shike - O Tempo dos Dragões livro 1 de Robert Shea pela Record (1981)
>>> A Revolução Russa ( em quadrinhos) de André Diniz pela Escala (2008)
>>> O Pimpinela Escarlate do Vaticano de J. P. Gallagher pela Record
>>> Dicionário das Famílias Brasileiras - Tomo II (volumes 1 e 2) de Antônio Henrique da Cunha Bueno e Carlos Eduardo pela Do Autor (2001)
>>> Todas as Faces de Laurie de Mary Higgins Clark pela Rocco (1993)
>>> Toxina de Robin Cook pela Record (1999)
>>> O Fortim de F. Paul Wilson pela Record (1981)
>>> A Fogueira das Vaidades (capa dura) de Tom Wolf pela Círculo do Livro
>>> O Canhão de C. S. Forester pela Círculo do Livro
>>> Grandes Anedotas da História (capa dura) de Nair Lacerda pela Círculo do Livro
>>> Um Passe de Mágica (capa dura) de William Goldman pela Círculo do Livro
>>> Livro Sagrado Da Família - histórias Ilustradas Da Bíblia para pais e filhos de Mary Joslin, Amanda Hall e Andréa Matriz pela Gold (2008)
>>> O Magnata de Harold Robbins pela Record (1998)
DIGESTIVOS

Quarta-feira, 7/7/2004
Digestivo nº 182
Julio Daio Borges
+ de 6300 Acessos
+ 3 Comentário(s)




Imprensa >>> Estudando o jogo
Existem alguns mistérios insolúveis na imprensa brasileira. O primeiro é: como um País tão comprovadamente musical não consegue ter sua revista de música? Afinal, a sina das publicações do gênero tem sido das mais terríveis. Ultimamente, não passando dos primeiros números; ou então abrindo intervalos cada vez mais longos entre um número e outro. Um segundo mistério insolúvel ou, se quiserem, um paradoxo, é o das publicações sobre futebol, o esporte nacional. Quem cresceu com a “Placar” sabe que ela foi, em certo sentido, um êxito; e, agora, há o “Lance!”, jornal diário que, aparentemente, sobrevive saudável. Mas o Brasil merecia mais: merecia uma revista bem acabada, com análises mais profundas e assinaturas de grandes nomes. Pois foi essa, exatamente, a aposta da editora Conrad. Sua revista se chama, sugestivamente, “Revista 10”, e foi lançada em junho. Kaká, candidato a Namoradinho do Brasil no ludopédio, orna a capa – e concede uma entrevista, caprichada, a Marcelo Rubens Paiva. Enquanto isso, Washington Olivetto, que aprendeu escrevendo seus “Piores Textos”, conta como é doce torcer pelo Monaco – e perambular por lá. Francisco Cornejo, doente e pobre, lembra como descobriu o subnutrido Maradona na infância. Nilton Santos rememora os 100 Anos do Botafogo, o “Arquivo 10” ressuscita a disputa entre as Alemanhas Ocidental e Oriental, e a seção “Replay” dá uma aula sobre as famosas vinhetas eletrônicas da Globo. Tudo isso em textos elegantes, bem-acabados e, principalmente, acessíveis aos não-versados em futebol. O papel é igualmente de primeira e o projeto gráfico, moderno e “arejado”. O único defeito talvez – e nesse caso é um defeito grave – é o preço de R$ 9,90. Tudo bem, a “Revista 10” não é para o povão (que dificilmente a compreenderia), mas vai ser difícil convencer alguém a pagar quase R$ 10 para ler sobre futebol. (Quando o “Lance!”, por exemplo, custa não mais que R$ 1.) Enfim, como leitura sobre o esporte não há nada melhor em português luso-brasileiro. Que a “Revista 10” não sucumba, então, à maldição histórica; e que seu preço não seja, portanto, um entrave. [Comente esta Nota]
>>> Revista 10
 



Música >>> Pedras que cantam
Oswaldinho aparece com óculos de vovó, Sivuca, com a mesma cara de anos e Dominguinhos, também, igual. Todos na contracapa do CD que o trio gravou para a Biscoito Fino: “Cada um belisca um pouco”. E se há, ainda, alguma rebarba das festas juninas, não poderia haver trilha sonora mais adequada. Tem “Qui nem jiló”, “Eu só quero um xodó” e “Xote das meninas”. E tem também, obviamente, “Asa Branca”. É disco para acordar de manhã, e pular da cama dançando forró (para quem gosta). E, também, para quem não gosta (pensando melhor). Dominguinhos, com sua chinela, olhar perdido no horizonte – nem parece parceiro de Chico Buarque aos 60 anos. Sivuca, eternamente confundido com Hermeto Paschoal (mais ou menos na linha Moares Moreira-Alceu Valença), mantém o ar compenetrado, evocando Santa Claus (eu sei que a época não é agora). Oswaldinho quase se esconde atrás de seu instrumental; igualmente de sandálias, está na sua vez de “solar”... Tentamos, descobrir, em vão, qual é qual – ao escutar. Dominguinhos parece o mais lírico, em “Adeus Maria Fulô”. Mas, logo depois, salta acelerado em “Isso aqui tá bom demais”. Pela idade, quem parece ultrapassá-lo, ainda mais veloz, é Oswaldinho. Sivuca, que não deve estar voando baixo, sob lentes grossas, deve ser também responsável pelos acompanhamentos, pelos adendos e pelas molduras. Pensando bem, não importa “qual é qual”. O resultado é tão agradável e revigorante! Transborda em alegria e bom humor. Por isso, é inevitável descambar para a piada. Quando não estão sorridentes, os três estão tocando, ou dando gargalhadas. Em pouco mais de meia hora, é uma experiência que passa rápido, rápido. Não teria sido possível, logicamente, sem a direção de Fagner (vale mencionar) e, igualmente, sem o apoio de músicos como João Lyra e Toni 7 Cordas. Tirando os olhos vesgos de Sivuca, não há nada que mereça ser aprumado. É ouvir sem parar. [Comente esta Nota]
>>> Cada um belisca um pouco - Dominguinhos, Sivuca & Oswaldinho - Biscoito Fino
 



Televisão >>> Andante majestoso
Luis Fernando Verissimo escreve, na capa, que Luiz Fernando Carvalho inventou um novo gênero, entre o cinema e a televisão. Osmar Prado brada, nos extras, que trata-se de um “marco histórico”. Fábio Assunção confessa, em entrevista, que nunca tinha tido tanta dificuldade em interpretar. Ana Paula Arósio sorri; Maria Adelaide Amaral conversa com o autor na tumba; Walmor Chagas compara a um “presente” que recebeu. Estamos falando de “Os Maias”, que a Globo realizou e que sai, neste momento, em DVD (4 unidades totalizando 940 minutos, mais de 9 horas). E, realmente, não existem palavras para classificar o trabalho. É, praticamente, irresistível sair da sessão (ou das sessões) confirmando o entusiasmo dos que participaram: em matéria de televisão, no Brasil, nunca houve nada igual (e se houve, é no máximo comparável, não chegando a superar). A começar pela fidelidade canina ao texto de Eça de Queiroz. Não é à toa que algumas das passagens mais saborosas são as “falas” do narrador, em “off”, na voz de Raul Cortez. A terminar pela composição “rembrandtiana” de Luiz Fernando Carvalho, cuja beleza plástica já se sustenta por si. Passando pelas locações deslumbrantes, pelas atuações memoráveis dos mesmos Walmor Chagas, Osmar Prado e Selton Mello, e pelas transformações (em todos os sentidos) dos idolatrados Ana Paula Arósio e Fábio Assunção. Se a televisão sempre foi restrita aos limites de uma arte chinfrim, “Os Maias” provou que ela pode ser – sim – uma grande arte. E o público, como era de se esperar, não respondeu à altura... Os realizadores se desculpam, nos depoimentos, por não terem sido “compreendidos” e pelo Ibope ter sido decepcionante. Mais isso não diminui a obra. (Às vezes, até, pelo contrário...) Algumas das maiores acusações a “Os Maias”, na época, mencionavam sua “lentidão” e obrigaram, o diretor e a autora, a uma “novelização” forçada. Os DVDs, felizmente, privilegiaram o “corte” de Luiz Fernando Carvalho, poupando o espectador dos enxertos de outras obras, como “A Relíquia” (que merecerão DVDs separados). Em resumo: ainda que haja controvérsias, a caixa é, de fato, imperdível. Também para os amantes da boa literatura. Afinal, nem o próprio Eça provavelmente imaginou – numa adaptação – tamanha grandiosidade. [Comente esta Nota]
>>> Os Maias - Globo Video
 
>>> EVENTOS QUE O DIGESTIVO RECOMENDA

>>> Palestras
* Feng Shui - Gisele Cury
(3ª f., 6/7, 19h30, VL)

>>> Noites de Autógrafos
* São Paulo 450 Anos Luz - Okky de Souza e Gilberto Dimenstein
(2ª f., 5/7, 18h30, CN)
* Wunderblogs.com - Vários
(2ª f., 5/7, 19hrs., VL)
* Olha o crachá no prato - Evie Mandelbaum Garcia
(4ª f., 7/7, 19hrs., VL)

>>> Shows
* Música das Nações - Fábio Presgrave e Paulo Gori
(2ª f., 5/7, 20hrs., VL)
* Vinícius, sem mais saudade - Céline Imbert e Marcelo Ghelfi
(5ª f., 8/7, 19h30, VL)
* Espaço Aberto - Tais Nader
(Dom., 11/7, 18hrs., VL)

* Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos (VL): Av. Nações Unidas, nº 4777
** Livraria Cultura Conjunto Nacional (CN): Av. Paulista, nº 2073
*** a Livraria Cultura é parceira do Digestivo Cultural



>>> Circuito Erdinger & Kiss FM
Acontece nesta quarta-feira, dia 7/7, a partir das 21 hrs., no Kia Ora (Rua Dr. Eduardo de Souza Aranha, nº 377 - Vila Olímpia - Tel.: 11 3045-3597), onde estará se apresentando a banda Mig 25.

* a Erdinger é parceira do Digestivo Cultural
 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
2/7/2004
10h14min
Eça, por si só, já é um mito. Seja em "As Cidades e as Serras" ou "O Primo Basílio", suas obras trespassam os leitores. É tudo humano demais, palpável demais, sem inocência. Sua literatura demarca um espaço na alma da gente. "Os Maias", que de certa forma, agora, é um pouco de Luis Fernando Carvalho, mostrou a nossa impaciência e o nosso apego. Como obra, ah... quem vai esquecer tanta vida e tanta dor e tanta beleza e tanta perda, tudo junto, ao mesmo tempo, na tela da TV de nossa casa. É demais! O que eles conseguiram é demais!
[Leia outros Comentários de Cristiana Brandão]
6/7/2004
13h56min
Sempre lamento o fato de a TV Globo transmitir seus melhores programas, que são as mini-séries, sempre tão tarde. Tenho certeza que muitas pessoas que precisam acordar cedo para trabalhar, como eu não, conseguem ficar vendo televisão até esse horário. Se programas primorosos, feito Os Maias, fossem transmitidos em horários mais acessíveis, provavelmente teriam muito mais telespectadores.
[Leia outros Comentários de Marilia Araujo]
10/7/2004
23h19min
É verdade que são poucos os brasileiros que trocariam um programa "fútil" (como, infelizmente, a grande parte dos programas que compõem a tv brasileira) por um mais ético, cultural, crítico. Porém acho que o fator horário conta muito. Se ao invés do Sessão da Tarde (filmes repetidíssimos), fosse transmitido um programa "cultural", mais interessante, como Os Maias o nível intelectual dos brasileiros aumentaria. Tudo é hábito! Cresceríamos habituados a assistir bons programas, ler bons livros, filmes, enfim... É uma pena que a tv brasileira priorize o velho ibope e esqueça do grande papel social que deveria exercer. Lamentar a falta de leitura não adianta, dar oportunidades é o principal.
[Leia outros Comentários de Isis Correia]

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