Digestivo nº 236 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
42713 visitas/dia
1,7 milhão/mês
Mais Recentes
>>> ZÉLIO. Imagens e figuras imaginadas
>>> Galeria Provisória de Anderson Thives, chega ao Via Parque, na Barra da Tijuca
>>> Farol Santander convida o público a uma jornada sensorial pela natureza na mostra Floresta Utópica
>>> Projeto social busca apoio para manter acesso gratuito ao cinema nacional em regiões rurais de Minas
>>> Reinvenção após os 50 anos: nova obra de Ana Paula Couto explora maturidade feminina
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> A dobra do sentido, a poesia de Montserrat Rodés
>>> Literatura e caricatura promovendo encontros
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
Colunistas
Últimos Posts
>>> O coach de Sam Altman, da OpenAI
>>> Andrej Karpathy na AI Startup School (2025)
>>> Uma história da OpenAI (2025)
>>> Sallouti e a história do BTG (2025)
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
>>> Behind the Tech com Sam Altman (2019)
>>> Sergey Brin, do Google, no All-In
Últimos Posts
>>> Política, soft power e jazz
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Meu beijo gay
>>> YouTube, lá vou eu
>>> Sonho francês
>>> Minha Estante
>>> A Última Ceia de Leonardo da Vinci
>>> Steven Spielberg
>>> Pondé mostra sua biblioteca
>>> Um Luis no fim do túnel
>>> O óbvio ululante, de Nelson Rodrigues
>>> Máfia do Dendê
Mais Recentes
>>> Planeta Corpo de Silvia Zatz pela Companhia Das Letrinhas (2000)
>>> O Mensageiro Alado de Rogerio Andrade Barbosa pela Melhoramentos (2012)
>>> O Peru de Peruca de Sonia Junqueira pela Ática (1998)
>>> Relembrando O Que Escrevi: Da Reconquista Da Democracia Aos Desafios Globais de Fernando Henrique Cardoso pela Civilização Brasileira (2010)
>>> Filhotes De Bolso Saem De Férias de Margaret Wild pela Brinque-book (2009)
>>> O Caracol E A Baleia de Julia Donaldson pela Brinque-book (2019)
>>> As Aventuras De Robin Hood de Marcia Williams pela Ática (2014)
>>> O Brasil No Papel Em Poesia De Cordel de Fábio Sombra pela Melhoramentos (2014)
>>> Didática De Geografia: Memória Da Terra de Salete Kozel pela Ftd (1996)
>>> Alice No Pais Da Mentira de Pedro Bandeira pela Atica (2005)
>>> Vamos Brincar De Roda de Palavra Cantada pela Caramelo (2009)
>>> Navegando Com O Sucesso de Vilfredo Schürmann pela Sextante (2009)
>>> O Mercador De Veneza de William Shakespeare pela Lacerda (1999)
>>> A Culpa E Das Estrelas - Capa do Filme de John Green pela Intrinseca (2014)
>>> Crônicas De Um País Bem Grande de Bill Bryson pela Companhia Das Letras (2001)
>>> O Pensamento Vivo de Maquiavel de Conde Carlo Sforza pela Livraria Martins (1975)
>>> Cultura, Substantivo Plural - Ciência Política, História, Filosofia, Antropologia, Artes, Literatura de Luiz Costa Lima pela 34 (1996)
>>> Crescendo - Hush, Hush - Vol. 2 de Becca Fitzpatrick pela Intrinseca (2011)
>>> Cuba - Guia Visual Folha De São Paulo de Folha De São Paulo pela Publifolha (2010)
>>> Cruz das Almas de Donald Pierson pela Jose Olympio (1966)
>>> Leonardo Da Vinci de Walter Isaacson pela Intrínseca (2017)
>>> Elon Musk de Ashlee Vance pela Intrinseca (2015)
>>> A Volta ao Mundo em 80 dias de Júlio Verne de Dauvillier - Soleilhac - Jouvray pela Salamandra (2012)
>>> Pinóquio de Winshluss pela Globo (2012)
>>> Noites Do Sertão de João Guimarães Rosa pela Nova Fronteira (2016)
DIGESTIVOS

Sexta-feira, 22/7/2005
Digestivo nº 236
Julio Daio Borges
+ de 3800 Acessos




Cinema >>> The Flash and Crash Days
Estamos acostumados a desconfiar de filmes que a mídia suspeitosamente badala. Para quem acompanha a cobertura cultural de perto, salta aos olhos quando uma coisa (que pode não ser um filme também) merece páginas e páginas, enquanto outra, nada. Casa de Areia, o longa, por juntar Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e Andrucha Waddington, mais a Conspiração Filmes (que nome...), mais a Petrobrás – ou seja, os mesmos suspeitos de sempre – foi amplamente badalado pela mídia estabelecida. O que gerou desconfiança – algo que é, em si, natural. Por isso a nossa resistência em embarcar no embalo de manadas de espectadores que confluíram em direção ao cinema na estréia. Mas um dia chegou a hora e caímos então de costas. O filme foi embalado pela propaganda como um blockbuster – e provavelmente seus realizadores esperavam que arrasasse literalmente quarteirões – mas é de uma sutileza que as massas obviamente não captaram. Conclusão: vai encerrar sua temporada nas salas com menos público do que o esperado e com menos público do que, por exemplo, O Casamento de Romeu e Julieta, de Bruno Barreto, muito menos badalado e muito menos criticado (no bom sentido e no mau). É uma das melhores performances entre mãe e filha e entre filha e mãe do cinema nacional, pois existe uma beleza irresistível (e uma arte inegável) quando elas, no longa, trocam de lugar. A tal casa de areia do título é, no fundo, uma metáfora para as situações que a vida nos impõe, que mudam o curso de toda uma trajetória, mas que de tão inevitáveis e de tão fatais, a saída – para evitar o desespero e o conseqüente suicídio – é aceitá-las, moldá-las e transformá-las no melhor que dá (no menos pior). A personagem de Fernanda Torres (que vira Fernanda Montenegro depois) luta durante anos contra a sina de habitar uma casa no meio da solidão, e da amplidão apavorante (e estéril), do “deserto” dos Lençóis Maranhenses. Por mil e uma razões, está condenada a ficar lá. No fim, constrói uma vida, suporta tudo e acaba não saindo nunca mais (mesmo que o destino lhe acene com outras oportunidades...). É o tal do amor fati, de Nietzsche; e digamos que o nosso “destino amorável” agora é render, a Casa de Areia, homenagens. [Comente esta Nota]
>>> Casa de Areia | Fernanda Montenegro e Fernanda Torres (entrevista)
 



Literatura >>> A inocência é minha culpa
Fabrício Carpinejar não precisou publicar Como no Céu/Livro de Visitas (2005, Bertrand Brasil) para atingir a constelação literária da vida brasileira. Seu livro não precisou nem da orelha dupla de Manuel da Costa Pinto e de Millôr Fernandes. Antes, em Caixa de Sapatos (2003), ele já se estabelecia como a maior promessa da poesia brasileira. Merecidamente, diga-se. Ocorre que talvez o mainstream o tenha tornado alvo fácil e, desde anônimos obscuros até críticos ou mesmo autores consagrados, muitos começam a confrontar a unanimidade e a atacá-lo. O caso mais significativo talvez seja o de Wilson Martins, o eminente autor de História da Inteligência Brasileira (“o livro mais burro que já li”, Darcy Ribeiro), que, em O Globo, acusou Carpinejar de ser prosaico e de não fazer poesia. A questão é controversa. Para Daniel Piza, ardente defensor do jovem Fabro, Fabrício caminha, sim, para a prosa, mas intencionalmente. Daniel talvez esteja pensando no Drummond de A Rosa do Povo (1945) e até em Manuel Bandeira – no modernismo afinal como um todo. A verdade é que a guinada, de fato, acontece. Quem estava acostumado aos aforismos que representavam tão bem e faziam luzir os versos do poeta, vão encontrá-los agora esparsos e rarefeitos: “Por que a culpa do que não foi vivido é maior do que a culpa do que aconteceu?”; “Sempre nos momentos/ em que nada acontece,/ tudo é possível”; “Era o melhor confidente/ das mulheres, pela ausência de outro/ jeito de estar com elas”. Domina, ao que parece, um certo cronismo, um registro fácil da rotina, um apego à vida do dia-a-dia – de tal forma que, novidade das novidades, os leitores do blog de Fabrício Carpinejar vão se sentir totalmente confortáveis. De alguma maneira, consciente ou inconscientemente, Fabrício caminha em direção aos grandes cronistas (e autores) da mídia. Isso é ruim? Isso é bom? Não temos agora como saber. É, provavelmente, o preço a se pagar pela consagração. E, racional ou irracionalmente, nosso Fabro optou por ela. (Existe, aliás, outra alternativa para grandes escritores no Brasil?) [Comente esta Nota]
>>> Como no Céu/Livro de Visitas - Fabrício Carpinejar (blog) - 204 págs. - Bertrand Brasil
 



Música >>> Sturm und Drang
Quem observa de fora os concertos de música erudita tem a falsa idéia de que devem ser, obrigatoriamente, bem comportados e que não acomodam arroubos de qualquer tipo. Pois foi um solista que tão simpaticamente revogou essa lei enganadoramente atual: Reinhold Friedrich, junto com a Heidelberg Sinfoniker, na sua passagem por São Paulo dentro da Temporada 2005 do Mozarteum Brasileiro. Reinhold Friedrich, pela aparência um senhor de meia-idade, saltitava contidamente na Sala São Paulo, entre o maestro e a spalla, ao mesmo tempo em que executava brilhantemente o Concerto para trompete nº 2, de Michael Haydn. Deixava transparecer, de uma maneira bela e humana, suas emoções depois de enfrentar um trecho particularmente difícil ou ao ouvir, simplesmente, a execução da orquestra de um pedaço que parecia apreciar. Como um atleta em competição olímpica, o trompetista vibrava com os punhos fechados após completar a peça de maneira satisfatória e sem errar. Mais do que cômico ou brincalhão (o rosto de Reinhold Friedrich esfogueava como o de um menino que havia terminado a lição), era emocionante. Além de Michael, o solista encarou seu irmão mais célebre, Franz Joseph Haydn, no Concerto para trompete Hob. Vlle:1, que comportava até uma espécie de solo (em separado) de um dos intérpretes mais bem-humorados que já passaram pela cidade. E claro que sem o apoio da aclamada Sinfônica de Heidelberg e de seu maestro, Thomas Fey, nada disso teria acontecido. Num robusto e bem montado programa, houve espaço ainda para a Sinfonia nº 39, de Mozart, Os Hussitas de Naumburg, de Salieri, e a Sinfonia nº 1, de Beethoven. Esta dirigida com muita precisão e num tempo mais acelerado do que o normal, exigindo dos músicos um certo virtuosismo – provando porque a Heidelberg é uma das maiores do mundo; e porque os eventos do Mozarteum no Brasil não ficam nada a dever para as temporadas de fora. [Comente esta Nota]
>>> Mozarteum Brasileiro
 
>>> E SEGUE A ERA DOS FESTIVAIS...

Não perca, a qualquer momento, um novo post de Eduardo Carvalho, Fabio Silvestre Cardoso e Guilherme Conte, no Blog do Digestivo Cultural, sobre o 8º Visa Búzios Jazz e Blues Festival e sobre o Festival Internacional de Teatro 2005 de São José do Rio Preto.

>>> EVENTOS QUE O DIGESTIVO RECOMENDA



>>> Cafés Filosóficos
* Picasso e Einstein: um paralelo entre a arte e a física
Arthur I. Miller
(Seg., 25/7, 19h30, VL)

>>> Palestras
* Ponto de referência: Como ser o nº 1 e não +1
Edmour Saiani
(Ter., 26/7, 19hs., VL)
* Qual a importância da arte para a saúde e a vida?
Dra. Nise Yamaguchi e Inês Novoa Jezler
(Sáb., 30/7, 17hs., VL)

>>> Noites de Autógrafos
* O Canto do Silêncio
Nilton Bustamante
(Seg., 25/7, 19hs., CN)
* Verdadeiro
Osvaldo Queiroz
(Ter., 26/7, 18h30, CN)
* A Festa Acabou
Gilberto Caldas
(Qua., 27/7, 19hs., CN)

>>> Shows
* Paul Whiteman Bix: o jazz branco - Traditional Jazz Band
(Sex., 29/7, 20hs., VL)
* Espaço Aberto - Homem do Brasil
(Dom., 31/7, 18hs., VL)

* Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos (VL): Av. Nações Unidas, nº 4777
** Livraria Cultura Conjunto Nacional (CN): Av. Paulista, nº 2073
*** a Livraria Cultura é parceira do Digestivo Cultural

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Sous Le Feu: La Mort Comme Hypothèse De Travail
Michel Goya
Tallandier
(2014)



Dirceu, a biografia
Otávio Cabral
Record
(2013)



Autocura I - Proposta de um Mestre Tibetano - 3º Edição
Lama Gangchen Rimpoche
Gaia
(2002)



Pensamiento Sistémico: Caminar El Cambio O Cambiar El Camino
Enrique Herrscher
Granica
(2014)



Método de Cross
Jayme Ferreira da Silva Júnior
Mcgraw-hill
(1976)



Treinamento de Força na Saúde e Qualidade de Vida
Roberto Simão
Phorte
(2009)



1941 a 1943 Alemanha dá adeus ao norte da África
70º Aniversário da II Guerra Mundial
Abril Cultural
(2009)



Violetinhas Na Janela - no plástico
Vera Lócia Marinzeck De Carvalho
Petit
(2018)



A Chave da Teosofia
Blavatsky
Três
(1973)



A Vida do Bebê
Dr. Rinaldo de Lamare
Bloch





busca | avançada
42713 visitas/dia
1,7 milhão/mês