Digestivo nº 244 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
62021 visitas/dia
2,0 milhões/mês
Mais Recentes
>>> Lenna Baheule ministra atividades gratuitas no Sesc Bom Retiro
>>> “Carvão”, novo espetáculo da Cia. Sansacroma, estreia no Sesc Consolação
>>> “Itália Brutalista: a arte do concreto”
>>> “Diversos Cervantes 2025”
>>> Francisco Morato ganha livro inédito com contos inspirados na cidade
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Literatura e caricatura promovendo encontros
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
Colunistas
Últimos Posts
>>> O coach de Sam Altman, da OpenAI
>>> Andrej Karpathy na AI Startup School (2025)
>>> Uma história da OpenAI (2025)
>>> Sallouti e a história do BTG (2025)
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
>>> Behind the Tech com Sam Altman (2019)
>>> Sergey Brin, do Google, no All-In
Últimos Posts
>>> Política, soft power e jazz
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Information Society e o destino da mídia
>>> Horowitz na Casa Branca (1978)
>>> Calligaris, o fenômeno
>>> Aflições de um jovem escritor
>>> Noturno para os notívagos
>>> As garotas do Carlão
>>> Cuba e O Direito de Amar (3)
>>> Sempre procurei a harmonia
>>> Vamos pensar: duas coisas sobre home office
>>> Men in Black II
Mais Recentes
>>> Mega Teen - Missão Amar de John D. Barnett pela CristãEvangelica (2007)
>>> A Risada Do Saci (contos De Espantar Meninos) de Regina Chamlian pela Editora Atica (1998)
>>> Um Apólogo. Machado De Assis de Machado De Assis pela Dcl (2003)
>>> Nanquim - Memorias De Um Cachorro Da Pet Terapia de Helena Gomes pela Paulinas (2008)
>>> Mais Um Pequeno Manual De Monstros Caseiros de Stanislav Marijanovic pela Companhia Das Letrinhas (2007)
>>> Clementine in the Kitchen de Samuel Chamberlain pela Phineas Beck (1963)
>>> Uma Ponte Para A Eternidade de Terezinha B. Penteado pela Aliança (2014)
>>> O Livro Dos Espíritos de Allan Kardec pela Lake (2013)
>>> Assassination Classroom 19 de Yusei Matsui pela Panini (2017)
>>> Hellsing Especial - Volume 10 de Kohta Irano pela Jbc (2016)
>>> Ninguém E Igual A Ninguém de Regina Rennnó pela Editora Do Brasil (2023)
>>> Assassination Classroom No 2 de Yusei Matsui pela Panini (2015)
>>> Dai Nippon de Wenceslau De Moraes pela Nordica (1993)
>>> Walt Disney Um Século de Sonho Volume III de Ginha Nader pela Senac (2001)
>>> Os Padrões Evangelicos de Paulo Alves Godoy pela Feesp (2000)
>>> Nina e o Tubarão de Cláudia Prosini e Thiago Lyra pela Do autor (2021)
>>> Como Capturar Um Unicórnio de Adam Wallace pela On line (2023)
>>> Desligue E Abra de Ilan Brenmam pela Moderna (2022)
>>> Gramática - Texto : Análise E Construção De Sentido - Vol. Único de Maria Luiza M. Abaurre E Marcela Pontara pela Moderna (2006)
>>> Matemática Bianchini - 8º Ano de Bianchinni pela Moderna (2015)
>>> Aprendendo A Conviver - Ciências - 9º Ano de Martha Reis pela Editora do Brasil (2019)
>>> O Menino, O Dinheiro, E A Formigarra de Reinaldo Domingos pela Dsop (2011)
>>> The Painting Of Modern Life: Paris in the art of Manet and his flowers de T. J. Clark pela Thames & Hudson (1985)
>>> Aprendendo a conviver Ciências - 7º Ano - Ensino fundamental II de Martha Reis pela Editora do Brasil (2019)
>>> Aprendendo a conviver Ciências - 6º Ano - Ensino fundamental II de Martha Reis pela Editora Do Brasil (2019)
DIGESTIVOS

Sexta-feira, 16/9/2005
Digestivo nº 244
Julio Daio Borges
+ de 8500 Acessos
+ 1 Comentário(s)




Teatro >>> Um Jogador
Dostoiévski está na moda no Brasil? Os russos estão na moda no Brasil? São duas perguntas que, com propriedade, se colocam. A primeira por causa das traduções da Editora 34 – que, merecidamente, são um marco; e deveríamos estar felicíssimos se entrou na moda, por aqui, o autor de Crime e Castigo. Já a segunda questão faz sentido por causa de algumas traduções da Cosac Naify (Tostoi e Tchecov) e pela capa de revistas como a EntreLivros. (Também por conta da Osesp tocando Korsakov e Shostakovitck – vale igualmente lembrar). E se em toda moda tem de ter sempre algo de pejorativo, de modismo, nesta não vimos nada ainda. E, dentro dela, por que não alegremente incluir Sonho de um homem ridículo, peça inspirada num conto de Dostoiévski, que marca o retorno aos palcos do nosso ex-secretário municipal, da cultura, Celso Frateschi? Frateschi fez uma adaptação livre e conseguiu quase o impossível: encenar o autor dos Irmãos Karamazov. Impossível porque, embora tenhamos sido iludidos muitos anos por traduções a partir do francês, estamos descobrindo que Dostoiévski era muito mais verborrágico e muito menos elegante do que gostaríamos. Se o seu texto costuma atormentar almas jovens, logo num primeiro contato, atormenta indefinidamente as adultas (como um Kafka avant la lettre). Celso Frateschi traz exatamente de volta essa sensação: a sensação inebriante da falta de direção, da tormenta e da meditação arrebatadora passada toda a tempestade. Sem ser um catedrático em matéria do autor de Memórias do subsolo, Frateschi resumiu, como poucas vezes se viu nos palcos daqui, o universo dostoievskiano. Falaram que ele encarna “um” Dostoiévski de fato, e pode até ser que ele encarne, mas isso não é importante (o dado biográfico não é importante). A pergunta que fica (e que deve ficar) é: como é que o autor poderia tirar, de dentro de si, tantos demônios? E depois da peça, para o espectador: como é que Frateschi conseguiu encarnar (e suportar) todos esses mesmos demônios? Sonho de um homem ridículo é o exercício virtuosístico para sublimar a secretaria da cultura – e para provar que o artista não morreu na política; saiu dela fortalecido. [Comente esta Nota]
>>> Sonho de um homem ridículo - Celso Frateschi - Instituto Cultural Capobianco
 



Internet >>> Minutos de sabedoria
Fred Leal era mais um blogueiro entre tantos. Escrevia, era lido, conhecia gente influente na blogosfera, era citado. Mas nunca atingiu o panteão, como atingiu, por exemplo, sua amiga Cecilia Giannetti, que participou até de coletânea de novos autores do Rio de Janeiro. Fred Leal estava na dele; até o podcast... Então – entre os poucos podcasters brasileiros que valiam a pena – todo mundo, de repente, sabia quem ele era: Fred Leal era aquela voz por trás do É Batatao podcast, para muitas pessoas, depois da indicação de Alexandre Inagaki (cujo Pensar Enlouquece, Pense Nisso funciona como uma espécie de portal entre os bloggers). Para a sua própria surpresa e (seu) espanto, no podcast, Fred Leal estava, pela primeira vez, no seu elemento. E imediatamente a audiência começou a responder... E ele – a reagir a ela. Subitamente, novas versões do É Batata brotaram para quem acompanhava. Se o programa inteiro, que até merece numeração, continha múltiplas seções, vinhetas, seleção musical vasta, revelações, entrevistas e piadas, muitas piadas, as suas variantes revolucionavam o “formato”. O Batata Palha, por exemplo, continha apenas duas músicas, com breves comentários – supostamente diários – entre uma e outra; já o Batata Frita funcionava como uma espécie de Manhattan Connection da era do podcasting, onde Fred Leal e sua famosa amiga Cecilia Giannetti (sim, ela se rendeu à coisa) teciam considerações sobre o fim de semana anterior (“quando você – espectador – estava perdido entre uma balada e outra, entre uma ressaca e outra...”). Nessa, Fred Leal entrevistou o Cardoso, do CardosOnline, na Flip 2005 (quando nem era moda ainda entre os podcasters); contrapôs João Paulo Cuenca ao seu ídolo Bob Dylan (assim, ele nem soava tão antipático quanto diziam as más línguas); e, por fim, forjou uma maneira própria, divertida, malandra, de (se) podcastear – que certamente fará escola. Hoje, Fred Leal é reconhecido (pela voz) na rua, embora seu irmão menor nem ouça o programa. É a vida: num tempo em que o Google – e os blogs, e os podcasts agora – dominam o mundo, e a imprensa brasileira nem noticia, Fred Leal entra pra História, mas, como a nossa dor, não sai no jornal. [Comente esta Nota]
>>> É Batata
 



Literatura >>> A Educação Sentimental
Na Casa do Saber, Milton Hatoum não gostava de se assumir como um dos “grandes” escritores brasileiros da atualidade; preferia dizer que era apenas “bom”... Também relutou um pouco em falar da própria obra, nesse seu “Seminário sobre o Romance”, série de quatro encontros (que se estenderam até cinco), para discutir esse gênero onívoro... Milton Hatoum partiu de uma exposição brilhante, diferenciando inicialmente o romance do conto e da novela, para desembocar nas suas três realizações – Relato de um Certo Oriente, Dois Irmãos e o recentíssimo Cinzas do Norte (todos pela Companhia das Letras) –, passando por alguns mestres seus: Machado de Assis, Euclides da Cunha, Joseph Conrad, William Faulkner e, claro, Gustave Flaubert. Como durante décadas palmilhou, em suas aulas e em suas leituras, as Palmeiras Selvagens de Faulkner, o Coração das Trevas de Conrad, os Três Contos de Flaubert, as narrativas curtas de Machado e uma croniqueta de Euclides, os grandes momentos ficaram por conta das brechas em que o Milton Hatoum-autor transcendia o Milton Hatoum-professor e sua obra pessoal, de escritor, estabelecia intercâmbios com as peças desses gigantes. Como, entre a audiência da Casa do Saber, todo mundo parecia sentir o mesmo, o desejo foi unânime no sentido de que Milton reservasse uma aula exclusiva, ou um encontro exclusivo, para tratar desses assuntos (temas dos quais se esquivava elegantemente, com medo de transformar o “Seminário” num “divã”, conforme colocou). Quem esteve lá, teve a chance de entender um pouco como o arquiteto da FAU dos anos 70 se transformou no escritor – primeiro de um romance político (e memorialístico), abandonado; depois, do Relato... Teve também a oportunidade de penetrar na composição de Dois Irmãos; e na repercussão tão custosa para seu corajoso autor, que se viu rompido com um dos ramos da família oriunda de Manaus... E pôde conhecer, em primeira mão, a gênese das Cinzas do Norte; do conflito entre o artista que vai e o que fica; entre o que capitula e o que se entrega à mundanidade... Milton Hatoum não tinha, naturalmente, uma conclusão para a sua própria trajetória. Quando confrontado com a fatídica pergunta “valeu a pena?”, tergiversava... Talvez porque, como bom discípulo de Flaubert, lhe bastasse contemplar o quadro. Que assim seja então. [Comente esta Nota]
>>> Casa do Saber | Milton Hatoum na Casa do Saber (Blog) | Milton Hatoum na Livraria Cultura
 
>>> EVENTOS QUE O DIGESTIVO RECOMENDA



>>> Palestras
* Cultura Musical - Rubem Prates
(Qui., 19/9, 19h30, VL)

>>> Noites de Autógrafos
* O Investidor em Ação - Luiz Francisco Rogé Ferreira
(Ter., 20/9, 19h30, VL)
* A Tributação do Software no Brasil - Renato Lima Gonçalves
(Qui., 22/9, 18h30, CN)
* Duas Praças - Ricardo Lísias
(Qui., 22/9, 19hs., CN)
* O Publicitário Legal - Roberto Schultz
(Sex., 23/9, 19hs, VL)

>>> Shows
* Pocket Show - Simple Plan
(Seg., 19/9, 18hs., VL)
* Le Hot Club de Paris - Traditional Jazz Band
(Sex., 23/9, 19hs., VL)

* Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos (VL): Av. Nações Unidas, nº 4777
** Livraria Cultura Conjunto Nacional (CN): Av. Paulista, nº 2073
*** a Livraria Cultura é parceira do Digestivo Cultural

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
7/11/2006
11h02min
Comentando num texto de mais de um ano, mas... quem se importa? O É Batata é foda, e o Fred (tenho o prazer de conhecê-lo pessoalmente) é gente boa pra cacete!
[Leia outros Comentários de Jorge Wagner]

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Tenha um Coração Saudável Com Apenas 30 Minutos por Dia
Seleções do Readers Digest
Readers Digest
(2006)



Geographies of global change: Remapping the world in the late twentieth century
R. J. Johnston; Peter J. Taylor; Michael J. Watts
Blackwell
(1996)



Economia Internacional
Edgar Câncido do Carmo/jefferson Mariano
Saraiva
(2010)



Agribusiness Brasileiro: a História
Rogério Furtado
Evoluir
(2002)



A Reengenharia do Estado Brasileiro
Hamilton Dias de Souza
Revista dos Tribunais
(1995)



Hotel Savoy
Joseph Roth
Estação Liberdade
(2013)



Gestão Como Doença Social
Vincent de Gaulejac
Ideias E Letras
(2007)



A Presença do Espírito de Minas - A UFMG e o Desenvolvimento de Minas Gerais
Joao Antonio de Paula
Incipit



Livro Literatura Estrangeira O Processo Biblioteca Folha 17
Franz Kafka
Biblioteca Folha



Arquivologia Sua Trajetória no Brasil
Astréa de Moraes e Castro
Stilo
(2008)





busca | avançada
62021 visitas/dia
2,0 milhões/mês