Digestivo nº 371 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
37550 visitas/dia
2,0 milhões/mês
Mais Recentes
>>> Lenna Bahule e Tiganá Santana fazem shows no Sons do Mundo do Sesc Bom Retiro
>>> CCBB Educativo realiza oficinas que unem arte, tradição e festa popular
>>> Peça Dzi Croquettes Sem Censura estreia em São Paulo nesta quinta (12/6)
>>> Agenda: editora orlando estreia com livro de contos da premiada escritora Myriam Scotti
>>> Feira do Livro: Karina Galindo lança obra focada na temática do autoconhecimento
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
>>> Left Lovers, de Pedro Castilho: poesia-melancolia
Colunistas
Últimos Posts
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
>>> Behind the Tech com Sam Altman (2019)
>>> Sergey Brin, do Google, no All-In
>>> Claude 4 com Mike Krieger, do Instagram
>>> NotebookLM
>>> Jony Ive, designer do iPhone, se junta à OpenAI
>>> Luiz Schwarcz no Roda Viva
Últimos Posts
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
>>> Transforme histórias em experiências lucrativas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Uma suposta I.C.
>>> Homenagem a Yumi Faraci
>>> O blog de Pedro Almodóvar
>>> A biblioteca de C. G. Jung
>>> O Jovem Bruxo
>>> Fondo de Cultura Económica: 70 anos de uma missão
>>> Minha biblioteca de sobrevivência
>>> A inocência é minha culpa
>>> Conheça o AgroTalento
>>> Na Web 2.0, WeAllTube
Mais Recentes
>>> Confúcio: A Milenar Arte Chinesa Da Gestão de Werner Schwanfelder pela Vozes (2008)
>>> Livro A Terra Dos Mais Belos Desejos de Ana Raquel Stela Maris Rezende pela Paulus (2002)
>>> Direita, Vou Ver! de Amir Khair pela Vento Forte (2020)
>>> Livro Os Excluídos da História Operários Mulheres Prisioneiros de Michelle Perrot, Stella Bresciani pela Paz e Terra (1988)
>>> A Busca Do Graal de Beguin pela Paulus (1997)
>>> Afinal, O Que É Feng Shui? de Maria Forbes pela Aquariana (1999)
>>> Aqueles que Perdemos de Sheena Kamal pela HarperCollins (2017)
>>> Poemas Para Ler Na Escola de Mario Quintana pela Alfaguara (2012)
>>> Livro A Bailarina E Outros Poemas Volume 1 Poesia Literatura em Minha Casa de Roseana Murray pela Ftd (2001)
>>> Livro Ética Empresarial Na Prática Soluções Para Gestão E Governança No Século XXI de Alexandre Di Miceli Da Silveira pela Virtuous Company (2024)
>>> Livro Cronistas do Estadão de Moacir Amâncio pela O Estado de São Paulo (1991)
>>> Livro Coleção O Que é Água de Charlene Zeitoun pela Companhia Nacional (2006)
>>> A Troca de Megan Shull/ligia Azevedo pela Harpercollins Brasil (2017)
>>> Poesia & Utopia - Volume 35 de Carlos Felipe Moises pela Escrituras (2007)
>>> O Petróleo E Portugal: O Mundo Do Petróleo E O Seu Impacto No Nosso País de Pedro Fonseca E João Garcia Pulido pela Tribuna Da História (2004)
>>> Manifiesto del Partido Comunista de Karl Marx, Friedrich Engels pela Perfil (1997)
>>> Os Náufragos de Elin Hilderbrand pela Bertrand Brasil (2013)
>>> Livro Como Fazer Uma Empresa Dar Certo em Um País Incerto Casos Brasileiros de Empreendedorismo Exemplar Exclusivo Para o INSPER de Enveavor Brasil pela Enveavor Brasil
>>> Direito Processual Civil Brasileiro de Vicente Greco Filho pela Saraiva (2003)
>>> Corte De Espinhos E Rosas de Sarah J. Maas pela Galera (2015)
>>> Na cidade da Fúria de Fernanda Chazan Briones pela Chiado
>>> Brasil: Mito Fundador E Sociedade Autoritária de Marilena Chaui pela Fundacao Perseu Abramo (1996)
>>> Cinco Dias De Sagração de Cunha De Leiradella pela Editora Record (1993)
>>> Anjo de Cristal - o paraíso de Lily A. pela Literar (2022)
>>> O Medo á Liberdade de Erich Fromm pela Guanabara
DIGESTIVOS

Sexta-feira, 4/7/2008
Digestivo nº 371
Julio Daio Borges
+ de 2000 Acessos




Cinema >>> Dot.com, de Luís Galvão Teles
Com muito humor e argúcia, Luís Galvão Teles desembarca no Brasil com Dot.com, um filme sobre os impactos da chegada da internet a uma aldeia, no interior de Portugal. Mais do que as disputas com a mídia antes estabelecida, a chamada velha economia e o antigo status quo, anterior à era do conhecimento, a internet veio para mudar a vida de pessoas comuns, seus hábitos, suas visões de mundo. E isso o longa do realizador português mostra com perfeição. Tudo começa quando uma multinacional espanhola, dona de uma marca internacional, a Águas Altas, resolve disputar o domínio "aguasaltas.com", registrado pela aldeia portuguesa (coincidentemente, de mesmo nome). A briga pelo endereço na World Wide Web subitamente se transforma em questão nacional, envolvendo o primeiro-ministro e atentando contra a soberania de Portugal. Os espanhóis, claro, não deixam por menos e ameaçam retaliar com um exército de advogados corporativos. Enquanto isso, a vida na aldeia se transforma, o povo de Águas Altas alcança, enfim, a globalização e seus pequenos problemas, de repente, repercutem no mundo todo. Luís Galvão Teles é bastante hábil em não converter a questão num tratado sociológico, nem numa discussão acadêmica chatíssima. Com muita graça, contando a simples história dos aldeões, e sua inserção atribulada na WWW, exemplifica (em vez de debater) e termina produzindo um filme que também se sustenta por si — tendo a internet como pano de fundo. O público brasileiro, certamente, vai se identificar, pois em Dot.com estão retratados os mesmos dramas (e as mesmas personagens) das pequenas cidades do interior do nosso País. E a VideoFilmes, dos irmãos Moreira Salles, mais uma vez acerta em trazer esta produção de Luís Galvão Teles, permitindo que ele estréie, de forma inédita, no Brasil. [Comente esta Nota]
>>> Dot.com
 



Teatro >>> Senhora dos Afogados, por Antunes Filho
Não é uma obra-prima a montagem de Senhora dos Afogados, de Nélson Rodrigues, por Antunes Filho — mas é, como diria Paulo Francis, provavelmente o melhor Nélson disponível, sendo, talvez, Antunes Filho, quase octogenário, a última reserva do teatro brasileiro. Como afirmava e reafirmava o mesmo Francis, o texto é de grande poesia — para ele, a maior em Nélson (mas, possivelmente, não maior do que em Álbum de Família) —, Antunes Filho e o Grupo Macunaíma, porém, acrescentaram trechos, criando seqüências inteiras, às vezes alongando cenas, já que o público da televisão (majoritário, ainda hoje) talvez não suporte a tragicidade plena, os desvios comportamentais incuráveis e o destino impiedoso na história da família Drummond. Ler Senhora dos Afogados — como ler as maiores obras-primas de Nélson Rodrigues para teatro — é uma experiência brutal, para quem justamente tem sensibilidade literária — mas, hoje, os espectadores, mesmo no cinema, não suportam a tragédia sem concessões, guardando um riso de canto de boca, para o momento da abertura à comédia, transformando o sério em ridículo e suspendendo toda a gravidade. Nos estertores do pós-modernismo, "tudo é relativo" e nada pode ser completamente "sem saída" — mesmo Nélson Rodrigues; e Antunes Filho, nesta montagem, não foge disso. O núcleo da família Drummond, obviamente, está bem representado, com destaque para a filha remanescente, entre uma mãe corretamente hipnotizada (por vezes, um pouco sonsa) e um pai distante (em algumas situações, um pouco robótico). Rindo na hora errada (é para rir em alguma hora?) e jamais relacionando o que acontece com o seu próprio inconsciente (Nélson tem soado apenas exótico, ultimamente), o público deve ter sustentado a temporada mas não está à altura de um clássico Antunes Filho. Ainda há tempo, contudo, para revisitar Nélson Rodrigues, segundo um de seus mais ardentes representantes. [3 Comentário(s)]
>>> Senhora dos Afogados
 



Música >>> Quarteto Szymanowski no Teatro Alfa
Abriu com o Classicismo Vienense de Haydn, a primeira noite do Quarteto Szymanowski, no Teatro Alfa em meados de junho, dentro da Temporada 2008 do Mozarteum Brasileiro. O Quarteto de cordas nº 67, em fá maior, op. 77, nº 2, Hob.III: 82, executado corretamente, exemplificou bem a herança do Barroco, enquanto anunciava já um pouco do Romantismo (Haydn foi professor do jovem Beethoven). Se no primeiro, segundo e até terceiro movimentos o diálogo, ou até o contraponto, de um solista (geralmente o violino) com o conjunto era grande, por vezes desafiador (inclusive o cello), no quarto, e último, movimento, os ânimos se exaltaram, trocando o fraseado, e mesmo o virtuosismo, por algum barulho, se podemos assim dizer, e verdadeiros golpes de percussão, da haste nas cordas, encerrando em aparente caos e confusão. Já Karol Maciej Szymanowski, com seu Quarteto de cordas nº 2, op. 56, de 1927 — obviamente uma homenagem às origens do ensemble, em Varsóvia, nos anos 90 — serviu como um intervalo contemporâneo durante a apresentação. Entre tenso, desesperado, melancólico e até cinematográfico nas imagens, chamou a atenção mas não se sabe se alcançou, aqui, compreensão plena. Schubert, por sua vez, com o Quarteto de cordas nº 14, em ré menor, D 810 "A Morte e a Donzela" foi, compensando tudo, um dos grandes momentos desta Temporada 2008 (que ainda não chegou no meio). Se Haydn foi alegre e divertido, como seu pupilo Mozart, Schubert foi denso, meditativo, exigindo o máximo dos executantes, até para justificar a fama de "o mais poeta entre os músicos", segundo Liszt. O Quarteto Szymanowski esteve não menos que preciso, bastante vigoroso, mas também sutil e delicado, quando necessário — perfeito nas variações do longo e conhecido segundo movimento. A reflexão voltou no terceiro e o quarto finalizou com velocidade, sacrificando o cello e dispersando-se em zumbidos pelo ar. A Morte e a Donzela justificou, novamente, a fama que tem. E o Mozarteum justificou, como sempre, sua Temporada. [Comente esta Nota]
>>> Mozarteum Brasileiro
 

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




História concisa de Portugal 417
José Hermano Saraiva
Saber



Os cavaleiros do zodiaco
Msami Kurumada
JBMangas
(2008)



Amo Paris : Minha Paris do sabor em 200 endereços
Alain Ducasse
Senac São Paulo
(2011)



O Último Homem
Brian K. Vaughan
Panini Comics
(2017)



Entre Deuses e Monstros
Lia Neiva
Nova Fronteira
(1990)



Cozinha Regional Brasileira Receitas dos Chefes Carnes, Aves & Guarnições
Abril Coleções
Abril Coleções
(2012)



O Valor do Amanhã
Eduardo Giannetti
Companhia das Letras
(2012)



Spellbound By Beauty: Alfred Hitchcock And His Leading Ladies
Donald Spoto
Three Rivers Press
(2008)



Bolos De Festa De Crianca
Annie Rigg
Publifolha
(2012)



Direito do consumo
Revista luso-brasileira
J. m.
(2011)





busca | avançada
37550 visitas/dia
2,0 milhões/mês