Digestivo nº 43 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

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DIGESTIVOS

Quarta-feira, 1/8/2001
Digestivo nº 43
Julio Daio Borges
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Imprensa >>> A alma do negócio
A propaganda está em crise. Nos Estados Unidos, a geração que tem hoje de 20 a 30 anos desconfia dos veículos de massa, e não se deixa atingir pelos anúncios levados ao ar. Novas engenhocas, que pretendem tomar o lugar do videocassete, anunciam uma programação sem publicidade, o que provocará uma extensa revisão sobre o papel da televisão, e de como ela futuramente deverá se sustentar. Deu no suplemento da Business Week, publicado pelo jornal Valor, que as mais modernas campanhas de lançamento de produtos, entre a juventude norte-americana, têm se apoiano num novo tipo de marketing: aquele que se faz na base do boca-a-boca, abarcando desde as dicas de pessoas influentes (em seus meios) até os modismos mais reles. Dada a infinidade de estímulos a que tem sido submetido o público consumidor nos EUA, os publicitários não encontram outra saída senão inserir-se na vida das pessoas, por meio de agentes que, num gesto de gentileza, numa pose, ou numa conversa séria podem estar promovendo esta ou aquela novidade mais recente. Foi assim com o novo Ford Focus, por exemplo. Pessoas-chave, escolhidas a dedo, nas principais capitais americanas, foram instruídas para circular e divulgar o automóvel, gerando ondas que permitiram uma alavancagem nas vendas. Se por um lado, a audiência anda saturada das vinhetas, dos jingles e das estratégias dos publicitários, por outro, a própria indústria eletrônica fornece alternativas para que se fuja, na tevê, das "mensagens dos patrocinadores". Novas aparelhagens permitem que se armazene dezenas de horas de programas, suprimindo os intervalos comerciais e estabelecendo seqüências pesonalizadas de atrações, definidas pelo próprio espectador (e não mais pelas grandes redes). Depois de anos de bombardeio por parte dos anunciantes, eis que o homem comum encontra refúgio, nas novas tecnologias. Ninguém sabe quanto vai durar a atual decadência dos propagandistas. Todo mundo sabe, porém, que eles prometem voltar à carga. E, como sempre, ainda mais violentos. [Comente esta Nota]
>>> Valor
 



Além do Mais >>> But I like it
O rock nasceu e cresceu nos Anos 50, floresceu e se consagrou nos Anos 60, misturou-se e ramificou-se nos Anos 70, diluiu-se no pop nos Anos 80, agonizou e morreu nos Anos 90. Ainda assim, deixou órfãos. É para quem ficou no saudosismo e na nostalgia de um ritmo e de toda uma era, que está no ar a Kiss FM (102,1 Mhz). Uma emissora modesta, visto que não dispõe de um arsenal de vinhetas, disc-jóqueis engraçadinhos e barulhentos, propagandas a cada 15 ou 20 minutos. Desperta simpatia, que uma rádio esteja começando, com a criatividade (de quem não repete os blocos), com a esperança (de quem anuncia um futuro de realizações) e com o amadorismo (de quem tem mais vontade do que recursos). Locomover-se pela cidade e, de repente, escutar Elvis, Beatles, Led Zeppelin, Smiths ou Dire Straits é um ato completamente surreal, fora do tempo, em plena época das dançarinas boazudas, do minimalismo eletrônico, dos CDs piratas e do comercialismo voraz das derradeiras gravadoras. É de se perguntar como uma iniciativa assim, sentimental, poderá sobreviver. Afinal, sabe-se que, há muito (dez anos, pelo menos), o rock não vende discos, estando definitivamente impossibilitado de igualar as cifras megagalácticas dos artistas brasileiros. Imagina-se, portanto, que a Kiss aposte num público cativo, desses que nunca morrem, como aliás o próprio rock. Como alternativa, terá também de competir com as programações independentes que proliferam na Web. Terá de sobreviver à sina dos animais em extinção, e das "freqüências multiuso", que hoje misturam estilos como quem prepara bebidas no liquidificador. É ouvir antes que acabe. [Comente esta Nota]
>>> Kiss FM - 102,1 Mhz - [email protected]
 



Cinema >>> The greatest fairy tale never told
É preciso muita ousadia (ou então a certeza da indiferença) para propor uma crítica e, ao mesmo tempo, uma alternativa ao consagrado universo Disney. Com muito humor e a última palavra em tecnologia (animação), Shrek realiza precisamente esse objetivo. Ainda que eleve o desenho animado a um patamar superior (em termos estéticos), construindo personagens em terceira dimensão com perspectivas e sombras inéditas, o argumento (roteiro) privilegia as imperfeições e os contra-tempos que cercam o protagonista. A idéia é satirizar o "mundo ideal" dos contos-de-fada, mostrando o quão longe ele pode estar da "vida real". Nesse sentido, Shrek é o anti-herói repudiado e desacreditado, que resgata uma princesa, deforme e desiludida, para um príncipe, mesquinho e ambicioso, que quer ser rei a todo custo mas que acaba devorado pelo dragão que solta fogo pelas ventas. Parece que, de repente, nem as crianças (dos 8 aos 80 anos) conseguem acreditar nos clássicos da ética e da moral, que povoaram o imaginário de gerações inteiras. A imprevisibilidade e o caos da época contemporanea terminou por invadir até os domínios mais protegidos e preservados, aqueles em que costumavam habitar os exemplares inocentes e, em formação, da raça humana. Quando toda a aura de beleza e bondade se for, o que restará desses futuros adultos que não tiveram infância? Prepara'-los para uma existência em que tudo dá certo é, obviamente, um erro (conforme denuncia Shrek), mas suprimir-lhes toda a esperança e crença na Humanidade também é. Será que, daqui para frente, os pais terão sempre de ponderar entre as fábulas e os reality shows? [Comente esta Nota]
>>> http://www.shrek.com/
 



Música >>> No balanço dos anos
É inegável o movimento de resgate que se inicia na música brasileira. Dentre o que se pode detectar, existe um esforço continuado de retomar a vertente "black", que emergiu a partir de nomes como Jorge Ben (Jor), Wilson Simonal e Tim Maia. São justamente os herdeiros deles que estão trabalhando para que as variantes do samba (rock e soul) retornem às paradas. Eis então que surge a gravadora Trama, no final dos Anos 90, praticamente um capítulo à parte na indústria fonográfica dos dias de hoje. Através dela se lançaram, Max de Castro e Wilson Simoninha, ambos filhos do intérprete de Meu Limão, Meu Limoeiro. O primeiro resolveu explorar uma batida mais original, reduzindo o andamento dos compassos, inserindo componentes da eletrônica moderna e evocando as canções faladas (quando não diretamente o "rap"). Já o segundo tratou de reciclar o próprio pai, adaptando-o e remasterizando-o de acordo às novas tecnologias, emulando-o com eficácia, no repertório, no suingue e na voz. Max de Castro é compositor, produtor e tem sido citado constantemente no circuito e nas publicações especializadas. Já Wilson Simoninha é basicamente cantor, embora também componha, trazendo para linha de frente autores consagrados (Moacir Santos, Johnny Alf) ou promessas para o século XXI (Jairzinho Oliveira, Cláudio Zoli). Não há (da parte deles) nenhum discurso que reivindique "cotas" para música eminentemente negra, mas sutilmente é para onde apontam seus trabalhos. Após análises, fica igualmente evidente a habilidade da Trama em lançar artistas que exploram o filão "cool", legando ao público produtos inteligentes mas consumíveis (que passam por entretenimento). Faltava ao pop nacional, essa capacidade de fundir experimentalismo e apelo popular. Ainda que não seja a geração da célebre Elenco (novamente, como quer Ed Motta), esse pessoal trouxe alternativas ao comercialismo desenfreado e, independentemente do estilo, tem de ter reconhecidos seus méritos. [Comente esta Nota]
>>> Trama
 



Gastronomia >>> O dilema brasileiro
Nem sempre é possível tratar das conquistas da culinária e da gastronomia, quando, num país de Terceiro Mundo, outras questões fazem sombra a essa relativa pujança alimentar. Um olhar mais demorado sobre as prateleiras dos lançamentos, nas livrarias, traz de volta um tema ancestral e insolúvel: a fome. Campanhas para erradicá-la vêm e vão, mas ela continua em voga, firme e forte, pois nunca foi prioridade "matá-la" (a fim de que ela não mate outros homens). Por essas e por outras que, a reedição da Geografia da Fome, de Josué de Castro, deve receber a atenção que o seu pioneirismo merece ou, ao menos, reacender a discussão acerca desse mal que ainda assola o mundo. O livro estende o conceito, aplicando-o de forma a abarcar o que chama de as "fomes coletivas" e, sobretudo, o problema das "fomes parciais ou ocultas" (aquelas que matam lentamente embora os indivíduos se alimentem diariamente). É notável que essa última variante se aproxime do atual fenômeno da anorexia e da bulimia, que é também social, posto que persegue um ideal de beleza (e de magreza) concebido em sociedade e imposto em escala. (A Josué de Castro, porém, não interessaria o drama dos que se fazem pele e osso por mera obsessão estética.) Um dado que prejudicou, e que prejudica, qualquer debate mais sério sobre as misérias humanas é o fato de que elas podem se transformar em meras campanhas promocionais, beneficiando certos nomes ou grupos, e terminando praticamente inócuas. Talvez para extirpar essa e outras pragas seja necessário acreditar em utopias (mais uma vez). O autor afirmava, por exemplo, que a era do "homem economico" havia acabado. O que prova que ir contra o senso comum não é lá muito saudavel, mas, 'as vezes, necessário. [Comente esta Nota]
>>> Josué de Castro
 
>>> MINHA PÁTRIA É MINHA LÍNGUA
"Banheiro? Naquela porta, ao canto, subindo a escada."
 
Julio Daio Borges
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