Digestivo nº 43 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
41111 visitas/dia
2,0 milhões/mês
Mais Recentes
>>> Inscrições abertas para o Festival de Cinema de Três Passos
>>> Lenna Bahule e Tiganá Santana fazem shows no Sons do Mundo do Sesc Bom Retiro
>>> CCBB Educativo realiza oficinas que unem arte, tradição e festa popular
>>> Peça Dzi Croquettes Sem Censura estreia em São Paulo nesta quinta (12/6)
>>> Agenda: editora orlando estreia com livro de contos da premiada escritora Myriam Scotti
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
>>> Left Lovers, de Pedro Castilho: poesia-melancolia
Colunistas
Últimos Posts
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
>>> Behind the Tech com Sam Altman (2019)
>>> Sergey Brin, do Google, no All-In
>>> Claude 4 com Mike Krieger, do Instagram
>>> NotebookLM
>>> Jony Ive, designer do iPhone, se junta à OpenAI
>>> Luiz Schwarcz no Roda Viva
Últimos Posts
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
>>> Transforme histórias em experiências lucrativas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Quem é (e o que faz) Julio Daio Borges
>>> A importância do nome das coisas
>>> A revista Bizz
>>> Temporada 2008 do Mozarteum Brasileiro
>>> O iPad muda tudo? #tcdisrupt
>>> Vida e morte do Correio da Manhã
>>> E a Holanda eliminou o Brasil
>>> Magia Verde
>>> A loucura por Hilda Hilst
>>> Uma suposta I.C.
Mais Recentes
>>> Fundamentos De Marketing - Serie Gestão Empresarial de Basta / Marchesini pela Fgv (2006)
>>> Livro Psicoterapia de Emergência e Psicoterapia Breve de Leopold Bellak, Leonard Small pela Artes Médicas (1978)
>>> Sociologo E Positivista Vol.11 de Comte pela Escala (2012)
>>> Muitas Vozes de Ferreira Gullar pela José Olympio (1999)
>>> Livro O Mundo Contemporâneo Novalgina 70 Anos de Kopfschmerzen Jeder pela Fisicalbook (1996)
>>> Alma Dos Animais: Estágio Anterior Da Alma Humana? de Paulo Neto pela Geec (2008)
>>> Entrevistas. Processos de Miguel De Almeida pela Sesc (2003)
>>> A Mulher do Mágico de Brian Moore pela Companhia das Letras (2000)
>>> Livro Como Se Realiza A Aprendizagem de Robert M. Gagné pela Livros Técnicos e Científicos S.A (1976)
>>> O principe de Maquiavel pela Martin Claret (1998)
>>> O Cartaginês de Nauaf Hardan pela Edicon
>>> San Francisco Real City de Kristine Carber pela Dorling Kinders (2007)
>>> Soldados de Salamina (2º Ed. - 1º reimpressão) de Javier Cercas pela Biblioteca Azul (2020)
>>> O Ouro Maldito Dos Incas: A Conquista Do Império Inca Contada Por Um Soldado De Pizarro de Lúcio Martins Rodrigues pela Conteúdo (2011)
>>> Viver com Inspiração de Akiva Tatz pela Maayanot (2000)
>>> Livro El Juez De Paz Y El Jurado En El Brasil Imperial 1808-1871 Control Social Y Estabilidad Política En El Nuevo Estado de Thomas Flory, traduzido por Mariluz Caso pela Fondo De Cultura Económica México (1986)
>>> Colecao Grandes Obras Do Pensamento Universal (maquiavel - Belfagor, OArquidiabo, A madragora de Maquiavel pela Escala Editora - Lafonte (2007)
>>> Soldados de Salamina - 2º Edição (1º reimpressão) de Javier Cercas pela Biblioteca Azul (2020)
>>> Jung e a Interpretação dos Sonhos - Manual de Teoria e Prática de James A. Hall pela Pensamento (1993)
>>> Livro Bilionário Por Acaso A Criação do Facebook Uma História de Sexo, Dinheiro, Genialidade e Traição de Ben Mezrich pela Intrínseca (2010)
>>> Livro As Origens da Cabala de Eliphas Levi pela Pensamento
>>> Jovens Pesquisadores - Diversidade Do Fazer Científico de Tânia Rodrigues Da Cruz pela Ufrgs (2003)
>>> Livro Discricionariedade na Área Fiscalizatória de André Saddy e Outros pela Ceej (2022)
>>> Florestan - A Inteligência Militante de Haroldo Ceravolo Sereza pela Boitempo (2005)
>>> Livro D. João Carioca A Corte Portuguesa Chega Ao Brasil de Lilia Moritz Schwarcz pela Quadrinhos Na Cia (2007)
DIGESTIVOS

Quarta-feira, 1/8/2001
Digestivo nº 43
Julio Daio Borges
+ de 2600 Acessos




Imprensa >>> A alma do negócio
A propaganda está em crise. Nos Estados Unidos, a geração que tem hoje de 20 a 30 anos desconfia dos veículos de massa, e não se deixa atingir pelos anúncios levados ao ar. Novas engenhocas, que pretendem tomar o lugar do videocassete, anunciam uma programação sem publicidade, o que provocará uma extensa revisão sobre o papel da televisão, e de como ela futuramente deverá se sustentar. Deu no suplemento da Business Week, publicado pelo jornal Valor, que as mais modernas campanhas de lançamento de produtos, entre a juventude norte-americana, têm se apoiano num novo tipo de marketing: aquele que se faz na base do boca-a-boca, abarcando desde as dicas de pessoas influentes (em seus meios) até os modismos mais reles. Dada a infinidade de estímulos a que tem sido submetido o público consumidor nos EUA, os publicitários não encontram outra saída senão inserir-se na vida das pessoas, por meio de agentes que, num gesto de gentileza, numa pose, ou numa conversa séria podem estar promovendo esta ou aquela novidade mais recente. Foi assim com o novo Ford Focus, por exemplo. Pessoas-chave, escolhidas a dedo, nas principais capitais americanas, foram instruídas para circular e divulgar o automóvel, gerando ondas que permitiram uma alavancagem nas vendas. Se por um lado, a audiência anda saturada das vinhetas, dos jingles e das estratégias dos publicitários, por outro, a própria indústria eletrônica fornece alternativas para que se fuja, na tevê, das "mensagens dos patrocinadores". Novas aparelhagens permitem que se armazene dezenas de horas de programas, suprimindo os intervalos comerciais e estabelecendo seqüências pesonalizadas de atrações, definidas pelo próprio espectador (e não mais pelas grandes redes). Depois de anos de bombardeio por parte dos anunciantes, eis que o homem comum encontra refúgio, nas novas tecnologias. Ninguém sabe quanto vai durar a atual decadência dos propagandistas. Todo mundo sabe, porém, que eles prometem voltar à carga. E, como sempre, ainda mais violentos. [Comente esta Nota]
>>> Valor
 



Além do Mais >>> But I like it
O rock nasceu e cresceu nos Anos 50, floresceu e se consagrou nos Anos 60, misturou-se e ramificou-se nos Anos 70, diluiu-se no pop nos Anos 80, agonizou e morreu nos Anos 90. Ainda assim, deixou órfãos. É para quem ficou no saudosismo e na nostalgia de um ritmo e de toda uma era, que está no ar a Kiss FM (102,1 Mhz). Uma emissora modesta, visto que não dispõe de um arsenal de vinhetas, disc-jóqueis engraçadinhos e barulhentos, propagandas a cada 15 ou 20 minutos. Desperta simpatia, que uma rádio esteja começando, com a criatividade (de quem não repete os blocos), com a esperança (de quem anuncia um futuro de realizações) e com o amadorismo (de quem tem mais vontade do que recursos). Locomover-se pela cidade e, de repente, escutar Elvis, Beatles, Led Zeppelin, Smiths ou Dire Straits é um ato completamente surreal, fora do tempo, em plena época das dançarinas boazudas, do minimalismo eletrônico, dos CDs piratas e do comercialismo voraz das derradeiras gravadoras. É de se perguntar como uma iniciativa assim, sentimental, poderá sobreviver. Afinal, sabe-se que, há muito (dez anos, pelo menos), o rock não vende discos, estando definitivamente impossibilitado de igualar as cifras megagalácticas dos artistas brasileiros. Imagina-se, portanto, que a Kiss aposte num público cativo, desses que nunca morrem, como aliás o próprio rock. Como alternativa, terá também de competir com as programações independentes que proliferam na Web. Terá de sobreviver à sina dos animais em extinção, e das "freqüências multiuso", que hoje misturam estilos como quem prepara bebidas no liquidificador. É ouvir antes que acabe. [Comente esta Nota]
>>> Kiss FM - 102,1 Mhz - kiss102@attglobal.net
 



Cinema >>> The greatest fairy tale never told
É preciso muita ousadia (ou então a certeza da indiferença) para propor uma crítica e, ao mesmo tempo, uma alternativa ao consagrado universo Disney. Com muito humor e a última palavra em tecnologia (animação), Shrek realiza precisamente esse objetivo. Ainda que eleve o desenho animado a um patamar superior (em termos estéticos), construindo personagens em terceira dimensão com perspectivas e sombras inéditas, o argumento (roteiro) privilegia as imperfeições e os contra-tempos que cercam o protagonista. A idéia é satirizar o "mundo ideal" dos contos-de-fada, mostrando o quão longe ele pode estar da "vida real". Nesse sentido, Shrek é o anti-herói repudiado e desacreditado, que resgata uma princesa, deforme e desiludida, para um príncipe, mesquinho e ambicioso, que quer ser rei a todo custo mas que acaba devorado pelo dragão que solta fogo pelas ventas. Parece que, de repente, nem as crianças (dos 8 aos 80 anos) conseguem acreditar nos clássicos da ética e da moral, que povoaram o imaginário de gerações inteiras. A imprevisibilidade e o caos da época contemporanea terminou por invadir até os domínios mais protegidos e preservados, aqueles em que costumavam habitar os exemplares inocentes e, em formação, da raça humana. Quando toda a aura de beleza e bondade se for, o que restará desses futuros adultos que não tiveram infância? Prepara'-los para uma existência em que tudo dá certo é, obviamente, um erro (conforme denuncia Shrek), mas suprimir-lhes toda a esperança e crença na Humanidade também é. Será que, daqui para frente, os pais terão sempre de ponderar entre as fábulas e os reality shows? [Comente esta Nota]
>>> http://www.shrek.com/
 



Música >>> No balanço dos anos
É inegável o movimento de resgate que se inicia na música brasileira. Dentre o que se pode detectar, existe um esforço continuado de retomar a vertente "black", que emergiu a partir de nomes como Jorge Ben (Jor), Wilson Simonal e Tim Maia. São justamente os herdeiros deles que estão trabalhando para que as variantes do samba (rock e soul) retornem às paradas. Eis então que surge a gravadora Trama, no final dos Anos 90, praticamente um capítulo à parte na indústria fonográfica dos dias de hoje. Através dela se lançaram, Max de Castro e Wilson Simoninha, ambos filhos do intérprete de Meu Limão, Meu Limoeiro. O primeiro resolveu explorar uma batida mais original, reduzindo o andamento dos compassos, inserindo componentes da eletrônica moderna e evocando as canções faladas (quando não diretamente o "rap"). Já o segundo tratou de reciclar o próprio pai, adaptando-o e remasterizando-o de acordo às novas tecnologias, emulando-o com eficácia, no repertório, no suingue e na voz. Max de Castro é compositor, produtor e tem sido citado constantemente no circuito e nas publicações especializadas. Já Wilson Simoninha é basicamente cantor, embora também componha, trazendo para linha de frente autores consagrados (Moacir Santos, Johnny Alf) ou promessas para o século XXI (Jairzinho Oliveira, Cláudio Zoli). Não há (da parte deles) nenhum discurso que reivindique "cotas" para música eminentemente negra, mas sutilmente é para onde apontam seus trabalhos. Após análises, fica igualmente evidente a habilidade da Trama em lançar artistas que exploram o filão "cool", legando ao público produtos inteligentes mas consumíveis (que passam por entretenimento). Faltava ao pop nacional, essa capacidade de fundir experimentalismo e apelo popular. Ainda que não seja a geração da célebre Elenco (novamente, como quer Ed Motta), esse pessoal trouxe alternativas ao comercialismo desenfreado e, independentemente do estilo, tem de ter reconhecidos seus méritos. [Comente esta Nota]
>>> Trama
 



Gastronomia >>> O dilema brasileiro
Nem sempre é possível tratar das conquistas da culinária e da gastronomia, quando, num país de Terceiro Mundo, outras questões fazem sombra a essa relativa pujança alimentar. Um olhar mais demorado sobre as prateleiras dos lançamentos, nas livrarias, traz de volta um tema ancestral e insolúvel: a fome. Campanhas para erradicá-la vêm e vão, mas ela continua em voga, firme e forte, pois nunca foi prioridade "matá-la" (a fim de que ela não mate outros homens). Por essas e por outras que, a reedição da Geografia da Fome, de Josué de Castro, deve receber a atenção que o seu pioneirismo merece ou, ao menos, reacender a discussão acerca desse mal que ainda assola o mundo. O livro estende o conceito, aplicando-o de forma a abarcar o que chama de as "fomes coletivas" e, sobretudo, o problema das "fomes parciais ou ocultas" (aquelas que matam lentamente embora os indivíduos se alimentem diariamente). É notável que essa última variante se aproxime do atual fenômeno da anorexia e da bulimia, que é também social, posto que persegue um ideal de beleza (e de magreza) concebido em sociedade e imposto em escala. (A Josué de Castro, porém, não interessaria o drama dos que se fazem pele e osso por mera obsessão estética.) Um dado que prejudicou, e que prejudica, qualquer debate mais sério sobre as misérias humanas é o fato de que elas podem se transformar em meras campanhas promocionais, beneficiando certos nomes ou grupos, e terminando praticamente inócuas. Talvez para extirpar essa e outras pragas seja necessário acreditar em utopias (mais uma vez). O autor afirmava, por exemplo, que a era do "homem economico" havia acabado. O que prova que ir contra o senso comum não é lá muito saudavel, mas, 'as vezes, necessário. [Comente esta Nota]
>>> Josué de Castro
 
>>> MINHA PÁTRIA É MINHA LÍNGUA
"Banheiro? Naquela porta, ao canto, subindo a escada."
 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




O Problema é Seu a Solução é Nossa
Emanoel Lourenço
Literare Books
(2016)



Um Leão Chamado Christian
Anthony Bourke &john Rendall
Nova Fronteira
(2009)



Você Não Está Sozinho
Max Lucado
Thomas Nelson
(2010)



Livro Infanto Juvenis Em Cima Daquela Serra
Eucaneã Ferraz; Iara Kono
Companhia Das Letrinhas
(2013)



De Repente, o Desejo
Susan Fox
Unica
(2013)



A Casa das Belas Adormecidas
Yasunari Kawabata
Estação Liberdade
(2022)



Livro Não Fale De Boca Cheia E Outras Dicas De Etiqueta Para Crianças
Suzana Doblinski e Albertina Costa Ruiz
Mundo Cristão
(2001)



Palácio Itamaraty: Brasilia - Rio de Janeiro
Vário Autores
Banco Safra
(1993)



Livro Beber Jogar F
Andrew Gottlieb
Planeta
(2009)



Starters
Lissa Price
Editora Novo Conceito
(2020)





busca | avançada
41111 visitas/dia
2,0 milhões/mês