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Sexta-feira, 27/11/2009
Digestivo nº 442
Julio Daio Borges
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Imprensa >>> O Brasil na capa da Economist
Números oficiais podem mentir, Copa do Mundo e Olimpíadas podem guardar um apelo de "pão e circo", mesmo os BRICs são uma previsão que poderia falhar, mas e a capa da melhor revista do mundo — a mais séria, a mais bem escrita, a mais respeitada (junto com a lendária New Yorker)? E não foi qualquer capa: "O Brasil decola", chamando para uma "reportagem especial", de 14 páginas, "sobre a história de maior sucesso da América Latina". Tudo bem que "América Latina" não é Europa, nem Ásia, nem muito menos América do Norte, mas o Brasil circulou, com o aval da publicação mais importante do mundo, durante uma semana, sendo vendido como a grande esperança, para a economia do planeta, entre a elite dos negócios globais... A Economist começa afirmando que o Brasil sempre teve "grande potencial", pois detém as maiores reservas de água do mundo, as maiores florestas, uma terra incrivelmente fértil (que permite até três colheitas por ano), fora uma grande riqueza mineral e de hidrocarbonetos. Sobre o atual momento, assinala que o Brasil já teve democracia antes, já teve inflação sob controle antes e já teve crescimento econômico antes, mas nunca teve "tudo ao mesmo tempo" (como agora). A revista espera que o povo brasileiro supere ainda as dúvidas, históricas, sobre o funcionamento do "livre mercado", a crença, perigosa, num governo que "diz que sabe" intervir na economia e nos negócios, e, de quebra, torce para que o País supere suas "escorchantes" taxas de juro. A Economist não esquece a alardeada sorte de Lula e lembra, com justiça, os feitos econômicos do governo FHC. Chama a atenção para a maior IPO do mundo, neste ano, a do grupo Santander, na bolsa de valores de São Paulo. Mas, sabiamente, não esquece de mencionar os spreads dos bancos brasileiros, que ninguém considera desprezíveis (nem os próprios), sendo os maiores entre os BRICs. Através de um gráfico, a revista mostra também que os investimentos explodiram a partir da consolidação do real e que o Brasil já é o maior destino dos investidores, entre os países em desenvolvimento, depois da China. Pela primeira fez, afirma a Economist, temos multinacionais de verdade, como Petrobras, Vale e Embraer (entre outras). A revista assinala, ainda, o boom das commodities que beneficiou o maior exportador de café, açúcar, frango, carne e suco de laranja do mundo (futuramente, também, de petróleo?). Contudo, alerta para a persistente sombra do atraso no estado brasileiro, graças a uma constituição que mais prevê gastos do que o modo como as instituições devem funcionar; sem falar numa arcaica legislação trabalhista, ainda da década de 1940, quando se imaginava que os trabalhadores se empregariam em grandes fábricas, numa economia sempre estável, e "para toda a vida". E a nova classe média não poderia ficar de fora, com a expansão da "classe C" de 42% (2004) para 52% (2008) da população, segundo a FGV; e com a diminuição dos miseráveis em 50%, de 2003 a 2008, segundo o Ipea. Por fim, a Economist compara o Brasil aos Estados Unidos, dizendo que o nosso "caldeirão de raças" (melting pot) é ainda mais rico que o deles e que o País do Futuro pode se tornar o País do Presente, se combater a criminalidade, se livrar de políticos corruptos, garantir saneamento básico, diminuir a impunidade e impedir a devastação... O ufanismo pós-Economist, no final das contas, se justifica? Só se fizermos, como dizem em inglês, a nossa "lição de casa" — e ela não é pouca. Nunca devemos esquecer que começamos a "acertar" há 15 anos, e que temos de reverter quase 500 anos de atraso. [Comente esta Nota]
>>> Brazil takes off
 



Além do Mais >>> A Estratégia de Barack Obama, por Libert e Faulk
A lua de mel com Barack Obama parece que está acabando, mas sua eleição histórica ainda guarda lições para políticos, executivos e até curiosos. A confirmação está em A Estratégia de Barack Obama, lançado pela editora Campus, onde Barry Libert e Rick Faulk, da Mzinga, explicam como o "candidato mais improvável", segundo as palavras do próprio, tornou-se presidente da, ainda, maior economia do planeta. Dado que o feito de eleger o primeiro homem negro a governar os EUA tem pouco mais de um ano, o livro foi escrito com base em reportagens de veículos de imprensa como Newsweek, The New York Times, The New Yorker, BusinessWeek e Fortune (entre outros). Conforme sugerem os próprios autores — a quem quiser embarcar na estratégia de Obama — "não espere pelos historiadores". O volume se apoia em três conselhos básicos (em forma de capítulos): "Seja calmo"; "Seja 'social'"; e "Seja a mudança". Por "calmo", Libert e Faulk entendem "presidential", como o saudoso personagem David Palmer, em 24 Horas. Afinal, segundo eles, Obama cultivou, durante toda a sua campanha, "a racionalidade serena, o equilíbrio sob pressão e a capacidade de ser coerente e controlado sob fortes emoções". Por "social", os autores entendem o uso, paradigmático, que a equipe de Obama, e sua militância, fizeram das tão propaladas "mídias sociais". Para não ficar só em conceitos vazios — típicos dos novos gurus —, basta dizer que o site My.BarackObama.com angariou 639 milhões de dólares na Rede Mundial de Computadores (enquanto o oponente John McCain, quase metade desse valor). E, finalmente, por "mudança", Libert e Faulk entendem que Obama foi vitorioso porque, além de tudo, "abraçou e incorporou a transformação" — ao contrário de tantos políticos, partidos, empresas e profissionais, que lutam, em vão, pela manutenção do status quo (ainda mais no Brasil). Encerram com um conselho valioso (mesmo que não tão sonoro em nossa língua): "Falar é prata, fazer é ouro". Enquanto a maioria prefere "deixar como está, para ver como é que fica", aqueles que se lançarem em direção ao novo, no mínimo estarão mais sintonizados com o futuro. A Estratégia de Barack Obama é um leitura fluída, de pouco mais de 100 páginas, que nos fornece mais um ângulo para entender o fenômeno que abalou, para bem, o mundo. [Comente esta Nota]
>>> A Estratégia de Barack Obama
 



Televisão >>> Bored to Death, por Jonathan Ames
Detetives existem aos montes, principalmente em subliteratura policial, que se diz baseada em Edgar Allan Poe, mas que, na maioria dos casos, não tem nada que remeta ao grande mestre do conto. Jonathan Ames, por sua vez, é um escritor pouco conhecido, em Nova York, com um trabalho não muito significativo na imprensa, que assiste a seu casamento desabar, quando, num surto de desânimo, e solidão, decide colocar um anúncio no Craigslist, o maior site de classificados da internet, dizendo-se detetive particular e cobrando barato. O que era uma brincadeira, ou uma private joke, acaba virando coisa séria, quando a primeira cliente liga e Jonathan tem, como missão, encontrar sua irmã desaparecida. O detetive iniciante, no entanto, é desajeitado, está deprimido, não sabe quase nada da profissão, a não ser por alguns livros, como os de Raymond Chandler, que leu distraidamente. Fazendo contraponto: seu chefe, um egomaníaco, capaz de arrastar Jonathan para uma cabine de banheiro, a fim de fazer-lhe confissões, ou de telefonar-lhe na calada da noite, para resolver um problema de pele, com um tratamento pouco convencional; também seu melhor amigo, um desenhista de quadrinhos igualmente loser, que tenta recuperar a relação com a mulher, enquanto prejudica o relacionamento de Jonathan e censura-o por sua nova aventura como investigador. O detetive improvisado soluciona o primeiro enigma quase que por acaso. Surge, obviamente, outro, e a porção cômica se sobressai, porque são maiores as trapalhadas — mas Jonathan, sem medo do perigo, sente-se renovado, vivendo uma existência que não é a sua, e que acaba de inventar, graças à internet... Esse é, mais ou menos, o "argumento" de Bored to Death, uma série de TV, assinada por Jonathan Ames (é seu nome verdadeiro), e que estreará na HBO brasileira em breve. Na première, à noite num cinema em São Paulo, havia, além de assinantes de TV a cabo, blogueiros que, por ironia, criaram, igualmente, uma personagem na internet, e que, algumas vezes, até vivem dela... A possibilidade de ser "outra coisa" está instalada e, ainda que Bored to Death não seja da maior profundidade, coloca essa discussão em pauta. [1 Comentário(s)]
>>> Bored to Death
 

 
Julio Daio Borges
Editor
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