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BLOG

Quinta-feira, 21/4/2005
Blog
Redação
 
Viagem ao Âmago da Palavra

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação

Como vocês sabem (ou deveriam saber), Manuel Bandeira. Porque vale a pena ler de novo. No blog do nosso Leitor, Alessandro de Paula.

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Postado por Julio Daio Borges
21/4/2005 às 16h37

 
O Xangô de Parati

Jô Soares? Ninguém merece, só se for pra malhar o cara em praça pública!!!

Lucas Rodrigues Pires, por e-mail, sobre o post "FLIP 2005".

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Postado por Julio Daio Borges
21/4/2005 às 12h11

 
Metamorfose, mortemesafo

Nos seus últimos anos de vida, Bertolt Brecht escreveu ao lado de uma janela que dava para o pequeno cemitério onde logo seria enterrado. Era uma sala grande, essa onde ele escrevia, e estavam espalhadas nela nada menos do que oito mesas. Destaco duas. A que estava ao lado da janela que dava para o cemitério, e onde Brecht tinha sua máquina Royal DeLuxe. E outra, alta, encostada na parede, em que gostava de fazer correções, em pé. Nas outras seis devia atirar papéis, deixar textos inacabados, algum material de consulta, enfim, fico aqui inventando para completar o cenário. Brecht não gostava de ficar muito tempo sentado diante de uma mesa só, trabalhava andando, mudando de mesa, numa outra tinha uma Lettera 22, essa que todos os maiores de 50 anos um dia tivemos. Mas a mesa principal, se posso chamar assim, era a que ficava perto da janela e que dava para o seu túmulo. Bom, sendo mais preciso, seu futuro túmulo, pois mesmo com o interesse de Brecht por literatura fantástica, bom leitor de Poe, não quero que vejam nisso um enredo tenebroso, e menos ainda uma história mal-assombrada. Quando Brecht olhava pela janela não era ainda uma pedra com seu nome o que ele via, não era ainda sua última morada, como isso costuma ser chamado. Via, isso sim, o túmulo de Hegel, que já estava lá havia um bom tempo, de quem em breve ia ser colega de condomínio. Estou falando do Dorotheen-Städtischen Friedhof, o pequeno cemitério onde restam os ossos dos dois, onde ambos viram pó.

Enfim, descrevo essa sala, com essa janela e a mesa ao lado dela, para chamar a atenção para a morte de Brecht, anunciada por essa vizinhança. Bertolt Brecht escolheu para morar uma casa, um apartamento, no número 125 da Chausseestrasse, provavelmente porque era perto do seu local de trabalho, o Berliner Ensemble, a poucas quadras dali, umas cinco ou seis, a distância justa para uma breve caminhada arrumando as idéias a caminho dos ensaios. Não creio que tenha procurado uma casa do lado de um cemitério porque sim, não era essa viagem que ele queria encurtar, afinal sempre teria o barco do velho barbudo Caronte para levá-lo, não ia se preocupar com a distância. O cemitério foi o acaso que lhe colocou nas mãos, melhor, diante da vista. Mas quando arrumou seus móveis, seus livros, suas máscaras, seus teréns, escolheu para ser seu canto na casa, para ser o centro do seu equilíbrio, a janela que dava para o cemitério, a visão da morte. O poeta do homem novo e da nova sociedade não costuma ser visto através das lentes dessas metafísicas (...).

Brecht veio, enfim, passar os dois ou três últimos anos de vida ao lado do seu túmulo e o sentido oculto dessa escolha (dele ou do destino) é o enigma que nunca decifraremos completamente, mas em torno do qual circularemos cheios de hipóteses, visões, revelações, ahs e ohs.

Aderbal Freire-Filho, em introdução a Estudos sobre Teatro, de Bertolt Brecht (que, aliás, pronuncia-se "Bré-i-hhh-t", com "h" aspirado, o mesmo de hotel, em inglês; e não "Brés-te", como grande parte da nossa "intelequitualidade").

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Postado por Julio Daio Borges
20/4/2005 às 17h24

 
Procurando um assunto

Após sete dias de nula postagem, me pus em frente ao computador para confessar, na maior cara dura, que não tenho vaga noção sobre o que escrever, minha fábrica de idéias emperrou por vir agindo desdenhosamente com ela, deixando de aproveitá-la como se deve. Situação bem distinta daquela acorrida há várias semanas atrás, quando, sacudido por um desejo incomum de postar quase diariamente, botei a linha de produção intelectual para trabalhar a todo vapor, tendo sempre um assunto de reserva guardado em minha algibeira encefálica. Relutante em aceitar uma condição tão vergonhosa, furibundo, ainda esbocei uma leve reação: lacrei de vez as portas da fábrica - já que não teria sucesso se esperasse qualquer idéia de sua parte - e me abandonei à singela esperança de ser inspirado por algum sonho, por qualquer visão onírica que me soprasse nos miolos um tema fabuloso, original e me autorizasse o regresso a este blog em grande estilo. Vigoroso desapontamento, nada de aproveitável me chegou à lembrança ao acordar. Concluí: bela fase "bloguística", aridez criativa tanto consciente quanto inconscientemente.

Navegador, em Navegando pelas Letras, que linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
20/4/2005 às 17h21

 
Sobre os jornais e a internet

"Eu acho que isso, a integração da internet com o jornal impresso, é natural, está acontecendo e vai acontecer cada vez mais. O problema é saber, no caso brasileiro, por exemplo, do que vai viver o jornal escrito, [já que] a informação na internet não traz receita. O problema básico do jornal brasileiro hoje é que, apesar da recuperação da econômica, em todos os setores de atividades houve uma recuperação forte e altamente encorajadora, no plano da publicidade para os jornais não houve praticamente alteração alguma. Nós estávamos, no período da estagnação da economia, no nível mais baixo de propaganda, de publicidade, da história da imprensa brasileira e permanecemos nesse nível depois de um ano e pouco de recuperação forte da economia, sem nenhum indício de melhora. Por isso, no caso específico do Brasil, eu acho que essa solução, que é natural e está acontecendo, não basta para a sobrevivência da imprensa escrita."

De Ruy Mesquita, editor de O Estado de S. Paulo, em entrevista concedida ao programa Observatório da Imprensa, no dia 12.04.

A transcrição completa você encontra aqui.

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Postado por Fabio Silvestre Cardoso
20/4/2005 às 17h13

 
Eu acho que alguém aqui pirou

hoje eu fui meditar na grama da faculdade 18 horas... entonei meu mantra e até aí tudo bem.

quando comecei a despertar, uma lágrima escorreu pelo meu rosto. e eu chorei... que nem uma boboca! me senti muito, muito sozinha.

navegando sem direção alguma, mas aquele entusiasmo de navegar e descobrir que outrora me encantara, naquele momento se transformara em um sentimento de estar perdida, de sentimentos embaralhados, confusos.

tratei de me recompor, fui até a sede acadêmica, que fica do outro lado da rua e tem um pé carregado de acerolas, catei algumas... joguei tudo no liquidificador da cozinha... bateu, bateu!

passei na peneira, e bebemos o suco fresquinho... uma delícia! me acalmei, mas parece que estes sentimentos ainda estão dentro de mim. vieram à tona e tornaram a se guardar.

mas por aqueles momentos eu me deixei tomar conta por eles, ser arrebatada por uma sensação esquisita... êta vidinha mais estranha!

Letícia "Tuca" Milhomem, cujo Espaço Livre também linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
19/4/2005 às 10h51

 
Siempre!

No puedo saber hasta ahora qué es lo que me lleva a tratar los temas de mi obra narrativa. No tengo un sentido crítico-analítico preestablecido. Simplemente me imagino un personaje y trato de ver a dónde este personaje, al seguir su curso, me va a llevar. No trato yo de encauzarlo, sino de seguirlo aunque sea por caminos oscuros. Yo empiezo primero imaginándome un personaje. Tengo la idea exacta de cómo es ese personaje. Y entonces lo sigo. Sé que no me va a llevar de una manera en secuencia, sino que a veces va a dar saltos. Lo cual es natural, pues la vida de un hombre nunca es continua. Sobre todo si se trata de hechos. Los hechos humanos no siempre se dan en secuencia. De modo que yo trato de evitar momentos muertos, en que no sucede nada. Doy el salto hasta el momento cuando al personaje le sucede algo, cuando se inicia una acción, y a él le toca accionar, recorrer los sucesos de su vida.

Juan Rulfo

* * *

Todo escritor tiene de alguna manera unas constantes, también se las puede llamar obsesiones personales; pero conmigo es una cosa premeditada, tampoco soy consciente todo el tiempo de eso. Sí aparecen muchachos en mis novelas de edades comprendidas entre los 9 y los 14 años, entre la niñez y la adolescencia, que apenas llegan a la primera juventud. El porqué no sabría decirlo. De alguna manera intuyo que la voz narrativa me resulta muy verosímil, me resulta muy grata, me la creo. Porque yo soy el primero que tiene que creerse lo que estoy contando, porque si no me lo creo yo no se lo va a creer nadie. Utilizo voces de esos muchachos que han sido testigos indirectos de una serie de acontecimientos, algunos tienen algo que ver con mi vida otros los he inventado, pertenecen naturalmente al campo de la imaginación. Pero de algún modo estas voces de esos muchachos me lo hacen creer, hay una tendencia a eso, un gusto y una inclinación a eso, pero no sabría explicar por qué.

Juan Marsé

Ambos no blog de George Cassiel, com inspiração hispano-americana, que linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
19/4/2005 às 10h42

 
FLIP 2005

"Salman Rushdie é uma das estrelas internacionais confirmadas para a terceira edição da FLIP. Seu novo livro, Shalimar, o equilibrista terá lançamento mundial em Parati. Os espanhóis Enrique Vila-Matas, autor de Bartlebly e Companhia e o romancista Juan Goytisolo, que recebeu em 2004 o Juan Rulfo, um dos prêmios literários mais importantes da América Latina já reservaram as suas agendas para a Festa.

Veja programação completa no site a partir de 4 de junho."

As informações acima são da página oficial da FLIP.

Há quem diga, ainda, que outra estrela confirmada é Jô Soares.
Oremos.

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Postado por Fabio Silvestre Cardoso
19/4/2005 às 10h41

 
Pobrezinha da Jane Fonda

Dia desses, conversei com uma dessas garotas que lêem Jane Fonda. Ela me explicou que as mulheres nascem com um defeito: a submissão aos homens. Disse-me que não faz certas coisas na cama, porque são sintomas de atavismos femininos dos quais precisamos nos livrar. Ela é independente financeira, emocional e socialmente e contou-me das maravilhas de não se precisar de um homem para se sentir completa. É uma mulher moderna.

Não li a biografia de Jane Fonda, mas soube, através da entusiasmada garota, que Minha Vida até Agora é um libelo contra os homens. Depois de conhecer a muitos, ela encontrou a felicidade nos vídeos de aeróbica. "Na minha vida, sempre estive tão desesperada para satisfazer os homens que me desapeguei completamente do meu eu autêntico".

(Ela queima seus sutiãs, eu aperto meu espartilho, para que eles pensem ser minha cintura mais fina do que é.)

Ah, se eu pudesse, mostraria algumas coisas para o Eu Autêntico da Sra. Fonda: a beleza daquela curva do músculo do antebraço, que vem do punho até o cotovelo; as mãos macias dos homens que escrevem; uns pelinhos que eles têm na nuca; o sorriso irônico para alguém que eles sabem que você não gosta; a maneira como ajeitam os óculos no nariz com o dedo indicador, distraídos. Aquele olhar quando estamos falando e eles não estão ouvindo, que mistérios serão? E aquele cheiro da pele dos homens.

Nunca fiz ginástica aeróbica, são tantos pulos! Eu, costela de Adão, gosto de ficar ali, dentro do peito deles, tão quentinho e sem solavancos.

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Postado por Andréa Trompczynski
19/4/2005 às 09h53

 
Mais e melhores posts

Roupas, culinária e, curiosamente, a maneira de lidar com os homens eram matérias nas quais Glória respeitava as opiniões da mãe. Empacotamento, limpeza de casa, como administrar os criados, o que fazer contra manchas na epiderme, química de cozinha, as peculiaridades de vários tecidos... a sra. Wandrous conhecia um bocado de tais assuntos. Glória concluiu que a mãe era uma perfeita esposa. O fato de seu marido estar morto em nada lhe mudara a disposição. Na verdade, sua vocação de dona-de-casa era tudo. E se alguém, em qualquer ocasião, tivesse dúvidas sobre a excelência de sua mãe na administração da casa, bastaria contar o número de queixas do tio de Glória. Não, a mãe era uma estupenda dona-de-casa e, ainda por cima, sabia manobrar os homens. Muitas vezes Glória ouviu a mãe dizer que se fulano e sicrano tivessem feito isso e aquilo, ela estaria mais feliz com o marido. Glória pôs na cabeça que a mãe, convivendo com o seu tipo certo de homem, no seu tipo certo de vida, tornou-se nisso tão capaz quanto se mostrava na cozinha preparando soda-limonada. A sra. Wandrous sabia que bater soda lhe traria dividendos, e sabia também o que a espécie de homem com quem gostaria de conviver (e que aborreceria mortalmente Glória) faria. Era uma vida quase boa, concluiu Glória. Sem lamentos, reconheceu a impossibilidade dessa vida para si; contudo, uma vida boa para pessoas como a mãe.

John O'Hara, é o último. E, agora, você acredita que ele escreveu tudo isso com 20 e tantos, em 1920-e-alguma coisa? Pois, mãos à obra.

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Postado por Julio Daio Borges
18/4/2005 às 13h07

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