Festival Chaves no Centro Cultural Vergueiro | Tatiana Cavalcanti | Digestivo Cultural

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Quarta-feira, 11/4/2007
Festival Chaves no Centro Cultural Vergueiro
Tatiana Cavalcanti
+ de 6400 Acessos
+ 2 Comentário(s)

O Centro Cultural Vergueiro estará exibindo até o dia 13 de abril (sexta-feira) o festival em homenagem a Roberto Gómez Bolaños, ator mexicano conhecido por seu personagem Chaves, do programa de mesmo nome transmitido pelo SBT há quase três décadas. São episódios na maioria inéditos, ou melhor, desconhecidos do público brasileiro, das séries Chaves, Chapolin Colorado e Chespirito, em versão original com legendas em português. Alguns dos dubladores estarão presentes em dias específicos para palestras.

El Chavo del Ocho e El Chapulim Colorado, nomes originais em espanhol, eram produções que faziam parte de um pacote de novelas e dramalhões que a recém criada emissora de Silvio Santos nos anos 1980, TVS, adquiriu da emissora mexicana Televisa, a maior daquele país. A alta cúpula da nova empresa do futuro Homem do Baú não via com bons olhos aquelas séries, e as engavetou por quatro anos. Entretanto, por uma proteção contratual, a TVS se viu obrigada a exibir o pacote em sua totalidade e, após serem traduzidas e dubladas, as séries criadas por Bolaños foram acomodadas no programa do palhaço Bozo. Foi um sucesso estrondoso e logo Silvio Santos importou novos capítulos.

Uma vez perguntado o por quê do sucesso dos seus personagens no Brasil e em 90 países, Bolaños respondeu: "Não imagino por quê. E isso não é falsa modéstia. Já passou muito tempo, os programas seguem com cenário antigo, e as pessoas de muitos lugares continuam gostando (...) Acho que os programas são bem feitos, pelo menos foram feitos com muito carinho e honestidade". Há uma certa identificação entre os personagens e os espectadores, que reconhecem na série o seu próprio cotidiano. El Chavo del Ocho é um órfão pobre de oito anos de idade, sem nome conhecido e nem identidade, que mora no barril de um cortiço, ou uma vila simples. "Chavo" em espanhol significa "menino", e na verdade a tradução para o português, Chaves, deu identidade ao garoto, o que acabou alterando a característica original do personagem. Esse lado social pode ser visto em todas as séries que Bolaños criou. Alguns dos bordões mais conheci dos do menino Chaves são: "Foi sem querer querendo", "Tá bom, mas não se irrite", "Ninguém tem paciência comigo!" e "Ai que burro, dá zero para ele!".

Outro personagem bastante popular é o anti-herói (ou seria apenas um herói atrapalhado?) Chapolin Colorado, que possui características políticas e sociais que são claras quando "O Vermelhinho" encontra o caricato Tio Sam, que tem o bordão "Time is money". Aqui, Bolaños parece tecer críticas ao vizinho do norte, com o qual o México tem uma relação complicada e conturbada.

Usando uma linguegem cômica, bordões repetitivos e situações circenses, que tem esquetes simples e de fácil assimilação, os personagens criados por Bolaños lembram outros de humoristas de grande popularidade, como O Gordo e o Magro, Cantinfas ou até mesmo o genial Charles Chaplin. Isso é claro num dos episódios de Chapolin Colorado, em que o anti-herói tenta descobrir os integrantes de uma gangue dentro de uma festa à fantasia.

O que é mais interessante neste festival, além dos episódios inéditos das séries, é um longa-metragem gravado pela trupe em 1979. El Chanfle, inédito no Brasil, é a história de um casal, interpretado por Florinda Meza e Roberto Gómez Bolaños (atores que eternizaram Dona Florinda e Chaves), que tenta ter um filho há dez anos. Ele é um homem pobre, desastrado e sonhador, que é apaixonado pelo América, time de futebol popular do México. Sua esposa, uma mulher lindíssima e jovem, o ama com devoção e carinho. O astro do time é Valentino (interpretado por Carlos Villagrán, o Quico), um pilantra convencido que acredita ser um grande galã que pode ter o que quer na hora em que desejar. Outros personagens envolvidos completam o enredo, todos interpretados pelos mesmos atores que compõem o seriado Chaves, como a Chiquinha, Jaiminho O Carteiro, a Bruxa do 71 e Seu Madruga. O filme é simples e de baixo orçamento, porém tem um desenrolar engraçado, exagerado e cativante. Para os fãs de alguma das séries criadas por Bolaños, é garantia de boas risadas e até momentos emocionantes.

O festival está atraindo pessoas de diversas faixas etárias. A sala Lima Barreto, no Centro Cultural Vergueiro, abriga desde crianças, adolescentes, adultos até idosos. Pessoas de outros países também vieram prestigiar o ator e escritor mexicano Roberto Gómez Bolaños, que atualmente está com câncer na garganta. As histórias dos bastidores dessas séries de sucesso são tão intensas que deram origem a um livro, escrito pelo próprio Chaves. Bolaños estudou engenharia, foi casado e teve seis filhos. Carlos Villagrán e Florinda Meza eram namorados durante a maior parte das gravações. No final dos anos 1970, ela se envolveu com Bolaños, o que irritou "Quico" profundamente, tanto que ele abandonou o seriado para sempre. Ramón Valdés, o Seu Madruga, deixou de integrar o elenco em consideração ao amigo (apesar de ter voltado um ano depois sem muito sucesso), foi quando o restaurante da Dona Florinda foi criado. O novo casal, que tinha uma diferença de idade de 19 anos, namorou por 25 anos e finalmente Florinda e Bolaños se casaram em 20 de novembro de 2004, mas nunca tiveram filhos juntos porque ela é estéril. Essas são algumas das histórias por trás do fenômeno mexicano, que não vêm tanto ao caso aqui. O que importa é que as séries escritas e produzidas por Bolaños resistem ao tempo, aos atritos internos e ao preconceito.

Para ir além
Confira aqui a programação dos últimos dias do evento.


Tatiana Cavalcanti
São Paulo, 11/4/2007

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
22/4/2007
18h12min
Sempre soube quase tudo sobre Roberto Goméz Bolaños, mas o que mais me impressionou que não sabia que tinha câncer na garganta, muito legal, digo, muito triste.
[Leia outros Comentários de Bruno]
10/4/2008
11h22min
Muuuiiito legal! É bom saber que depois de algumas décadas este maravilhoso escritor e ator foi homengeado. Não era sem tempo! Muito legal saber que, mesmo depois de tantos anos, ele ainda é reconhecido pelo esforço que fez =)
[Leia outros Comentários de ingrid s de souza]
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