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Quinta-feira, 5/3/2009
Quanto custa rechear seu Currículo Lattes
Marcelo Spalding
+ de 68400 Acessos
+ 20 Comentário(s)

Essa não é uma coluna sobre cultura, é sobre educação. Mas o que tem mais a ver com a cultura do que a educação?

Todo estudante universitário já ouviu falar do Currículo Lattes, todo aspirante a Mestre ou Doutor decerto já fez o seu e àqueles com pretensões acadêmicas é imprescindível atualizar seu Lattes pelo menos duas vezes por ano. O Lattes é critério quase universal para seleções de programas de pós-graduação do Brasil e do exterior, além de ser fundamental nas bancas de contratação de professores universitários em concursos e editais. Mantido pelo CNPq, é uma forma democrática de centralizar as informações acadêmicas de todo país, permitindo aos pesquisadores encontrar colegas de áreas afins e, a quem seleciona, avaliar a produção científica do aspirante à vaga.

Os críticos dizem que o Lattes transforma todo o esforço intelectual dos pesquisadores em quantidade, em números, simplificando e até ridicularizando uma produção eminentemente qualitativa. Ocorre que no final do Lattes há uma tabela informando quantos artigos foram publicados, quantos livros ou capítulos de livros, de quantos congressos o fulano participou. Mas até aí nenhuma novidade, se você começou a ler este texto provavelmente já sabe o que é e como funciona o Currículo Lattes. A novidade é que um bom Lattes tem preço.

Com o crescimento dos cursos de pós-graduação no Brasil e o amadurecimento da Plataforma Lattes, a corrida por "qualificação" tem sido grande, e a lógica quantitativa acaba incentivando a formação de um verdadeiro "mercado acadêmico". Já havia percebido isso ao me inscrever em um congresso, no meu caso o da ABRAPLIP, mas poderia ser de qualquer área e em qualquer lugar. Se você quer que seu trabalho seja apresentado, antes da inscrição deve enviar um resumo e aguardar o aceite. Elaborei o resumo, nas normas que exigiam, e o submeti. Em poucas semanas, um e-mail informa que o trabalho foi aprovado, e o ingênuo aqui fica feliz da vida: vai no site, preenche a ficha de inscrição, imprime o boleto, paga no banco a taxa de cento e poucos reais (há eventos de R$ 300,00, R$ 500,00, e por aí afora, especialmente se você for da área de Medicina ou Direito). No dia da minha apresentação no evento, a surpresa: havia cinco pessoas na sala: um professor e quatro apresentando trabalhos. Público para quê? Discussão para quê? Afinal, dali sairemos com um certificado (enviado por e-mail), um CD-ROM e um número a mais no Lattes!

Evidentemente, a proporção não é um por um, mas tão evidente quanto é que os congressos hoje estão inchados com dezenas de apresentações de trabalhos, e o aceite desses é uma mera formalidade. Um trabalho medíocre será aprovado se não comprometer o evento e o autor lá estará, enquanto um aluno excelente que faça um artigo excelente mas por algum motivo não possa pagar a inscrição, ah, esse não estará lá. Afinal, sai caro um bom Lattes...

Mas vamos além, afinal de contas, poucos dos que se aventuram em cursos de pós-graduação não teriam dinheiro para a inscrição de um evento desses. E a passagem? E o hotel? E férias, para quem não tem bolsa? Sim, porque se você tiver pretensão de dar aula na USP, na UFRJ ou na UFRGS, é bom sua vida acadêmica não ficar restrita a Cacimbinhas, é bom você ter ido aos eventos nacionais mais importantes da sua área, ter contatos, viajar. E não espere algum desconto especial para viagens acadêmicas por parte das companhias aéreas. Muito menos bolsas oferecidas pelos cursos de pós-graduação, a não ser em raríssimos ― e discutíveis ― casos. Afinal, sai caro um bom Lattes...

Infelizmente, não é só isso. Estávamos tão acostumados a participar de congressos e pagar por isso, estamos tão satisfeitos em aproveitar esses eventos para fazer turismo pelo Brasil (ah, claro, ninguém acha que o controle de presença nesses eventos seja muito rigoroso, né?) que nem percebemos o quão injusta é essa lógica do "pagando bem, que mal tem". Quero ir além. De uns tempos para cá, tem se tornado comum no Brasil pagar pela publicação de artigos! Sim, os artigos científicos, tão puros, tão imparciais, tão citados como referência do conhecimento pela mídia, pelos nossos professores, publicá-los também tem um preço, e bem salgado.

Ainda não havia me acontecido isso, mas uma amiga da área da Enfermagem ousou submeter seu artigo de conclusão de curso para a Revista Gaúcha de Enfermagem e, adivinhem, o artigo foi aceito para a publicação com uma condição: ela e as outras duas autoras do artigo deveriam ser assinantes da revista para essa publicação, e, claro, isso tem um custo: R$ 130,00. Cento e trinta! Fiquei pensando se já aconteceu de alguém enviar artigo e ele não ser aceito, afinal cenzinho é cenzinho...

Pensei em reclamar para a UFRGS que uma revista com seu logotipo fizesse esse tipo de coisa, mas a Universidade está em férias. Entrei em contato, então, com a Ouvidoria do Ministério da Ciência e Tecnologia, a fim de denunciar esse tipo de abuso num país e numa universidade que lutam pela inclusão acadêmica de negros e pobres. A resposta, conclusiva, me fez perceber que o Lattes realmente tem preço:

Prezado Marcelo,
A cobrança para publicação de artigos é prática frequente na área internacional, inclusive porque alguns periódicos científicos são bancados pelos próprios autores. A informação, pelos custos que envolve, resulta cara. No Brasil, esta prática ainda não está amplamente disseminada mas já é praticada, principalmente na área médica.
No caso específico, segundo sua informação, o pagamento não é propriamente pelo artigo, mas para que ela se torne sócia da revista. Sugerimos que consulte a política editorial do periódico, que deve estar impressa na própria revista ou no seu site. A política editorial informa quais são os critérios utilizados para seleção e publicação de artigos.
Nada obstante, caso ela não concorde com o critério, pode submeter seu artigo a outros periódicos que não exijam contrapartida financeira. Seguramente na sua área de especialização existem vários em todo o Brasil.
Atenciosamente,
Ouvidoria-Geral do MCT

Indignado, entrei em contato com minha orientadora de graduação, uma professora muito amiga, Doutora em Comunicação. E aí a professora me lembrou de que quando terminou seu Doutorado, recebeu pelo menos cinco cartas a parabenizando e a convidando a publicar seu belíssimo trabalho em livro. Mas, é claro, um livro acadêmico é sempre importante e, afinal, sai caro um bom Lattes. Caro quanto? Cinco mil reais.

Não posso concordar com essa lógica, e me surpreende que entidades como a UNE fiquem mais preocupadas com o preço da passagem de ônibus do que com esse tipo de descalabro. Não é novidade alguma que a seleção para os cursos de pós-graduação passam por critérios pessoais, políticos, nada objetivos, e no momento que se cria uma ferramenta para tornar a escolha um pouco mais democrática, admitiremos que essa ferramenta sirva para privilegiar os estudantes com mais poder aquisitivo? Sem demagogia, dessa forma algum pobre que entrou na universidade pelas cotas ou pelo Pró-Uni conseguirá ingressar em Mestrados e Doutorados a partir desse critério mercantilista?

Para mim, o caso é muito grave. São essas pessoas com Lattes recheados que irão lecionar nas universidades federais e particulares (e há aos borbotões), são elas que irão formar os futuros médicos, advogados, jornalistas, professores? E quais os valores que essa geração acadêmica tem a passar? O valor do "quanto mais, melhor", do "quem pode mais, chora menos"? E essa realidade, todos sabem, se reflete desde o Ensino Fundamental, onde as creches e escolas públicas são cada vez mais abandonadas e as particulares proliferam e profissionalizam-se. Mas aí já é assunto para outra crônica...

Marcelo Spalding
Porto Alegre, 5/3/2009

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
27/2/2009
09h29min
Oi, Marcelo, eu me sentaria com você num bar bacana e conversaria sobre isso por algum tempo. Essas coisas incomodam, deixam dúvidas, mobilizam a gente. A sensação de "como é que vou conseguir?" é chata, mas há trajetórias bem melhores do que essa aí. Uma única frase no seu texto, porém, é complicada: quando você fala de um aspirante a professor de boa universidade que seja mediano e não goste muito de estudar. Se é assim, melhor que esse cara não chegue lá mesmo. A despeito dos processos seletivos esquisitos adotados no Brasil (fruto de uma política acadêmica norte-americana, leia o livro de Lindsay Waters, "Inimigos da Esperança"), a maior parte dos bons profissionais (acadêmicos) estuda muito, muito mesmo, lê muito, investe muito (não apenas em congressos, você se esqueceu da compra de livros, uma obviedade que alunos costumam não querer adotar), inclusive gasta com isso mais do que ganha neste país (que não adota as mesmas políticas salariais e de prestígio acadêmico norte-americanas).
[Leia outros Comentários de Ana Elisa Ribeiro]
5/3/2009
02h12min
Gostei do seu texto; ele chama a atenção para um problema: a avaliação quantitativa está se sobrepondo ao qualitativo. Ou seja, se um idiota qualquer escreve 20 artigos de merda por ano e os publicar, ele ficará na frente de um pesquisador sério que leve um ano prá escrever um artigo de primeira linha. Veja as teses, todas engavetadas pela péssima qualidade. A tese do Sérgio Buarque de Hollanda ficou engavetada? Não, e durou séculos para a pesquisa dele ser concluída, mas era uma pesquisa responsável, coerente, importante, como referência para o conhecimento da história brasileira. Hoje escreve-se teses a toque de caixa e elas acabam na caixa... de lixo. Em boa hora seu artigo. Parabéns!
[Leia outros Comentários de jardel dias]
14/3/2009
01h43min
Eu já vi tanto absurdo em cursos de pós em universidade federal... Quando eu era representante discente, vi um caso em que deixaram uma aluna do professor X, o famosão do departamento, fazer seleção de doutorado e se inscrever no mesmo sem os créditos completos do mestrado. O correto seria cancelar a matrícula dela no doutorado. Fizeram uma arrumação: o professor de uma das disciplinas que ela iria cursar no doutorado concordou em transferir a matrícula dela para o semestre anterior, como se a disciplina tivesse sido cursada no mestrado, assim ela fecharia os créditos necessários. Vi uma defesa de tese de doutorado que deu vergonha... mas o cara saiu de lá com o mesmo título de doutor que eu e muitos de meus colegas que ralamos muito. Vi tese/dissertação ser montada sobre experimentos sem estatística, com apenas uma amostra e por aí vai. Tantas atrocidades que... misericórdia! Felizmente, acredito eu, com base na minha experiência, que os concursos ainda selecionam decentemente.
[Leia outros Comentários de Cilene]
18/3/2009
09h57min
De fato, a vida acadêmica tem seus custos, e não é muito lucrativa. Quem entrou na universidade para ganhar dinheiro devia ser mandado para o manicômio judiciário. Há muitos congressos e publicações bons, mas também há os write-only journal (escreve uma vez, lê nunca). Quem conhece o assunto sabe distinguir. Quem só faz a contabilidade do número de publicações cria confusão.
[Leia outros Comentários de Felipe Pait]
20/3/2009
14h42min
Prezado Marcelo, te parabenizo pelo artigo "Quanto custa rechear seu Currículo Lattes". Também penso dessa forma. Quem tem dinheiro e tempo para perder acaba fazendo um lattes primoroso. Eu mesma tiver a oportunidade de juntar minhas economias para estar em congresso na área de cultura latino-americana lá no tal primeiro mundo, que nada mais foi que um evento esvaziado e sequer queriam nos dar uma carta. Marcelo, nós, brasileiros, temos que acreditar em nossa capacidade e deixar de olhar no espelho e não nos ver. Parabéns, mesmo. Abraço.
[Leia outros Comentários de Lia Ferreira]
7/7/2009
09h48min
Olá, Marcelo. Li agora há pouco sua matéria (um pouco antiga) sobre o "Quanto vale o seu lattes". Fiquei muito feliz por lê-la, pois compartilho minha opinião com você. Em minha espera por concursos públicos, uma vaga para a tal sonhada carreira universitária, o lattes é nosso companheiro fiel, nosso "Orkut dos nerds", como disse um amigo meu. No entanto, sempre me deparo com as estatísticas desestimuladoras do Lattes. Mas tudo bem, sem lamentações. Agora queria te dar uma opinião: por que você não faz outra matéria sobre tudo que tem surgido no mundo acadêmico para se publicar um artigo (o que é requisito primordial para aprovação em concurso público)? Bom... mas acho que, sobre isso, sinceramente, ninguém prefere falar. Um abraço, Rosane.
[Leia outros Comentários de Rosane Soares]
10/8/2009
11h59min
Caro Marcelo! Estou passando por uma situação muito parecida com a descrita no seu artigo. Sou mestre em história e não atuo na minha área. Não possuo experiência e meu curriculum é uma "porcaria". Fiz poucos cursos ao longo da graduação e mestrado. Motivo: tinha que trabalhar para custear meus estudos. Infelizmente nosso país favorece os mais abastados que estudam em faculdades públicas e podem fazer todos os cursos e congressos que aparecem. Quem pode mais, chora menos. Parabéns pelo artigo.
[Leia outros Comentários de Aline Brandt]
8/9/2009
07h34min
Prezado Marcelo, parabéns pelo artigo. Fiquei pensando em muitas coisas após lê-lo. Sobre o quanto ralei trabalhando e estudando para ter um bom Lattes, sobre a política de quotas injusta, que abre as portas da universidades para alunos de níveis intelectuais diferentes, em vez de investir maciçamente no ensino público fundamental e médio de qualidade (para dar condições de igualdade ao aluno menos favorecido); sobre a prostitição do ensino superior (como você mesmo disse: há aos borbotões!)... Daqui a pouco não vai ser possível publicar com coerência... Apesar de uma boa tese poder render uns 6 ou 7 artigos sérios, não se pode competir com quem paga pra publicar lixo! Parabéns pela crônica!!! Vou mandá-la para os meus alunos, discutir em sala e fazê-los refletir sobre isso!
[Leia outros Comentários de Salomão Oka]
8/9/2009
16h35min
Caro Marcelo Spalding, faço coro com suas críticas em relação ao "quanto custa um bom Lattes"... A prática é ridícula e humilhante para quem realmente quer seguir a carreira acadêmica em nosso país. Faço aqui alguns comentários "brainstorm", de modo que estes não estão muito amarrados ainda. Mas espero que compreenda. Utilizando um grande clichê, comecemos pelo início. Quem está na pós-graduação por opção? Sempre reclamamos que as bolsas são insuficientes. Que o valor destas é irrisório, principalmente se os bolsistas residem em capitais, nas quais o custo de vida é relativamente maior. O fato é que a maioria dos alunos de pós não estão na pós por opção, mas sim por falta desta, porque, ao se formarem em seus cursos de graduação, ficam totalmente desnorteados...
[Leia outros Comentários de marco]
15/9/2009
17h03min
É lamentável o círculo vicioso do poder: é preciso ter dinheiro para ganhar dinheiro. E a cada dia que passa isso se torna mais verdadeiro.
[Leia outros Comentários de Rodrigo Guedes]
6/1/2010
12h42min
[Leia outros Comentários de Felipe Pait]
11/2/2010
14h42min
Marcelo, adorei a sua crônica sobre o Lattes! Sou mestre em educação, com um grande autor internacional da área em minha banca, e lhe confesso que já cheguei a pensar em desistir da carreira acadêmica. Porque, além de me sentir agredido finaceira e moralmente com a lógica de "produção" quantitativa, me sinto absolutamente inútil apresentando um trabalho numa sala com 4 ou 5 pessoas, todas elas lá para apresentar os seus também. Sinceramente, penso que toda essa lógica perversa não passa de um teatro de muito mau-gosto. Não poderíamos levá-la tanto a sério! Queria lhe perguntar uma coisa: existe algum movimento no Brasil que se proponha a combater essa lógica? Um grande abraço, Fabrício Tavares Santos Silva.
[Leia outros Comentários de Fabrício Tavares]
5/6/2010
19h20min
Marcelo, isso que você escreve é só a "ponta do iceberg". Tem muita sujeira (intelectual e moral) nisso tudo, sujeira que conhecemos mas que, muitas vezes, por medo ou por interesse, fingimos não conhecer. Parabéns pelo lúcido texto.
[Leia outros Comentários de wiliam]
20/1/2011
17h44min
A mesma de sempre: quem tem mais dinheiro tem mais condições. O que dizer disso: nas grandes universidades públicas, quem é admitido é aquele que estudou a vida toda em escola particular e que pode pagar pelos estudos sem problemas. Quem é pobre que se ferre, pagando mensalidade de faculdade. Não só no Brasil como em muitas partes do mundo o que vale é o título, se o fulano estudou ou comprou o diploma não interessa. E quando você estuda bastante, ainda tem alguém que puxa o seu tapete, porque não ficou satisfeito com a quantia que tirou de você. Se cobra pra tudo, desde uma declaração da universidade até publicar um artigo. E tem muita gente hipócrita que levanta a bandeira das cotas, só esquece que, OK, entrou na universidade, só não se sabe como se manterá lá... É por isso que toda vez que vejo um anúncio de "o Brasil aumentou sua produção acadêmica", "o número de leitores aumentou", logo penso que aumentou o número de ignorantes que gostam de se manter assim e arrotam arrogância se serem cultos.
[Leia outros Comentários de Samantha Abreu]
22/1/2011
01h11min
Parabéns pela postagem, Marcelo Spalding. Sinto-me igualmente incomodada diante desta questão. É mais uma vez o poder do capital financeiro falando em nome da dita "produção do conhecimento", produção esta que, por sua vez, é de um conhecimento falho, orientado não pelo que deveria ser, "produzido" não por aquele que verdadeiramente refletiu e, principalmente, voltado aos interesses de quem a produção do conhecimento não importa mais do que ser números.
[Leia outros Comentários de Camila Chaves]
25/1/2011
18h13min
Marcelo, tem pessoas competentes que têm um bom currículo, fruto de sua produtividade e de seus conhecimentos. Tem também os medíocres que por serem "mediocres" tapam sua mediocridade com um bom currículo. Conheço pessoas assim, uma de minhas ex-colegas de trabalho, por sinal a mais medíocre do grupo, era a que tinha o melhor currículo. Apenas as cópias de seus certificados encadernados tinha o volume de um livro. Sua mediocridade, no entanto, era tão grande quanto seu currículo, e não apenas do ponto de vista intelectual, mas também moral e emocional. É o sistema... Valeu pela crítica, que outras vozes se levantem...
[Leia outros Comentários de André Cavalcanti]
23/4/2011
09h30min
Olá Marcelo, algumas práticas são lamentáveis! Cultura custa caro e no Brasil há pessoas responsáveis e sérias preocupadas com isto, por isso algumas iniciativas de popularização do Teatro, cinemas, Bibliotecas a preços populares. Mesmo para divulgação científica em eventos, periódicos, revistas acadêmicas, há outros caminhos junto aos orientadores que investem em pesquisa. Sabemos que o sistema capitalista gera este tipo de prática, ideologia e conseguintemente abismos sociais. Agora, com o polo da emissão liberado reflexões como essas são super válidas, por isto, mesmo a escola também deve de se apropriar desta possibilidade de autoria que faz parte da vida social de seus alunos, e na maior parte das instituições isto ainda acontece de forma dicotômica. Concordo com o André Cavalcanti quando trouxe uma dicotomia existente não só no universo social, mas também no acadêmico. Afinal, não dá para generalizar. Temos boas práticas, bons professores e alunos e àqueles oportunistas. []'s
[Leia outros Comentários de Alice Maria Costa]
25/4/2011
22h26min
Caro Marcelo. O tal Lattes é apenas um meio de comunicação. A mentira, assim como a verdade, pode ser datilografada ou digitada. É como prestação de contas, pode ser uma responsabilidade assumida ou uma fraude escondida. E, digo com toda sinceridade, nao é difícil perceber um Lattes que tem volume e nao tem tutano. Para isso, uma via é identificar o "Qualis" da publicação. E, do meu conhecimento, "Qualis" não depende de pagamento. Mas, nesse mundo capitalista, o que nao falta é a fraude, a começar pelo próprio dinheiro. No meu enterder, o que você denuncia, com toda razão, nao é o Lattes, mas a mentira que ele pode conter.
[Leia outros Comentários de Régis Lopes]
27/4/2011
01h44min
Os congressos científicos no Brasil se transformou em uma indústria. Pra começar, os organizadores não lembram que a maioria dos participantes são pessoas de pouca renda: desprezam as instalações das universidades e promovem os congressos ou em hotéis 5 estrelas ou em centros de convenções luxuosos e na parte mais cara da cidade. Um almoço não sai por menos de R$50 e, dependendo do local, não dá pra ir de ônibus e é preciso pegar táxi. Somando as despesas todas, hotel, passagens, ir a um congresso sai por mais de R$1.000. E detalhe: muitos participantes não contam com o auxílio de instituições de ensino ou de fomento à pesquisa. E lá vão os coitados pagar as despesas do próprio bolso.
[Leia outros Comentários de Teresa Silva]
23/2/2012
11h59min
Pronto, está criado o "homo lattes". Saudações, Ruy.
[Leia outros Comentários de Ruy Lopes Cordeiro]
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