Do amanhecer ao adormecer: leitura, ato de amor | Marcela Ortolan | Digestivo Cultural

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Segunda-feira, 1/7/2013
Do amanhecer ao adormecer: leitura, ato de amor
Marcela Ortolan
+ de 4600 Acessos

Bom dia!

Toda vez que me deparo com uma folha em branco acontece um estranhamento. Acontece uma vontade de preenchê-la e sentir a caneta deslizar, o prazer das palavras se conjugando.

É uma necessidade de desabafo, de comunicação, é a vontade de escrever um cumprimento em tudo: bom-dia. Lindo, não é? Duas palavras que são pura gentileza.

Bons dias esparramados pelo papel. É a minha necessidade de comunicação.

Escrevo um cumprimento - curta renovação de esperança. É uma promessa que se entrega com um sorriso. É a própria melodia do sorriso.

Para que seu dia seja bom: Bom dia.

Carrego a liberdade na bolsa

Sempre levo comigo um livro na bolsa. Sobrou um tempinho e já estou lendo, cultivando um vício da infância. Carregar livros consigo é uma libertação. Não se sofre mais com filas, com atrasos, com a solidão de ter levado um "bolo". A vida ganha intervalos recheados de poesia.

E, ainda, corre -se o risco de ganhar novos amigos. Muita gente vê no livro um sinal para puxar assunto perguntado se é bom, fazendo um comentário sobre aquele autor, ou simplesmente para fazer um elogio ao seu pouco comum hábito. Pode ser até a deixa para uma paquera, já que, como me ensinou ?Alessandro Martins, ler é sexy.

Costumo dizer que um livro é um bom álibi. Nunca se está sozinho na companhia de um deles.

E, da mesma forma como pode ser a deixa para uma conversa, um livro pode também ser a desculpa para não ser perturbado, tudo depende da postura do leitor.

Com um livro fica-se livre para sonhar. Liberta-se do presente e vamos para algum outro lugar, aprender novas formas de pensar e desejar.

É um jeito de despertar a inveja naqueles que no cercam, que nos observam entretidos, divertidos, rindo de uma frase espirituosa ou comovido com uma passagem mais tocante - portadores de um segredo sussurrado pelo autor diretamente em nossos olhos.

De tanto ter empatia pelos personagens inventados aprendemos a ser menos egoístas e, quando damos um tempo na leitura, aprendemos a ler os rostos, os lugares, as situações. Viramos leitores atentos do mundo, esse mundo que é cheio de histórias e enigmas.

Sempre carrego um livro comigo fazendo com que a bolsa-biblioteca perca um pouco de espaço e ganhe muito em imensidão.

A leitura como um ato de amor

Passando uns dias na casa dos meus pais, descobri uma das coisas que eu mais sentia falta morando sozinha (ou mesmo em república): da leitura compartilhada.

Na casa deles existe uma mesinha de centro na sala de estar onde alguns enfeites dividem o espaço com as revistas mais recentes e os livros que estão sendo lidos. Essa sala, contrariando as expectativas, é mais frequentada do que a sala de televisão.

Lá, senta-se para ler a qualquer hora do dia: nos pequenos intervalos, enquanto toma-se chimarrão, depois do almoço, antes de dormir. qualquer hora torna-se uma hora de leitura.

Contudo, não é da sala de leitura que tenho saudades. Tenho saudades da leitura compartilhada. Lá, lemos uns para os outros. Quando nos chama atenção em um texto, logo chamamos alguém para ouvir aquele trecho. Pode ser um pedaço de uma reportagem interessante, pode ser a citação de um livro ou um pequeno poema.

Ao ler em voz alta, queremos que as pessoas que gostamos também sintam o prazer que sentimos ao ler aquelas palavras tão preciosas.

Lógico que nem tudo são flores. Não raro ouvimos alguém falando: "pará de ficar contando as coisas antes, você está estragando a minha leitura!" Para quem exagera nos trechos citados de algum texto de interesse comum.

Assim, assunto também não nos falta. Comentar o que foi ou está sendo lido, debater alguma reportagem, reclamar de algum autor, tudo isso faz parte da rotina da nossa conversa. Na minha família, ler em voz alta aquilo que gostamos é um carinho a mais. É uma forma de amar, em voz alta, pelas letras.

Não leve a tentação para a cama

Muitas pessoas me contam que seu lugar preferido de leitura é na cama antes de dormir.

Eu não leio na cama, essa é uma regra pessoal. Pois, se leio antes de dormir ou lerei com sono, prejudicando a leitura, ou então lerei com vontade, esquecendo a hora de dormir, prejudicando o sono.

Mas algumas regras existem para serem quebradas e ontem eu estava na cama, antes de dormir, lendo.

Após algum tempo de leitura decido que é chegada a hora de dormir. Escovo os dentes, tomo banho, volto para o quarto. Quando chego no criado mudo para vestir a camisola vejo o livro em cima da cama e percebo que esqueci do marca página.

Livro em uma mão, marca página em outra, procuro o local onde interrompi a leitura e me pego cinco páginas depois, em pé, ainda sem roupa com olhos bêbados de sono.

Livros são perigosos. Melhor mantê-los afastados da cama.

Nota do editor
Textos gentilmente cedidos pela autora. Originalmente publicados no blog Metamorfose Pensante.


Marcela Ortolan
São Paulo, 1/7/2013

Quem leu este, também leu esse(s):
01. Memorial de Berlim de Marilia Mota Silva
02. Dar títulos aos textos, dar nome aos bois de Ana Elisa Ribeiro


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