Regras da Morte | Alexandre Ramos | Digestivo Cultural

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COLUNAS

Quinta-feira, 16/5/2002
Regras da Morte
Alexandre Ramos
+ de 7900 Acessos
+ 29 Comentário(s)

Não dá pra ser feliz. Já tive oportunidade de comentar, aqui no DC, o dano que Michael Keaton (duas vezes!), Val Kilmer e George Clooney me causaram quando interpretaram Batman. Fiquei reduzido a um estado lamentável, macambúzio, sorumbático mesmo. X-Men restaurou em parte minha confiança na humanidade, e eu já estava a caminho da completa recuperação prevendo, juntamente com o renomado editor Julio Daio Borges, um bom desempenho de Tobey Maguire como o Homem-Aranha quando, como um raio num dia claro, um desses canais de tv a cabo programa Regras da vida, com o supracitado Maguire e Michael Caine. Trata-se de uma das mais competentes peças que já vi da campanha pró-aborto, e que numa estante remota da memória coloquei ao lado de Beleza americana e Tudo sobre minha mãe. Em todos eles o denominador comum é evidente: todos os personagens estão mortos, só não sabem disso. As questões referentes a sexo e drogas, os distúrbios psíquicos, a imensa solidão e frustração de todos não refletem tanto conflitos pessoais, ou, mais amplamente, uma crise de valores(1). Não se trata de uma questão "cultural". O problema é mais embaixo, ou, melhor, mais em cima. Muito mais em cima. O que falta ali, no duro, é Deus na vida daquelas pessoas. E onde não há Deus existe apenas um simulacro de vida, que nada mais é que a preparação para a morte eterna.

Beleza americana é tão mórbido que chega a provocar mal-estar. Lester (Kevin Spacey) e Carolyn (Anette Bening) há muito perderam as condições para um relacionamento com um mínimo de afeto e também não conseguem se entender com a filha, que tem uma amiguinha metida a vamp e é desejada por Lester. Por sua vez, a filha namora o filho do vizinho, sendo o rapaz um traficante de drogas (que fornece inclusive para Lester) e seu pai um militar linha-dura moralista, que levou a esposa a um estado de idiotia e no fim vai querer transar com Lester, o qual é traído por Carolyn com um figurão de sua área de trabalho.

O filme pretende ser uma crítica da classe média americana, embora caricata o suficiente para não ser levada a sério e poder ganhar o Oscar. A "autocrítica" que os americanos - gente que mais que qualquer outro povo leva a sério aquilo de que "uma imagem vale mais que mil palavras" - fazem volta e meia através do cinema é sempre de modo a limpar a própria barra, vejam todos esses filmes sobre o Vietnã, por exemplo.

Tudo sobre minha mãe vai mais ou menos na mesma linha do vale-tudo, mostrando duas mulheres que engravidaram de um travesti - uma delas e o filho da outra morrem -; mais duas atrizes - uma idosa e a outra jovem e drogada, que encenam Um bonde chamado desejo e têm um caso -; e finalmente, se não esqueci ninguém, um outro travesti que se dedica à prostituição com o nome-de-guerra "Agrado", porque, segundo ele, sempre procurou fazer tudo para agradar as pessoas.

Me parece que Almodóvar, ao mostrar de forma tocante a solidariedade entre os personagens, pretende com isso dizer que as pessoas que fazem as tais "opções" sexuais são humanas e têm os mesmos sentimentos que os outros. Certíssimo. Mas creio que o grande e absolutamente involuntário mérito desse filme, assim como o de Beleza americana, é precisamente mostrar o beco sem saída, o desastre existencial que cedo ou tarde ocorre aos que se deixam atropelar pelo bonde do desejo, quando se perde o sentido e a transcendência da vida. Ninguém ali é feliz, nem tem a mais remota idéia do que seja isso.

Quero me deter um pouco mais sobre Regras da vida porque esse filme, que encantou e vai encantar de novo a classe média e sobretudo a "elite" descrita com precisão pelo Alexandre Soares, apesar de uma apresentação quase didática da mentalidade pró-aborto(2), a faz entretanto de uma maneira mais dissimulada, e com o veneno espertamente oculto em situações-limite misturadas com cenas emocionantes, ou, como diriam alguns, "muito humanas". O espectador atento não terá deixado de notar que o cristianismo é ridicularizado na personagem de uma velha ranheta, com as conotações habituais de algo retrógrado e obscurantista.

O jovem Homer (Tobey Maguire) é criado num orfanato dirigido pelo Dr. Wilbur Larch (Michael Caine), um médico dedicado e verdadeiro pai adotivo dos órfãos, mas que não hesita em fazer os abortos que lhe pareçam necessários (ou seja, todos os que aparecerem). Ao entrar na adolescência, Homer revela um talento inato para a medicina e se torna auxiliar do Dr. Larch, mas recusa-se a fazer abortos(3).

A primeira situação-limite aparece: uma menina, que tinha tentado fazer ela mesma o aborto, chega no orfanato à beira da morte. É um argumento clássico pró-aborto: gente que tem dinheiro faz aborto em segurança, os pobres é que correm esses riscos. Mas logo depois vem o outro lado da moeda: um jovem casal, sem problemas financeiros, que pretende inclusive se casar, chega para abortar. O motivo é o de sempre nesses casos: nenhum. O bom e velho Dr. Larch está lá para ajudar, e aqui aparece o que para mim é a verdadeira face, monstruosa e cínica, dos abortistas: ninguém está preocupado com as moças pobres que morrem em abortos improvisados. O que essa gente quer é continuar com seus abortos, em suas clínicas seguras, mas não fora da lei. Porque os poderosos deste mundo gostam muito de se sentir acima da lei, válida apenas para os pobres, mas não exatamente fora dela. O que menos existe na cabeça desses malditos - políticos, médicos, intelectuais, artistas, jornalistas, o diabo enfim, é preocupação com os pobres.

Aproveitando a partida do casal, Homer vai com eles para conhecer o mundo e procurar o seu destino. Encontrando emprego como colhedor de maçãs com a mãe do rapaz, num primeiro momento recusa-se a atender aos apelos do Dr. Larch para assumir sua vocação para a medicina e retornar ao orfanato. Mas quando, em outra situação-limite típica, uma bóia-fria é estuprada pelo pai e engravida, ele resolve "ajudar", pega a maleta de médico que Larch lhe havia enviado e, com uma tremenda força simbólica, aceita seu destino de médico e seu primeiro - primeiro: o filme só mostra esse mas, como na tv, foi o que deu origem à série - gesto é a serviço da morte.

A morte do Dr. Larch o leva de volta ao orfanato, e ele assume não apenas a documentação falsa que seu mentor lhe havia preparado e o posto de médico-residente, mas a própria persona de Larch, ao dar boa-noite às crianças como o outro fazia.

O filme termina justamente com esse boa-noite, as crianças felizes no dormitório. Os espectadores ingênuos, com uma lágrima no canto dos olhos, se emocionam com a "lição de vida"(4), e não percebem em seus ombros as mãos do demônio, que sorri de prazer.

Notas

(1) Afinal, a competição exacerbada, isso aí que chamam de "liberdade sexual" e o pretenso "direito" ao aborto não são valores - até mesmo "conquistas" - da nossa cultura contemporânea?

(2) John Irving, que recebeu o Oscar de melhor roteiro adaptado, em seu discurso de agradecimento declarou apoio às organizações pró-aborto Planned Parenthood e Liga Nacional pelo Direito ao Aborto.

(3) O filme segue mais ou menos o estilo dos "romances de formação", e mostram a "evolução" de Homer, diante das asperezas da vida, de uma mentalidade "ingênua" para uma outra mais "madura", ou seja, abortista, aprendendo assim as "regras" da vida. Esse processo é reproduzido na cabeça do espectador desatento, que mais tarde, submetido ao contínuo bombardeio da campanha abortista, acreditará ter chegado por sua própria conta à conclusão de que as coisas são mesmo assim. O mesmo acontece em relação à pena de morte, liberação de drogas, casamento de homossexuais, desmoralização da religião, Nova Era e os demais elementos que constituem a anticultura, ou cultura da morte, que caracteriza os nossos dias. As pessoas são manipuladas por técnicas sofisticadíssimas de controle psíquico e ainda acham - e essa é a parte importante - que são "livres", "adultas" e "conscientes".

(4) Lição de vida é isto: "Não hesito em proclamar diante de vós e diante do mundo que toda a vida humana, desde o momento da concepção e em todos os estágios subseqüentes, é sagrada, porque é criada à imagem e semelhança de Deus. Nada ultrapassa a grandeza ou a dignidade de uma pessoa humana. A vida humana não é apenas uma idéia ou abstração: é a realidade concreta de um ser que vive, que age, que cresce e se desenvolve; de um ser que é capaz de amar e de servir à humanidade" (João Paulo II, homilia em Washington, EUA, 1979).

Observe-se que aquilo que o papa chama com precisão de "cultura da morte" consiste essencialmente em uma ideologia que, sob pretextos "humanistas", pretende destruir a vida humana especialmente nas circunstâncias em que ela é mais frágil: a gestação, a velhice, a doença e a prisão. Aborto, eutanásia e pena de morte - e em outro plano as violentíssimas tentativas de dissolução da família - são diferentes aplicações de um único e mesmo princípio ideológico a serviço do mal.


Alexandre Ramos
Teresópolis, 16/5/2002

Mais Alexandre Ramos
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

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Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
16/5/2002
09h34min
Querido Alexandre, infelizmente estamos vivendo um momento histórico onde todos parecem rejeitar a Graça de Deus, como os judeus adorando Baal enquanto Moisés subia ao monte para buscar as Tábuas da Lei. O que me mete medo é o que acontecerá quando não Moisés mas Ele voltar e encontrar essa bagunça. Como diz a moça da novela que todo mundo está citando, "não vai ser brinquedo não!" Hoje parecemos todos lemingues que se encaminham frenéticos para o precipício. Quase ninguém quer dar meia volta. Me assusta demais. Um beijo da Sue
[Leia outros Comentários de Assunção Medeiros]
17/5/2002
11h33min
Alexandre, seu texto é forte, mas usa argumentos absurdos, e pode facilmente ser voltado contra você. Por que considera o aborto e o casamento homossexual "errados"? A resposta já está em seu texto; aliás, o teor de todo ele fica óbvio no primeiro parágrafo, "O que falta ali é Deus na vida daquelas pessoas." Ora, se o objetivo é criticar certas posições sociais, que se faça com argumentos sensatos, cabíveis, e não pautando toda a dissertação sobre dois ou três filmes declaradamente feitos para expor as piores patologias da sociedade, combatendo-os com valores impostos pela Igreja. Por exemplo, conhece algum casal homossexual? Não me refiro a travestis prostituidos: tal vida é ruim com ou sem a homossexualidade. Pois bem, conhecendo alguns veria que "Tudo sobre minha mãe" não é a regra, e ser contra todos porque a exceção é desagradável não é nem lógico nem justo. Na base de tudo, portanto, só há um problema: crença cega e inquestionada, seja no cinema, seja nos valores determinados pela Igreja.
[Leia outros Comentários de Diego Rodeguero]
17/5/2002
13h42min
Caro Diego. Por favor, um minuto da sua atenção. Esquece um pouco o que a corja dos politicamente corretos enfiou na sua cabeça enquanto você dormia. Só escuta. Para começar, queria dizer que homossexuais não podem sequer ser um casal, no máximo um par. Não podem fazê-lo biologicamente, não podem fazê-lo psicologicamente, e não podem fazê-lo moralmente. Sabe quem me falou isso? Um dos meus melhores amigos, homossexual confesso. Como dois iguais podem se transformar num casal, magicamente? Isso não existe. E a regra da comunidade gay - a qual frequento por ter muitos amigos que pertencem a ela -é a seguinte: promiscuidade, hedonismo, solidão, solidão, terror da velhice, que significa a exclusão total, e muito mais solidão. Nunca fui a um lugar tão frenético e triste quanto uma boate gay, chegei a comentar com meus amigos gays, que sorriram compreensivos e disseram: triste, né? Agora me diz você: isso é caso para tratamento ou caso para legalização? Talvez fosse mais correto modificar nossas leis em relação ao patrimônio e à herança, e deixar por ai. CASAMENTO é um contrato feito diante de toda a sociedade para a formação de um núcleo familiar. O objetivo social e moral do casamento é a família, a continuação da sociedade. E isto eu estou dizendo sem colocar Deus no meio, porque você O considerou um argumento "insensato e incabível" (!!!), pois se eu o colocasse no meio, seria além de tudo isso um voto sagrado feito diante do Altíssimo, também obedecendo seus mandamentos de formar a família e continuar a espécie humana na terra. Onde entra o homossexualismo ai? Então, o casamento gay só pode ser errado mesmo. Quanto ao aborto, bom, aborto para qualquer pessoa que tenha uma ética qualquer é a possibilidade de assassinato. Discute-se se o feto já é humano ou não, então vamos colocar isso apenas como uma possibilidade. Mas a possibilidade de matar já é o suficiente, para mim, como obstáculo para que se faça algo. Você brinca de roleta russa com sua mãe ou namorada ou filha? Você sabe que há sempre a possibilidade da bala estar na agulha naquele momento, seria então você capaz de colocar a arma na cabeça de uma pessoa qualquer e apertar o gatilho? Eu não, e acho a "brincadeira" um terror e um desrespeito à vida. Também acho isso do aborto. E o que falta na vida das pessoas É Deus mesmo. As duas coisas, aborto e relacionamento homossexual, trazem à tona uma quantidade incrível de sofrimento e desamor. Deus, ao contrário, traz amor ao próximo e força para enfrentar as adversidades. Eu escolho a Deus, e sou constantemente recompensada por isto, por Ele. Agora, converse num bar gay com as ditas "Cacuras", as bichas velhas, que ninguém quer mais comer, e veja se são felizes. Inversamente, procure um patriarca de uma família bem formada,dentro dos valores de Deus, cercado por seus filhos e netos, e pergunte se ele é feliz. Ou então, nem pergunte, vá aos dois lugares e use seus olhos e sua sensibilidade. Uma última pergunta: quanto você conhece do Alexandre para falar com tanta segurança que a crença dele é cega e inquestionada? Acho que você é um pouco projetivo demais, joga nos outros o que pertence a você. Medite, querido, antes de atacar os outros assim. Um beijo da sua irmã em Cristo, Sue.
[Leia outros Comentários de Assunção Medeiros]
17/5/2002
13h46min
Desculpem, os dois, mas eu não estava conseguindo enviar a mensagem, acabei enviando duas vezes! Beijos da Sue.
[Leia outros Comentários de Assunção Medeiros]
17/5/2002
14h28min
Condensei meu texto ao máximo por achar horrível ler em fonte tão pequena, em itálico, mas tudo que ganhei com isso foi uma horrenda desinterpretação. Sue, retorno-lhe sua pergunta: quanto conhece de mim pra dizer com tanta segurança que minhas posições são fruto de uma "corja politicamente correta"? Se não me engano, deriva isso de meu curto texto ali em cima. E para tecê-lo usei o mesmo método: falei sobre o texto que o Alexandre publicou. É muito claro, mesmo pelo título do texto, que a contraposição se dá entre o que mostram os filmes citados e os valores do Alexandre (que os define logo no começo, com o "falta Deus"). O declarado extremo da patologia social (mostrado nos filmes) contra os valores morais de uma Igreja conservadora não menos ao extremo - tanto que está próximo de se tornar piada (Campanha da CNBB contra a AIDS no carnaval: nada de preservativos, a solução é o celibato. Ora bolas, quem trancou o senso de realidade pra fora?). Foi essa oposição de extremos que ataquei, a "crença cega e inquestionada", tanto nos valores bíblicos quanto nos filmes. Quanto à impossibilidade da união civil estável de homossexuais (que cometi o erro de encurtar para "casamento" e deu no que deu), concordo com você quanto fala de termos biológicos. Termos psicológicos, é de se discutir: duas pessoas do mesmo sexo geralmente se entendem bem melhor que duas de sexo diferent. Já termos morais, bem, deixo em aberto por enquanto e pego outro ponto de seu texto, sobre "tratamento". Essa afirmação leva a crer que vê homossexualismo como doença, apesar da grande maioria de entidades médicas já terem abandonado essa idéia há tempos. Note-se, grande parte dos suicídios na juventude se dá porque o/a jovem em questão se descrobiu gay, mas no meio em que vivia isso era tratado como abominação, doença. Pergunto, então, o que é pior, moralmente: levar adolescentes ao suicídio, ou aceitar que parte da população é diferente? Note-se que homossexualismo já foi observado e documentado em outras espécies do reino animal: de quem é a "culpa", da sociedade ou da natureza? Voltando à (im)possibilidade da união estável, creio que vivemos em ambientes muito diferentes: conheço muitos homossexuais, nenhum é tão promíscuo quanto metade de meus amigos hetero; alguns têm relações impressionantemente duradouras. Ou seja, a visão que passa com a expressão "bicha velha que ninguém quer comer", de que ser gay é fazer sexo e ponto final, não leva em conta grande parte da questão. E contrapôr isso às famílias patriarcais... pipocas, Sue! O conceito de família com um chefe (homem) provedor, seus filhos e netos, foi mantido artificialmente por tempo demais (com mulheres aguentando caladas por anos o adultério de seus maridos, por exemplo). Sim, nessas condições tudo parece funcional, até o momento em que todos os males vêm à tona; você deve ter ofendido qualquer pessoa, homem ou mulher, que leu isso e tem o mínimo de consciência do papel feminino na sociedade. A idéia de núcleo familiar "eterno", patriarcal, está falida, e tudo mostra isso: número de divórcios, de casos de adultério, de mulheres que preferem criar seus filhos sozinhas. Não, decerto não digo que "a família acabou"; simplesmente não é mais tão estática e intocável quanto antes. Mas, enfim. Aborto. Casal de namorados é descuidado, ela engravida. Vá lá, é o caso do filme citado. São os culpados, por sua imprecaução: arquem com a conseqüência. Garota de 14 anos é estuprada pelo pai e engravida. Mulher casada, com família, é espancada, estuprada, e engravida. Além do trauma imediato do crime, a garota, a mulher, a família dela, as crianças, são obrigadas a carregar isso por toda a vida? "Não sei quem é meu pai, minha mãe foi estuprada e eu nasci." "Meu irmãozinho não parece comigo porque ele é filho de um cara que deve estar preso. Ah, ele que deixou essa cicatriz na mamãe." Como, diga-me, pode afirmar que tais ferimentos não podem ser fechados, que isso seria "assassinato"? A analogia da roleta russa não faz sentido: um feto, fruto de um crime, filho de um monstro, jamais terá o amor que tem uma mãe, uma esposa, um filho gerado de modo natural. Não queira condenar toda uma família à uma vida de memórias horrendas e sofrimento porque tal aborto seria "assassinato." Em todo caso, creio já termos dobrado o tamanho em Kbytes da página, então termino aqui, e peço desculpas aos olhos e à paciência de todos vocês que se arriscaram a ler esse texto enorme sem a mínima formatação nessa letra miúda em itálico. Abraços.
[Leia outros Comentários de Diego Rodeguero]
17/5/2002
19h41min
Diego! Porque você foi tão mesquinho como o tamanho de seu texto da primeira vez? Concordo com a letra miúda e o itálico; você está coberto de razão. Viu, senhor Julio Daio Borges? Precisamos de fonte maior, e o itálico deveria ser uma opção, não a regra. Tem razão também pela parte do DERIVADO de um pensamento politicamente correto, vamos dizer então indentificado com ele. Você tem razão em um monte de coisas, e tenho medo de espantarmos os leitores se continuarmos com estes testamentos miúdos em itálico, mas deixa eu dizer umas coisinhas: dizer que dois opostos são igualmente "extremos" é brincar com retórica, não descrever a realidade. Isso é dizer que matar e gerar são igualmente errados. Nem sempre as situações de total oposição se referem a duas coisas negativas. Também está errado em dizer que a CNBB é igreja conservadora. Se você acha isso, não tem a menor idéia do que seja um católico conservador. E chega também de colocar religiosidade como obscurantismo. Deus é uma realidade com que temos de lidar, se não pelo fato da sua existência, pelo menos pelo dado estatístico de sua influêrncia na humanidade. Quanto ao fato de dois iguais se entenderem melhor, pode ser, mas não são COMPLEMENTARES, que é todo o objetivo do homem e da mulher existirem, pipocas (ADOREI o pipocas!). Não precisamos falar no Evangelho: basta estudar brevemente o yin/yang da filosofia oriental. Dois iguais se entendem, mas não geram o crescimento dialético de dois que se complementam. Sempre fica faltando algo. Quanto ao homossexualismo animal, qual o problema? Nunca disse que as pessoas não poderiam praticar o homossexualismo, ou sado-masoquismo, nenhum tipo de fetichismo. Isso é da consciência individual, nada tenho a declarar. Sei e respondo apenas pelo que EU faço. Mas o homossexualismo em qualquer espécie é ocasional, e ninguém imagina que deva ser elevado ao mesmo status do heterosexualismo. Imagine o que aconteceria se TODOS resolvessem adotar o homossexualismo? Vida curta para a espécie humana. E devemos mesmo conhecer gays muito diferentes, pois a preocupação com sexo é geral nos que eu conheço, e até acarreta nos "dark rooms" (salas escuras) das boates gays, onde vale tudo no escurinho. Não é o caso de não aceitar o homossexualismo como existente, apenas não acho que seja desejável, de um ponto de vista moral, social e religioso. Mas Santo Agostinho sempre nos exortava a odiar o pecado e amar o pecador, e procuro praticar isto. Ninguém jamais irá cometer suicídio por minha causa, eu lhe asseguro. Modelo de família existem vários, o que eu conheço e gosto muito é o patriarcal, não me sinto oprimida nem maltratada, sou mulher bastante independente. O que não existe hoje é a clareza do que verdadeiramente é uma família. O marido traisr a mulher indiscrimanadamente não é intrínseco do modelo familiar, é só pecado da carne mesmo. quanto ao aborto, porque é que é a aprte mais frágil que vai pagar pelo pecado dos outros? Quando é que um erro foi consertado por outro erro? Chega, meu querido, assim vou longe e assustaremos todos os leitores para fora daqui! :o) Beijos da Sue...
[Leia outros Comentários de Assunção Medeiros]
17/5/2002
21h33min
Uma boa forma de entender do que se trata o homosexualismo e compara-lo a hemofilia ou a uma propencao ao cancer. Certamente nao e uma caracteristica desejavel, e nao contribui em nada para aumentar as chances de sobrevivencia ou a prole de um individuo, mas nao creio que tenha visto muitas pessoas perseguindo e maltratando hemofilicos ou portadores de cancer, pelo contrario. Afinal de contas, por que eh que temos essa necessidade em atacar ou em limitar a libertade dos homosexuais? Dois homens adultos resolvem, de livre e espontanea vontade, efetuar aquela gambiarra la que lembra um pouco o coito. Eles o fazem entre quatro paredes, respeitando portanto a privacidade dos demais. Porque, diabos, ficam os heteros tao incomodados com tal fato? Desde quando isso e problema nosso? Se eles querem voluntariamente desistir da competicao pelas femeas e se se satisfazem com aqueles malabarismos que, aos meus olhos, parecem ridiculos, o que e que eu tenho com isso? Nao vejo como minha liberdade possa estar sendo tolhida pelas praticas do "casal", portanto creio ser razoavel de minha parte nao interferir na deles. Quanto ao aborto. Vejamos. Quando voce detecta parasitas em seu trato intestinal, o que e que voce faz? Voce em algum momento pensa no fato de que tais criaturas possuem sistemas nervosos e portanto a capacidade de sofrer, ao deglutir seu vermifugo? Ou vejamos um exemplo mais extremo. Quais excrupulos voce demonstra ter ao matar uma entidade ADULTA, possuidora de sistema nervoso COMPLEXO, contendo inclusive memorias e que demonstra de forma inequivoca ser capaz de sentir emocoes como medo, dor, amor e desejo sexual? Voces nao tem excrupulos ao fazer um churrasco, mandar um cao para a carrocinha ou mesmo praticar experimentos enojantes em um chimpaze apenas para testar a viabilidade de um cosmetico, tem? Porque diabos entao voce os deveria ter ao tratar de um feto sem memorias, sem sistema nervoso operacional, sem identidade... sem um EU? A partir do momento em que uma mulher decide que nao deseja a crianca, a ultima e reduzida a mesma categoria do parasita intestinal: Uma forma de vida rudimentar que se vale dos recursos da hospedeira para viver e se desenvolver. A mulher nao tem o direito de negar esses recursos? Voce nao os nega aos "hospedes indesejados"? (vermes). Talvez devamos exaltar a sua "responsabilidade" nessa questao! Afinal de contas, a culpa dos vermes estarem ai e toda sua por comer legumes sem os lavar! Agora aguente as consequencias pelo resto de sua vida, nada justifica tal genocidio de centenas de pequenas vidas! No nosso caso, isso equivale a arranjar um emprego adicional para sustentar seu fardo ate os 21 anos de idade, desistir permanentemente de todo um estilo de vida, de todo o seu EU atual, que ja e possuidor de uma consciencia. Tudo em prol de uma crenca moral sem qualquer base cientifica que diz que um maldito aglomerado de celulas que por acaso possui o DNA da especie ariana... digo, DNA humano, e que tem o POTENCIAL de desenvolver uma consciencia, nao deve jamais ser morta. Se voce nao e a favor do aborto, nao o pratique. Mas nao tente impor seus valores a pessoas que desejam pratica-lo sem qualquer peso na consciencia. Garanto que nem voce nem qualquer de seus entes queridos sera de qualquer maneira molestado pela nossa pratica do aborto. :) Nao, nao acredito em diabo e honestamente nao dou a minima. Se ele quiser rir com a mao invisivel e indetectavel em meu ombro, problema dele. As crencas medievais que miraculosamente perduram ate hoje; independentemente de afetarem uma grande parcela da populacao, so conseguem ter um efeito em mim: me fazer rir. Como diria Carl Sagan, vivemos de fato em um "mundo assombrado pelos demonios..."
[Leia outros Comentários de Gustavo Alckmin]
18/5/2002
03h58min
Gustavo, eu não disse em lugar algum que dois homens, ou duas mulheres, meia dúzia de cabritos e toda a torcida do Flamengo estavam proibidos de fazer sexualmente o que bem quiserem na cama. Podem, sim, porque o próprio Deus lhes deu essa autonomia. Não considero o que você falou válido, porque simplesmente não existe uma mulher capaz de comparar um filho no seu ventre com amebíase. Isso não pode ser levado a sério. O movimento gay é um movimento POLÍTICO que usa um desvio sexual como pretexto. Nada tenho contra os indivíduos gays, amo os cães, acho os boizinhos lindinhos. Sou contra todo o tipo de violência, inclusive as guerras, os bailes funk, as torcidas organizadas de futebol e crueldade com os animais. Ria do que quiser, mas me permita rir ainda mais de seus argumentos bi-dimensionais que mostram bem sua falta de experiência de vida e da sua crença moderna de que você é melhor que um homem medieval. Mostra bem o tamanho da sua ignorância. Mas você tem uma chance de sanear um pouco isso. Já que falou em vermes, tire alguns de sua mente. Vá visitar o site www.brathair.cjb.net e estude um pouco de história medieval. Um outro site bom é o do meu amigo Ricardo da Costa, em www.ricardocosta.com . Cresça um pouco. Depois a gente fala.
[Leia outros Comentários de Assunção Medeiros]
18/5/2002
17h39min
A reacao emocional de uma mulher quanto a comparacao de um embriao com um verme e irrelevante. Em termos biologicos, OBJETIVOS, a comparacao procede. Inclusive, se nunca teve a curiosidade, va ver fotos de embrioes de varios vertebrados, do mais reles peixe ao mais inteligente mamifero. Ve algo em comum entre eles? Ou talvez a pergunta mais apropriada seria, ve algo DE DIFERENTE entre eles? Sim, porque e bastante dificil distinguir um do outro. Enquanto embrioes, o desenvolvimento de um sapo nao e tao diferente daquele empreendido por um humano. Alem do mais, se a mulher nao consegue conceber tal comparacao, que nao faca o aborto. Nao proponho que ninguem seja obrigado a faze-lo. Proponho que nao se impeca que aqueles que o desejem o facam. E convenhamos que se uma mulher esta disposta a abortar, certamente nao ve problemas com minha comparacao. Quanto ao movimento politico dos gays, tudo que os vejo fazer e demandar para si os mesmos direitos que os hetero ja tem, como por exemplo o direito ao casamento (Nao sei porque alguem iria querer isso, mas e direito deles mesmo assim ;) ). Ate o presente momento, nao vi o movimento gay dando pitaco sobre a politica neoliberal do FHC, dizendo que deviamos ser uma nacao comunista, exaltando algum fuher qualquer nem nada que o valha. Posso ate estar enganado. Se vamos falar de minha ignorancia quanto ao passado, sobre o que gostaria de ouvir? Sobre Galileu, que foi obrigado a desmentir que a terra girava ao redor do sol para nao virar churrasquinho gracas a uma certa igreja? Sobre as acusacoes de "bruxaria", completamente indefensaveis, que invariavelmente terminavam com tortura e execucao do acusado? Sobre Hume, filosofo brilhante que foi recusado em uma universidade sob a acusacao de "heresia e ateismo", por volta de 1750? Sim, minha cara, apesar de toda a ignorancia e misticismo que ainda assolam o mundo, considero que estamos bem melhor hoje do que sob o dominio de uma certa organizacao religiosa. E nao fui eu quem nomeou a epoca medieval de "Idade das Trevas". Agora, que tal deixar de lado a tentacao de atacar minha pessoa com seus jargoes sem significado (pessoa imatura, bidimensional e ignorante) e me mostrar PORQUE meus argumentos sao "bidimensionais" (nao me lembro de ter discutido a natureza do espaco-tempo com voce) e quais falhas logicas possuem? Oh, sim, quase me esqueci. Ja que vale usar taticas diversionarias aqui, va ler "O Mundo Assombrado pelos Demonios" por Carl Sagan, os tratados de Hume sobre o entendimento humano, e qualquer livro de biologia do segundo grau que contenha explicacoes sobre desenvolvimento embrionario. Quando voce estiver um pouco menos ignorante, a gente conversa, combinado? ;)
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19/5/2002
03h02min
Sinto muito Gustavo, sempre que vejo um potencial de inteligência desperdiçado de tal forma. Não vou debater com você, não porque não tenha argumentos, mas porque você não tem postura para debater o que quer que seja. Ciência de almanaque e livro didático ou nada para mim dá no mesmo. E você é mesmo bi-dimensional, porque não demonstra nenhuma profundidade no que fala. Suas palavras são chapadas, preto-no-branco, maniqueístas e obtusas. Leia, por favor, os comentários bastante razoáveis do Diego, e aprenda a conversar. Não concordo com nada do que ele disse, mas respeito profundamente a posição dele, que não é irrefletida nem arrogante como a sua, apenas diferente da minha. Se vamos usar a ótica cientificista, você nada mais é que um bando de moléculas mal-arranjadas, que bem podiam virar algo de mais útil para a sociedade, como uma mesa de bilhar, por exmplo. Seria ao menos mais elegante.
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19/5/2002
12h01min
Diego, para achar que uma coisa é boa ou ruim, certa ou errada, é preciso um parâmetro, um referencial, né? Então, o meu eu encontro na Revelação Divina confiada à Igreja. E não “cegamente”, como diz você, pois sou católico porque quero. Essa coisa bem brasileira de “quero falar com o chefe” até que tem muito sentido em se tratando de valores: o negócio é buscar mesmo o fundamento último, porque os filósofos, as maiorias, as minorias, as modas e principalmente o politicamente correto levam você de nada para lugar algum. De mais a mais, aquelas idéias que os filmes que analisei defendem, tanto no nível de “patologia social” como naquele mais “light” que você considera aceitável, em existindo Deus estão erradas do mesmo jeito; em Ele não existindo, aí, meu chapa, é uma questão de oportunidade, talento e coragem. Ou tu acha que, neste caso, eu deixaria escapar a Mena Suvari? Gustavo, acho que antes de enviar um e-mail você não deve esquecer de passar um corretor ortográfico e gramatical. Dito isto, achei curiosa a sua idéia de deixar em paz quem pensa diferente de nós quanto a algumas coisas. Diferente, mas não original, porque um político americano - cujo nome não recordo nem sinto falta disso - depois da independência e antes da abolição da escravidão nos EUA, dizia que as pessoas que eram contra a escravidão deviam se limitar a não ter escravos, sem ficar enchendo o saco dos que preferiam tê-los. É possível que você perceba que, levando esse teu, ahn, digamos, “raciocínio” às ultimas conseqüências, se alguém entender que o Gustavo, por causa de sua raça, religião, credo político ou religioso ou mesmo por suas dificuldades com acentuação deva ser devidamente conduzido a um campo de “reeducação”. Tu já viu aquele poema do Brecht em que a cada noite vinha a polícia ao prédio do sujeito e levava os judeus, os comunistas, não sei mas quem, aí o cara ficava na dele e não fazia nada porque não pertencia a nenhum daqueles grupos, até que uma noite, quando a polícia chegou, ele estava sozinho no prédio? É isso aí. Veja, meu caro, que até para dizer essas bobagens que você diz, é preciso primeiro estar vivo. E um ser que, como incrivelmente até você conseguiu perceber, tem a potência para a vida consciente, tem também, rigorosamente, o direito de ter sua vida preservada desde a concepção.
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19/5/2002
12h42min
Problemas no copy/paste. A frase correta é assim: "... se alguém entender que o Gustavo, por causa de sua raça, religião, credo político ou mesmo por suas dificuldades com acentuação deva ser conduzido a um campo de "reeducação", ninguém poderá protestar contra isso, exceto (talvez) o próprio Gustavo".
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19/5/2002
17h12min
Sinceramente, não acho que o sujeito da mensagem 7 esteja sendo justo nem mesmo com as mulheres que abortam. Não acho que na maioria elas sejam tão, tão horríveis, que realmente encarem seus fetos como parasitas. Querendo defender o aborto, ele fez da mulher que aborta algo pior do que uma assassina- porque pelo menos uma assassina pode perceber o que fez e (quem sabe?) se arrepender. Mas essa hipotética mulher que aborta com a indiferença sem-medo-de-ser-feliz de quem se livra de uma lombriga- essa sim é realmente um monstro que só esta época tão pouco medieval (em outras palavras, tão inumana) poderia conceber. Se é para defender o aborto, é preciso fazer um pouco melhor do que isso- e um pouco melhor também do que usar o argumento "se acha que algo é crime, não o pratique, mas deixe os outros praticarem"; algo que por caridade prefiro achar que saiu sem querer- como uma tênia num banheiro público. Alexandre: gostei muito do texto, mesmo não concordando com uma ou outra coisa. Um abraço, Alexandre Soares.
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19/5/2002
22h32min
Assuncao: Nao irei responder a seus insultos juvenis, posto que sua ultima mensagem nada acrescentou a discussao. Ramos: Embora seja completamente irrelevante, creio que voce nao percebeu, ou finjiu que nao percebeu, que a ausencia de acentos em minhas mensagens e proposital, uma vez que os teclados nao possuem suporte intuitivo a eles (lingua inglesa nao contem acentos) e eu nao tenho a menor intencao de decorar sequencias absurdas como alt + 110. Mesmo porque, ausencia de acentos nao prejudica em nada o entendimento da mensagem. Mas vamos deixar de picuinha e ir direto ao cerne da questao, sim? Um humano adulto, no caso um escravo negro, e obviamente uma forma de vida consciente, que responde a estimulos, demonstra capacidade de sentir, contem memorias em seu cerebro e portanto um senso de identidade. O mesmo pode ser dito acerca de um embriao ou feto jovem? E digamos que eu considere moralmente incorreta a criacao de animais em fazendas, cruelmente enclausurados e genocidados apenas para atender aos nossos interesses. O que eu deveria fazer a respeito, proibir a pratica da pecuaria ou me abster de pratica-la? Se voce realmente cre que "toda forma de vida com o potencial para a existencia consciente tem rigorosamente o direito de ter sua vida preservada desde a concepcao", entao o que voce tem a dizer quanto a todas essas formas de vida obviamente conscientes, que demonstram, como ja disse, capacidade de sentir todas as emocoes conhecidas por nos, do odio ao amor, e que sao tratadas virtualmente como judeus em maos nazistas, pela nossa tao honrada e altruista especie? Ou sera que a sua definicao de ser consciente inclui apenas individuos de uma certa especie, que, "obviamente" que por pura e absoluta coincidencia, e a especie a qual vossa senhoria pertence? Se voce realmente leva a serio o que disse, meu caro, entao prevejo uma ardua e indigna existencia para voce, tentando inutilmente manter tal lei absurda que garante direito a vida a todo ser consciente. Talvez voce viaje ate o fundo dos oceanos para salvar os peixinhos da boca do tubarao. Quem sabe um tour pela Africa salvando veadinhos das garras de leoes famintos? E nem pense em atirar no felino quando este resolver que voce e um jantar melhor, afinal de contas ele e apenas um ser consciente que tem seu direito a vida garantido desde a concepcao. Oh, mas estas criaturas nao possuem o DNA da especie ariana, logo ate mesmo um embriao inconsciente, sem memorias e sem sistema nervoso deve ser considerado superior a elas. Outra coisa: Pelo seu raciocinio, se voce possui renda superior ao minimo necessario a sua subsistencia, a mesma deveria ser confiscada para alimentar individuos que nesse momento morrem de fome em algum lugar do mundo. Voce pode dizer "Mas a renda e minha, e se eu escolher nao cede-la para alimentar os tais mortos de fome, estou em meu direito." Creio que ninguem iria discordar e tentar tomar seus bens a forca, correto? Bom, e como e que um embriao cresce e se desenvolve? Ele o faz sugando nutrientes que PERTENCEM a mae, atraves do cordao umbilical e utilizando-se da infra-estrutura propiciada pelo seu utero. A mae nao teria o direito de se recusar a fornecer esses recursos, mesmo que isso implique na morte do embriao, da mesma forma que nos preferimos comprar carros, computadores e bebidas alcoolicas a fornecer recursos que certamente evitariam a morte por inanicao de outras pessoas? O exemplo e ainda mais grave, uma vez que um embriao nao aparenta ser possuidor de uma consciencia, mas uma crianca africana certamente o e. Dessa forma, concluo que seu raciocinio e incoerente e impraticavel e que voce faz vista grossa as implicacoes desagradaveis do mesmo, preservando apenas a parte que lhe convem. Soares: Voce me considera um monstro pelas minhas opinioes. Bom, considere que amanha eu engravide uma moca que pensa exatamente como eu e que nos resolvamos unanimemente que nao desejamos a crianca. Voce acha realmente que tal crianca deveria nascer e ser educada por pessoas como eu? Como voce supoe que a crianca ira se sentir ao crescer sem receber o afeto que merece e ao descobrir que so veio ao mundo gracas a um "acidente" e a uma lei absurda? Como ela ira se sentir ao saber que o projeto de vida de seus pais foi arruinado por sua concepcao e que eles se ressentem dela por isso? Se voce pudesse optar por vir ao mundo na pele dessa crianca, ou jamais existir, qual seria sua escolha? Por essas questoes e que defendo veementemente que NENHUMA crianca indesejada deveria jamais por os pes nesse mundo. Ja temos criancas abandonadas demais e nossa populacao nao para de crescer. Alem disso, nao posso deixar de me ultrajar quando o governo se decide no direito de controlar ate o que nos podemos ou nao fazer com nossas proprias entranhas! (bom, eu nao sou mulher, mas enfim... :) )
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20/5/2002
10h12min
Gustavo, se você pretende mesmo comparar um humano a um animal, aí realmente não há o que fazer. O que me deixou mesmo intrigado foi a sua explicação sobre a acentuação. Você não tem um editor de textos em português? Ou não sabe programar o idioma do teclado no Windows? De fato, esta vida, como diz João Ubaldo Ribeiro, é mesmo muito dura e prenhe de percalços.
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20/5/2002
17h03min
Gustavo... o seu primeiro comentário já começa com uma agressão, ou se preferir em seu dialeto, agreção, a uma organização que você demonstra de forma gritante não conhecer a fundo. Você antes de atacar, pelo menos se deu ao trabalho de ler os grandes escritos da Igreja com o mesmo respeito que leu Hume ou – céus! – Carl Sagan? Se não leu um Santo Agostinho, uma Santa Teresa D’Ávila, um Santo Antão ou um São João da Cruz, o que você sabe sobre a tal organização maldita? Uma versão da história escrita pelos seus inimigos, isso é o que você sabe. Vamos por partes então: religiosidade e moral. Para cada uma destas atividades que você parece ter como hediondas, fazendo delas um julgamento moral, tenho um comentário a fazer. Primeiro, o abate de animais. Utilizando o mesmo raciocínio que você vai utilizar mais adiante, o boi que me alimenta hoje, se estivesse livre e em estado selvagem, alimentaria outro predador. A vida funciona assim. Não me agrada não, mas meu lado animal me faz desejar e necessitar de proteína animal. Então eu a como. Mas existem muitas religiões de desaconselham e até proíbem a ingestão de determinada carne. Então me parece que as religiões também prefeririam que o homem evoluísse e abandonasse tal prática. Mas ainda não chegamos lá. Segundo, a carrocinha é resultado da irresponsabilidade do próprio ser humano, um mesmo tipo de irresponsabilidade que prega que é mais fácil engravidar e abortar que fazer sexo seguro ou manter castidade em momentos adequados. É um raciocínio cômodo e permissivo, contra o qual eu luto, mas que parece tomar conta da maioria da humanidade. O cãozinho filhote é sempre lindinho, mas hora que cresce, pede mais comida, mais atenção, dá mais trabalho ou fica velho, acaba por ser abandonado pelas pessoas que se responsabilizaram por criá-lo. Exatamente como um feto indesejado. Terceiro, a prática de experimentos enojantes em animais não é feita por pessoas que possuem um código moral forte, que sempre acompanha uma religião, mas vem dos CIENTISTAS que você parece venerar. É o MATERIALISMO que causa isto, a noção de que as coisas e seres só têm o valor da sua aplicação prática. Como você vê, a religião não causa nenhuma destas coisas, mas a falta dela sim. Um problema maior ainda é achar que estamos tratando de coisas num mesmo nível quando abatemos um animal inferior para alimento e quando destruímos a vida de um filho nosso. Quanto a ter ou não um Eu, você não pode afirmar que não tem, e eu não posso afirmar que tem. Na dúvida, não acho que se deve arriscar. E acho menos ainda que o Estado deva facilitar a prática da matança. Seus argumentos são realmente amostra de um espírito caído na mais profunda das trevas. Toda a crença moral, meu pobre rapaz, é totalmente independente de qualquer ciência, pois é em muito superior a todas elas. As ciências não foram feitas para descrever a realidade como um todo, mas apenas um pequenino recorte dela. Elas são em sua maioria o estudo das técnicas, e incapazes de descrever um fato concreto em toda a sua amplitude e em sua totalidade. Vejamos um fato simples: o cachorro soltou um verme no tapete. Diga-me qual a ciência descreve esse fato em sua totalidade. Isso é uma impossibilidade concreta. Mas quando observamos à luz das nossas crenças, avaliamos o fato como um todo e dizemos: é bom; é ruim. É esse tipo de raciocínio – não o seu cientificismo barato e datado – que eleva o homem à categoria de animal racional, superior a todas as outras espécies animais que conhecemos. Se você se sente culpado ao ser chamado de ser superior, tem a minha permissão de assumir sua condição verdadeira de parasita intestinal. E de procurar um intestino que o aceite, deixando os seres humanos prosseguirem em paz com suas atividades. Esta versão da história de Galileu não é a única existente. Mas é ótimo marketing para cientistas ateus que querem jogar pedras na Igreja. E a época de Galileu não é mais considerada como medieval, muito menos a de Hume. Uma das histórias que ouvi contava que o Papa, que era ‘padrinho’ de Galileu, só o repreendeu porque ele estava acintosamente desafiando sua autoridade, e isto estava criando mal-estar entre os outros intelectuais da época. Uma outra versão diz que, dentro da perspectiva matemática vigente na época, as contas de Galileu não batiam... Bem, de qualquer modo não conheço o caso direito, justamente por não ser história medieval, que é o que estudo, mas posso fazer uma pesquisa mais profunda para ajudar a você. Em relação à Idade Média e a Inquisição, a mesma coisa. A Inquisição não é medieval, foi criada no século XIII – final da Idade Média – para combater a heresia cátara no sul da França. Contudo, seu auge se deu na Modernidade. Mesmo assim, a propaganda e a quantidade de material pesquisado sobre a Inquisição é bastante desproporcional ao número de pessoas queimadas. Certa vez assisti à palestra de um antropólogo baiano e gay militante, Prof. Dr. Luiz Mott, especialista no "crime nefando". Ele próprio afirmou que os casos extremos – levados à fogueira – não passavam de algumas centenas. Isso em 500 anos! Se quiser fazer uma comparação macabra Gustavo, a repressão nos campos de concentração soviéticos (os Gulags) durante 60 anos ultrapassa muitos milhões de mortos! Fora os campos de concentração nazistas, as guerras mundiais, e as outras maravilhas do nosso século. O século XX foi uma verdadeira Idade das Trevas nesse aspecto. Quanto ao Hume, também não conheço a história dele, mas uma pergunta de ordem prática cabe aqui. Digam-me os meninos todos, que certamente entendem mais de futebol que eu: por acaso algum cartola contrataria um jogador que dissesse abertamente aos jornais que era torcedor fanático do maior time adversário, e que faria qualquer coisa para que este ganhasse o campeonato? Porque é que as pessoas sempre cobram da Igreja uma passividade muito maior que a que cada um está disposto a ter em sua vida pessoal? Porque é que a Igreja quando se defende de seus atacantes está errada? Eu sei que você não vê, Gustavo, sua cegueira é aparente para quem olha desde fora, mas as tradições religiosas da nossa era, o Judaísmo e o Cristianismo, foram determinantes na eliminação de práticas extremamente desumanas, inclusive da escravidão, que era prática milenar de todas as culturas anteriores, e só foi considerado um pecado e um erro PELA CIVILIZAÇÃO CRISTÃ. Tanto que em dois mil anos, o período escravagista não passou de trezentos anos. Todo esse seu pretenso respeito à vida dos que já nasceram provém do código moral da Igreja que você despreza. Há muitos anos que não se utiliza mais o termo "Idade das Trevas". Para uma leitura (boa) que desfaça esse mal-entendido, basta consultar Regine Pérnoud. Luz sobre a Idade Média, ou Idade Média - o que não nos ensinaram. Vá ler, Gustavo, saia das trevas. Pare de cuspir frases feitas na cara dos outros. Leia os DOIS lados da questão, muito, depois tome a sua posição. Não antes. Estes questionamentos não são brincadeira, isto não é um clubinho, é do destino da civilização que estamos falando. Leia os jornais e me diga que não estamos caminhando a passos largos para a barbárie e a completa destruição de nossa cultura. Mas você já é um dos bárbaros, não é? Metaforicamente colocando a espada em meu pescoço e da minha Igreja, e desejando nossa destruição. Agora, homossexualismo. No meu dialeto, e no meu entender, a PROPENSÃO ao homossexualismo não é doença. Não pode nem deve ser comparada a doenças como o câncer ou hemofilia. É um desvio de conduta sexual, como também o são o sado-masoquismo, a tão falada pedofilia, voyeurismo, e tantas outras coisas mais estranhas que vemos todos os dias. Quem tem a intenção – ou será intensão, em seu dialeto? – de debater de forma racional e lógica, não pode começar comparando coisas que não são de uma mesma natureza. Aliás, se discute até hoje o que se quer dizer com PROPENSÃO ao homossexualismo. Você então comparou coisas incomparáveis para defender uma posição que ainda não foi definida. Assim vai bem. Eu odeio perseguições (perseguissões?) feitas a qualquer grupo social. Os homossexuais não são perseguidos por mim, nem por pessoas que conheço. Interviria, se fosse caso isolado; chamaria a polícia, caso fossem em número muito grande. E na verdade, pelo menos aqui no Rio, a dita perseguição aos gays se restringe a pessoas que têm um mau-humor existencial de tal tamanho que perseguem qualquer coisa que passar na frente deles, qual cachorro vira-lata em beira de estrada. Mas isso não impede que os gays tenham um pedaço da praia de Ipanema só para si, com direito a bandeira do arco-íris e tudo, nem que vivam na mesma relativa intranquilidade de todos nós. O que qualquer pessoa faz entre quatro paredes se torna problema nosso a partir do momento que afeta a sociedade como um todo. Ou você acha que os políticos corruptos fazem suas tramóias passeando no parque? As piores sacanagens, lato e strito senso, são as que acontecem entre quatro paredes e afetam a pessoas do lado de fora. Os resultados morais de uma prática permissiva do homossexualismo com status equivalente ao heterossexualismo amolece a moral e prepara o terreno para que aconteçam coisas menos, digamos, suaves, como abuso sexual a crianças, "golden rain" (você sabe o que é?), sado-masoquismo e práticas hedonistas das mais grosseiras. Isso tudo traz um aviltamento da consciência que acaba por produzir perversos polimorfos como você, que acham que uma vida humana é equivalente em valor a uma ameba. Isso é problema de todos. Além do que, o próprio conceito de civilização já pressupõe uma perda de liberdade individual para o bem do grupo. Porque só os homossexuais estariam isentos disto? Já comentei ad nauseum o que acho da elevação de status do gay ao nível do hetero, e acho que se extrapolarmos isso para os outros tipos de desvio de comportamento sexual, fica claro o absurdo da coisa: porque não então efetuarmos casamentos entre irmãos, se eles se amam e querem ficar juntos? Ou entre mãe e filho, ou pai e filha? Qual o problema fisiológico disto, ou mesmo biológico? Criadores em toda a parte, quando querem apurar características genéticas de determinada linhagem de animais, cruzam pai e filha, normalmente. Vamos então criar um movimento político anti-incesto? Abaixo o controle estatal das famílias! Que os pais comam suas filhas! Agora, aborto. Essa sua visão de uma gravidez não desejada ser a mesma coisa que uma infestação de parasitas é algo que eu acho tão aviltante que nem merecia comentário. Mas como já fui acusada de fugir do assunto, coloquemos uma máscara anti-gases e examinemos seu comentário. Um verme, quando se hospeda num organismo humano, causa efeito daninho à fisiologia desse, o que torna premente a erradicação dos invasores. Um feto humano causa mudanças hormonais em uma mulher QUE SÃO ALTAMENTE BENÉFICAS à sua fisiologia, sendo que alguns médicos afirmam que as mulheres que não tiveram filhos e não amamentaram têm uma propensão maior ao câncer ginecológico. Só aí, já vemos uma diferença gritante, não é? Por isso, não teria grandes problemas em tomar um remédio e expelir um verme que me ataca. Como é a mulher que decide a continuação ou a interrupção do desenvolvimento do dito embrião, acho que a reação emocional dela não é só relevante, é determinante. Já estudei biologia, já fui a laboratórios e vi slides de diverso fetos de vários bichos, de galinhas a porcos. Muito macabro. Agora me diga você: qual a importância destes fetos todos serem estruturalmente muito parecidos? Isso significa que eles têm todos o mesmo valor? Então faça isso: quando você quiser ter um filho, vá a feira e compre um pintinho, ou melhor ainda, vá à granja e compre um ovo fertilizado e acompanhe o nascimento de seu rebento em casa. O álbum do bebê vai ficar uma graça! Querido, nenhuma mulher, nem as que abortam como método contraceptivo – e eu conheço algumas que o fazem – acha que o feto que está abortando é o mesmo que um feto de frango ou um girino. Você por favor, não projete seu delírio nas mentes de outras pessoas. Como o Alexandre soares disse, se as mulheres pensassem assim, não seriam mulheres, seriam monstros genocidas, moralmente e na prática também. Matar uma pessoa aos dois meses, aos dois anos ou aos vinte e dois é apenas uma questão de um trabalho maior ou menor para fazê-lo. O ser humano de vinte e dois certamente vai brigar muito mais contra a tentativa que a criancinha ou o feto. Pode ser até que ele frustre totalmente o seu intento de matá-lo, defendendo-se de você. Por isso, matar crianças ou bebês, antes ou depois do parto, é um crime PIOR que matar seres adultos, não menor. Bom, posso dizer que meu dinheiro é meu, me pertence, trabalhei por ele e conquistei o direito a ele. Mas quem foi que disse que os nutrientes PERTENCEM à mãe?? Ela os produziu? Ou os roubou dos animais, vegetais e minerais que ingeriu, sem pedir a mínima permissão? Ou será que os vermes têm direitos, mas os legumes não? Plantas são os únicos seres vivos que produzem seus nutrientes, e poderíamos contra argumentar que elas o fazem através da apropriação destes nutrientes presentes no solo. E agora, de quem são os nutrientes? E com que direito a mãe poderia negar os nutrientes ao filho, já que ela por sua vez os roubou de outrem? Resumo da ópera: toda a vida pertence a DEUS, e Ele dispõe dela de acordo com seus desígnios. Se eu achasse mesmo que distribuir dinheiro acabaria com a fome, daria todo mês grande parte de meu salário para isso. Só que a fome não se resolve com dinheiro. Se resolve com consciência. Que você não tem. Oh, Deus Santíssimo, ele agora encarna Grouxo Marx em sua memorável frase: "Jamais frequentaria um clube que me aceitasse como sócio". Quer dizer que é melhor a morte que ser um filho seu? Sabe que eu estou quase inclinada a concordar? Mas então faça o seguinte, vá ao médico e faça logo uma vasectomia. Corte o mal pela raiz. Assim, você jamais terá filhos, desejados ou não. Quanto ao que eu penso de seus métodos educacionais, se eles têm o mesmo teor destes seus comentários, acho que você devia ser proibido por lei de passar a menos de cem metros de qualquer escola, que dirá educar crianças como pai! Como a maioria das crianças que nasce no mundo é indesejada em algum nível, você acabou de decretar a destruição da espécie humana. Aperte então o botão vermelho. KABUM!!!!!! Ai, ai... acho que já mostrei porque você É uma criatura imatura. Porque trata a coisa como uma disputa entre amigos e inimigos, não como um debate de idéias. Também já falei porque acho seus argumentos bidimensionais, pois não imagino que você seja fininho feito uma folha de papel. Acho seus argumentos bidimensionais, porque ficam apenas na superfície do problema, sem se aprofundar nele. Isto é não ter profundidade, ou seja, usar de argumentos bidimensionais. Ignorante, meu caro, não é uma ofensa, mas a descrição do estado de uma pessoa. Você IGNORA completamente a verdade a respeito da Igreja, e a ataca com slogans e palavras de ordem. Isso é ser um ignorante de carteirinha. Indicação de bibliografia não é uma ‘tática diversionária’ (sic), mas sim uma tentativa delicada de abrir seus horizontes. Se você prefere uma escovada pública, que seja feita sua vontade. Uma última pergunta: no quê exatamente estou ignorante?
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20/5/2002
18h18min
Quero deixar de lado os aspectos mais amplos que foram discutidos:culturais,civilizatorios e historicos e discutir certos aspectos biologicos da questão.Uma celula é um ser humano?Uma gástrula(grupo de celulas embrionarias com folhetos dérmicos diferenciados) pode ser chamado de ser humano?È óbvio que há várias respostas possiveis e mesmo opostas e isso reflete a candência e importância do tema.Eu tenho uma resposta:não,não é um ser humano.Um ser humano poderia ser descrito como um arranjo extremamente complexo em que trilhoes de celulas organizam-se e produzem uma consciencia capaz de indagar de si propria quando devidamente madura.Aqueles que tem crenças religiosas dirão que a isto tudo junta-se um espirito dado por Deus.Eu julgo que é absurdo dizer que a celula,qq celula, é um ser humano seja uma somatica (do corpo) seja uma zigotica(a celula-ovo).A moderna ciência sistêmica mostra que à medida que crescem os niveis de complexidade surgem novas capacidades e propriedades e por esse motivo que não devemos esperar compreender o todo pela simples analise- quebra -das partes.É por esse motivo que uma celula nao é um tecido nem um tecido um órgão nem um órgao um homem.Pra ser mais enfatico e menos truístico: mesmo todas as celulas do meu corpo somadas não sou eu.É por isso que eu,diferentemente do Papa,não vejo empecilhos eticos em experiencias com celulas-tronco totipotentes.Dirão:uma celula não é um ser humano plenamente mas o é potencialmente,virtualmente.Ora vamos!A moderna tecnologia da clonagem demonstra que qualquer celula do corpo é um ser humano em potencial.Todas elas possuem o mesmo cariótipo de um zigoto e todas podem recuperar a totipotência transformando-se num outro ser humano.Sim,qq célula:do seu braço,da raiz do seu cabelo,etc.Se o criterio é ser humano em potencial o Papa terminará por proibir qualquer experência com células.Eu não sou a favor do aborto de fetos maduros.Quando um feto é maduro?Não sei.Penso que quando já possui seus órgãos e aparelhos formados.Talvez no segundo ou terceiro mês.Não considero o descarte de embriões em clinicas um homicidio por que não os reputo seres humanos.Mas não vou ao extremo de considera-los amebas ou vermes.Haverá sempre um pesar em tal ato,a consciencia de um gesto significativo,nunca banal.Mas não é assassinato de bebes.A igreja Romana condenou a inseminação in vitro e aí está ela ajudando casais a serem felizes e completos.Não me consta que tenha desencadeado uma crise moral em nossa civilização,nem destruido o cristianismo ou tornado a vida um bem de comercio ou semeado a imoralidade entre os homens.E ai vai um esclarecimento.Não sou cientificista e não acho que considerações éticas devem ser monopolio de cientistas.As igrejas tem algo a dizer e são bem-vindas mas uma dose de conhecimento cintifico,que nada mas é que conhecimento desabusado acerca desse mundo de Deus,não faz mal,pelo contrario,areja o ambiente e espanta superstições.Galileu o diga.
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20/5/2002
19h43min
Assuncao, Nasci em familia catolica, ja frequentei os cultos dominicais, estudei 3 anos em escola catolica e desde tenra idade ja apresentava intensa resistencia quanto a engolir a doutrinacao religiosa que virtualmente todos ao meu redor ate hoje tentam me aplicar. Caso nao saiba, a esmagadora maioria da populacao e adepta de alguma religiao, sendo que aqui no Brazil (e nao venha me encher pelo "Z", e proposital), a predominante e a Catolica. Julgo inclusive que so poderia deixar de conhece-la se me isolasse completamente de qualquer contato social, visto que todos ao meu redor falam nela e nessa tal figura mitologica conhecida como "Deus" como se fosse uma verdade absoluta. Ja me cansei dos olhares assustados e reprovadores que me lancam todas as vezes que cometo o crime de dizer que nao acredito em uma so palavra daquele livro escrito por barbaros ignorantes a cerca de 2 milenios que eles veneram e que nao creio na super entidade que eles julgam estar por ai espionando e interferindo em tudo sem deixar qualquer vestigio. Ja pude assistir aos cultos e o veredicto que minha mente lancou sobre os mesmos foi o seguinte: "Nonsense em sua mais pura e absoluta forma". Ja tive aulas de "catecismo" na infancia e minha professora parecia me odiar pois era sempre eu quem lancava as perguntas que a desarmavam, enquanto os outros ze-manes engoliam todos aqueles absurdos sem dizer uma palavra. Ja li alguma coisa escrita por religiosos sim, mas confesso que nao muito e nao inteiramente, visto que o que eu cheguei a ler nao me compeliu em absoluto a buscar mais material relacionado. Afinal de contas, havia todos aqueles livros de Fisica, Biologia, Quimica e Cosmologia me aguardando e a ideia de perder tempo com nonsense nao me parecia atraente. Tudo isso lhe digo para rebatar sua nocao absurda de que nao ouvi os dois lados da questao. Na verdade, so poderia deixar de conhecer a religiao se nao fosse humano nem pertencesse a nenhuma sociedade, porque os esforcos de sua organizacao em nos doutrinar desde que nascemos sao deveras impressionantes. Uma das questoes que mais me enojavam era o tratamento que sua tao querida Biblia dava as criaturas que nao possuem DNA humano em suas celulas. "Deus criou todo o Universo unica e exclusivamente para atender aos interesses dos semideuses arianos Homo Sapiens, feitos a imagem e semelhanca do Criador "fodao" e que, por algum motivo estranho, tambem precisam comer, respirar, reproduzir-se e ate mesmo ir ao banheiro soltar montes de fluidos mal-cheirosos e asquerosos, exatamente como todas as formas de vida conhecidas. Quanto as outras criaturas, foram feitas apenas para servir a especie humana. Facam bom proveito!" Eu tenho que tirar meu chapeu para quem quer que tenha escrito essa tal Biblia, pois acho que nem Hitler faria melhor. Como o Alexandre mesmo demonstrou, o seu pessoal se sente ultrajado quando comparamos os humanos aos OUTROS animais, ignorando completamente as evidencias gritantes e percebiveis a qualquer observador isento. Se uma pessoa nao e sequer capaz de perceber que diversas criaturas nao humanas sao entidades conscientes, entao creio nao ser eu o monstro aqui afinal. Quanto a vasectomia e outras operacoes de esterilizacao, nao as considero convenientes devido a seu carater permanente e mutilatorio. Eu nao posso dizer com certeza que nao desejarei ter filhos daqui a 10 anos, por exemplo. A ideia de que o aborto substitui os metodos anticoncepcionais e erronea, uma vez que ele nada faz contra as doencas venereas. O aborto deve ser encarado como uma medida ultima, usado quando todas as outras falharem (sim, porque engana-se quem cre que esta 100% protegido usando os metodos contraceptivos atuais), da mesma forma que voce se trataria de gonorreia, ainda que a tivesse contraido em uma relacao protegida. Mas voce nao respondeu minha pergunta. Mesmo no caso em que descrevi (aonde me usei meramente como exemplo, ja que tenho sido um ima da antipatia alheia aqui ;) ), voce cre que seria melhor para a crianca nascer nas maos de pais que nao a querem nem sentem por ela qualquer empatia a permitir que os mesmos abortem? Oh, bonitinho da sua parte ficar apontando todos os meus typos(erros de digitacao), que modestia a parte, nao sao muitos. Sabe que quando eu cursava a terceira serie do primeiro grau eu fazia a mesma coisa com meus coleguinhas? Muito maduro de sua parte, de fato. E depois sou eu quem encaro o debate como um duelo entre inimigos... *ahem* ;) Bom, quando aos jargoes que voce insiste em usar, nao vou comentar. "Ficar na superficie e nao aprofundar" pra mim e algo que eu diria acerca de um individuo com problemas de potencia, me perdoe. ;) Mas brincadeiras a parte, se voce acha que minhas ideias nao abordam toda a complexidade da equacao, ha uma solucao muito simples: Mostrar quais aspectos eu ignorei, que, de acordo com voce, sao cruciais a questao. Mas e mais facil atirar insultos genericos ao meu raciocionio que demonstrar sua inadequacao, certo? Respondendo a sua pergunta acerca de em que voce e ignorante: Um requisito primordial para que uma pessoa aceite o processo de doutrinacao religiosa sem ser imediatamente acometida por crises de nausea e/ou riso incontrolavel e estar acometida por ignorancia generalizada em uma ou mais dessas areas: Fisica, Biologia, Quimica ou Matematica. Porque os mais leves conhecimentos que sejam acerca dessas ciencias seriam suficientes para que o individuo detectasse mais furos nas "teorias" religiosas expostas que em qualquer pedaco de queijo suico. Voce defende que uma gravidez nao pode ser comparada a uma infestacao por parasitas, visto que a primeira nao causa danos ao organismo, mas voce se esquece dos danos psicologicos. Ou voce vai me dizer que uma crianca indesejada na vida de um casal que tinha outros planos muito diferentes para suas vidas, planos que certamente nao incluiam sustentar um filho ate os 21 anos; nao causa qualquer tipo de transtorno psicologico? Honestamente, preferia ter que conviver com minhas lombrigas ate o ultimo dos meus dias a tal fardo! Quanto a comparar homosexualismo com pedofilia, sem comentarios. Isso e o mesmo que comparar estupro com relacao sexual. E nao me venha com essa ideia estapafurdia de que "um tras o outro". Liberar um item nao implica necessariamente em liberar tudo, assim como liberar a pecuaria nao implica em permitir pena de morte, que nao implica em permitir assassinatos isolados, que nao implica em permitir genocidios. Pelo seu raciocinio deveria ser assim, ja que matar frangos e bois aos montes e diariamente "amolece a moral e abre terreno para o resto", nao e? Novoa: Suponho que voce abrace como profissao alguma area biologica, ja que foi capaz de se expressar com maior proficiencia acerca da natureza dos embrioes e fetos jovens. Concordo com voce que a partir do ponto em que o feto possui seu sistema neurologico desenvolvido e operacional, ja pode ser tratado como entidade consciente. Tiro meu chapeu para voce. :)
[Leia outros Comentários de Gustavo Alckmin]
21/5/2002
01h17min
Caro Novoa, bem vindo ao fórum do Alexandre, e eu já me despeço, porque já disse quase tudo que tinha de dizer aqui. Quanto ao seus comentários, quero dizer algumas coisinhas: não estava falando de células em nenhum momento, até porque uma mulher não descobre que está grávida no momento da fecundação, nem dois ou três dias depois, a não ser que esteja fazendo tratamento para engravidar. A gravidez indesejada geralmente se descobre bem mais tarde, quando não estamos mais falando de grupos de células, mas em crianças em formação. Hoje temos no Brasil uma Norma Técnica que permite abortos em fetos de até CINCO MESES. Isso é um bebê totalmente formado, que sonha, que escuta, que chupa o dedo, que brinca com os pais, que responde a estímulos fora do corpo da mãe. Existe alguma dúvida na sua cabeça que isso é um bebê? Achei sua resposta muito equilibrada, mas você mudou de assunto. Não vou comentar nada a respeito destes outros experimentos genéticos, apesar de os rejeitar instintivamente. Não tenho conhecimento para fazer um comentário inteligente a respeito deles. Quanto aos ares novos na discussão ética, e o comentário sobre Galileu, devo comentar que ele só pôde falar o que falou porque estava amparado pela própria Igreja, que foi justamente a instituição que conseguiu salvaguardar um pouco da cultura clássica. Ele não teria de onde partir se não fossem os monges cristãos. E a superstição era da parte de todos os cientistas da época, e dizer que isso é culpa da Igreja é um argumento demasiado simplista, que não acho que você faria. Foi um prazer. Bye.
[Leia outros Comentários de Assunção Medeiros]
21/5/2002
01h34min
É, Gustavo, realmente você conseguiu me cansar. Eu sempre tenho paciência com as pessoas mais teimosas, mas você não é teimoso: como dizia ministro de saudosa memória, você é imexível. Eu agora vejo com nitidez o abismo entre nós dois, e ele é intransponível. Siga seu caminho e eu sigo o meu. O meu eu não sei onde vai dar, apenas confio no Cristo, mas o seu você sabe muito bem onde acaba - no nada. E por favor, não chame seus erros de grafia de typos, porque typos são por definição involuntários. Os seus são por demais constantes e repetidos para não serem voluntários. Mas não importa, eu sei que você não gosta de humanos nem de humanidades, não é mesmo? Ler um bom livro ajudaria, mas não best-sellers ditos científicos. Enfim, é só mais um aprofundamento do abismo. Eu disse lá em cima, em algum lugar, que você deveria ler os escritos da Igreja COM O MESMO RESPEITO que lê um Carl Sagan, que você tanto gosta. Mas uma pessoa que diz que a maioria da humanidade é motivo de troça no seu culto ao nonsense (sic)não vai ler um livro religioso com um mínimo de reverência para tentar entender o que ele fala. Uma vez ouvi em um filme uma frase que me pareceu fantástica. Uma mocinha, a bela Angelina Jolie, falava sobre amor com seu paquerinha, e contou a história de um amigo músico que a repreendia sempre que ela tentava falar sobre seus sentimentos. A frase genial era a seguinte: "Talking about love is like dancing about architecture" (Falar a respeito de amor é como dançar a respeito de arquitetura). Pois é, acho que você não vai entender o que estou falando, nem que fale um milhão de anos e mostre todos os argumentos que tenho, pois você age como uma pessoa com grave deficiência de visão diante de um quadro de Monet. Ao se afastar, vê apenas uma névoa, ao se aproximar, apenas riscos sem sentido. Leia então seus livros de biologia, de física e das ciências todas que gosta, assista ao Discovery Channel e seja muito feliz no pouco tempo que lhe resta. Eu estou ocupada me preparando para a Eternidade. Tchau! P.S.: A resposta de pergunta que você me fez é: sim, acho que mesmo um filho totalmente rejeitado pelos pais deve ter uma chance de brigar por seu lugar ao sol neste mundo. Até mesmo um filho seu. Nós sempre achamos que sabemos muito sobre as consequências dos nossos atos, mas a vida sempre dá um jeito de nos surpreender. Um filho indesejado poderia bem ser a terapia que você está precisando. Bye...
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21/5/2002
21. See ya
05h26min
Nao foi so voce quem se cansou entao. :) Na verdade, se dependesse de mim, este nem seria um debate hostil. Eu tento me ater aos meritos da questao, mas se certas pessoas insistem em dizer zombeteiramente que eu fui rejeitado pelos pais, que minha ortografia e pessima, que minhas moleculas ficariam melhores como uma mesa de bilhar, que eu devia ir morar em um intestino humano, que eu sou ignorante, que eu preciso crescer e, pasmem, que EU e que sou imaturo; isso acaba nao se tornando possivel. De fato, nao tenho um "debate" nesse nivel desde que conclui a escola primaria e estou ate contente que o mesmo tenha terminado. Oh sim, se lhe interessa saber, detectei 3 erros de portugues em seus textos, um relacionado ao uso de plural, outro onde voce usa uma expressao de sentido inverso ao intencionado e um terceiro onde a expressao "desde" e empregada erroneamente. Mas nao se preocupe, querida. Ao contrario de voce, meu senso de decencia nao me permite ridicularizar meu "oponente" com coisinhas tao insignificantes. Eu ataco argumentos, nao pessoas. E nessa ultima mensagem me dou o direito de fugir a regra acima. Que algum dia voce encontre a serenidade para debater de forma verdadeiramente neutra. Deixo-os com um pensamento que recebi no email agora (deveras oportuno). Bye (sic) "If mankind minus one were of one opinion, then mankind is no more justified in silencing the one than the one--if he had the power--would be justified in silencing mankind." -John Stuart Mill
[Leia outros Comentários de Gustavo Alckmin]
21/5/2002
11h20min
Pessoalmente acho aborto (seja durante a primeira semana ou no quinto mês) repugnante. Mas não tenho ilusões de mudar a natureza humana. Os homens (ou melhor, as mulheres) sempre fizeram e sempre farão aborto. A meu ver, o trabalho dos legisladores deve ser o de minimizar problemas, não de aumentá-los. Quais são as consequências da proibição do aborto? Os ricos continuam abertamente abortando, mas os pobres se ferram. O número de mulheres mortas tentando abortar (em salas de operação improvisadas ou mesmo em casa) é estarrecedor. A legalização do aborto, e a fiscalização do governo, evitariam essas mortes duplas (da mulher e do feto). Considero um enorme erro achar que a prática do aborto (que, repito, sempre existiu, existe e continuará existindo) tornará as pessoas piores do que são. Há mulheres que fazem aborto sem nenhum peso na consciência, claro, mas pra maioria a decisão de abortar é dificílima e deixa sempre uma cicatriz. Isso não mudaria caso o aborto fosse legalizado. Ao Novoa: toda célula é uma vida em potencial, certo, mas o que os religiosos dizem é que quando o processo da vida começa, você não tem o direito de interrompê-lo. Faz sentido, porque não temos como precisar exatamente o que é vida e quando ela começa. Seria quando o feto desenvolve orgãos? Quando seu sistema nervoso está funcionando plenamente? Quando ganha consciência, aos 12, 13 anos de idade? Cada um pensa de um jeito, por isso acho que, religiosos ou não, deveríamos respeitar o processo da vida, seja avançado ou incipiente.
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21/5/2002
13h02min
O quê, ninguém convenceu ninguém de nada, depois de uma troca de emails? Que estranho.- Mas me deixem só dizer uma coisa. Sei lá eu quem está certo ou errado nisso tudo (tenho a impressão que é a Igreja Católica, mas sei lá eu); mas uma coisa eu sei, Gustavo (para comentar a sua última mensagem): serenidade não é tudo. Um maluco, por exemplo (é só um exemplo, calma) poderia muito serenamente pegar um machado e se decidir a matar uma mendiga. Pessoas à sua volta poderiam, muito serenamente, tentar dissuadí-lo com argumentos. Como poderiam também rir da falta de compostura da única pessoa que, vendo isso tudo, perdesse um pouquinho a calma e tentasse arrancar o machado da mão do maluco. Não é? Ora, para quem acha que abortar é um crime como matar uma mendiga a machadadas é um crime, é um dever perder um pouquinho a calma democrática e tentar impedir (por lei, por exagero retórico) a machadada e o aborto. Não acha? Um abraço a todos, Alexandre Soares.
[Leia outros Comentários de Alexandre Soares]
21/5/2002
13h19min
Fabio, achei perfeito o racicínio que você desenvolveu para o Nóvoa. Se você desdobrá-lo até suas últimas e mais fundamentais conseqüências, verá que devemos ser contra a legalização do aborto exatamente por causa do direito inalienável à vida que o ser humano tem desde a concepção. Concordo contigo que a natureza humana é isso aí que conhecemos, mas, se pensarmos da maneira que você defende no início do teu texto, porque então não tiramos do Código Penal tantas outras coisas que estão lá, e que vão acontecer de qualquer maneira? Abraço, Alexandre
[Leia outros Comentários de Alexandre Ramos]
22/5/2002
00h03min
Farsa monstruosa Olavo de Carvalho Jornal da Tarde, 9 de maio de 2002 A onda mundial de denúncias contra o clero católico baseia-se nuns quantos casos de pedofilia registrados, ao longo de mais de uma década, em vários países. A repetição uniforme do noticiário cria na alma do público uma associação de idéias entre pedofilia e catolicismo, reforçada por pareceres supostamente abalizados que sugerem a ligação entre esse fenômeno e o celibato clerical. Para quem pense por estereótipos e frases feitas, o noticiário é impressionante, e convincente a fusão de imagens que ele veicula. Homens capazes de raciocinar com números e fatos são, em qualquer país, uma minoria irrelevante. Mas, aos olhos dessa minoria, é claro que as denúncias dizem o contrário do que pretendem: o que elas demonstram é que a pedofilia é menos freqüente entre padres católicos do que entre os membros de qualquer outro grupo social escolhido para fins de comparação. Escolho, a título de amostra, dois dos grupos que mais têm a lucrar com a desmoralização da Igreja: de um lado, os gays; de outro, a burocracia internacional que hoje substitui o clero na missão de zelar pelo bem da infância. Um estudo recente empreendido por Judith Reisman, a celebrada autora de Kinsey, Crimes & Consequences, mostra que a média de ataques sexuais a crianças cometidos por homossexuais é cinco vezes maior que a dos cometidos por heteros. Pedófilos homossexuais, em suma, são muito mais reincidentes. E, entre as vítimas de pedófilos machos, para cada menina há 20 meninos. Se mesmo uma constante estatística tão significativa não justifica uma onda mundial de alarmismo antigay, por que umas dezenas de casos pinçados pela mídia justificariam a mundial prevenção anticatólica? Mas no caso gay não há somente uma constante estatística. Há o fato bruto da indução à pedofilia por parte de publicações representativas de grupos homossexuais. No seu trabalho "Child Molestation and the Homosexual Movement", a ser publicado proximamente na Regent University Law Review, mas cujos resumos já circulam pela Internet, o jurista Steve Baldwin revela descobertas que fez na bibliografia gay disponível no mercado. Vejam estas três, colhidas a esmo no mostruário: 1) O Journal of Homosexuality, prestigiosa publicação acadêmica pró-gay, publicou recentemente todo um número especial sob o título grotescamente eufemístico "Intimidade intergeracional masculina", no qual vários artigos apresentavam a pedofilia como uma "relação de amor". 2) Larry Elder, fundador e chefe de um grupo ativista gay, escreveu no seu livro Report from the Holocaust: "Naqueles casos em que crianças fazem sexo com pessoas mais velhas homossexuais, afirmo que com freqüência, com muita freqüência, a criança deseja a atividade e talvez mesmo a solicite." 3) Uma das mais influentes revistas gays, The Advocate, publica regularmente anúncios de um boneco de borracha modelo "Menino Penetrável... disponível em três posições provocantes". Mas seria injusto dizer que a comunidade gay é recordista de pedófilos per capita. Por enquanto a taça parece estar com aquela classe auto-incumbida de velar, em lugar do antigo clero, pela proteção e formação moral das crianças do mundo: os assistentes sociais da ONU. Só em 2001 chegaram a 400, segundo dados da própria secretaria-geral da entidade, as queixas apresentadas por famílias de refugiados da África Ocidental contra esses molestadores multinacionais de crianças. Quatrocentos episódios num ano, numa única comunidade, configuram inequivocamente um caso de pedofilia em massa. E com o detalhe especialmente repugnante: as vítimas não foram colhidas nas ruas ou nas escolas, mas entre as massas de miseráveis, famintos e doentes que, no extremo do desespero, se entregaram nas mãos desses monstros confiando na sua promessa de socorro. Isso, sim, é um escândalo de proporções mundiais, um crime contra a Humanidade no sentido mais estrito em que esta expressão foi definida em Nuremberg. Mas os assistentes sociais da ONU são intocáveis. São o novo clero, incumbido de espalhar no mundo o evangelho "politicamente correto" da Humanidade de amanhã. Denunciá-los seria promover o desmanche imediato da ideologia "humanista" que inspira os ataques da mídia internacional ao clero católico. Por isso a imprensa mundial se cala, desviando as atenções do público para casos seletivamente escolhidos onde figure, como emblema do crime, a palavra "padre". Afinal, a Igreja não existe para arcar, como o próprio Cristo, com os pecados do mundo?
[Leia outros Comentários de Assunção Medeiros]
25/5/2002
22h05min
Ah bom! Já estava mesmo na hora de convocar, conforme citado, a “Farsa Monstruosa Olavo de Carvalho”! Afinal, Ele, só Ele, tem mesmo a chave da resposta para todos os mistérios do Universo, deste e de todos os outros mundos. Porque não trazer as palavras do Mestre desde o início? Teriam sido poupados tantos bits e neurônios!
[Leia outros Comentários de Helion]
25/5/2002
27. Sim?
22h44min
Esse é o seu argumento?
[Leia outros Comentários de Alexandre Soares]
4/6/2002
28. Não
11h33min
Não. Esse é um meu comentário sobre a subserviência e a falta de argumentos.
[Leia outros Comentários de Helion]
4/6/2002
16h35min
Como disse (segundo Borges) um certo Dr. Henderson, logo depois de ter levado com um copo de vinho na cara durante uma discussão teológica ou literária, "Isto, senhor, é uma digressão- espero seu argumento".
[Leia outros Comentários de Alexandre Soares]
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