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Quinta-feira, 19/12/2002
Cinema em 2002

Julio Daio Borges




Digestivo nº 113 >>> Em 2002, o DVD finalmente se consolidou como suporte e tivemos o relançamento de importantes e definitivos clássicos. Entre eles: "A Malvada", "Tarde Demais para Esquecer", "A Luz é Para Todos" e "Como Era Verde Meu Vale". 2002 foi também o ano das mulheres no cinema. Lamentamos as quatro décadas da morte de Marilyn Monroe. Ao mesmo tempo, celebramos a homenagem que Catherine Deneuve lhe prestou, junto a outras divas, em "8 Femmes", de François Ozon. Até Almodóvar, um dos últimos mestres da atualidade, conferiu mais densidade a seus personagens masculinos, feminilizando-os. A emancipação foi assunto em "Infidelidade", com um Richard Gere atraiçoado, e o assédio sexual, em "Oleanna", um petardo atrasado de David Mamet. Até no cinema brasileiro, a vingança veio a cavalo, com "As três Marias". A nova revelação de Walter Salles, em "Abril Despedaçado", não foi Rodrigo Santoro, mas sim Flavia Marco Antonio, uma encantadora artista de circo. E a França se curvou (como o Brasil) ao jeito de ser de "Amélie Poulain". Engoliu a crueldade de Isabelle Huppert em "Merci pour le chocolat", enquanto fruiu a beleza de Anna Mouglalis (que, aliás, veio a São Paulo). Os cinéfilos brasileiros concordam que 2002 também foi o ano dos documentários: "Onde a Terra acaba", "Nem Gravata Nem Honra", "Janela da Alma", "Poeta de sete faces" - eis algumas das vedetes nas salas. E, claro, enchemos os nossos olhos no festival "É Tudo Verdade". Por exemplo, na homenagem ao jazz latino, em "Calle 54", de Fernando Trueba. Ou ainda no perfil de William Claxton, em "Jazz Seen", um dos maiores retratistas do século XX. Já a "26ª Mostra" teve como estrela maior Alexander Sokúrov, e a sua "Arca Russa"; também trouxe o primeiro ciclo completo, no Brasil, de Pier Paolo Pasolini. Em 2002, o cinemão deu as caras, batendo recordes, com "Senhor dos Anéis", "Homem-Aranha", "Homens de Preto II" e "Minority Report". A arte esteve nas mãos dos grandes de sempre: David Lynch, com "The Straight Story"; os Irmãos Cohen, com "O Homem Que Não Estava Lá"; Robert Altman, com "Gosford Park"; e Gus Van Sant, com "Gerry". O ano fechou (ainda) com a discussão sobre a Cosmética da Fome e o auspicioso volume de Lúcia Nagib, sobre os cineastas dos anos 90. Entre a ilusão e a diversão, vamos levando.
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Editor
 

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