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Quarta-feira, 17/8/2011
É Isto um Homem?, de Primo Levi
Julio Daio Borges
+ de 7500 Acessos
+ 3 Comentário(s)




Digestivo nº 481 >>> É Isto um Homem?, o título de um livro que fala dos horrores do campo de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial. Mas a quem esse título se refere? Aos nazistas, que, como Hitler, comumente são considerados monstros? (Seriam eles homens?) Não, o título se refere aos prisioneiros do campo. Pois como Primo Levi, o autor, coloca em versos, antes de começar a narrativa: "Pensem bem se isto é um homem/ Que trabalha no meio do barro,/ Que não conhece paz,/ Que luta por um pedaço de pão,/ Que morre por um sim ou por um não". Levi era um químico italiano que foi capturado e deportado, para Auschwitz, o mais famoso campo de concentração da Segunda Guerra, em 1944. Em É Isto um Homem? (Rocco, 1988, tradução de Luigi Del Re), compila episódios desde a sua captura até o fim da Guerra (1945), passando pelo dia a dia, infernal, no campo. O mais chocante do livro talvez seja o começo. Quando, encerrados num vagão de trem, prisioneiros, como Levi, passam quatro dias sem ver comida nem água. E não são meros prisioneiros de guerra ― soldados ―, são famílias inteiras, com mães, crianças de colo e velhos. Ao chegar, são separados os que "se adequam ao trabalho" dos demais (e estes últimos nunca mais são vistos). Levi tem 24 anos, na ocasião, e espera, nu, num galpão, desprovido de todos os seus pertences, que são varridos, junto com seus sapatos, enquanto é tosqueado, ao lado dos outros prisioneiros, como gado. A partir daí, perderia seu nome, ganharia um número, que lhe seria tatuado, e aprenderia a sobreviver à base de sopa aguada, restos de pão guardado e banhos de água suja, fora roupas que não eram lavadas nunca, sapatos fora do número, metade de uma cama, trabalhos forçados, violência e maus-tratos. Qualquer semelhança com as distopias de George Orwell e Franz Kafka não são coincidência. Como Na Colônia Penal, os prisioneiros estavam pagando por um pecado, a eles atribuído, com a vida, e humilhações. E, como em 1984, não havia mais passado nem futuro, só o presente; uma mentira, repetida milhares de vezes, se tornava verdade; e, em nome da paz, fazia-se a guerra diuturnamente. O mais chocante de tudo, no livro de Primo Levi, é que os prisioneiros vão aprendendo a "sobreviver", e alguns até atingem "posições" dentro do campo. E o mais chocante, ainda, é que nós ― como leitores ― vamos nos "acostumando" à realidade do campo, à medida que avançamos na leitura. No fim, com a Guerra perdida, os alemães abandonam Auschwitz, deixando os prisioneiros à própria sorte, inclusive os doentes, que morrem como moscas. A famosa cena da libertação, pelos russos, infelizmente não está nesse livro, mas não faz falta nenhuma, depois de "tudo". Primo Levi, depois de um relato tão humano, demasiadamente humano, fez-se escritor célebre. Como chegou-se a pensar que não fazia mais sentido viver depois do Holocausto, é de se pensar qual o sentido de outros livros depois deste, de Primo Levi.
>>> É Isto um Homem?
 
Julio Daio Borges
Editor
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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
6/9/2011
20h05min
Não estranhem as dificuldades e as humilhações pelas quais iam passando e se acostumando os prisioneiros dos campos. Acaso nós não nos acostumamos a sair agarrados aos nossos pertences? Não estamos acostumados aos relatos diários de tiros? De crianças deixadas no lixo? De meninas e meninos estuprados por 'parentes'? De alunos se matando e se drogando nas escolas? E alguns até chamam a vida na poluída, congestionada, violenta e incômoda São Paulo de vida!
[Leia outros Comentários de Barbara Pollacsek]
8/9/2011
07h55min
Sra. Barbara Pollacsek, não confunda as situações. O ser livre consegue achar o paraíso perdido. Já os prisioneiros de Auschwitz não tinham escolhas, desejos... Eles foram roubados de tudo, inclusive do direito de existir.
[Leia outros Comentários de Cristina Motta]
8/9/2011
16h10min
Não cheguei ainda a ler este relato do Primo Levi, mas certos trechos neste texto me fizeram recordar de uma leitura ainda meio recente que fiz: "Maus", de Art Spiegelman, com o repasse da história de Vladek, pai do autor, por um campo de concentração. É quadrinhos, mas, ao contrário do que o preconceito que certas pessoas têm com quadrinhos - considerando qualquer livro nesse formato como sendo apenas um gibi -, é muito tocante, profundo. Vale uma leitura!
[Leia outros Comentários de Alexandre Maia]
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