A Epopeia de Gilgamesh, pela WMF Martins Fontes | Digestivo Cultural

busca | avançada
70675 visitas/dia
1,7 milhão/mês
Mais Recentes
>>> L7, que faz show em Porto Alegre com Black Flag dia 25 de outubro, lança nova música
>>> Menos1 Invisível apresenta 'Refúgio' no Teatro Flávio Império
>>> Favelivro inaugura Biblioteca Fábio Judice
>>> Espetáculo teatral “Odila” chega ao interior de Caxias do Sul
>>> Empresário caxiense que instalou complexo de energia em aldeia indígena no Acre lança documentário
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Olimpíada de Matemática com a Catarina
>>> Mas sem só trapaças: sobre Sequências
>>> Insônia e lantanas na estreia de Rafael Martins
>>> Poesia sem oficina, O Guru, de André Luiz Pinto
>>> Ultratumba
>>> The Player at Paramount Pictures
>>> Do chão não passa
>>> Nasce uma grande pintora: Glória Nogueira
>>> A pintura admirável de Glória Nogueira
>>> Charges e bastidores do Roda Viva
Colunistas
Últimos Posts
>>> Graham Allison no All-In Summit (2023)
>>> Os mestres Alfredão e Sergião (2023)
>>> Como enriquecer, segundo @naval (2019)
>>> Walter Isaacson sobre Elon Musk (2023)
>>> Uma história da Salon, da Slate e da Wired (2014)
>>> Uma história do Stratechery (2022)
>>> Uma história da Nvidia (2023)
>>> Daniel Mazini, country manager da Amazon no Brasil
>>> Paulo Guedes fala pela primeira vez (2023)
>>> Eric Santos sobre Lean Startup (2011)
Últimos Posts
>>> CHUVA
>>> DECISÃO
>>> AMULETO
>>> Oppenheimer: política, dever e culpa
>>> Geraldo Boi
>>> Dê tempo ao tempo
>>> Olá, professor Lúcio Flávio Pinto
>>> Jazz: 10 músicas para começar II
>>> Não esqueci de nada
>>> Júlia
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Grupos de teatro do Rio e de São Paulo em Paraty
>>> A rentável miséria da literatura
>>> 2008 e os meus CDs
>>> Modernismo e Modernidade
>>> Hitchens no Digestivo
>>> Literatura e infância
>>> As cicatrizes da África na Moçambique de Mia Couto
>>> Entrevista com Fabrício Carpinejar
>>> Durango Kid, jornalista
>>> Nova Gramática do Poder
Mais Recentes
>>> Mecanica Estática de James L. Meriam; L. G. Krange pela LTC (1969)
>>> Graphic Design Sourcebook de Liz McQuiston, Barry Kitts pela Little, Brown (1987)
>>> De Volta Aos Quinze de Bruna Vieira pela Gutenberg (2013)
>>> Primeiras estórias de João Guimarães Rosa pela Nova Fronteira (2016)
>>> Êles Fizeram a História do Brasil - Volume 4 de Roberto Macedo pela Record
>>> Coleção Série - Suzune Magica - Vol. 1 ao 3 de Gan e Magica Quartet pela NewPop (2018)
>>> Quando a polícia mata: o massacre do comerciário barbosa de José Barbosa do Rosário pela Achiamé (1983)
>>> Livro Música Teletema A História da Música Popular Através da Teledramaturgia Brasileira Volume I 1964 a 1989 de Guilherme Bryan e Vincent Villari pela Dash (2014)
>>> Acupuntura Urbana de Jaime Lerner pela Record (2010)
>>> Codigo de Processo Civil Comentado Volume VI de Arruda Alvim pela Revista dos Tribunais (1975)
>>> Livro de Bolso Literatura Estrangeira Minha Vida de Menina de Helena Morley pela Companhia de Bolso (2016)
>>> Livro Auto Ajuda Alianças Imperfeitas Virando o Jogo de Bruna Almeida e Maira Baptistussi pela Conquista (2016)
>>> Aves do Brasil Birds of Brazil de Helmut Sick; Dante Martins Teixeira pela Salamandra (1989)
>>> Livro Guerra Recordando os Bravos Eu Convivi Com Eles Campanha da Itália de Marechal Floriano de Lima Brayner pela Civilização Brasileira (1977)
>>> La Convocazione de John Grisham pela Mondaroni
>>> Livro Literatura Estrangeira Les plus beaux poèmes d'amour de Anthologie Presentee Par Marie-Anne Jost pela Librio (2005)
>>> Harry Potter e o Cálice de Fogo de J. K. Rowling pela Rocco (2019)
>>> Livro de Bolso Esoterismo Pranayama A Respiração para Revitalização Energética energia para você que não para nunca de Scott Shaw pela Nova Era (2007)
>>> Livro Infanto Juvenis Judy Moody Quer a Fama de Megan Mcdonald pela Salamandra (2004)
>>> O abraço da meia noite de Maria Glória Cardia de Castro pela Cortez (2011)
>>> O tesouro das virtudes para crianças de Ana Maria Machado pela Nova Fronteira (1999)
>>> Livro Saúde Minhas Melhores Dicas de Saúde Manual Prático de Qualidade de Vida do Dr. Rudiger Dahlke de Dr. Rüdiger Dahlke pela Cultrix (2012)
>>> Adele de Chas Newkey - Burden pela LeYa (2011)
>>> Biblia Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas de Tradução da versão Inglesa pela Sociedade Torre de vigia
>>> Livro Ensino de Idiomas Dr. Jekyll and Mr. Hyde de Robert Louis Stevenson pela Oxford Bookworms 4
DIGESTIVOS >>> Notas >>> Literatura

Quarta-feira, 14/9/2011
A Epopeia de Gilgamesh, pela WMF Martins Fontes
Julio Daio Borges
+ de 7300 Acessos




Digestivo nº 482 >>> Qual é a história mais antiga do mundo? Para quem tem formação judaico-cristã, a Bíblia. Para quem cultiva o helenismo, os versos de Homero ou a Teogonia de Hesíodo. Mas, desde o século passado, sabemos que existe uma ainda mais antiga. Estamos falando da Epopeia de Gilgamesh, que a WMF Martins Fontes acaba de reeditar em formato pocket. Na introdução de N.K. Sandars (que estabeleceu a versão inglesa, a mesma que serve de base para a brasileira), ficamos sabendo que os primeiros autores da Bíblia deviam estar bastante "familiarizados com a história" de Gilgamesh e que esta, inclusive, "precede as epopeias homéricas em pelo menos mil e quinhentos anos". Como diria Nietzsche, Gilgamesh é uma história humana, demasiadamente humana, onde estão presentes "a busca pelo conhecimento, a mortalidade e a tentativa de escapar do destino do homem comum". A epopeia se passa da Mesopotâmia, foi escrita pelos sumérios (que chegaram lá em 3000 A.C.) e está registrada nas mais antigas tábuas de Nippur. Historicamente, Gilgamesh surge como "o quinto monarca de dinastia pós-diluviana de Uruk". Sim, há um dilúvio. Talvez o mesmo dilúvio bíblico. Pois, cronologicamente falando, a epopeia de Gilgamesh se situa no período entre Noé e Abraão, cujo único registro conhecido era o Livro do Gênesis. Historicamente, mais uma vez, Gilgamesh foi "um rei que provavelmente comandou uma bem-sucedida expedição para trazer madeira das florestas do norte e que certamente foi um grande construtor". Já na mitologia, Gilgamesh é dois terços deus e um terço homem, assim como Aquiles, cuja mãe era igualmente uma deusa. Aliás, os gregos já advertiam: "Aquele que se deita com uma deusa imortal perde para sempre a força e o vigor". Qualquer semelhança com Adão e Eva, a maçã, a descoberta do pecado e a expulsão do paraíso não é mera coincidência. E, mesmo sem Guerras Mundiais como as nossas, reis como Gilgamesh já temiam que "os poderes do caos e da destruição escapassem ao seu controle". O homem não comandava a natureza como hoje, e ela poderia se voltar contra a humanidade a qualquer instante, extinguindo o Homo sapiens. Em termos de mitologia, mais uma vez, Gilgamesh habita "um mundo em que deuses e semideuses se confraternizam com os homens num pequeno universo de terra conhecida, cercado pelas águas desconhecidas do Oceano e do Abismo". (Ruy Castro poderia chamar isso de Ipanema. E é bem por aí.) O texto em si é agradavelmente legível e muito melhor escrito que o de muitos autores da nossa própria época. Como tantos heróis conhecidos nossos, Gilgamesh "parte numa jornada", "cansa-se", "exaure-se em trabalhos", "retorna", "descansa" e "grava na pedra toda a sua história". Gilgamesh é rei, e esse é seu destino. Mas Gilgamesh não viverá eternamente, e esse, também, é seu destino. Pois lhe é advertido: "Enche tua barriga de iguarias; dia e noite, noite e dia, dança e sê feliz, aproveita e deleita-te. Veste sempre roupas novas, banha-te em água, trata com carinho a criança que te tomar as mãos e faze tua mulher feliz com teu abraço; pois isto também é o destino do homem". "Não existe permanência", antecipando Heráclito, a história registra. E antecipando, desta vez, o conceito grego de nêmesis e húbris: "Os heróis e os sábios, como a lua nova, têm seus períodos de ascensão e declínio". Se a Bíblia, em suas múltiplas versões, serve de base para judeus, cristãos e muçulmanos, podemos dizer que Gilgamesh serve de base para toda a humanidade, assim como os gregos e os romanos transcenderam o chamado paganismo, pois escreveram a história ocidental, que é inescapavelmente a nossa História. A Epopeia de Gilgamesh, assim como a Bíblia, os gregos e os romanos de nossa preferência, pode ser um livro de cabeceira, sim, pois, como Montaigne, que costumava se servir da filosofia, estamos sempre aprendendo a viver, e a morrer.
>>> A Epopeia de Gilgamesh
 
Julio Daio Borges
Editor
Quem leu esta, também leu essa(s):
01. Isto aqui o que é? (Música)
02. Meu bem, meu mal (Imprensa)
03. Sem medo de ser infeliz (Imprensa)
04. Retórica, Gramática, Argumento, Música, Geometria, Aritmética e Astronomia (Internet)


Mais Notas Recentes
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Os detetives do prédio azul 495
Flávia Lins
Pequena Zahar
(2016)



Medicina do trabalhado e perícia médica
João Baptista Opitz Júnior
Santos
(2011)



A Essencial Arte de Parar
Dr. David Kundtz
Sextante
(1999)



Diálogos Lgbti+ - Avançando Lutas e Conjugando Campos
Rafael Carrano Lelis e Marcos Felipe Lopes
Todxs
(2019)



Quando as Viagens São Memórias
Urania Hauer
Cbag



Buddhism: the Awakening of Compassion and Wisdom
Ching Kung
Cbbef
(2016)



Conecte Química 1 - Primeira Parte
João Usberco; Edgard Salvador
Saraiva
(2011)



Os Detetives do Farol
Klaus Bliesener
Ática
(1998)



Confie Em Você
Julie Mitchell Marra e Kim Anderson Fotografias
Vr



O Jogo de Búzios
Monica Buonfiglio
Companhia dos Anjos





busca | avançada
70675 visitas/dia
1,7 milhão/mês