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DIGESTIVOS
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Segunda-feira,
14/4/2014
A Eclosão do Twitter, de Nick Bilton
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 499 >>>
Nós já tínhamos lido sobre o Google. Nós já tínhamos lido sobre a Amazon. Nós já tínhamos lido, até, sobre o Facebook. Mas nós não tínhamos lido, ainda, sobre o Twitter. Faltava uma "biografia" do Twitter. E ela veio; depois da IPO. A história do Twitter nos parecia, especialmente, interessante ― por causa de Evan Williams. Para quem não se lembra, Williams foi o sujeito por trás do Blogger, a primeira das ferramentas a se tornar popular na criação de blogs, no início dos anos 2000. Todo mundo sabia que Williams havia vendido o Blogger para o Google (nessa mesma época). E todo mundo sabia que, na sequência, ele havia criado a Odeo, para consolidar podcasts ― mas não havia sido tão bem-sucedido... Até o Twitter. Reza a lenda ― e o livro de Nick Bilton confirma ― que o Twitter surgiu dentro da Odeo. Como um projeto paralelo, de troca de mensagens entre os funcionários, que se achavam solitários, em São Francisco, e queiram compartilhar seu status com os amigos. Pelo menos, era a ideia de Noah Glass e Jack Dorsey. Evan Williams, que bancava a Odeo, bancou também o Twitter, e assim foi o início. O que não se sabia, porém, era que a empresa foi construída em meio a uma disputa por poder entre @noah, @jack, @ev (Evan Williams) e, não tão declaradamente, @biz Stone, o quarto fundador do Twitter. Noah foi logo chutado no momento em que Evan fez Jack e Biz igualmente donos do Twitter. Jack foi chutado depois de ter sido um desastrado CEO, embora tenha continuado com sua participação e uma função "simbólica" no conselho. Já Evan ― sim, o primeiro dono do Twitter ― foi chutado pelo mesmo conselho, sob o comando de Fred Wilson, o primeiro investidor. Por último, Biz acabou saindo, porque não achava mais lugar na empresa onde nenhum dos seus amigos permanecia. Jack Dorsey, em paralelo, acabou fundando a Square, start-up de pagamentos via celular. E, depois da saída de Evan, quem acabou assumindo o cargo de CEO foi Dick Cosolo, antigo COO (sem participação acionária). Jack apostava num Twitter mais "pessoal", tanto que é dele a pergunta: "O que você está fazendo?". Já Evan apostava num Twitter mais "social", tanto que é dele a pergunta: "O que está acontecendo?". Jack era caótico, como CEO, embora se achasse genial (como Steve Jobs). Já Evan era um líder organizado, gostava de dar crédito e não se interessava pelos holofotes. Mas Fred Wilson queria fazer do Twitter uma empresa de 100 bilhões de dólares, e Dick Cosolo era o sujeito para levá-la até lá (logo, Evan estava fora). A história não é mesmo simples e o livro de Bilton às vezes parece um folhetim. Mark "Facebook" Zuckerberg, falando do Twitter, usava a metáfora de "três palhaços que tinham encontrado uma mina" e "haviam se perdido lá dentro". Zuckerberg, aliás, tentou comprar o Twitter pelo menos duas vezes, segundo o livro. E devemos a Evan Williams a insistência em não vender (ele já havia vendido o Blogger para o Google e sabia muito bem o que acontecia). E lhe devemos, ainda, o fato de o Twitter haver se tornado uma "alternativa" ao Facebook ― porque as pressões para torná-lo uma "rede social" e, não, uma "information network" continuaram existindo. A IPO veio e fez de cada um dos fundadores um bilionário. Mas o que vai acontecer com a empresa sem eles? O livro de Nick Bilton não responde. Mas é uma questão para a internet e para o futuro dela.
>>> A Eclosão do Twitter
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Julio Daio Borges
Editor
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