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Sexta-feira,
26/2/2016
O fenômeno Trump: uma abordagem Gaussiana
Felipe Pait
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Vamos supor que o quociente de inteligência tenha uma distribuição normal. Então 68% das pessoas têm inteligência "comum", entre mais e menos um desvio padrão de distância da média. É razoável supor que os que estão fora do padrão são néscios para efeito de análise política. Verdade que não há qq relação científica entre QI mensurável e inteligência; mas podemos manter a hipótese simplificadora de que ⅓ dos indivíduos tem compreensão dos fatos fora do comum.
Também é fato que em campeonatos de xadrez ou vestibulares competitivos o quimérico QI alto é uma vantagem; mas em muitos casos a inteligência supostamente superior é uma esperteza ou habilidade muito especializada que conduz o sextil superior a sofismas e falhas de avaliação quase indistinguíveis daquelas do sextil inferior. Então vamos corrigir nossa estimativa anterior, e dizer que a fração de néscios numa população corresponde a ¼, o sextil inferior mais a metade do sextil superior.
Também podemos supor que 68% da população apresentam um quociente emocional "normal", entre a média menos 1 desvio padrão e a média mais 1 desvio padrão, embora a medida do QE seja ainda mais impossível. O sextil inferior tem pouca empatia; são os malvados. O sextil superior tem muita empatia; às vezes em excesso, os que lhes imbui de mais afeição pelo calhorda do que pelo inocente, e assim os aproxima politicamente do 1o grupo. Analogamente ao caso anterior, vamos considerar a grosso modo, para efeito de análise política, que ¼ do eleitorado é nefando.
Juntos, néscios e nefandos formam uma fração entre ¼ e ½ da população. Não há motivo para supor correlação total, positiva ou negativa, entre as funções indicadoras das 2 categorias, portanto uma estimativa mais razoável a priori seria em torno de 40%, que corresponde à hipótese simplificadora de independência aproximada entre estupidez e má fé. É para dividir esses votos que os políticos decentes e racionais devem fazer apelos ocasionais à trapaça e à irracionalidade. Seja como for, quando no curso dos acontecimentos humanos os néscios se unem aos nefandos, eles podem bem conseguir eleger um presidente, ou ao menos colocar seu candidato de coalização no 2o turno.
Postado por Felipe Pait
Em
26/2/2016 às 11h53
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